ALELUIA! ALELUIA!

Este é o alegre grito do povo cristão! Hoje, principalmente, mas todos os dias também!

Aleluia! Porque Cristo Ressuscitou! E vai ressuscitando a cada dia na vida de cada um ou uma de nós!

Porque em Cristo e com Cristo, eu vou e tu vais procurando a cada dia viver de uma forma mais digna e dignificante, pois foi para nos ensinar a viver assim, bem a Seu jeito, que Cristo nasceu, morreu e Ressuscitou!

Que um eterno “Aleluia”… seja a palavra de todos os homens e mulheres de boa vontade! E que os homens e mulheres sem boa vontade sejam tocados profundamente pelo Santo Espírito de AMOR de Cristo para que, irmanados na mesma Luz Pascal, todos sejamos um como Cristo, o Pai e o Espírito Santo são um!

Que Cristo, em cada um ou uma de nós, seja continuamente ressuscitado!

Que todos tenhamos uma Páscoa cheia das bênçãos de Deus!

DIA DE REFLEXÃO

Ao dia de hoje, que medeia a celebração do aniversário da Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, tanto pode chamar-se Sábado de Aleluia como Sábado Santo.

De qualquer modo, é sempre um tempo de silêncio e reflexão.

Morte é sempre um fim que normalmente é considerada como o fim da vida terrena ou o fim da vida da graça; Ressurreição é sempre um princípio, um reviver de novo, um recomeçar ou reaver algo perdido!

Jesus, perante a Sua própria essência de Filho de Deus e Deus igual ao Pai, podia ter ultrapassado todas as regras da Natureza e da convivência humana e escapado à cruel morte de que foi vítima injustamente, pois Ele nunca fez nada de verdadeiramente errado, moral e espiritualmente falando. Mas…  quanto às regras sociais do Seu meio ambiente natural, Jesus infligiu as que tinham de ser infligidas!

- As mulheres eram desconsideradas – Jesus dava o maior carinho e tinha a maior consideração pelas mulheres;

- Os pobres e doentes eram marginalizados – Jesus protegia-os e amparava-os amorosamente;

- Os cobradores de impostos e outros eram odiados – Jesus comia com eles…

Ao proceder desta forma, Jesus sabia que afetava os governantes e políticos do Seu tempo, e que eles não iriam ficar quietos perante as Sua atitudes.

Jesus sabia que, mais dia, menos dia, a sua forma de ser e estar o ia levar à morte.

Mas como Homem/Deus, não se escondia do que quer que fosse, falava e agia em pleno dia e à vista de toda a gente, era totalmente livre, ou seja, era totalmente responsável pelas Suas ações!

Liberdade e responsabilidade são maneiras de agir que estão intrinsecamente unidas, pois uma não existe sem a existência da outra.

A liberdade é um dom de Deus que nos criou livres, mas o reto uso da liberdade é uma conquista do querer humano numa correspondência concreta à graça de Deus.

Neste ano, as celebrações do Tríduo Pascal estão levar-me a pensar muito na liberdade!

Jesus era totalmente livre, pois sabia o que devia fazer e assumia o que fazia, sem constrangimentos! Assumiu a morte, perdoou aos malfeitores e não recuou um pouquinho só perante o sofrimento.

A liberdade de Judas, levou-o a trair o Mestre apressando-Lhe a morte… mas liberdade sem o verdadeiro conhecimento das suas capacidades nem responsabilidade pelas suas atitudes uma vez que Judas não conseguiu assumir as consequências do seu ato e se suicidou.  Judas não foi livre, foi escravo das suas ambições!

A liberdade de Pedro ao negar o Mestre… não poderá chamar-se verdadeira liberdade, pois Pedro agiu por medo. Foi uma covardia que o levou a arrepender-se do que tinha feito, e ao tocar bem fundo no seu coração, que chorou amargamente, obrigou-o a reconhecer a sua fraqueza e pequenez que, perante Deus e com a ajuda da Sua graça, fez com que se fosse tornando mais forte.

Esta atitude de Pedro é a imagem do que deve ser a verdadeira liberdade humana, frágil, assumida e constrangedora, mas confiante na ajuda da Graça de Deus sem a qual nenhum homem pode ser verdadeiramente livre, realizado e feliz!

Foi para a liberdade que Cristo nos libertou! Que a Sua Santa Morte não tenha sido em vão!

