segunda-feira, 27 de novembro de 2017

DAR… OU DAR-SE!

Sim! Dar ou dar-se, tudo é dádiva, entrega de algo a alguém. Mas, com uma grande diferença. Quando damos, é algo que está fora de nós, material; quando nos damos, tem a ver com algo que faz parte de nós, imaterial. Podemos não ter dinheiro ou outros bens ao jeito de nos podermos desfazer deles por nos fazerem falta… mas… carinho, dedicação, ternura, atenção, experiência, oração, amor… se forem parte integrante de nós… estarão sempre prontos a ser partilhados, em abundância.
E assim, evidenciaremos um velho ditado: ‘ninguém é tão pobre que não tenha nada para dar’.
Por muitos haveres materiais que tenhamos poderá haver algo que possamos desejar ainda… mas por muito pouco imaterial que possuamos sempre teremos um pouquinho à disposição de partilhar, e quanto mais partilharmos, mais nos será dado.
Para chegarmos, realmente, a sentir esta conclusão presente na vida de todos os dias, precisamos de muito treino, de muitos avanços e recuos, de muitas tempestades e bonanças, de muita, muita oração e meditação.
Achei deveras importante o comentário retirado de São João Crisóstomo pela equipa do Evangelho Quotidiano referente à passagem evangélica do dia de hoje, Lc 21, 1-4, a viúva que,  ofertando uma moeda, deu todo o que tinha:
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«Na sua penúria, ofereceu tudo o que possuía para viver».
Dou-te a conhecer os cinco caminhos da conversão: o primeiro é o arrependimento pelos nossos pecados; depois, o perdão concedido às ofensas do próximo; o terceiro consiste na oração; o quarto, na esmola; o quinto, na humildade. Não fiques, pois, inativo, mas toma cada dia todos estes caminhos. São caminhos fáceis e não podes apresentar como pretexto a tua miséria.
Pois, mesmo que vivas na maior pobreza, podes abandonar a cólera, praticar a humildade, rezar assiduamente e arrepender-te dos teus pecados [...]. Uma vez que estejas no caminho da conversão, dá o que possuis. Nem a pobreza nos impede de cumprir este mandamento: vemo-lo na viúva que deu as duas moedas que tinha.
Esta é a maneira de curarmos as nossas feridas: apliquemos, pois, estes remédios. Tendo retomado a saúde da alma, aproximar-nos-emos da mesa santa e, com muita glória, iremos ao encontro do Rei da glória, Cristo. Ganhemos os bens eternos pela graça, a misericórdia e a bondade de Jesus Cristo Nosso Senhor.
«»
São deveras maravilhosos estes caminhos que não necessitam de dinheiro, terras, estudos, grandezas nem belezas que se vejam com os olhos e se palpem com as mãos, mas nos ajudam a ser muito ricos, daquela riqueza que quanto mais a partilharmos maior se tornará sem acabar nunca mais.
Dar é muito gratificante… mas dar-se… é o melhor que pudemos fazer na vida.
Boa semana, dando-nos, bem ao jeito de nosso Senhor Jesus Cristo Rei de Amor e Misericórdia!

HN

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