domingo, 30 de agosto de 2015

QUEM ENTRARÁ NO SEU SANTUÁRIO!


Sim! Quem entrará no Santuário de Deus! Mas... onde será o Santuário de Deus?!
Na busca de Deus entramos em muitos santuários pomposos... mas mesmo aí podemos não O encontrar, porque o Santuário de Deus não é feito por mãos humanas.
O Santuário que Deus quer habitar e ser ali bem aceite é o coração do homem e da mulher, é o mais íntimo das pessoas. E tenhamos consciência disso ou não, é ali que Ele habita, ainda que debaixo das maiores fraquezas que possamos ver nas pessoas, Deus está lá à espera que O descubram e sejam felizes com Ele.
O Santuário de Deus é em todo o lugar, pois em todo e qualquer lugar Deus está, mesmo onde, dadas as más condições sociais e humanas, nunca poderíamos imaginá-lO. E segundo Jesus Cristo Filho de Deus e Deus como o Pai, é aí onde Ele está mais presente.
Se não, vejamos o que um simples homem/pai é capaz de fazer pelos seus filhos!... Mas Deus não é um Pai como qualquer pai humano, além de acumular as funções de Mãe e Pai, é paciente e compreensivo, cheio de misericórdia e fidelidade, carinhoso e bom, que não se cansa de nos dar a mão e preparar caminhos para sairmos das nossas fraquezas e vivermos satisfeitos e felizes como Ele deseja.
Para isso, devemos ver Deus na Natureza, escutar a Sua Palavra e dar toda a tenção uns aos outros; não só escutar  a Palavra de Deus, mas interiorizá-la, estudá-la, aprofundá-la, a sós e em comunidade para ver o que nos quer dizer na nossa época actual e no contexto em que vivemos, contexto pessoal, familiar e social; depois por em prática todos os ensinamentos que a Palavra de Deus nos vai dando em todos os momentos, orientando a nossa vida de acordo com os princípios de justiça e equidade, fraternidade e solidariedade social em todos os ambientes em que nos movimentarmos, sejam cristãos ou mundanos.
Esta será uma forma de conseguirmos comunidades mais abertas, justas, fraternas e solidárias, onde a partilha de bem materiais e mais ainda espirituais leve a que todos se sintam unidos, alegres e felizes.
O Santuário de Deus... o mundo belo em que vivemos é um maravilhoso Santuário de Deus! Urge enveredar o maior esforço para que os homens e mulheres, sem medos, respeitos humanos ou hipocrisias, aprendam a ver em primeiro lugar sempre e em tudo o que há de bom, para que possam viver na esperança de um mundo melhor onde a Fé no Deus Bondade, Justiça e Amor esteja presente em todos os corações sem excepção dando largas a uma verdadeira vida de caridade fraterna ou Amor a Deus e aos irmãos.
Qualquer pessoa, consciente ou inconscientemente, é pertença de Deus e está no Santuário de Deus. Mas o querer viver segundo Deus e sentir-se no Seu Santuário leva-nos a senti-lO tão fortemente com sensações tais que não há palavras para as exprimir! Só mesmo pedindo experimentai e senti! Ou então fazendo nossas as palavras de Jesus: Vinde e vede!

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

ETERNA NOVIDADE!



