domingo, 29 de novembro de 2015

MAIS UM ADVENTO!


Mais um Advento ou espera da grande celebração festiva do Nascimento de Jesus!
Na preparação, enfeites, luzes, compras... e tudo o mais! Coisas úteis para a festa, mas que não condizem em nada com a festividade!
O nascimento de Jesus... hoje e sempre, tem de estar no coração da vida de cada um de nós... bem no centro da nossa vida!
Jesus, o Amor verdadeiro, Caminho, Verdade e Vida, tem de ser cada vez mais o centro das nossas vidas e a raiz de todos os nossos pensamentos e acções! Foi para nos ensinar a viver como Ele, como Ele que sempre esteve de pleno e total acordo com a vontade de Deus Pai, que, tornando-Se homem, veio habitar entre nós! E quis ficar connosco, presente de uma forma muito especial na Eucaristia, até ao fim dos tempos! Até sempre!
O fim dos tempos para cada um de nós será o dia da nossa morte, ou seja, o princípio da nossa Verdadeira Vida, na eternidade!
Claro que ninguém sabe dizer como isso é! Deus o sabe! Mas a adivinhar pela Parábola do Filho Pródigo a quem o Pai esperou ansiosamente para abraçar e encher dos mais variados mimos... a morte corporal terá de ser um momento muito importante para cada um de nós!
Jesus/Deus, criou-nos com um corpo visível que ficará cá pela terra, porque Ele quer-nos vivos... quer-nos espiritualmente vivos, libertos das garras do ódio e da mentira, quer encher-nos da Sua Graça para nos fazer felizes, muito felizes já neste mundo como primícias da vida de felicidade que nos espera para além desta vida.
O verdadeiro Natal que Jesus quer para nós é o de conseguirmos ter cada vez mais consciência de que Ele habita no mais íntimo de nós mesmos para nos fazer realizados e felizes!
Advento... espera... preparação... um abrir de portas do coração para que Jesus, o verdadeiro dono dos nossos corações e das nossas vidas, possa orientar-nos numa vida de total entrega e dedicação a Deus e aos irmãos que, bons ou menos bons, de formas bem distintas, representam Deus junto de nós!

Uma boa primeira semana de Advento!   

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

AMOR… PRECISAMOS DE MUITO AMOR!

Final de ano; princípio de ano; tempo de reflexão e mudança no que tiver de ser mudado!
O início do Ano da Misericórdia avizinha-se! E com ele o olhar para tudo quanto necessita de mais atenção!
Aflige-nos o terrorismo! O ódio! A indiferença!
Em suma… desejamos pessoas realizadas e felizes, pois aflige-nos tudo quanto dá à humanidade um mal-estar geral!
Fala-se muito de pobreza! Mas quando se fala de pobreza olhamos para a falta de meios materiais de sobrevivência! Claro que esse tipo de pobreza é a que se vê mais claramente! Mas ainda assim… também essa nos engana, pois há muitas pessoas que passam despercebidas por a vida os ter ensinado a viver e a sentir-se bem com muito pouco!
Mas… a maior das pobrezas não conseguimos vê-las com os olhos do corpo, precisamos de usar os olhos da alma, do coração!
E esse tipo de pobreza não se consegue eliminar com saquinhos de alimentos… mas com muita atenção, carinho e ternura, com tempo gasto a ouvir e compreender, com jeito de ajudar a crescer, a sentir-se útil, importante, responsável!...
Quanto isso custo… é só experimentar!
Este tipo e pobreza é muito maior do que a material… e quantas vezes está mesmo na raiz das pobrezas materiais!
Este tipo de pobreza precisa de muito amor para poder ser sanado!
Podemos não compreender ou não querer aceitar, mas tudo tem de começar na família, tudo começa na família!
Família, escola de amor, de doação, de compreensão, de partilha, de aconchego, de carinho, de ternura, de tudo quanto poderá levar à vivência do verdadeiro amor ou modo de viver ao jeito de JESUS Cristo!
Recordo, a respeito, algumas frases muito importantes do Papa Francisco:
 “A família vive da promessa de amor e fidelidade que o homem e a mulher se fazem reciprocamente. A fidelidade à promessa feita é uma verdadeira obra-prima de humanidade! Olhando a sua arrojada beleza, sentimo-nos atemorizados; mas, se desprezarmos a sua corajosa tenacidade, estamos perdidos. Nenhuma relação de amor – nenhuma amizade, nenhuma forma de bem-querer, nenhuma felicidade do bem comum – atinge a altura do nosso desejo e da nossa esperança, se aí não habitar este milagre da alma. E digo «milagre», porque, apesar de tudo, a força e a persuasão da fidelidade não cessam jamais de nos encantar e surpreender. A honra à palavra dada, a fidelidade à promessa não se pode comprar nem vender; não se pode impor pela força, mas também não se pode guardar sem sacrifício. Se a família não ensinar esta verdade do amor, nenhuma outra escola o poderá fazer. Há que restituir a honra social devida à fidelidade do amor. É necessário subtrair à clandestinidade o milagre diário de milhões de homens e mulheres que regeneram o próprio alicerce familiar, do qual vive toda a sociedade e que não o pode garantir de qualquer outro modo. Por isso Deus inscreveu este princípio da fidelidade à promessa do amor e da geração na obra da criação como uma bênção perene, à qual está confiado o mundo”.
O amor exige sacrifício, mas a felicidade que se pode ver nas pessoas amadas... recompensa muito bem!
É só experimentar!
Neste fim-de-semana tão especial... se ainda não O encontramos a sério, que consigamos encontrar verdadeiramente o verdadeiro Amor, Jesus Cristo!
Porque... sem amor ninguém poderá sobreviver! Precisamos, sim, de muito, muito amor!
O sentirmo-nos amados dá-nos mais força para viver! Jesus ama-nos… muito… e sempre… independentemente do que tivermos feito ou façamos o que fizermos!
Que satisfação! O saber que Ele nos ama e a única coisa que deseja de nós é que nos deixemos amar por Ele que nos levará onde nem sequer conseguimos imaginar!
Para todos e todas, as maiores felicidades e bem-estar!

