sexta-feira, 6 de julho de 2012
NÃO SEI!...
Não sei porque
preciso
que o meu braço dorido
pegue num objeto para escrever.
Não sei porque quero não sei o quê
e não quero não sei o quê.
Não sei porque não sei nada
e não encontro forma de saber.
Não sei porque faço, sou, sinto, existo…
Não sei!
Não sei como encontrar-me comigo
nem por onde ando ou onde estou.
Meu corpo está aqui, mas todo o meu ser,
aquilo que eu pensava que era,
desapareceu,
fugiu não sei por onde,
voou para o desconhecido
que eu não sei onde é
nem com quem mora.
Não sei o que fazer nem como estar,
não sei o que dizer
nem se calar…
Não sei!
Não sei onde estás! Não sei o que queres!
Não sei onde Te hei-de encontrar!
Minha cabeça dói, meu coração bate apressado.
Porque Te escondes de mim?
Eu sei que existes, sei que estás,
sei que és, sei que me amas
e tenho a certeza
que o abandono que sinto é uma mensagem Tua
que eu ainda não consegui descodificar
nem vou encontrar ninguém
que me ajude a descobri-la.
Num último esforço
e na ânsia de Te encontrar
no encontro comigo mesma,
aceita as amarguras do meu nada,
deixa que as lágrimas escorram
dos meus olhos molhados
ou enxuga-as.
Faz como Te aprouver,
mas ampara os que amo
que são mais Teus que meus.
Não sei a gravidade do mal-estar que sinto
nem estou preocupada com saber.
Confio em Ti com todas as minhas parcas forças.
Não sei quanto tempo me restará ainda
ser apenas uma pequena e quase invisível gota
para desaparecer de vez no Teu Oceano
que eu não mereço,
mas que me ganhaste
com os sofrimentos atrozes da Tua curta vida.
Meus sonhos desfizeram-se como fumo.
Nada mais me resta
do que entregar-me na Tua misericórdia.
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