Sim! O Evangelho, se conseguirmos prestar um pouco de atenção a tudo o que nos chega e se lhe refere é, de facto, uma eterna novidade! Ontem foi o dia de Santa Mónica; hoje do filho, Santo Agostinho! Na Eucaristia de ontem foi-nos sugerido estarmos atentos e despertos na espera de Jesus/Deus. Gostei demais do que, a respeito, nos diz São Macário:
“Para rezar, não são precisos gestos, nem gritos, nem silêncio, nem genuflexões. A nossa oração, ao mesmo tempo sábia e fervorosa, deve ser uma espera de Deus, até que Ele venha visitar a nossa alma por todas as suas vias de acesso, por todos os seus caminhos, por todos os seus sentidos. Demos tréguas aos nossos silêncios, aos nossos gemidos, aos nossos soluços: não procuremos na oração senão o abraço apertado de Deus.
Não é verdade que, no trabalho, empregamos todo o nosso corpo num mesmo esforço? Não colaboram nisso todos os nossos membros? Pois que também a nossa alma se consagre toda à oração e ao amor do Senhor; que não se deixe distrair nem bloquear com pensamentos; que toda ela seja espera de Cristo. Então Cristo ilumina-la-á, ensinar-lhe-á a verdadeira oração, conceder-lhe-á a súplica pura e espiritual de acordo com a vontade de Deus, a adoração «em espírito e verdade» (Jo 4,24).
Aquele que exerce um comércio não procura simplesmente ter lucro. Esforça-se também, por todos os meios, por aumentá-lo e acrescentá-lo: empreende novas viagens e renuncia às que lhe parecem não trazer proveito; só parte com a esperança de um negócio. Como ele, saibamos também conduzir a nossa alma pelos caminhos mais diversos e mais oportunos e adquiriremos, oh ganho supremo e verdadeiro, esse Deus que nos ensina a rezar na verdade.
O Senhor repousa numa alma fervorosa, faz dela o seu trono de glória, ali Se senta e ali permanece."
Hoje... aparece-nos a parábola das dez virgens acerca do que São Gregório Magno diz:
“«As insensatas, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo, enquanto as prudentes, com as lâmpadas, levaram azeite nas almotolias.» O azeite designa aqui o esplendor da glória; as almotolias são os nossos corações, onde guardamos todos os nossos pensamentos. As virgens prudentes levam azeite nas almotolias, porque guardam na sua consciência todo o esplendor da sua glória, como diz São Paulo: «O que faz a nossa glória é o testemunho da nossa consciência» (2Cor 1,12). As virgens loucas, pelo contrário, não levam azeite consigo porque não guardam a sua glória no segredo do coração, isto é, fazem-na depender dos louvores dos outros.
«No meio da noite ouviu-se um brado: "Aí vem o esposo; ide ao seu encontro".» Todas as virgens se levantaram. Mas as candeias das virgens loucas apagaram-se, porque as suas obras, que de fora pareciam resplandecentes aos olhos dos homens, por dentro não eram mais do que trevas; e não receberam de Deus nenhuma recompensa, considerando que já tinham recebido dos homens os louvores que as satisfaziam."
Achei curioso ambas as meditações nos falarem de glória de Deus! Então, lembrou-me duma explicação que ouvi faz tempo, me sensibilizou imenso e passo a partilhar.
Na nossa época, falar de glória é de algo muito grandioso e importante, pelo que, quando ouvimos falar na glória de Deus imaginamos logo a Sua suma importância ou a importância de quem é glorificado em Deus, os santos, cujas imagens estão lá no alto, nos altares. Mas no tempo e meio ambiente de Jesus o termo glória não significava nada disto. Uma pessoa gloriosa era verdadeira, honrada, com firmeza de carácter, certeza de sentimentos, que sabia ver e interiorizar a razão e assumir-se perante ela, que não mudava de opiniões, que não magoava ninguém, que era presente a quem necessitasse... ora... esta é a glória de Deus e o que Deus quer de nós!
Que Ele seja louvado!

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

MARAVILHA DAS MARAVILHAS

Maravilha das maravilhas!
Imaginem o meu neto mais novo de nove anos a ensinar-me a usar o telemovel!
Lindo de se ver e melhor de se sentir!
Uma sensação inexplicavel.
Já quem me ensinou a jogar no computador foi o outro neto... e os outros também me vão dando explicações.
Os meus filhos, genro e nora podem sentir-se imensamente felizes com os filhos maravilhosos que têm. Eles também são maravilhosos. Que Deus seja louvado.
A minha primeira postagem a partir do telemóvel, graças ao meu querido netinho pois a delicadeza, a atenção e sabedoria dos demais não conseguiu  remover a minha louca ignorância.
Desculpem os meus desabafos. Um enorme obrigada a todos, marido, filhos, irmãos, sobrinhos... obrigada pela paciência e atenção desvelada que tendes tido para comigo.
O melhor do mundo e da vida para todos... e também para os meus amigos.