Que Jesus nos ajude!

domingo, 22 de novembro de 2015

SENHOR JESUS CRISTO REI DO UNIVERSO!

Rei do Universo! O Universo em que estamos inseridos neste planeta lindo onde vivemos… e onde Jesus Cristo é Rei!
Mas… Ele mesmo diz que o Seu Reino não é deste mundo… Jesus é Rei do Universo ou não é Rei do Universo?
Claro que é! Jesus Cristo é o Rei do Universo! Quando Ele diz que o Seu Reino não é deste mundo não se refere ao maravilhoso planeta em que habitamos, mas sim à forma o habitamos e como nele vivemos connosco mesmo e com todas as pessoas e coisas que nos rodeiam!
‘O Meu Reino não é deste mundo!’… De que mundo é que Jesus Cristo não é Rei???!!!...
O Reino de Jesus Cristo não é do mundo do ódio, da incompreensão, da guerra, da destruição, do orgulho, da prepotência, da maldade, do poder, da vaidade, da injustiça, do terror, da violência… e tantas coisas mais! Claro que este não é, não poder ser de forma alguma o Reino de Jesus Cristo, pois não faz parte do que Ele exemplificou e pregou!
O Reino de Jesus Cristo é deste mundo de indiferença e maledicência… claro que é… mas foi para nos exemplificar as verdadeiras bases do Seu Reino neste mundo que Ele veio viver entre nós!
Foi para nos dizer, mostrar, exemplificar este Seu Reino que Jesus decidiu vir habitar entre nós, ser como um de nós, carregar com os mesmos problemas que nós carregamos e sofrer as mesmas incompreensões que nós sofremos!...
Jesus, Amor como o Pai, foi o exemplo vivo de que nunca podemos odiar, importunar, implicar com quem quer que seja… como tantas vezes fazemos.
A forma como Jesus viveu protegendo e servindo os pobres, os desfavorecidos, os doentes, os velhinhos… até mesmo os fora da lei… é o Seu Reino entre nós!
Então… é caso para pensarmos se, de facto, os valores que adoptamos na nossa vida são os mesmos que Jesus adoptou!
Teremos muitos desvios, quedas e ressurgimentos… que terão muito valor na medida em que nos servirão de aprendizagem e enraizamento do Amor e da Fé ao longo da caminhada!
Deus sabe das nossas fraquezas e debilidades, mas também da nossa coragem e determinação, pois permanece sempre connosco como parte de nós, pena que nem sempre consigamos valorizar a Sua inefável presença.

Que o Espírito Santo nos ajude!  

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

REFLECTINDO…

No final de uma vigília de oração que antecede a sepultura de duas pessoas, nada melhor do que pensar na medida do amor de Deus que é amar sem medida!
E para ajudar… nada melhor do que um pouquinho de uma das homilias do Papa Francisco:
“Deus sempre dá com abundância a sua graça aos homens que, por sua vez, "medem as situações", mas a compreensão da abundância do amor divino é fruto da graça.
Este é o amor de Deus: sem medida”. Os critérios humanos, contudo, medem as situações com medidas pequenas. A salvação trazida por Jesus, que supera a queda de Adão é uma demonstração desta doação com abundância. E a salvação “é a amizade entre nós e Ele”.
Como Deus dá, no caso da amizade, a nossa salvação? Como diz que dará a nós quando fazemos uma boa ação: uma medida boa, cheia, transbordante... isto sugere a abundância, palavra repetida três vezes nesta passagem. Deus dá na abundância até o ponto de dizer a Paulo: ‘onde avultou o pecado, superabundou a graça’. Este é o amor de Deus: sem medida.
Sem medidas, como o pai da parábola evangélica, que todos os dias observa o horizonte para ver se seu filho decidiu voltar. “O coração de Deus não é fechado, é sempre aberto. E quando chegamos, como aquele filho, ele nos abraça e beija: É um Deus que festeja”.
“Deus não é mesquinho: Ele não conhece a mesquinhez. Ele dá tudo. Deus não fica parado: Ele olha e espera que nós nos convertamos. Deus é um Deus que sai: sai para procurar, busca cada um de nós. Todos os dias Ele nos procura, está nos procurando. Como já fez e já diz, na Parábola da ovelha perdida ou da dracma perdida: procura. É sempre assim”.
No céu, “se faz mais festa” por um só pecador que se converte que para cem que permanecem justos. No entanto, "não é fácil, com nossos critérios humanos”, pequenos e limitados, "entender o amor de Deus". Entende-se por uma "graça", como compreendeu a freira de 84 anos, que andava pelos corredores do hospital falando, com um sorriso, sobre o amor de Deus aos doentes. Ela teve "o dom de entender este mistério”, esta superabundância do amor de Deus, que muitos não conseguem entender.
“É verdade, nós sempre temos o costume de medir as situações, as coisas, com medidas que possuímos, mas são medidas pequenas”. “Por isso nos faria bem pedir ao Espírito Santo a graça de aproximarmo-nos pelo menos um pouco, para entendermos este amor e termos vontade de ser abraçados e beijados com a medida sem limites”.”
Pois! Não há pessoas boas ou menos boas... há pessoas com defeitos e qualidades nesta casa comum que é o mundo onde nos foi dado por Deus viver na busca de num qualquer segundo de um qualquer dia partir para eterna casa comum a que chamamos céu.
E pensando assim... teremos que dizer muito claramente que bendita a morte que nos abrirá a porta da verdadeira vida, eternamente junto de Deus.
Então... a conclusão a que tenho de chegar é que estas duas pessoas por quem rezamos na vigília desta noite já estão eternamente nos braços amorosos do Pai Eterno ou Deus!
Este pensar e sentir na certeza de que Jesus, Caminho, Verdade e Vida, nunca por nunca nos enganará, é a única forma de podermos superar a partida de alguém muito querido e de esperarmos calma e confiadamente a nossa partida também!
Só assim, a vida poderá ser bela como Deus a sonhou para nós!

