Que haja dois tipos de martírio, um oculto, o outro público, a própria Verdade o comprova quando pergunta aos filhos de Zebedeu: «Podeis beber o cálice que Eu hei-de beber?» E à sua asserção, «Podemos», o Senhor riposta: «Bebereis do meu cálice.» Ora, que pode significar para nós este cálice, senão os sofrimentos da sua Paixão, da qual diz noutro sítio: «Pai, se é possível, afasta de Mim este cálice» (Mt 26,39)? Os filhos de Zebedeu, Tiago e João, não morreram ambos mártires, mas foi a ambos que o Senhor disse que haviam de beber esse cálice. De facto, se bem que não viesse a morrer mártir, João acabou todavia por sê-lo, já que os sofrimentos que não sentiu no corpo os sentiu na alma. Devemos então concluir do seu exemplo que nós próprios podemos ser mártires sem passar pela espada, se conservarmos a paciência da alma.”
terça-feira, 26 de julho de 2016
OS DOIS LADOS DA VIDA!...
O
tempo passa a correr! Ainda há pouco eu pensava num outro lado de vida que
gostaria de mater bem escondido… e assim andou durante bastante tempo! Enquanto
que agora… os dois lados de vida se vão mantendo tão interligados que se
confundem e se reflectem um no outro!
É
que a vida não tem dois lados, a vida é toda ela única e irrepetível, interior
e exteriormente falando!
E
o mais curioso é que, à medida que os anos vão deixando no corpo as marcas
indeléveis da sua passagem, o espírito se sente cada vez mais jovem, porque
ávido de saber e de viver na eterna novidade para a qual foi criado.
Ao
olhar para trás… para não ter pena do tempo gasto tão ingenuamente… vou
concluindo a cada instante que foi um tempo de permanente aprendizagem para que
pudesse hoje ser o que sou.
Não
nascemos perfeitos, mas para, na nossa constante imperfeição nos irmos
aperfeiçoando a cada instante!
Melhor
ainda: não nascemos a amar, mas com capacidades a desenvolver de modo que o
Amor possa vir a ser tudo na nossa vida.
Agora…
e até porque vem a propósito, umas palavras de São Gregório Magno acerca do
Evangelho de ontem que se refere a São Tiago Apóstolo:
“Uma vez que hoje
celebramos a festa dum mártir, irmãos, devemos preocupar-nos com a forma de
paciência praticada por ele. Com efeito, se, com a ajuda do Senhor, nos
esforçarmos por manter essa virtude, obteremos sem dúvida a palma do martírio,
ainda que vivamos na paz da Igreja. Porque há dois tipos de martírio: o
primeiro consiste numa disposição do espírito; o segundo alia a essa disposição
os atos da existência. Por isso, podemos ser mártires mesmo sem morrermos
executados pelo gládio do carrasco. Morrer às mãos dos perseguidores é o
martírio em ato, na sua forma visível; suportar as injúrias amando quem nos
odeia é o martírio em espírito, na sua forma oculta.
Que haja dois tipos de martírio, um oculto, o outro público, a própria Verdade o comprova quando pergunta aos filhos de Zebedeu: «Podeis beber o cálice que Eu hei-de beber?» E à sua asserção, «Podemos», o Senhor riposta: «Bebereis do meu cálice.» Ora, que pode significar para nós este cálice, senão os sofrimentos da sua Paixão, da qual diz noutro sítio: «Pai, se é possível, afasta de Mim este cálice» (Mt 26,39)? Os filhos de Zebedeu, Tiago e João, não morreram ambos mártires, mas foi a ambos que o Senhor disse que haviam de beber esse cálice. De facto, se bem que não viesse a morrer mártir, João acabou todavia por sê-lo, já que os sofrimentos que não sentiu no corpo os sentiu na alma. Devemos então concluir do seu exemplo que nós próprios podemos ser mártires sem passar pela espada, se conservarmos a paciência da alma.”
Que haja dois tipos de martírio, um oculto, o outro público, a própria Verdade o comprova quando pergunta aos filhos de Zebedeu: «Podeis beber o cálice que Eu hei-de beber?» E à sua asserção, «Podemos», o Senhor riposta: «Bebereis do meu cálice.» Ora, que pode significar para nós este cálice, senão os sofrimentos da sua Paixão, da qual diz noutro sítio: «Pai, se é possível, afasta de Mim este cálice» (Mt 26,39)? Os filhos de Zebedeu, Tiago e João, não morreram ambos mártires, mas foi a ambos que o Senhor disse que haviam de beber esse cálice. De facto, se bem que não viesse a morrer mártir, João acabou todavia por sê-lo, já que os sofrimentos que não sentiu no corpo os sentiu na alma. Devemos então concluir do seu exemplo que nós próprios podemos ser mártires sem passar pela espada, se conservarmos a paciência da alma.”
Belíssima
esta meditação!
Não
sabemos como vai ser o resto da nossa vida, mas uma coisa queremos dela: que se
desenrole segundo os planos de Deus para nós!
Que
belo seria viver no nosso mundo se todos assim pensássemos!
Mas
cada um é como é, e é assim que tem de ser amado e respeitado, porque o ódio e
a vingança nunca poderão trazer a compreensão e paz, que terá que brotar sempre
do nosso interior, ‘um outro lado de vida!’
Que
Deus nos ajude!
HN
domingo, 24 de julho de 2016
PAI-NOSSO!
Foi
assim que Jesus nos ensinou a rezar! Porque foi assim que Jesus rezou! E ainda
é assim que Jesus reza! Por nós e connosco!
Jesus,
o Verbo ou Palavra do Pai, que nos veio mostrar a misericórdia e amor do Pai,
que viveu a Misericórdia e o Amor do Pai, que continua a ser a Misericórdia e o
Amor do Pai junto de nós.
Jesus,
o Grande IRMÃO nosso, que quis ser nosso irmão por amor, porque é a ‘cara
chapada do Pai’ que nada mais faz além de amar!
Fico
com pena do tempo em que tinha um medo horrível da justiça de Deus… numa época
muito difícil em que comecei a descobrir o imenso amor de Deus/Jesus por nós…
amor de Deus Amor de Quem a Justiça se chama Misericórdia e Perdão!
De
Deus Amor ansioso por nos dar o que necessitamos para podermos ser felizes como
Ele quer que sejamos… com Ele, Jesus e os irmãos a quem podemos chamar de ‘Pai nosso’!
O
comentário de hoje ao Evangelho Quotidiano é de Santa Catarina de Sena, copadroeira
da Europa:
“«Pedi e dar-se-vos-á.»
