Quanto
mais me esforço por compreender, parece que menos entendo desta situação de
mortos e de vivos!
Claro
que humanamente falando os mortos foram sepultados ou de outra qualquer forma
deixaram de estar connosco!
É
certo que há corpos de mortos que se mantém intactos como quando morreram, mas
muito poucos mesmo, e são casos muito especiais de conservação artificial ou
então um grande Dom de Deus pelas vidas que levaram neste mundo! Assim como o
Carlo Acúttis que morreu jovem e está tal qual como quando morreu!
Agora…
Deus Pai é Deus de toda a gente, indefinidamente, sejam as pessoas como forem. Temos
que lembrar o que fez com o Filho Pródigo quando voltou para casa depois de
esbanjar tudo quanto tinha recebido do Pai.
Visto
desta maneira, todos nós recebemos imensas graças de Deus, que devemos cuidar,
ou seja, desenvolver, tornar mais fortes, sermos mais coerentes com o bem e
descontentes com o mal que temos de evitar praticar!
Como
em qualquer ser estritamente humano, a perfeição não existe!
A
nossa verdadeira riqueza não está no dinheiro ou haveres que usamos neste
mundo, mas na Palavra de Deus e atitudes de Jesus, Maria e José, e outros
Santos que nos vão servindo de exemplo! Essa, é a nossa verdadeira riqueza de
vida que nos vai preparando para, ao terminar o tempo de estar neste mundo,
podermos ir com Jesus partilhar da Eternidade Feliz criada por Deus para os
homens… vivos… ou seja… que consigam viver segundo os caminhos por Ele
traçados, que consigam viver no desprendimento dos bens terrenos e no
verdadeiro amor a Deus e por Deus aos irmãos, até porque, se não conseguirmos
amar os irmãos que vemos, como poderemos amar a Deus que não conseguimos ver?
Só
há, cá para mim, uma forma de ver Deus, é senti-Lo presente bem no fundo do
coração! Coração vivo, cheio de Amor!
“”Santo
Anastácio de Antioquia (?-599) monge, depois patriarca de Antioquia
Homilia
5, sobre a Ressurreição; PG 89, 1358
«Ele
não é Deus de mortos, mas de vivos»
«Foi
para isto que Cristo morreu e voltou à vida: para ser Senhor tanto dos mortos
como dos vivos» (Rom 14,9); «Ele não é Deus de mortos, mas de vivos». Dado que
o Senhor dos mortos está vivo, os mortos já não estão mortos, mas vivos: a vida
reina neles, para que vivam e deixem de temer a morte, do mesmo modo que
«Cristo ressuscitado dos mortos já não morre» (Rom 6,9). Ressuscitados e
libertados da corrupção, já não verão a morte; participarão da ressurreição de
Cristo, tal como Ele teve parte na sua morte. Com efeito, se Ele veio à Terra,
que até então era uma prisão eterna, foi para «quebrar as portas de bronze e
despedaçar os ferrolhos de ferro» (Is 45,2), para retirar a nossa vida da
corrupção atraindo-a a Si, e nos dar a liberdade em substituição da escravidão.
O
facto de este plano de salvação ainda não estar realizado -- porque os homens
continuam a morrer e os seus corpos são desagregados pela morte -- não deve ser
motivo de incredulidade. Já recebemos as primícias daquilo que nos foi
prometido, na pessoa daquele que é o nosso Primogénito [...]: «Com Ele nos
ressuscitou e nos sentou no alto do Céu, em Cristo» (Ef 2,6). Esperamos a plena
realização desta promessa, quando chegar o tempo fixado pelo Pai, quando
sairmos da infância e tivermos alcançado o «estado de homem perfeito» (Ef
4,13). [...] Como declarou o apóstolo Paulo, que bem o sabia, isso acontecerá a
todo o género humano, por Cristo, que «transfigurará os nossos pobres corpos à
imagem do seu corpo glorioso»(Fil 3,21). [...] O corpo glorioso de Cristo não é
diferente do corpo «semeado na fraqueza, desprezível» ( 1Cor 15,43); é o mesmo
corpo, transformado em glória. E o que Cristo realizou conduzindo ao Pai a sua
própria humanidade, primeiro exemplar da nossa natureza, fá-lo-á para toda a
humanidade segundo a sua promessa: «Quando Eu for elevado da Terra, atrairei
todos a Mim» (Jo 12,32).””
Jesus
já foi elevado da Terra, embora continue na Terra, presente na Palavra e na
Eucaristia para nosso alimento, para alimentar a vida de Deus em nós!
Abramos-Lhe
todo o coração!
Que
o Seu Espírito Santo nos proteja sempre, amém!
Hermínia
Nadais