Que o Espírito Santo nos ajude!

terça-feira, 17 de novembro de 2015

«ZAQUEU, DESCE DEPRESSA»

Cada um de nós… é um Zaqueu!... Um Zaqueu a quem Jesus conhece perfeitamente, ama desmedidamente, e faz tudo para que seja feliz!
Sim! Jesus quer a felicidade de todos os homens e mulheres, de todas as raças religiões e costumes!
Jesus veio mostrar Deus, mostrar como se deve viver de acordo com a vontade do Pai do Céu, de Deus!
Então, constantemente, vai-nos segredando para descermos dos nossos querer o que não é bom para nós, dos nossos maus hábitos e atitudes, dos nossos egoísmos, da nossa vaidade, da nossa prepotência…
Tantas escadas que temos de descer para podermos subir ao patamar que Deus tem para nós!
Vamos meditar um pouquinho do que nos diz
Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano de Estrasburgo
Sermão 68, retirado do Evangelho Quotidiano:

“Lemos no evangelho que Zaqueu quis ver Nosso Senhor, mas era muito pequeno. Que fez ele? Subiu a uma figueira seca. Assim faz o homem: deseja ver Aquele que opera maravilhas e causa um tumulto nele; mas, como não tem estatura suficiente para isso, tem de subir a uma figueira seca. A figueira morta simboliza a morte dos sentidos e da natureza e a vida do homem interior, sobre a qual Deus é levado.
Que disse Nosso Senhor a Zaqueu? «Desce depressa.» Tens de descer, não podes reter uma única gota de consolação de todas as tuas impressões na oração, antes deves descer ao teu puro nada, à tua pobreza, à tua impotência. [...] Se te resta algum apego à natureza, é porque ainda não possuis a verdade, é porque ela ainda não se tornou um bem teu; natureza e graça trabalham ainda juntas, e não chegaste ao abandono perfeito [...]; esse estado ainda não é a pureza plena. É por isso que Deus convida esse homem a descer, quer dizer que o chama a uma renúncia plena, a um pleno desprendimento da natureza. «Hoje tenho de ficar em tua casa; hoje veio a salvação a esta casa.» Que este hoje nos aconteça para sempre!"
Mais palavras… para quê?

Que Deus nos ajude!

QUE EU VEJA, SENHOR!

A tristeza e descontrole do mundo tem a sua base na cegueira dos homens! Na enorme cegueira dos homens e mulheres! Pois não conseguem ver a beleza das plantas e dos animais, do mar, das ondas, dos montes e dos vales, e do coração dos homens e mulheres que, por muito maus que nos pareçam, são obra de Deus que os ama a todos sem peso nem medida!

Senhor… que eu veja…
as pessoas com amor e ternura;
a luz do sol para aquecer a todos, indefinidamente;
a chuva para refrescar todas as gargantas e mimar todas as flores;
o mar para alimentar todos os peixes, dar passagem a todos os navios, enviar muitas nuvens para o espaço, refrescar as praias com as mais meigas ondas;
as dificuldades a vencer com muita força e coragem como um enorme processo de crescimento;
o trabalho com dedicação;
todo o mundo com compreensão;
a vida com esperança;
a caminhada de todos os dias com muita fé…

Senhor… que eu veja… que eu sinta…
que o amor de Deus não tem medida;
que a grandeza da ternura de Deus é tão grande que acaricia todos os homens e mulheres sem distinção;
que a misericórdia de Deus não tem limites;
que todos os homens são bons e todas as mulheres são boas;
que as más atitudes dos homens e mulheres são apenas acidentes de percurso;
que a medida do amor é amar sem medida…

Senhor… que eu veja… que eu sinta… que eu faça…
tudo o que me for possível para que no mundo haja mais compreensão… aceitação… partilha… aprendizagem… crescimento… paz… muita paz!...

Senhor… que eu veja o mundo com olhos de amor…
Que todos vejamos o mundo com olhos de amor… pois será a única forma de acabar com o ódio!
Com o ódio, que é a única razão da separação de todos os corações!

Senhor… ajuda-nos a ver o que queres que vejamos!

domingo, 15 de novembro de 2015

DOIS SENHORES: DEUS OU O DINHEIRO?


Pensamos sempre que pomos Deus em primeiro lugar… e será que o fazemos?
Jesus diz-nos claramente que não podemos servir a Deus e ao dinheiro, pois são incompatíveis entre si. Deus é rico, mas de bondade e misericórdia! Assim, deveremos ter dinheiro que baste, só que baste, pois o que houver a mais alguém estará a necessitar dele!
Diz o Papa Francisco:
‘ Jesus não condena a riqueza, mas o apego à riqueza, porque divide famílias e causa guerras.’
‘Jesus “não é contra as riquezas”, mas contra colocar a própria segurança no dinheiro que pode fazer da religião uma agência de seguros.’
E diz mais:
“Pensemos nas muitas famílias que conhecemos que brigaram, brigam, não se saúdam, se odeiam por causa de herança”.  ‘O mais importante não é o amor pela família, o amor pelos filhos, pelos irmãos, pelos pais, mas mais o dinheiro. Isso destrói. Neste sentido, também as guerras que vemos hoje destroem. Existe um ideal, mas por trás está o dinheiro: o dinheiro dos traficantes de armas, o dinheiro daqueles que tiram proveito das guerras.’
‘Jesus é claro: “Tenham cuidado e fiquem longe de todos os tipos de cobiça: é perigoso. A cobiça nos dá a segurança que não é verdadeira e nos leva sim a rezar - você pode rezar, ir à igreja, mas também ter um coração apegado, e no fim isso termina mal”.’
‘Jesus conta a parábola de um homem rico, “um empresário bom”, cuja “colheita tinha sido abundante” e “estava cheio de riquezas”. E, em vez de pensar "vou compartilhar isso com meus trabalhadores para que eles tenham um pouco mais para suas famílias", ele argumenta o contrário: 'O que vou fazer, pois eu não tenho onde colocar a minha colheita?’. Por isso, “a sede do apego às riquezas nunca termina. Se você tem seu coração ligado à riqueza - quando você tem tanta - você quer mais. E este é o deus da pessoa que está apegada às riquezas”.’
‘O caminho da salvação são as bem-aventuranças: "O primeiro é a pobreza de espírito", não estar apegado às riquezas que se você possuir, "são para o serviço dos outros, para compartilhar, para levar as pessoas adiante". O sinal de que não estamos "neste pecado de idolatria" é dar esmolas, dar "aos necessitados" e dar não o supérfluo, mas o que me custa “algumas privações" porque talvez "é necessário para mim ". Este é um bom sinal, significa que é maior o amor por Deus que o apego às riquezas.’
Agora... três perguntas indicadas para fazer a nós mesmos: Dou? Quanto dou? Como dou?
Dou ‘Como Jesus dá, com a carícia do amor ou como quem paga um imposto? Como dou?'. ‘Mas padre, o que o senhor quer dizer com isso?’. Quando você ajuda alguém, você olha nos olhos? Toca a sua mão? É a carne de Cristo, é o seu irmão, sua irmã. E você naquele momento é como o Pai que não deixa faltar o alimento para as aves do Céu. Com quanto amor o Pai dá.’
E por fim ‘o Papa Francisco convidou a pedir a Deus “a graça de estar livres desta idolatria, do apego às riquezas; a graça de olhar para Ele, tão rico em seu amor e tão rico em generosidade, na sua misericórdia; e a graça para ajudar os outros com o exercício da caridade, mas como ele faz”.
Perante toda esta maravilhosa explicação... será que... de facto... estou a colocar Deus em primeiro lugar na minha vida?
Nesta semaninha que falta para o final do Ano Litúrgico é um tempo maravilhoso para pensar e enveredar pelo caminho de novas atitudes, se for o caso!