A tua verdade disse que,
se chamássemos, seríamos atendidos, se batêssemos à porta, ser-nos-ia aberta,
se pedíssemos, ser-nos-ia dado. Ó Pai eterno, os teus servos clamam por
misericórdia. Responde-lhes, pois. Porque eu sei que a misericórdia Te pertence
e, por isso, não a podes recusar a quem Ta pede. Batem à porta da tua verdade
porque é na tua verdade, no teu Filho (Jo 14,6), que conhecem o amor inefável
que tens pelo homem. É por isso que batem à porta. E é por isso que o fogo da
tua caridade não poderá, não pode deixar de abrir àqueles que batem com
perseverança.
Abre, pois, dilata, quebra os corações endurecidos daqueles que criaste [...] Atende-os, Pai eterno. [...] Abre a porta da tua caridade ilimitada, que veio até nós pela porta do Verbo. Sim, eu sei que abres mesmo antes de nós batermos, porque é com a vontade e com o amor que lhes deste que os teus servos batem e clamam por Ti, para tua honra e para a salvação das almas. Dá-lhes, pois, o pão da vida, isto é, o fruto do sangue do teu Filho único.”
Abre, pois, dilata, quebra os corações endurecidos daqueles que criaste [...] Atende-os, Pai eterno. [...] Abre a porta da tua caridade ilimitada, que veio até nós pela porta do Verbo. Sim, eu sei que abres mesmo antes de nós batermos, porque é com a vontade e com o amor que lhes deste que os teus servos batem e clamam por Ti, para tua honra e para a salvação das almas. Dá-lhes, pois, o pão da vida, isto é, o fruto do sangue do teu Filho único.”
Maravilhosa
mensagem que nos deixa! E uma confiança ilimitada em Deus Amor e Perdão, que
tudo faz pelo nossa felicidade e bem-estar!
Pai-nosso,
ajuda-nos a viver um bom final de domingo e uma boa semana!
HN
sábado, 23 de julho de 2016
VIDA!...
Quando
penso no verdadeiro valor da vida… dói-me demais tantas atrocidades cometidas
com vidas acabadas fora de tempo sem mais tempo para poderem crescer e amar
neste mundo lindo onde fomos colocados.
Até quando
conseguiremos esperar que o Amor vença o ódio, que a Esperança seja uma
realidade, que a indiferença dê lugar à proximidade, à compreensão, à
aceitação, à partilha, à solidariedade e ajuda mútua!
Até quando
teremos de esperar para aprender que Deus é único para toda a gente, chame-Lhe
cada crente o nome que chamar… e que cada pessoa é muito importante para Ele,
Deus, pois faça o que fizer Ele, Deus, está sempre pronto a perdoar e a ajudar
a viver amando como a todos convém!
Até quando
teremos de procurar Deus nas igrejas de pedra… quando a verdadeira Igreja é o
conjunto de Homens e mulheres unidos a Deus, Jesus Cristo e a verdadeira Casa
de Deus é o coração do homem.
Quando conseguirmos
enxergar estas realidades, não mais andaremos à procura das asneiras de cada
homem ou mulher para as criticar, mas passaremos a vida na busca constante das boas
qualidades de cada homem ou mulher, descobrindo-as tantas vezes escondidas debaixo
de montões de coisas ruins, mas que estão ali à espera de poderem aparecer à
luz do dia numa vida liberta do ódio e gasta a amar sem peso nem medida.
Se nos
debruçarmos a estudar mais minuciosamente a vida dos grandes santos… teremos
ocasião de verificar em grande parte deles a infinita misericórdia de Deus
presente nas suas caminhadas… tal como quer estar presente nas caminhadas de
todos os homens e mulheres!
De coração
aberto à Eterna Novidade que é Deus, procuremos amar do Seu jeito expresso em
Jesus, rezando com Ele todos os dias a maravilhosa oração que nos ensinou – o Pai-nosso
– tendo em grande atenção aquelas palavras maravilhosas que modificam vidas… ‘perdoai
as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido… e não nos
deixeis cair em tentação… mas livrai-nos do mal!”
Amém! Bom
fim-de-semana!
HN
quinta-feira, 21 de julho de 2016
TUDO POR AMOR!
Algumas
palavras de Santa Teresinha do Menino Jesus:
“«Os meus pensamentos
não são os vossos pensamentos diz o Senhor» (Is 55,8). O mérito não consiste em
fazer nem em dar muito, mas antes em receber e amar muito. Está dito que a
felicidade está mais em dar do que em receber (At 20,35), e é verdade, mas
quando Jesus quer tomar para Si a doçura de dar, não é delicado recusar.
Deixemo-Lo tomar e dar tudo o que quiser; a perfeição consiste em fazer a sua
vontade, e a alma que se entrega totalmente a Ele é chamada pelo próprio Jesus
«sua mãe, sua irmã» e toda a sua família. Aliás, «se alguém Me tem amor, há-de
guardar a minha palavra; e o meu Pai o amará, e Nós viremos a ele e nele
faremos morada» (Jo 14,23). Oh, como é fácil agradar a Jesus, deleitar o seu coração;
basta amá-Lo sem olhar demasiado para nós próprios, sem examinar excessivamente
os próprios defeitos [...].
Os diretores espirituais fazem-nos aproximar da perfeição levando-nos a praticar um grande número de atos de virtude e têm razão, mas o meu diretor, que é Jesus, não me ensina a contar os meus atos; ensina-me a fazer tudo por amor, a não Lhe recusar nada, a estar contente quando me dá ocasião de Lhe mostrar que O amo, mas isso acontece na paz, no abandono; é Jesus que faz tudo e eu nada faço.
Jesus dá aos seus discípulos o poder de curar os corpos, esperando confiar-lhes o poder, muito mais importante, de curar as almas. Observa como Ele mostra, simultaneamente, a facilidade e a necessidade desta obra. Efetivamente, que diz Ele? «A messe é abundante, mas os trabalhadores são poucos.» Não é para a sementeira que vos envio, mas para a colheita. [...] Falando assim, Nosso Senhor incutia-lhes confiança e mostrava-lhes que o trabalho mais importante já tinha sido realizado.”
Os diretores espirituais fazem-nos aproximar da perfeição levando-nos a praticar um grande número de atos de virtude e têm razão, mas o meu diretor, que é Jesus, não me ensina a contar os meus atos; ensina-me a fazer tudo por amor, a não Lhe recusar nada, a estar contente quando me dá ocasião de Lhe mostrar que O amo, mas isso acontece na paz, no abandono; é Jesus que faz tudo e eu nada faço.
Jesus dá aos seus discípulos o poder de curar os corpos, esperando confiar-lhes o poder, muito mais importante, de curar as almas. Observa como Ele mostra, simultaneamente, a facilidade e a necessidade desta obra. Efetivamente, que diz Ele? «A messe é abundante, mas os trabalhadores são poucos.» Não é para a sementeira que vos envio, mas para a colheita. [...] Falando assim, Nosso Senhor incutia-lhes confiança e mostrava-lhes que o trabalho mais importante já tinha sido realizado.”
