Sim! Dar ou
dar-se, tudo é dádiva, entrega de algo a alguém. Mas, com uma grande diferença.
Quando damos, é algo que está fora de nós, material; quando nos damos, tem a
ver com algo que faz parte de nós, imaterial. Podemos não ter dinheiro ou
outros bens ao jeito de nos podermos desfazer deles por nos fazerem falta… mas…
carinho, dedicação, ternura, atenção, experiência, oração, amor… se forem parte
integrante de nós… estarão sempre prontos a ser partilhados, em abundância.
E assim, evidenciaremos
um velho ditado: ‘ninguém é tão pobre que não tenha nada para dar’.
Por muitos
haveres materiais que tenhamos poderá haver algo que possamos desejar ainda…
mas por muito pouco imaterial que possuamos sempre teremos um pouquinho à
disposição de partilhar, e quanto mais partilharmos, mais nos será dado.
Para chegarmos,
realmente, a sentir esta conclusão presente na vida de todos os dias,
precisamos de muito treino, de muitos avanços e recuos, de muitas tempestades e
bonanças, de muita, muita oração e meditação.
Achei deveras
importante o comentário retirado de São João Crisóstomo pela equipa do
Evangelho Quotidiano referente à passagem evangélica do dia de hoje, Lc 21, 1-4,
a viúva que, ofertando uma moeda, deu todo
o que tinha:
«»
«Na sua penúria, ofereceu
tudo o que possuía para viver».
Dou-te a conhecer os cinco caminhos da conversão: o primeiro é o
arrependimento pelos nossos pecados; depois, o perdão concedido às ofensas do
próximo; o terceiro consiste na oração; o quarto, na esmola; o quinto, na humildade.
Não fiques, pois, inativo, mas toma cada dia todos estes caminhos. São caminhos
fáceis e não podes apresentar como pretexto a tua miséria.
Pois, mesmo que vivas na maior pobreza, podes abandonar a cólera, praticar a
humildade, rezar assiduamente e arrepender-te dos teus pecados [...]. Uma vez
que estejas no caminho da conversão, dá o que possuis. Nem a pobreza nos impede
de cumprir este mandamento: vemo-lo na viúva que deu as duas moedas que
tinha.
Esta é a maneira de curarmos as nossas feridas: apliquemos, pois, estes
remédios. Tendo retomado a saúde da alma, aproximar-nos-emos da mesa santa e,
com muita glória, iremos ao encontro do Rei da glória, Cristo. Ganhemos os bens
eternos pela graça, a misericórdia e a bondade de Jesus Cristo Nosso Senhor.
«»
São deveras maravilhosos
estes caminhos que não necessitam de dinheiro, terras, estudos, grandezas nem
belezas que se vejam com os olhos e se palpem com as mãos, mas nos ajudam a ser
muito ricos, daquela riqueza que quanto mais a partilharmos maior se tornará
sem acabar nunca mais.
Dar é muito gratificante…
mas dar-se… é o melhor que pudemos fazer na vida.
Boa semana, dando-nos,
bem ao jeito de nosso Senhor Jesus Cristo Rei de Amor e Misericórdia!
HN
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