Que Deus nos ajude!

sábado, 14 de novembro de 2015

PARA DEUS NÃO HÁ FIM…

Quando mais jovem, este tempo litúrgico punha-me a cabeça à roda! Tudo se me apresentava com muito medo do fim!
Aos poucos… tudo se me foi clareando!
Para Deus, o eterno, não há fim! Não pode haver fim! Mas sempre o princípio!
Quando nascemos estamos no princípio de uma caminhada, de um desabrochar para algo de novo, de uma nova vida!
Perante os atropelos do crescimento e as intempéries e descaminhos da vida, Deus espera que encontremos o nosso verdadeiro caminho, aquele caminho que Ele sonhou para nós!
Deus espera… dizemos nós! Dizemos… na nossa linguagem humana! Mas se Deus tem conhecimento de tudo, Ele espera… ou tem a certeza?!...
Não sabemos… mas também isso não importa!
Deus é Amor! Deus é alegria e felicidade! Deus é misericórdia e Amor infinito! Jesus veio ensinar-nos o Amor, misericórdia e ternura de Deus, que é bom, não faz mal a ninguém, não castiga ninguém, simplesmente, AMA!
Não consigo perceber Deus perante todas estas atrocidades que têm acontecido no mundo! Talvez… recebendo os fisicamente mortos nos Seus braços amorosos, e aos que ainda continuam a viver em carne e osso como nós, chamando-os das mais diversas formas a não provocarem desamores, desventuras, brigas, desconcertos, guerras e perseguições, mas de interior e exteriormente nascerem para uma vida nova de amor e paz, para que haja mais compreensão, aceitação, paz, amor e felicidade em todos os homens e mulheres!
Ficar preocupados com o fim do mundo físico onde vivemos… para quê? O fim do mundo de que Jesus nos fala no Evangelho deste domingo é o fim do ódio e incompreensão para podermos viver a vida sempre nova que Deus quer, uma vida de doação, partilha, carinho, amor e paz, porque esse é o fim para que fomos criados!  

Que Deus nos ajude!

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

SEM MAIS PALAVRAS!

O mundo é cheio de surpresas! E surpresas são sempre agradáveis! Ou quase sempre!
Na Golegã… decorre a feira Nacional do Cavalo e Feira Internacional do Cavalo Lusitano, espaço por mim trilhado no tempo apenas uma vez num dia de muita e desvairada chuva! Bem ao contrário do que agora tem acontecido, pois, com belos dias de sol brilhante, o tempo tem decorrido calmamente no meio de um natural canto de fado espalhado por todas as ruas… à mistura com um ritmado trautear de cavalos montados por pessoas indistintas desde a mais tenra à mais avançada idade… e ainda sob o ténue gemido das carroças… muitas carroças lindas… lindas… das mais simples às mais diversa e sofisticadamente engalanadas… onde a calma e descontracção vão pairando levemente pelo ar à mistura com o fumo que a castanha, ao assar, lenta e delicadamente, vai deixando que se espalhe enchendo as narinas de um perfume original e característico e formando ao redor como que um leve e apetitoso nevoeiro!
Perante os olhares curiosos dos forasteiros as ruas vão sendo calcorreadas constantemente por cavalos e cavaleiros e as artes tauromáquicas vão-se sucedendo um pouco por toda a parte mas principalmente no Picadeiro Municipal!
Por inúmeras ruas, a distrair a monotonia do espaço, espalham-se feirantes à mistura com restaurantes e barracas de comes e bebes para todos os gostos, sabores e carteiras!
E no esperado Dia de São Martinho, frente à porta da enorme igreja quinhentista um pequeno andor elegantemente enfeitado envergava a pequena imagem do grande Santo na espera ansiosa de uma engalanada romaria para bênção de cavaleiros, cavalos, carroças e de todo o povo em geral!
Numa época em que tudo gira sem cessar em torno de políticas politiqueiros e politiquices… aqui, como que desligados do resto do mundo… vive-se numa imensa tranquilidade e paz!
É bem caso para dizer: louvado seja o Senhor!
Não sei quantas mais surpresas haverá por aqui, mas que o carinho e ternura de Deus passeiam pelas ruas connosco, passo a passo, é uma verdade sensível e inquestionável!