Jesus
está sempre na frente de nós para nos chamar, atrás de nós para nos proteger e guardar,
do nosso lado para nos amparar, por dentro de nós para nos fortalecer e movimentar.
Jesus
é tudo na nossa vida!
E
quando nos dispomos a segui-LO, Ele está desde sempre disposto a aceitar-nos
como somos, esquecendo os nossos defeitos e valorizando as nossas qualidades.
Nada
nem ninguém O poderá substituir.
Senhor...
obrigada! Eternamente obrigada por seres para nós como és!
Ajuda-nos
a colocar o Amor a Ti e aos irmãos antes e acima de tudo, tal como sempre
fizestes!
Ajuda-nos
a compreender que só o Amor nos preencherá por completo e nos fará realmente
felizes!
terça-feira, 19 de julho de 2016
AMAR… MAS… COMO?...
Não sei! Eu não sei como
amar! Até porque quanto mais penso no Amor e quanto mais me sinto penetrada por
Ele menos compreendo o Seu alcance na minha vida!
Falar de Amor é falar de
Deus, pois só Deus é Amor, todo Amor, que nos mandou Jesus, a Sua Palavra
Encarnada para nos ensinar, realmente, como devemos amar ao jeito do verdadeiro
Amor/Deus.
Fala-se muito em ‘buscar
a perfeição de Deus’, ou seja, procurar por todas as formas possíveis ser amor
como nos diz o Papa quando nos chama a ser ‘Misericordiosos como o Pai.’
Não há amor sem
misericórdia! Não há! Não pode haver!
É impossível haver amor
sem misericórdia!
Num qualquer dia, na
Casa de Santa Marta, o Papa Francisco diz:
“Jesus
exorta os discípulos a buscarem a perfeição de Deus, que leva o seu sol aos
bons e aos maus.
“Vocês
entenderam o que foi dito, mas eu lhes digo”. A Palavra de Deus e dois modos
inconciliáveis de interpretá-la: uma lista árida de deveres e proibições ou o
convite a amar o Pai e os irmãos com todo o coração, chegando ao ponto de rezar
pelo próprio adversário.
É a
dialética do confronto entre os doutores da lei e Jesus; entre a Lei proposta
de modo esquemático ao povo hebraico e a seus líderes e a plenitude daquela
mesma Lei que Cristo afirma trazer.
Quando
Jesus inicia a sua pregação, hostilizado por seus adversários, ‘a explicação da
lei naquele tempo estava em crise’:
“Era
uma explicação teórica demais, casuística. Digamos que era uma lei na qual não
existia o coração próprio dela, que é o amor de Deus, que Deus nos deu. Por
isso, o Senhor repete o que estava no Antigo Testamento: qual é o maior
Mandamento? Amar a Deus, com todo o coração, com todas as forças, com toda a
alma; e ao próximo como a ti mesmo. E na explicação dos Doutores da Lei isto
não constava muito. No centro estavam os casos: isto se pode fazer? Até que
ponto se pode fazer aquilo? E se não se pode?… A casuística própria da Lei. E
Jesus toma isto e retoma o verdadeiro sentido da Lei para leva-lo à sua
plenitude”.
Jesus
oferece “muitos exemplos” para mostrar os Mandamentos sob uma nova luz. “Não
matarás”, também pode significar não insultar um irmão e assim por diante, até
a enfatizar como o amor é “mais generoso das palavras da lei”, do manto
acrescentado como um presente para aquele que pediu o vestido e os dois
quilômetros feitos com aquele que pediu para ser acompanhado somente por um:
“É um
trabalho que não é apenas um trabalho para o cumprimento da Lei, mas é um
trabalho de cura do coração. Nesta explicação que Jesus faz sobre os
Mandamentos – no Evangelho de Mateus, em particular – há um caminho de
cura: um coração ferido pelo pecado original – todos nós temos o coração ferido
pelo pecado, todos – devem seguir este caminho de cura e curar para
assemelhar-se ao Pai, que é perfeito: “Sede perfeitos como vosso Pai celeste é
perfeito”. Um caminho de cura para ser filhos como o Pai”.
E a
perfeição que Jesus indica é aquela contida na passagem de hoje do Evangelho de
Mateus. “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.
Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem”.
“É o último passo” desta estrada, o mais difícil. Quando era jovem, pensando em
um dos grandes ditadores da época, era costume rezar para que Deus lhe
reservasse em breve o inferno. Em vez disso, conclui, Deus pede um exame de consciência:
“Que o
Senhor nos dê a graça, apenas esta: rezar por nossos inimigos; rezar por
aqueles que nos desejam o mal, que não nos querem bem; rezar por aqueles que
nos ferem, que nos perseguem. E cada um de nós sabe o nome e o sobrenome: rezar
por isso, por isso… Garanto a vocês que esta oração vai fazer duas coisas: ele
vai melhorar, porque a oração é poderosa, e nós seremos mais filhos do Pai”.
Será… que com todas
estas explicações… ficaremos a perceber melhor o amor?
Talvez não! Porque o
amor não é para perceber, é para praticar, olhando as pessoas que nos rodeiam
com os olhos de Deus/Jesus que não procura ver o mal para castigar… mas ver o
bem para elogiar e fazer crescer o amor no coração de cada um ou uma.
E nós? Como olhamos os
nossos irmãos e irmãs? Com amor… com indiferença… ou com ódio?
O mundo ficará mais
humano e cristão se conseguirmos modificar um pouco a nossa maneira de ver… se
começarmos a olhar… bem ao jeito de Jesus… com um pouco mais de amor!
sábado, 16 de julho de 2016
TUDO DEPENDERÁ DE NÓS!...
Por mais que me esforce, acabo por concluir sempre a mesma
coisa. O crescimento do bem ou do mal no mundo dependerá sempre de nós. Da
forma como encaramos as coisas pelo lado positivo ou negativo, e da nossa forma
positiva ou negativa de reagir.
O mundo é um todo do que nós somos a ínfima parte,
parte pequeníssima que a poucas pessoas interessa, mas parte integrante do todo
que o mundo é.
Não nos é dado, por mais que nos esforcemos, mudar seja o
que for que esteja fora de nós, mas podemos mudar muita coisa se nos mudarmos a
nós próprios.
O exemplo arrasta mais do que todas as palavras que grande
parte das vezes são ocas porque não correspondem ao nosso modo de ser e de
viver.
Foi o que Jesus Cristo nos veio dizer, pois veio mostrar-nos
a vontade do Pai para que possamos ser algo semelhantes a Ele que é a imagem
plena do Pai entre nós por ter tomado a nossa humanidade fragilizada para a
fortalecer.
Eis o que nos diz o Teólogo Tertuliano ( ano 155 a 200):
“«Eis o meu servo. […]
Não discutirá nem clamará.»
