segunda-feira, 20 de março de 2017

RIQUEZA E POBREZA

             Quando se fala em riqueza e pobreza, normalmente, faz-se uma enorme confusão!
             A verdadeira riqueza muitas vezes passa despercebida aos nossos olhos.
             Nascemos despidos e a diferença entre o nascimento e a morte é que quando morremos mandam-nos embora vestidos… mas deixamos para trás tudo quanto temos de visível e palpável… até o próprio corpo escondido na terra!
             De nós fica, muito simplesmente, o que de facto conseguimos ser do nascer ao morrer.
             Gostei demais deste texto de Santo Agostinho, pelo que passo a partilhar:
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A verdadeira riqueza e a verdadeira pobreza

Meus irmãos, quando digo que Deus não inclina os seus ouvidos para o rico, não deduzais que Deus não atende os que possuem ouro e prata, criados e patrimónios. Se eles nasceram nessas condições e ocupam esse lugar na sociedade, que se lembrem desta palavra do apóstolo Paulo: «Recomendo aos ricos deste mundo que não sejam orgulhosos» (1Tim 6,17). Aqueles que não são orgulhosos são pobres diante de Deus, que inclina os seus ouvidos para os pobres e os necessitados (Sl 85,1). Com efeito, eles sabem que a sua esperança não está no ouro nem na prata, nem nas coisas de que gozam durante algum tempo. Basta que as riquezas não os levem à perdição e que, se elas nada podem para os salvar, ao menos não lhes sirvam de obstáculo. Quando um homem despreza tudo quanto alimenta o seu orgulho, é um pobre de Deus; e Deus inclina-Se para ele, porque conhece os tormentos do seu coração.
Não há dúvida, irmãos, de que o pobre Lázaro, que permanecia, coberto de chagas, à porta do rico, foi levado pelos anjos ao seio de Abraão; é isto que lemos e nisto que acreditamos. Quanto ao rico, que se vestia de púrpura e de linho fino e festejava esplendidamente todos os dias, foi precipitado nos tormentos do inferno. Terá sido, realmente, o mérito da sua indigência que valeu ao pobre ter sido levado pelos anjos? E o rico terá sido entregue aos tormentos do inferno por causa da sua opulência? Não, mas ao pobre foi a humildade que o dignificou, e ao rico foi o orgulho que o condenou. «»
Então… a nossa verdadeira riqueza é o amor, a doação, a humildade e misericórdia com que vivermos… pois é a única coisa que verdadeiramente nos pertence e levamos desta vida!
Aproveitemos este tempo favorável da Quaresma para treinar viver na verdadeira riqueza!
HN

             2017/03/20

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