Sem mais palavras!... É só mesmo ver… para crer!...

terça-feira, 10 de novembro de 2015

MUDAM-SE OS TEMPOS…

 “Mudam-se os tempos… mudam-se as vontades”!... Mas ao longo das mudanças do tempo a vontade de seguir Jesus Cristo terá mesmo que resistir!
 Sim, os tempos vão demarcando o seu curso e mudando opiniões e maneiras de estar, quanto a isso tudo bem!
E nós, como vamos acompanhando as mudanças no  tempo?
Algumas frases muito importantes do papa Francisco:
Os cristãos têm que fazer o que Cristo quer: valorizar os tempos e mudar com eles, permanecendo “fieis na verdade do Evangelho”. O que não é permitido é “o tranquilo conformismo que, de fato, faz ficar parado".
Temos que prestar muita atenção ao que poderá vir a ser o nosso papel nas sucessivas mudanças que o tempo vai proporcionando:
Qual é a mensagem que o Senhor quer me dar com o sinal dos tempos? Para entender os sinais dos tempos, antes de mais nada é preciso o silêncio: fazer silêncio e observar. E depois refletir dentro de nós”. “Por que existem tantas guerras agora? Por que aconteceu algo? E rezar... silêncio, reflexão e oração. Somente assim poderemos entender nos sinais dos tempos o que Jesus quer dizer-nos.
Mas…
Temos que mudar firmes na fé em Jesus Cristo, firmes na verdade do Evangelho, mas a nossa atitude deve se mover continuamente de acordo com os sinais dos tempos. Somos livres. Somos livres pelo dom da liberdade que nos deu Jesus Cristo. Mas o nosso trabalho é olhar o que acontece dentro de nós, discernir nossos sentimentos, nossos pensamentos; e o que fazer fora de nós e discernir os sinais dos tempos. Com silêncio, com a reflexão e com a oração”.
E não devemos preocupar-nos com arrecadar muitas coisas… vejamos mais frases de Francisco:
Você pode ter muito dinheiro, mas estar vazio: não há plenitude no seu coração. Pense, nesta semana, na diferença que existe entre quantidade e plenitude. Não é questão de carteira, mas de coração. Existe uma diferença entre carteira e coração... Existem doenças cardíacas, que fazem o coração descer para a carteira... E isso não é bom! Amar a Deus “com todo o coração” significa confiar Nele, na sua providência, e servi-lo nos irmãos mais pobres sem esperar nada em troca.
Agora… também a partir de Francisco:
Uma mãe com filhos – pequenos, 5, 6 anos, 7 anos o mais velho – veio e disse: “Mamãe, tem um mendigo que pede comida”. E a mãe, uma boa cristã, pergunta pra eles: “O que vamos fazer?” – “Vamos dar comida, mãe...”. – “Então, tá bom”. Pega o garfo e a faca e tira metade do bife de cada um. “Ah, não, mãe, não! Assim não! Pega da geladeira” – “Não! Vamos fazer três sanduíches assim!". E as crianças aprenderam que a verdadeira caridade se dá, se faz não do que nos sobra, mas do que nos é necessário. Estou certo de que naquela tarde tiveram um pouco de fome... Mas, é assim que se faz!
Diante das necessidades dos outros, somos chamados a nos privar - como estas crianças, da metade dos bifes – de algo indispensável, não só do supérfluo; somos chamados a dar o tempo necessário, não apenas o que nos sobra; somos chamados a dar imediatamente e sem reservas algum dos nossos talentos, não depois de tê-lo utilizado para os nossos objetivos pessoais ou de grupo.
E perante todos estes tão belos ensinamentos… esperar… mas porquê?!...
Talvez… por coragem de os pôr em prática!...

Que Deus nos ajude!

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

TANTO… TANTO A APRENDER…

Gostei demais do que nos diz Tomás de Celano, biógrafo de São Francisco de Assis e de sua prima Santa Clara de Assis:
Francisco, pobrezinho e pai dos pobres, queria viver em tudo como pobre; sofria quando encontrava alguém mais pobre que ele, não por vaidade mas por causa da terna compaixão que os pobres suscitavam nele. Só queria ter uma túnica de tecido grosseiro e muito comum; e ainda assim, acontecia-lhe bastas vezes partilhá-la com algum infeliz. No entanto, era um pobre muito rico pois, movido pela sua grande caridade a socorrer os pobres sempre que podia, quando estava muito frio, ia ter com os ricos deste mundo e pedia-lhes que lhe emprestassem um sobretudo ou um casaco. Traziam-lhos mais depressa do que a pressa que ele se tinha dado em fazer o pedido. Ele então dizia: «Aceito com a condição de não esperarem que vo-los devolva.» E, com o coração em festa, Francisco oferecia o que acabava de receber ao primeiro pobre que encontrava.
Nada lhe causava mais pena do que ver insultar um pobre ou que dissessem mal de qualquer criatura. Um dia, um irmão deixou escapar umas palavras que magoaram um pobre que pedia esmola: «Não serás por acaso um rico a fingir de pobre?» Estas palavras caíram muito mal a Francisco, o pai dos pobres, que infligiu ao delinquente uma terrível reprimenda e lhe ordenou que se despojasse das suas vestes na presença do pobre e lhe beijasse os pés, pedindo-lhe perdão. «Quem fala mal a um pobre», dizia, «injuria a Cristo, de quem o pobre é o mais nobre símbolo neste mundo, uma vez que Cristo por nós Se fez pobre neste mundo (cf 2Cor 8,9).»
Falar mal a um pobre... julgando-se rico ou importante... não... nas saber muito bem qual será, de facto, a verdadeira riqueza que não é ser mais ou menos importante, mas fazer o que se deve na altura própria!
Umas palavras do monge cisterciense São Bernardo:
Se soubéssemos claramente em que lugar Deus coloca cada um de nós, aceitaríamos tal decisão sem nunca nos colocarmos nem acima nem abaixo desse lugar. Mas, no nosso estado presente, os decretos de Deus estão envoltos em trevas e a sua vontade está-nos oculta. Por isso, o mais seguro, de acordo com o conselho da própria Verdade, é escolhermos o último lugar, de onde nos tirarão depois com honra, para nos darem um melhor. Ao passarmos debaixo de uma porta muito baixa, podemos baixar-nos tanto quanto quisermos sem nada temer; mas, se nos levantarmos um dedo que seja acima da altura da porta, bateremos com a cabeça. É por isso que não devemos recear nenhuma humilhação, mas antes temer e reprimir o menor movimento de auto-suficiência. 
Não vos compareis, nem com os que são maiores que vós, nem com os vossos inferiores, nem com quaisquer outros, nem sequer com um só. Que sabeis sobre eles? Imaginemos um homem que parece o mais vil e desprezível de todos, cuja vida infame nos horroriza. Pensais que o podeis desprezar, não só por comparação convosco mesmos, que aparentemente viveis em sobriedade, justiça e piedade, mas até por comparação com outros malfeitores, dizendo que ele é o pior de todos. Mas sabeis se ele não será um dia melhor que vós e se o não é já aos olhos do Senhor? Por isso é que Deus não quis que ocupássemos um lugar intermédio, nem o penúltimo, nem sequer um dos últimos, mas disse: «Toma o último lugar», a fim de ficarmos verdadeiramente sós na última fila. Desse modo não pensareis, já não digo em preferir-vos, mas simplesmente em comparar-vos com quem quer que seja.
Conclusão:
Um pobre... pobre... não é uma pessoa sem nada material, mas que está disposto a repartir do que tem se houver alguém a necessitar de ajuda!
Rico... rico... não é uma pessoa que tem inúmeras riquezas materiais sempre ávida de conseguir mais riquezas, mas aquela que é capaz de ver, admirar e exaltar as qualidades morais, espirituais e humanas das pessoas que a rodeiam, e reconhecendo as suas próprias fraquezas, não se julga maior nem melhor do que ninguém, mas igual a si mesma, única e irrepetível, e com desejos de se tornar cada vez melhor!
Essa, sim, é uma pessoa grande aos olhos de Deus... e mais cedo ou mais tarde, acabará por ser também considerada grande aos olhos do mundo, senão antes, quando partir para junto de Deus!
Tanto... tanto a aprender!