Deus não podia viver com
os homens, a não ser que assumisse uma forma humana de pensar e de reagir. Foi
por isso que escondeu sob a humildade o esplendor da sua majestade, que a
fraqueza humana não teria sido capaz de suportar. Nada disso era digno dele,
mas era necessário ao homem, e por esse motivo tornou-se digno de Deus, porque
nada é tão digno de Deus como a salvação do homem. […]
Tudo quanto Deus perde, ganha-o o homem; todas as humilhações que o meu Deus sofreu para estar perto de nós são sacramento de salvação para os homens. Deus agiu com os homens para que o homem aprendesse a agir no plano divino. Deus tratou o homem de igual para igual, para que o homem pudesse agir de igual para igual com Deus. Deus tornou-Se pequeno para que o homem se tornasse grande.”
Tudo quanto Deus perde, ganha-o o homem; todas as humilhações que o meu Deus sofreu para estar perto de nós são sacramento de salvação para os homens. Deus agiu com os homens para que o homem aprendesse a agir no plano divino. Deus tratou o homem de igual para igual, para que o homem pudesse agir de igual para igual com Deus. Deus tornou-Se pequeno para que o homem se tornasse grande.”
Uma
alma eu se eleva, eleva o mundo! Se todas as pessoas se elevarem um pouquinho
que seja, o mundo ficará muito melhor!
Essa
é a nossa obrigação de seres humanos... muito mais o será para nós que seguimos
Jesus Cristo... com todo o exemplo e Palavra que nos deixou.
Senhor,
que o bem que tantos homens e mulheres fazem se torne mais visível para Tua
maior Glória e felicidade de todos os homens e mulheres.
Ajuda-nos,
Senhor, a fazer tudo o que podermos para que o mundo fique cada vez mais humano
e solidário como Tu sempre queres para a felicidade de todos nós!
Obrigada
Senhor!
Nossa Senhora do Carmo, roga por nós, roga pelo mundo todo. Amém!
sexta-feira, 15 de julho de 2016
JESUS É O SENHOR!
Jesus é o senhor não só do sábado, mas de tudo!
O sábado, antigamente, era o último dia, o dia do repouso, o
dia do descanso…
Acerca do Evangelho de hoje, Mt 12, 1-8, que nos fala do que
Jesus respondeu a quem o interpelou sobre a razão porque os Seus discípulos
tiravam espigas para comer em dia de sábado, em que, ‘naquele tempo’, não se
podia fazer nada, diz Santo Agostinho:
“«O Filho do Homem é
senhor do sábado.»
Senhor Deus, Tu que nos
cumulaste de tudo, dá-nos a paz (Is 26,12), a paz do repouso, a paz do sábado,
do sábado que não tem ocaso. Porque esta bela ordem das coisas que criaste, e
que são «muito boas» (Gn 1,31), passará quando tiver chegado ao termo do seu
destino. Sim, elas tiveram a sua manhã e terão a sua tarde. Mas o sétimo dia
não tem tarde, não tem ocaso, porque Tu o santificaste a fim de que ele dure
para sempre. No termo das tuas obras «muito boas», que contudo fizeste em
repouso, Tu repousaste ao sétimo dia, a fim de nos fazeres compreender que, no
termo das nossas obras, que são muito boas porque foste Tu que no-las deste (Is
26,12), também nós repousaremos em Ti, no sábado da vida eterna. Então repousarás
em nós como agora ages em nós; desse modo, o repouso que experimentaremos será
o teu, tal como as obras que fazemos são as tuas.
Tu, Senhor, trabalhas constantemente e estás constantemente em repouso. […] Quanto a nós, chega um momento em que somos levados a fazer o bem, depois de o nosso coração o ter concebido pelo teu Espírito, enquanto anteriormente éramos levados a fazer o mal, quando Te abandonávamos. Tu, único Deus bom, nunca deixaste de fazer o bem. Algumas das nossas obras são boas – pela tua graça, é certo –, mas não são eternas; depois de as fazermos, esperamos repousar na tua inefável santificação. Mas Tu, bem que não precisa de nenhum outro bem, Tu estás constantemente em repouso, porque Tu próprio és o teu repouso.
Quem, de entre os homens, poderá dar a conhecer tudo isto ao homem? Que anjo o dará a conhecer aos anjos? Que anjo ao homem? É a Ti que devemos pedir esse conhecimento, em Ti que devemos procurá-lo, à tua porta que devemos bater. E dessa maneira sim, dessa maneira recebê-lo-emos, dessa maneira encontrá-lo-emos, dessa maneira abrir-se-á a tua porta (Mt 7,8).”
Tu, Senhor, trabalhas constantemente e estás constantemente em repouso. […] Quanto a nós, chega um momento em que somos levados a fazer o bem, depois de o nosso coração o ter concebido pelo teu Espírito, enquanto anteriormente éramos levados a fazer o mal, quando Te abandonávamos. Tu, único Deus bom, nunca deixaste de fazer o bem. Algumas das nossas obras são boas – pela tua graça, é certo –, mas não são eternas; depois de as fazermos, esperamos repousar na tua inefável santificação. Mas Tu, bem que não precisa de nenhum outro bem, Tu estás constantemente em repouso, porque Tu próprio és o teu repouso.
Quem, de entre os homens, poderá dar a conhecer tudo isto ao homem? Que anjo o dará a conhecer aos anjos? Que anjo ao homem? É a Ti que devemos pedir esse conhecimento, em Ti que devemos procurá-lo, à tua porta que devemos bater. E dessa maneira sim, dessa maneira recebê-lo-emos, dessa maneira encontrá-lo-emos, dessa maneira abrir-se-á a tua porta (Mt 7,8).”
Penso em tudo quanto o texto nos diz e atento-me nas últimas
frases.
Nunca os homens nos poderão dar a conhecer as belezas e grandezas
do imenso Amor de Deus sem uma graça especial de Deus.
Os homens e mulheres com quem convivemos todos os dias…
todos únicos e irrepetíveis… são os olhos, as mãos, os dedos, o coração de Deus
junto de nós!
Senhor! Que consigamos experimentar esta verdade, sendo,
para todos os homens e mulheres que se cruzarem connosco nos caminhos da vida,
o rosto, embora muito diluído, da Tua infinita misericórdia!
Que sempre sejas louvado!
quinta-feira, 14 de julho de 2016
CRISTO SARA A HUMANIDADE FERIDA!
Cristo… o Bom Samaritano!