Ajuda-me(nos) Senhor a morrer contigo para as más ações e ressuscitar contigo para uma vida de mais graça de Deus, fé, esperança, sabedoria, coerência, simplicidade, humildade e muito amor/caridade, ao jeito do Teu AMOR que abrasa qualquer coração que queira ser abrasado por Ti e se esforce por colaborar contigo, na medida das suas possibilidades, na Tua obra de Redenção!

O CAMINHO DA CRUZ!

Esta é a Sexta-Feira Santa ou a Sexta-Feira Maior… porque, Senhor, é a celebração do aniversário da Tua última sexta-feira de vida terrena, daquele dia terrível em que, depois de um Teu discípulo, amado como qualquer dos outros, com um beijo Te traiu entregando-Te àqueles que Te queriam destruir!

Talvez, Senhor, ele pensasse que fugirias como de tantas outras vezes… e assim aumentasse a Tua fama terrena, mas não!

Porque os Teus quereres, a Tua glória, os Teus momentos, Senhor, não são como os nossos!

O Teu Amor também não é como o nosso, Senhor, é puro e verdadeiro!

O Teu Coração é como uma enorme casa onde cada componente da Humanidade tem o seu cantinho!

Rasgado pela lança do soldado o Teu coração está permanentemente aberto e pronto para acolher, seja quem for!

Pena que tantas pessoas não consigam compreender esta verdade e continuem, pelos seus comportamentos, tão desviadas de Ti!

Que se acabem os medos de todos os homens e mulheres, idosos ou crianças, porque Tu, Senhor, és o refúgio de todos, indefinidamente!

Tu, Senhor, és uma fonte inesgotável onde sempre poderemos beber

toda a coragem para as intempéries da vida:

- a sabedoria de escolher o caminho que leva a Ti;

- a humildade de vermos no companheiro ou companheira do lado o Teu rosto alegre ou sofredor;

- a solidariedade de repartirmos com quem necessita os nossos haveres materiais ou um carinho de uma palavra de conforto força e consolação…

E tudo isto… e muito mais… deverá ser uma pequenina participação assumida de um pouco do Teu verdadeiro Amor, daquele amor que não tem peso nem medida, que ama a todos por igual, que não escolhe ricos nem pobres, brancos nem pretos, homens ou mulheres, os que governam ou os que são governados, os que sofrem ou os que fazem sofrer, os bonitos ou feios, os cristãos ou os muçulmanos, os budistas ou outra crença qualquer, porque, Tu, Senhor, só sabes amar, só consegues amar, és o Criador e Redentor de todos, o Pai e irmão de todos e a todos queres ver felizes e realizados!

Ah, Senhor! Perante a minha ignorância e insensatez, fraqueza e debilidade, faltas de coerência e desejos de compreensão e aceitação… quanta dificuldade tenho em entender a nobreza dos Teus comportamentos, a fortaleza das Tuas atitudes e as Tuas corretas decisões!

Esta noite, Senhor, tive perante mim as doçuras da Tua bondade que se fizeram Pão de Vida para mim e todos os homens e mulheres, mas também as torturas por Ti sofridas até ao momento da Tua entrega final consumada no Alto do Calvário entre dois ladrões!

Hoje, Senhor, quero olhar a Tua Cruz que é força de todas as cruzes!

Hoje quero olhar-Te, solitário e com aquele Simão de Cirene que à última hora foi convidado a ajudar-Te a transportar a Cruz perante as ignomínias da multidão e as fraquezas e fugas dos Teus amigos!

Hoje quero pensar nas vezes que caíste vergado ao peso da Cruz, mas sem nunca desistir, na ânsia desmesurada de cumprir a vontade do Pai que é também a Tua própria vontade, pois És Deus tal como o Pai e o Espírito Santo!

Hoje quero pensar nas minhas fugas às verdades da cruz e nos meus queixumes quando a minha pequena e frágil cruz se torna um pouco mais pesada!

Hoje quero pensar nas vezes inumeráveis que me esquivo a ajudar a levar a cruz dos irmãos que comigo se cruzam nos caminhos da vida e necessitam de mim para encontrar-Te!

Hoje, Senhor, que eu veja mais claramente a minha pequenez e o quanto necessito da força da oração e do estudo e reflexão para me darem a coragem de seguir os Teus passos e de ser junto dos meus irmãos um pequenino reflexo da Tua terna e doce luz… para ir caminhando, bem devagarinho, com a minha pequenina cruz às costas… mas sempre e sem desfalecer!

Ajuda-me(nos) Senhor!