Que Deus nos ajude!

domingo, 8 de novembro de 2015

DÁ TUDO O QUE TENS!...


Difícil dar tudo o que se tem… materialmente falando! Mas o ‘dá tudo o que tens’ que o Senhor Jesus nos pede, muito embora também tenha algo a ver com bens materiais quando estritamente necessários a alguém ocasionalmente carecido, tem a ver com dons naturais que a pessoa tem, carinho, atenção, ternura, aconchego, escuta, silêncio… tantas coisas que podemos dar através das nossas atitudes cheias de experiência de vida e imbuídas da maior caridade e amor! Antes e acima de tudo, é o que Jesus nos pede!
Não na arrogância de se julgar detentor da razão, verdade ou saber, mas numa total abertura à partilha de saberes e experiências na maior simplicidade que é, de facto, a maior escola de valores e a maior beleza de qualquer vida!
Desde muito pequena ouvia dizer que no meio de um monte de lixo se pode esconder uma jóia valiosa, e cada vez estou mais certa desta enormíssima verdade… que quando levada bem a sério nos leva a uma maior abertura a toda a possível novidade sem nunca julgar ninguém!
Tanta beleza de vida e tanto saber e experiência camuflados em ambientes que nos poderiam, à partida, parecer despropositados a um bom crescimento humano e cristão.
Por muito que me custe, terei de interiorizar que, muito embora tenha todo o respeito e consideração pelas pessoas que frequentam as igrejas, como eu, tenho sido agraciada por muitas surpresas boas, muito boas mesmo, provindas de pessoas que permanecem faz muito tempo afastadas delas!
Cada vez tenho mais apreço pelas palavras do Papa Francisco quando nos manda ir às ‘periferias’. Essas, de certeza, são as periferias de que nos fala! Pessoas cristãs, apenas de Baptismo, mas tão honestas e abertas à novidade e partilha e tão cheias de amor e interesse pelo bem comum!
Áh! Senhor Jesus! Se estas pessoas afastadas das igrejas tivessem a graça de tantas graças que nas igrejas nos vais dando todos os dias… seriam tão melhores do que nós!... Disso… não tenho dúvidas!
A hora é de mudança! Então, tentemos olhar o mundo com os olhos misericordiosos, compreensivos e acolhedores de Jesus, e para nós, aos pouquinhos, com avanços e recuos, os homens e mulheres, todos em geral, e cada um em particular, deixarão de nos parecer os ‘monstros’ que vemos hoje. Não tenhamos ilusões! Quando apelidamos os outros de ‘monstros’… estamos, isso sim… a dizer muito categoricamente a monstruosidade que ainda albergamos dentro de nós e urge retirar de nós a toda a pressa porque ‘amanhã poderá ser tarde’!
Jesus manda-nos dar tudo o que temos… mas… sejamos muito prudentes! Dar monstruosidade… não!

De todo… não!