Não resisto a partilhar aqui o comentário de domingo passado
ao Evangelho do dia, de São Severo de Antioquia:
“Cristo sara a
humanidade ferida
Passou por ali um
samaritano. […] É propositadamente que Cristo dá a Si próprio o nome de
Samaritano, Ele a quem tinham dito, para O insultarem: «Tu és um samaritano e
estás possesso do demónio» (Jo 8,4). […] O viajante samaritano que era Cristo –
porque Ele era de facto um viajante – viu a humanidade caída por terra. E não
passou ao largo, porque a razão pela qual empreendera essa viagem era
«visitar-nos» (Lc 1,68, 78), a nós, por causa de quem Ele desceu à terra e
entre quem habitou. Porque Ele «fez a sua aparição na terra, onde permaneceu
entre os homens» (Bar 3,38). […]
Sobre as nossas chagas derramou vinho, o vinho da Palavra, e, como a gravidade dos ferimentos não suportava toda a força desse vinho, misturou-o com o óleo da sua ternura e do «seu amor pelos homens» (Tit 3,4). Em seguida, conduziu o homem à estalagem, ou seja, à Igreja, que se tornou o lugar de habitação e de refúgio de todos os povos. Uma vez chegados à estalagem, o bom samaritano teve para com aquele que tinha salvado uma solicitude ainda maior; o próprio Cristo ficou na Igreja, concedendo-lhe todas as graças. […] E, ao partir – isto é, ao subir ao céu –, deixou ao dono da estalagem, que é símbolo dos apóstolos, dos pastores e dos doutores que Lhe sucederam, duas moedas de prata, para que ele cuidasse do doente. Estas duas moedas são os dois Testamentos, o Antigo e o Novo, o da Lei e dos profetas, e aquele que nos foi dado pelos Evangelhos e pelos escritos dos apóstolos. Ambos provêm do mesmo Deus, exibindo ambos a imagem deste único Deus das alturas, tal como as moedas de prata exibem a imagem do rei, e imprimem nos nossos corações a mesma imagem real por meio das santas palavras, dado que foi um só e mesmo Espírito que as pronunciou. Trata-se de duas moedas de um único rei, deixadas ao mesmo tempo e a título igual por Cristo ao dono da estalagem.
No último dia, os pastores das igrejas santas dirão ao Senhor que há de vir: «Senhor, confiaste-me dois talentos, aqui estão outros dois que ganhei», por via dos quais fiz aumentar o rebanho. E o Senhor há de responder-lhes: «Muito bem, servo bom e fiel, foste fiel em coisas de pouca monta, muito te confiarei. Entra no gozo do teu senhor» (Mt 25,22-23).”
Sobre as nossas chagas derramou vinho, o vinho da Palavra, e, como a gravidade dos ferimentos não suportava toda a força desse vinho, misturou-o com o óleo da sua ternura e do «seu amor pelos homens» (Tit 3,4). Em seguida, conduziu o homem à estalagem, ou seja, à Igreja, que se tornou o lugar de habitação e de refúgio de todos os povos. Uma vez chegados à estalagem, o bom samaritano teve para com aquele que tinha salvado uma solicitude ainda maior; o próprio Cristo ficou na Igreja, concedendo-lhe todas as graças. […] E, ao partir – isto é, ao subir ao céu –, deixou ao dono da estalagem, que é símbolo dos apóstolos, dos pastores e dos doutores que Lhe sucederam, duas moedas de prata, para que ele cuidasse do doente. Estas duas moedas são os dois Testamentos, o Antigo e o Novo, o da Lei e dos profetas, e aquele que nos foi dado pelos Evangelhos e pelos escritos dos apóstolos. Ambos provêm do mesmo Deus, exibindo ambos a imagem deste único Deus das alturas, tal como as moedas de prata exibem a imagem do rei, e imprimem nos nossos corações a mesma imagem real por meio das santas palavras, dado que foi um só e mesmo Espírito que as pronunciou. Trata-se de duas moedas de um único rei, deixadas ao mesmo tempo e a título igual por Cristo ao dono da estalagem.
No último dia, os pastores das igrejas santas dirão ao Senhor que há de vir: «Senhor, confiaste-me dois talentos, aqui estão outros dois que ganhei», por via dos quais fiz aumentar o rebanho. E o Senhor há de responder-lhes: «Muito bem, servo bom e fiel, foste fiel em coisas de pouca monta, muito te confiarei. Entra no gozo do teu senhor» (Mt 25,22-23).”
Este comentário parece confuso porque vai buscar muitas
coisas como complemento umas das outras… mas gostei, gostei muito! Nunca me
tinha aparecido uma explicação igual!
Cristo sara a humanidade ferida! Um grande bem haja… e os nossos
mais sinceros louvores!
A continuação de uma boa semana!
terça-feira, 12 de julho de 2016
ONDE ESTIVER O TEU TESOURO…
O meu tesouro está no Evangelho de Nosso Senhor Jesus
Cristo.
Não no Evangelho pregado… mas no vivido por Ele há dois mil
e tal anos.
Um Evangelho vivo, encarnado, que fala sem palavras porque
se expressa em atitudes!
Claro que, para isso, temos de interiorizar muito bem as
páginas dos evangelhos, mas certos de que foram escritos por homens de uma
determinada época e com uma cultura muito específica!
Claro que Deus/Jesus, no comando de todas as operações, vai
levando os homens a compreender e pregar o melhor para toda a humanidade numa
determinada época e cultura, pelo que temos de estar muito atentos aos sinais
dos tempos, porque é neles que Deus melhor nos fala.
Uma palavrinhas que já não sei de onde vieram, mas que me
fizeram muito bem:
“A
radicalidade do evangelho está em pensar como Jesus pensava, taxar e valorizar
as coisas como Ele fazia, trabalhar como Ele trabalhou e amar como Ele amou,
adorar como Ele adorava, chorar e perdoar como Ele fazia, morrer como Ele
morria para ressuscitar. A radicalidade evangélica é triple: a disponibilidade a
Deus sem condições; a entrega a Deus sem contemplações, e a vida consequente e
sem exceções. É a exigência de Jesus aos seus, aos cristãos. Esta radicalidade
se concretiza na vivência dos mandamentos, na moral matrimonial, na moral
sexual e na doutrina social da Igreja. Quem não entender esta radicalidade,
sempre estará pondo “almofadas” às exigências de Cristo e tentará aguar a
radicalidade evangélica. Quem se entregar a esta radicalidade, será livre no
seu interior, sobretudo será livre do egoísmo e viverá segundo o Espírito.”
Pois! São muito belas estas palavras! São preciosas!
Mas não nos vamos ficar por aqui, mas ler mais estas de São
Cesário de Arles:
X
“«Onde estiver o teu
tesouro, aí estará o teu coração.»
Deus aceita as nossas
ofertas de dinheiro e apraz-Lhe que demos esmola aos pobres, mas com a condição
de que todo o pecador, quando oferecer a Deus o seu dinheiro, Lhe ofereça
também a sua alma. [...] Quando o Senhor ordena: «Dai a César o que é de César,
e a Deus o que é de Deus» (Mc 12,17), o que quer dizer é: «Tal como dais a
César, nas moedas de prata, a sua imagem em efígie, dai também a Deus, em vós
mesmos, a imagem de Deus» (cf Gn 1,26). [...]
Assim, e como já bastas vezes dissemos, quando distribuirmos dinheiro aos pobres, ofereçamos a nossa alma a Deus, de forma que, onde estiver o nosso dinheiro, possa também estar o nosso coração. De facto, porque nos pede Deus que demos dinheiro? Seguramente porque sabe que lhe temos um apreço especial e não deixamos de pensar nele; e porque sabe que, onde tivermos o dinheiro, teremos também o coração. Eis por que motivo nos exorta a construir tesouros no céu através de dádivas feitas aos pobres: para que o nosso coração vá até onde tivermos enviado o nosso tesouro, de tal maneira que, quando o sacerdote disser: «Corações ao alto», possamos responder de consciência tranquila: «O nosso coração está em Deus».
Assim, e como já bastas vezes dissemos, quando distribuirmos dinheiro aos pobres, ofereçamos a nossa alma a Deus, de forma que, onde estiver o nosso dinheiro, possa também estar o nosso coração. De facto, porque nos pede Deus que demos dinheiro? Seguramente porque sabe que lhe temos um apreço especial e não deixamos de pensar nele; e porque sabe que, onde tivermos o dinheiro, teremos também o coração. Eis por que motivo nos exorta a construir tesouros no céu através de dádivas feitas aos pobres: para que o nosso coração vá até onde tivermos enviado o nosso tesouro, de tal maneira que, quando o sacerdote disser: «Corações ao alto», possamos responder de consciência tranquila: «O nosso coração está em Deus».
E
esta? Não estavam à espera? Eu também não!
Mas
que o Bispo São Cesário de Arles tinha razão... lá isso tinha!
Sejamos
misericordiosos... bem ao jeito do Pai expresso em Jesus!
segunda-feira, 11 de julho de 2016
O BOM SAMARITANO!
Pois! O Bom Samaritano é Jesus! Nós somos o judeu estropiado
que Ele socorreu, tratou, acolheu e entregou na estalagem/Igreja para que na
Sua ausência nos trate… até que Ele volte e dê a Paz eterna a todos,
indefinidamente.
Que bom, podermos pensar assim!... Poder sentir-nos
socorridos e acolhidos por Jesus, poder sentir que as mãos e vida dos homens e
mulheres, ainda que com defeitos como nós, assistem à Sua Igreja (que somos
todos nós baptizados) continuando a ser Jesus visível junto de nós.
A Lei do Amor, que é Deus porque Deus é Amor, é muito
diferente das leis que marginalizam e esmagam tal como a lei do sacerdote e
levita que passaram ao lado do necessitado sem lhe tocarem sequer para não
ficarem impuros e poderem continuar as suas lindas proezas lá junto dos altares
daquele tempo.
Claro que, com toda a certeza, esses ligados às igrejas e
desligados do verdadeiro Amor ainda devem andar por aí… sentimo-los às vezes…
mas não é assim ausentes que devemos ser, mas próximos, muito próximos de quem
necessita!
Aqui uma bela oração de António Riviero, que assumo como
minha:
“Senhor,
não quero passar de longe
Diante
do homem ferido no caminho da vida.
Quero
me aproximar
E me
contagiar da vossa compaixão
Para
exprimir a vossa ternura,
Para
oferecer o azeite que cura feridas,
O vinho
que recreia e enamora.
Vós,
Jesus, bom samaritano,
Aproximai-vos
de mim,
Como
fizeste sempre.
Vinde a
mim para me introduzir na hospedagem do vosso coração.
Aproximai-vos
de mim,
Ferido
pelas flechas da vida,
Pela
dor de tantos irmãos,
Pelos
mísseis da guerra,
Pela
violência dos poderosos.
Sim,
aproximai-vos de mim,
Bom
samaritano;
Levai-me
nos vossos ombros, pois sou ovelha perdida;
Carregai
todas as minhas quedas,
Ajudai-me
em todas as minhas tribulações,
Fazei-vos
presente em todas as minhas horas baixas.
Vinde,
bom samaritano,
E
fazei-me ter os vossos mesmos sentimentos,
Para
não dar nunca uma volta
Diante
do irmão que sofre,
Sem
fazer-me companheiro dos seus caminhos,
Amigo
das suas solidões,
Próximo
das suas doenças,
Para
ser, como Vós, “ilimitadamente bom”
E
passar pelo mundo “fazendo o bem”
E
“curando as doenças”
Amém.”
Que esta semana e sempre seja para nós repleta da prática da
verdadeira misericórdia, daquela que Tu, Jesus, Bom Samaritano, nos ensinaste,
e das mais diversas formas continuas a ensinar-nos!
Que sempre sejas louvado!
domingo, 10 de julho de 2016
A VERDADEIRA CARIDADE...
“A caridade misericordiosa é o distintivo de Deus” – diz
António Riviero.
O Evangelho de Lucas 10, 25-37 tem todas as características desta caridade
misericordiosa pregada e vivida por Jesus, para que O imitemos.
Temos a tendência a criticar
a indiferença do sacerdote e do levita que passaram ao lado do homem
roubado e espancado, quase morto, sem lhe darem nenhuma atenção.
Estes… eram homens que prestavam culto a Deus que, pelo
facto, segundo as leis judaicas, não deviam chegar-se a ninguém com estas
características para não ficarem impuros e poderem continuar a exercer as suas
actividades no templo.
Caro que se tratava de uma pureza ritual que nada tem a ver
com a verdadeira pureza de intenções, sentimentos e atitudes, daí a gravidade
dos seus comportamentos egoístas e orações e atos litúrgicos e piedosos mas vazios
provindos do coração fechado às misérias alheias.
Nem o sacerdote nem o levita conseguiram ver a imagem de
Deus naquele homem quase desfalecido.
De nada servem piedade ou sabedoria, trabalhos nas igrejas
ou organizações ou movimentos eclesiais, votos, jejuns e abstinências, sem uma
verdadeira caridade.
Não podemos julgar as pessoas pelo que nos parecem fazer, mas
pela forma como se entregam ao que fazem.
Note-se que o samaritano era um habitante da Samaria onde as
pessoas eram consideradas fora da lei, mas foi esse mesmo que praticou a
caridade que Jesus pregou e ainda hoje continua a pregar-nos.
O samaritano não olhou a quem estava a proteger, à raça a
que o homem pertencia e odiava os samaritanos, mas ao homem que necessitava de
protecção.
Mais palavras de António Riviero acerca do samaritano:
“Viu
esse homem. Sentiu compaixão dele. E tirou do seu coração gestos da caridade misericordiosa:
aproxima-se, desce do jumento, derrama vinho e azeite sobre as suas feridas,
venda-as, monta-o sobre a cavalgadura, leva-o a uma hospedagem, paga por ele.
Caridade que não desemboque em detalhes concretos não é caridade
misericordiosa: será, quem sabe, filantropia.