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

AS VERDADEIRAS BELEZAS DA VIDA…

Não me tenho cansado de pensar na imensa beleza das folhas de Outono!
Longe vai o tempo em que detestava as folhas das árvores e arbustos quando começavam a ficar acastanhadas!…
Do colorido das folhas de Outono, sempre gostei! Folhas de muitas cores… das mais variadas cores… dos mais variados tons!
E, aos poucos… como por encanto… comecei a olhar com mais atenção as folhas que vão envelhecendo nas árvores… e a ver nelas as marcas indeléveis do tempo, o que me leva a ter por elas um enorme carinho e ternura, pois me fazem lembrar as vidas dos homens e mulheres a quem o Outono da vida vai enrugando as faces e branqueando os cabelos, e ao mesmo tempo que as pernas e braços se vão tornando menos fortes, parece que o amor, a experiência e sabedoria de vida vão aumentando gradualmente de modo a torná-las lindas… cheias de viço e cor… mais belas do que nunca!
Talvez… o facto de reconhecerem mais exactamente as suas dificuldades e fragilidades aumente a simplicidade e desapego  de modo a poderem observar os acontecimentos com muito mais realidade do que nunca,  e o Evangelho e outras escrituras sejam melhor compreendidas, aceites e integradas na vida, as torne tão… tão… amáveis e compreensivas!...
Como compreenderia, quando mais jovem, estas palavras de São João Cassiano?
«Deixa a tua terra, a tua família e a casa de teu pai» (Gn 12,1).
«Deixa a tua terra» – isto é, as riquezas da terra! «Deixa a tua família», isto é, os hábitos e os vícios passados que, agregando-se a nós desde o dia em que nascemos, estão estreitamente unidos a nós por uma espécie de parentesco. «Deixa a casa de teu pai», quer dizer, todas as ligações a este mundo que se apresentam aos nossos olhos. […]
Contemplemos, como diz o Apóstolo Paulo, «não as coisas visíveis, mas as invisíveis, porque as visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são eternas» (2Cor 4,18) […]; «nós, porém, somos cidadãos do céu» (Fil 3,20). […] Sairemos, pois, da casa do nosso antigo pai, daquele que era nosso pai segundo o homem velho desde o dia em que nascemos, desde que «éramos por natureza filhos da ira, como os demais» (Ef 2,3), e transferiremos toda a nossa atenção, todo o nosso espírito, para as coisas celestes. […] Então, a nossa alma elevar-se-á até ao mundo invisível, pela meditação constante das coisas de Deus e pela contemplação espiritual.
Nada melhor do que o tempo para nos ensinar a olhar para dentro de nós, a aceitar-nos como somos, a viver, a amar, a compreender, a escutar, a falar com o silêncio… a ser!…
Nunca imaginei a vida assim! Sempre receei cabelos brancos e pele enrugada! Hoje, não! Sinto-me uma folha que aos poucos vai passando de verde a acastanhado… e não sei a que cores mais terei de chegar! Deus o sabe!
Hoje… não olho os idosos com pena, mas com orgulho do que foram e são, dignos de acolhimento, de muita atenção, de cuidados… e também de aprendermos deles tudo quanto a vida lhes foi ensinando ao longo dos dias e nos ajudará a crescer cada vez mais como pessoas cidadãs do mundo e como cristãos!
Mas… nunca conseguiria pensar assim sem o apoio de um grupo de amigos e amigas que frequentam formação constante e que quando nos encontramos, em nome do Senhor, Ele está, de facto, no meio de nós e nos ajuda a ver cada vez mais e melhor as verdadeiras belezas da vida!

De colores!

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O CORAÇÃO DA VIDA!


A vida tem coração! De carne e não só! E o coração da vida é o coração de Deus!
É, sim! É o coração de Deus que dá coração à nossa vida! É o coração de Deus Amor que nos criou à Sua imagem e semelhança e nos vai enchendo de amor todos os nossos dias!
Às vezes não o compreendemos, pois nas adversidades da vida vamos perdendo as capacidades de compreender e aceitar esta verdade, mas é isso que Deus faz connosco, acariciar, mimar, amar, ajudar a ser feliz!
Sim! Porque Deus é Felicidade! A Felicidade é obra e dom de Deus! Ninguém é feliz por si mesmo, mas com Deus, pois ainda que o não compreenda, cada homem e mulher têm Deus em si, no mais íntimo de si mesmos, num lugar onde inúmeras vezes nem o próprio homem ou mulher conseguem ter acesso, conseguem ver. Deus é-nos mais intimo do que nós o somos a nós mesmos!  
Parece uma aberração o que estou para aqui a desabafar… mas é a mais pura das verdades! Somos obras de Deus, que têm o selo de Deus ainda que continuem a praticar as maiores barbaridades… que só são praticadas porque quem as pratica não consegue descobrir o verdadeiro Deus nem a verdadeira imagem de Deus em si!
Imagem de Deus, coração de Deus, coração da vida, vida em Deus… tanto Deus… na boca de pecadores!...
Quando pedimos perdão e conversão para os pecadores estamos a pedir perdão e conversão para nós mesmos, pois talvez, pelo não aproveitamento adequado das inúmeras graças de Deus para connosco sejamos os maiores dos pecadores! Só Deus o sabe!
Se conseguíssemos interiorizar todas estas verdades, a nossa vida e a vida do mundo seriam bem diferentes! Conseguiríamos procurar Deus, ou melhor, procurar o bem que é sempre obra de Deus no interior e vida de todas as pessoas que conhecemos, principalmente nas que nos parecem mais amargas, mais desajeitadas, mais propensas à prática do mal!
As atitudes da vida de cada um muitas vezes não são compreendidas nem pelo próprio que as pratica, mas apenas reconhecidas por Deus, pois só Deus sabe as verdadeiras razões das atitudes de cada pessoa em particular.
Nunca é demais repetir a nós mesmos: Se conseguíssemos interiorizar todas estas verdades, a nossa vida e a vida do mundo seria bem diferente!
Porque… com o reconhecimento, aceitação e esforço permanente na vivência destas verdades teríamos encontrado e decididamente interiorizado um pouquinho do coração de Deus naturalmente feliz e que tudo faz para que a humanidade em geral e cada homem e mulher em particular sejam felizes também!
Sejam muito, muito felizes!
De facto, sem sombra de dúvida, Deus é o coração da vida, o coração de toda a nossa vida e o coração de todas as vidas, pareçam ou não pareçam ter coração!
E agora: pedir ajuda a Deus para os homens… ou pedir aos homens que vão tentando descobrir a ajuda que Deus, das mais diversas formas, lhes vai dando em todos os momentos de todos os dias?!...
Talvez a última hipótese seja a mais correcta!

Talvez seja a mais correcta, não! É a mais correcta! Tenho a firme certeza! 

terça-feira, 3 de novembro de 2015

OS BRAÇOS DE DEUS!