Santo
Agostinho nos faz refletir sobre esta parábola. Quem está jogado e espancado na
beira do caminho é toda a humanidade. Os três grandes inimigos do homem- mundo,
demônio e as nossas paixões- são os que nos deixam meio mortos. Cristo é o Bom
Samaritano que desce do céu e se aproximou de nós, colocando em nós o bálsamo
dos seus sacramentos, levando-nos à hospedagem da Igreja e pagando com o seu
sangue o preço que exigiam tantos cuidados. Em qual personagem nos refletimos:
sacerdote, levita ou samaritano?”
Esta explicação e pergunta, em pleno Ano da Misericórdia, vêm
direitinhas a cada um de nós!
Tantas coisas já aprendemos… e tantas que ainda nos falta
interiorizar!...
Que Deus nos ajude a sermos ‘Misericordiosos como o Pai!
terça-feira, 5 de julho de 2016
ABRIR… OU FECHAR?!...
Não sei! Não sei se abrir ou fechar! Há sempre dois pontos
de vista, dois modos de ver as coisas, modos que variam conforme o ângulo de
onde são vistos.
Se eu que uma vida que ajude à felicidade de toda a gente,
tenho de fechar as portas do meu coração ao orgulho e abri-las à
disponibilidade do amor!
Se eu quero aprender a ouvir, tenho que abrir o meu coração
à autocrítica e fechá-lo a todo o julgamento, mau humor, impaciência!
Se eu quero ser verdadeira, tenho que me fechar à maldade e hipocrisia
para me abrir à minha própria realidade, linda ou feia, mas tal qual como ela
é!
Engraçado!... nunca me tinha passado pela cabeça que a vida se
vai desenrolando num constante fechar e abrir, fechar e abrir!
Foi para nos abrir a porta da verdadeira vida de graça e
verdade que Jesus entregou as chaves a São Pedro.
Temos de ter muito cuidado com os nossos fechamentos que na maior
parte dos casos não nos levam a nada.
Quando nos virmos entalados sem saber muito bem o que fazer,
rezemos! Nada nos impedira nunca de rezar, de unir-nos ao Senhor para que nos
ajude a encontrar a melhor saída para os nossos problemas, para nos ajudar a
encontrar o melhor caminho para nós que acaba por ser o melhor para toda a
gente, pois como comunidade que somos, todo o bem que cada um fizer será sempre
a bem de todos.
Já nos disse algures o Para Francisco:
“A
oração, como humilde entrega a Deus e à sua santa vontade, é sempre a via de
saída dos nossos fechamentos pessoais e comunitários. É a grande via de saída
dos fechamentos.”
E continua, referindo-se a Paulo:
“Paulo
fala duma «abertura» muito maior, para um horizonte infinitamente mais amplo: o
da vida eterna, que o espera depois de ter concluído a «corrida» terrena. Assim
é belo ver a vida do Apóstolo toda «em saída» por causa do Evangelho:
toda projetada para a frente, primeiro, para levar Cristo àqueles que não O
conhecem e, depois, para se lançar, por assim dizer, nos seus braços e ser
levado por Ele «a salvo para o seu Reino celeste» (v. 18).
Mas
voltemos a Pedro… A narração evangélica (Mt 16, 13-19) da sua confissão
de fé e consequente missão a ele confiada por Jesus mostra-nos que a vida do
pescador galileu Simão – como a vida de cada um de nós – se abre,
desabrocha plenamente quando acolhe, de Deus Pai, a graça da fé. E Simão põe-se
a caminhar – um caminho longo e duro – que o levará a sair de si mesmo,
das suas seguranças humanas, sobretudo do seu orgulho misturado com uma certa
coragem e altruísmo generoso. Decisiva neste seu percurso de libertação é a
oração de Jesus: «Eu roguei por ti [Simão], para que a tua fé não desapareça»
(Lc22, 32). E igualmente decisivo é o olhar cheio de compaixão do
Senhor depois que Pedro O negou três vezes: um olhar que toca o coração e
liberta as lágrimas do arrependimento (cf. Lc 22, 61-62). Então Simão
Pedro foi liberto da prisão do seu eu orgulhoso, do seu eu medroso, e
superou a tentação de se fechar à chamada de Jesus para O seguir no caminho da
cruz.
E diz ainda mais:
“
Quando Pedro, miraculosamente liberto, se vê fora da prisão de Herodes, vai ter
à casa da mãe de João chamado Marcos. Bate à porta e, de dentro, vem atender
uma empregada chamada Rode, que, tendo reconhecido a voz de Pedro, em vez de
abrir a porta, incrédula e conjuntamente cheia de alegria corre a informar a
patroa. A narração, que pode parecer cómica – e pode ter dado início ao chamado
«complexo de Rode» –, deixa intuir o clima de medo em que estava a comunidade
cristã, fechada em casa e fechada também às surpresas de Deus. Pedro bate à
porta. – «Vai ver quem é!» Há alegria, há medo… «Abrimos ou não?» Entretanto
ele corre perigo, porque a polícia pode prendê-lo. Mas o medo paralisa-nos,
sempre nos paralisa; fecha-nos, fecha-nos às surpresas de Deus. Este detalhe
fala-nos duma tentação que sempre existe na Igreja: a tentação de fechar-se
em si mesma, à vista dos perigos. Mas mesmo aqui há uma brecha por onde
pode passar a ação de Deus: Lucas diz que, naquela casa, «numerosos fiéis
estavam reunidos a orar» (v. 12). A oração permite que a graça abra uma
via de saída: do fechamento à abertura, do medo à coragem, da tristeza à
alegria. E podemos acrescentar: da divisão à unidade.”
E dizer mais… o quê?
Que Deus nos ajude a fechar-nos a todo o mal e a abrir-nos à Sua Graça
como a todos convém!E dizer mais… o quê?
domingo, 3 de julho de 2016
QUEM NÃO VIVE PARA SERVIR…
Quem não vive para servir não serve para viver… porque “a
misericórdia não é uma palavras abstrata, mas um estilo de vida.”
“As
obras de misericórdia são testemunho concreto de quem se sabe objeto do amor
misericordioso de Deus, já que “a misericórdia sem obras está morta em si
mesma”.
Hoje
com tantas formas de pobreza material e espiritual, é preciso dar espaço à
criatividade da caridade para ir ao encontro daquele que precisa. Nesse
sentido, “Quem não vive para servir, não serve para viver.”
Estas são palavras do Papa Francisco.
Mas já que falamos em ‘Papas’, e como vem a propósito do
Evangelho de hoje que nos diz que “a messe é grande e os operários são poucos”,
e que é preciso pedir operários ao Senhor da Messe, aqui a Oração de São João
Paulo II para uma das Jornadas de oração pelas vocações:
“Pai santo, fonte inesgotável da existência e do amor,
Que mostras no homem vivo o esplendor da tua glória,
E que depositas no seu coração a semente do teu apelo,
Faz com que ninguém, por negligência nossa, ignore ou perca esse dom,
Mas que todos possam caminhar com grande generosidade
Para a realização do teu amor.
Senhor Jesus, que durante a tua peregrinação nas estradas da Palestina,
Escolheste e chamaste os apóstolos
E lhes confiaste a missão de pregar o Evangelho,
De apascentar os fiéis, de celebrar o culto divino,
Faz com que, também hoje, a tua Igreja não tenha falta
De padres santos que levem a todos
Os frutos da tua morte e da tua ressurreição.
Espírito Santo, Tu que santificas a Igreja
Com a constante efusão dos teus dons,
Põe no coração dos escolhidos à vida consagrada
Uma íntima e forte paixão pelo teu Reino,
Para que, com um «sim» generoso e incondicional,
Eles coloquem a sua existência ao serviço do Evangelho.
Virgem Santíssima, tu que sem hesitar
Te ofereceste a ti própria ao Todo-Poderoso
Para a realização do seu desejo de salvação,
Suscita a confiança no coração dos jovens
Para que haja sempre pastores zelosos,
Que guiem o povo cristão no caminho da vida,
E almas consagradas capazes de testemunhar
Pela castidade, a pobreza e a obediência,
A presença libertadora do teu Filho ressuscitado.
Ámen.
Que mostras no homem vivo o esplendor da tua glória,
E que depositas no seu coração a semente do teu apelo,
Faz com que ninguém, por negligência nossa, ignore ou perca esse dom,
Mas que todos possam caminhar com grande generosidade
Para a realização do teu amor.
Senhor Jesus, que durante a tua peregrinação nas estradas da Palestina,
Escolheste e chamaste os apóstolos
E lhes confiaste a missão de pregar o Evangelho,
De apascentar os fiéis, de celebrar o culto divino,
Faz com que, também hoje, a tua Igreja não tenha falta
De padres santos que levem a todos
Os frutos da tua morte e da tua ressurreição.
Espírito Santo, Tu que santificas a Igreja
Com a constante efusão dos teus dons,
Põe no coração dos escolhidos à vida consagrada
Uma íntima e forte paixão pelo teu Reino,
Para que, com um «sim» generoso e incondicional,
Eles coloquem a sua existência ao serviço do Evangelho.
Virgem Santíssima, tu que sem hesitar
Te ofereceste a ti própria ao Todo-Poderoso
Para a realização do seu desejo de salvação,
Suscita a confiança no coração dos jovens
Para que haja sempre pastores zelosos,
Que guiem o povo cristão no caminho da vida,
E almas consagradas capazes de testemunhar
Pela castidade, a pobreza e a obediência,
A presença libertadora do teu Filho ressuscitado.
Ámen.
Que a Oração pelas vocações seja uma constante na nossa
vida.
Oração pelas vocações de toda a gente, e pela nossa própria
vocação, pela forma como nos movimentamos no tempo para fazer da nossa vida um
canal de graça de Deus, que é o que Deus espera de cada um de nós,
indiferentemente do que quer que sejamos ou façamos na vida!
Uma boa semana, cheia de vida plena em Nosso Senhor Jesus
Cristo, servindo, certos de que ‘quem não vive para servir não serve para viver!”
sexta-feira, 1 de julho de 2016
HABITUAR-NOS A ISTO... NÃO!
Decididamente… não! Não nos podemos habituar a ouvir falar e
a ver imagens dos mais terríveis acontecimentos sem nos sentirmos de coração
despedaçado!
Mas que temos de ter muito cuidado connosco mesmos… é um
facto mais que comprovado!
Se não… prestemos atenção a estas frases sábias do Papa
Francisco:
“O
excesso de informação de que dispomos gera gradualmente a habituação à miséria;
ou seja, pouco a pouco tornamo-nos imunes às tragédias dos outros,
considerando-as como qualquer coisa de «natural»; em nós gera-se – desculpa o
neologismo – a «naturalização» da miséria. São tantas as imagens que nos
invadem onde vemos o sofrimento, mas não o tocamos; ouvimos o pranto, mas não o
consolamos; vemos a sede, mas não a saciamos. Assim, muitas vidas entram a
fazer parte duma notícia que, em pouco tempo, acabará substituída por outra. E,
enquanto mudam as notícias, o sofrimento, a fome e a sede não mudam,
permanecem. Esta tendência – ou tentação – exige de nós um passo mais e, por
sua vez, revela o papel fundamental que instituições como a vossa têm no
cenário global. Hoje não podemos dar-nos por satisfeitos apenas com o facto de
conhecer a situação de muitos dos nossos irmãos. As estatísticas não nos
saciam. Não é suficiente elaborar longas reflexões ou submergir-nos em
discussões infindáveis sobre as mesmas, repetindo continuamente argumentos já
conhecidos por todos. É necessário «desnaturalizar» a miséria, deixando de
considerá-la como um dado entre muitos outros da realidade. Por quê? Porque a
miséria tem um rosto. Tem o rosto duma criança, tem o rosto duma família, tem o
rosto de jovens e idosos. Tem o rosto da falta de oportunidades e de emprego de
muitas pessoas, tem o rosto das migrações forçadas, das casas abandonadas ou
destruídas. Não podemos «naturalizar» a fome de tantas pessoas; não nos é
lícito afirmar que a sua situação é fruto dum destino cego contra o qual nada
podemos fazer. Quando a miséria deixa de ter um rosto, podemos cair na tentação
de começar a falar e discutir sobre «a fome», «a alimentação», «a violência»,
deixando de lado o sujeito concreto, real, que continua ainda hoje a bater às
nossas portas. Quando faltam os rostos e as histórias, as vidas começam a
transformar-se em números e assim, pouco a pouco, corremos o risco de
burocratizar o sofrimento alheio. As burocracias ocupam-se de procedimentos; a
compaixão – não a pena, mas a compaixão, o padecer com –, pelo contrário,
põe-nos em campo em prol das pessoas. E, nisto, acho que temos muito trabalho a
fazer.”
Não
me recordo a que instituição o Papa Francisco se referia, até porque isso não
tem importância para mim!
Muito
embora esteja ligada a algumas instituições… essas… muito simplesmente me
poderão servir de elo de ligação a quem necessita seja do que for. Pois se assim
não for, se não nos debruçarmos sobre as pessoas concretas, de nada valerá estar
ligado a associações!
Mais
do que nunca o tempo urge. Temos que aproveitar todos os nossos segundos para
fazer um pouco mais felizes os que connosco convivem!
Temos
que ouvir bem as palavras do Mestre Jesus: “Ide!”
Habituar-nos
a ser indiferentes à miséria alheia, não!
Mais
do que nunca, temos de partir para as
periferias!
Que
Jesus nos acompanhe e o Seu Espírito Santo nos fortaleça!
Bom
fim-de-semana!
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