Sim! Os braços de Deus! Se fomos criados à imagem e semelhança de Deus, é porque Deus tem braços! Ou é mesmo muito natural que tenha! Este meu modo de pensar não tem nada a ver com humanizar Deus, não tem mesmo! Mas com Deus ter dado ao homem as mãos com que prende ou solta, acaricia ou sacode, trabalha ou brinca… as nossas mãos que são muito do que nós somos, ou melhor, que fazem muito do que conseguimos fazer, que são parte integrante de nós!
Gosto muito de admirar aquela pintura não sei de que autor, que tem a ver com a Misericórdia de Deus, apresentando-O a acariciar muito meigamente com uma mão de homem outra de mulher, assim como que a dizer que Deus é Pai e Mãe, ou seja, que Deus é a plenitude do amor carinho ternura compreensão aceitação perdão misericórdia!... Como que a dizer que Deus é todo Amor, Amor, só Amor!
Claro que penso muitas vezes nos braços de Deus a acariciar os homens e mulheres, principalmente os que já estão na outra vida. Se Deus é Amor, o que não fará… então… para receber junto de Si as pessoas que deixam esta terra linda onde nos colocou?!... Nem sequer dá para imaginar!
Os braços de Deus! Deus… Pai e Mãe!
Quando penso na felicidade imensa do pai e da mãe, do homem e mulher, dos pais, aquando do nascimento dos filhos, e nos carinhos extremosos com que afagam os pequenos nascituros… penso nos braços de Deus, no que Deus terá feito de maravilhoso e bom com os homens e mulheres que já partiram desta vida… e no que fará um dia connosco!...
No que fará um dia, connosco, quando O podermos ver face a face! Porque, neste mundo lindo onde nos colocou, de quantos carinhos aconchegos e mimos nos enche em todos os segundos… é só estarmos um pouco mais de coração aberto à eterna novidade da Palavra de Jesus, atentos à imensa ternura paternal/maternal de Deus Pai e solícitos às inspirações do Divino Espírito Santo!
Não há palavras para poder explicar como convém estes sentimentos tão especiais, profundos, felizes e vivificantes!
Não!… Eu não sei se Deus tem braços! Mas imagino que tenha… e quero continuar a imaginar! A imaginar a ternura acolhedora dos Braços de Deus disposto a perdoar sempre, a acolher, e das mais diversas formas a espalhar amor entre os homens e mulheres de todos os tempos, bons ou menos bons, e de todos os credos, raças ou cores, indistintamente!

Que o Espírito Santo nos ajude, ainda que um pequeno pouquinho, a sentir-nos bem aconchegados nos braços amorosos de Deus! Pois se este aconchego de Deus for sentido profundamente por alguém, impreterivelmente, a vida desse alguém ficará diferente, pois esse alguém procurará prolongar o aconchego com todas as forças de que for capaz… tornando-se, com Deus, uma vida nova, cheio da Luz de Deus que o fará eternamente ressuscitado!

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

MORTE… RESSURREIÇÃO!

Quando pequena e mais jovem este mês de Novembro sempre me fez uma enorme confusão, pois sempre tive muita dificuldade em lidar com a morte!
Recordo que a primeiro familiar mais directo que me lembro partir deste mundo lindo foi o meu tio Joaquim, irmão mais novo do meu pai, um jovem com vinte e tantos anos que já tinha visto partir na sua frente a companheira o filho de muito tenra idade, ambos sepultados em Lisboa, no Alto de São João.
Doeu muito!… Mas quando tinha cerca de dezoito anos e partiu a mãe da minha mãe, o caso foi bem pior! Era muito ligada com ela, e como queria parecer gente grande e portar-me melhor que os adultos dei-me ao luxo de não dar ais nem verter lágrimas… mas andei imenso tempo a imaginar que ouvia tocar os sinos e com sonhos terríveis, autênticos pesadelos!
O tempo foi passando, e a vida foi-me ensinando a morte… que agora não me causa mais as confusões de antigamente, pois aos poucos fui-me habituando a ver a morte como um acontecimento natural da vida!
E quando me foi sugerido colocar lado a lado o nascimento e morte, que ao fim e ao cabo devem mesmo ser acontecimentos vistos como ‘dois nascimentos’, a saída da quentinha e aconchegante barriga da mãe para viver neste mundo e a saída deste mundo para viver num outro que Jesus Cristo nos disse ser muito bom nos braços amorosos do Pai, comecei a ficar mais tranquila.
Desde que tive a graça de poder interiorizar e sentir, não sei explicar como, o Deus Amor e Misericórdia, o medo da morte foi-se esvaindo, aos poucos! Mas… o medo do depois da morte horrorizava-me, e horrorizou-me até há bem pouco tempo!
Temos amigos que não queremos perder de forma alguma, e o pensar perder amigos para sempre dava cabo de mim!
Não sei o que me espera um dia… mas se Deus é Amor e Misericórdia infinita, justo e bom, e se fomos criados à Sua imagem e semelhança, creio firmemente que todas as pessoas, ainda as mais horríveis que nos passam parecer, têm de ter um lado bom e bonito que a Misericórdia de Deus vai ter em conta, tenho a certeza! E assim sendo… será muito mais fácil não perder Amigos, porque todos, bons e menos bons aos nossos olhares humanos, somos filhos muito queridos e predilectos de Deus que tudo fará pela felicidade de todos!
É com esta Esperança que olho, agora, o mês de Novembro! Mês de saudade, sim! De muita saudade!
Talvez pela sua história, um pouquinho de saudade a mais que todos os outros meses! Mas também um mês de Esperança na Ressurreição do último dia, do nosso último dia, do dia da nossa morte, onde deixaremos de viver neste corpo mortal para passarmos a viver numa outra dimensão da vida a que chamamos eternidade!    
E quando se diz que a eternidade tem de começar neste mundo, nada mais quer dizer do que devemos viver neste mundo a amar ao jeito de Jesus como a Sua doutrina nos propõe a cada instante!
Tanto a dizer… tanto a pensar… tanto a partilhar… tanto a aprender… tanto… tanto… tanto!…
Que o Espírito Santo nos ajude a viver eternamente ressuscitados, ou seja, libertos da prática consciente de obras de maldade, e numa vida de inteira e o mais perfeita possível comunhão com Deus e com os nossos irmãos com quem convivemos todos os dias!

Um Novembro muito feliz, na Paz e Amizade de Deus e dos Homens nossos irmãos!