NUNCA SERÁ DEMAIS...



Nunca será demais falar sobre a Sagrada Eucaristia.
Gosto muito das meditações apresentadas pela Padre António Riviero!
Quanto à Sagrada Eucaristia, vou escrever eu para quê?
Leiamos com muita atenção o que ele nos diz no respeitante à Eucaristia banquete que nos une a Jesus Cristo na comunhão:
…” não é qualquer comida, mas comida celestial. Para esta comida são convidados todos sem exceção, como diz São Francisco de Sales: “os perfeitos para não decair; os imperfeitos, para aspirar à perfeição; os fortes para não enfraquecerem; os fracos para se robustecerem; os doentes para se curarem; os sãos para não se enfermem” (Introdução à vida devota, II, 21). Logicamente com as devidas disposições.
Em primeiro lugar, valorizemos este aspecto da Eucaristia como banquete que nos une a Cristo. Banquete sagrado da comunhão no Corpo e no Sangue do Senhor. Mediante a comunhão, Cristo entra em comum união íntima connosco. Faz-nos participes da sua vida divina. Somos contemporâneos da Última Ceia. Conserva, aumenta e renova a vida de graça recebida no batismo. Separa-nos do pecado. Apaga os pecados veniais. Preserva-nos dos pecados futuros. E nos dá o penhor da glória futura, como já vimos. A aspiração à comunhão com Deus está presente em todas as religiões. A partir daí os sacrifícios e comidas sagradas nas que se considera que Deus compartilha algo com o homem. Esses sacrifícios do Antigo Testamento preparam já esse desejo do homem de entrar em comunhão com Deus. Foi Cristo quem encheu esse desejo do homem. Com a sua Encarnação, Cristo compartilhou a nossa natureza humana para fazer-nos participes da sua natureza divina. Foi na Eucaristia onde Deus concretizou e fez realidade este desejo do homem. De uma maneira plástica São João Crisóstomo diz: “Temos que beber o cálice como se puséssemos os lábios no lado aberto de Cristo”.
Em segundo lugar, que efeitos produz, pois, esta comunhão do Corpo e do Sangue de Cristo em nós? Efeito cristológico: incorpora-nos a Cristo, aumentando a graça e concedendo-nos o perdão dos pecados veniais. Efeito eclesiológico: une-nos à Igreja, corpo místico de Cristo, pois a Eucaristia simboliza a unidade da Igreja; mais ainda, constrói e edifica a Igreja como nos diz Santo Agostinho e nos recordou São João Paulo II na sua encíclica sobre a Eucaristia. Efeito escatológico: a Eucaristia é o banquete do Reino, inaugurado por Cristo e que se consumará de forma definitiva no céu. A Eucaristia é figura do banquete celestial. A Eucaristia antecipa o gozo do banquete futuro. A comunhão é o germe e o remédio de imortalidade, como nos disse Santo Inácio de Antioquia.
Finalmente, agora bem, para entrar neste banquete se necessitam umas condições. Primeiro, fé, pois a Eucaristia é um mistério de fé. Vemos, saboreamos e tocamos pão; mas já não é pão, senão o Corpo Sacratíssimo de Cristo e o Sangue bendito de Cristo. “Não te perguntes se isto é verdade, mas acolhe melhor com fé as palavras do Senhor, porque Ele, que é a Verdade, não mente” (Santo Tomás de Aquino, Summa Theologiae III, 75, 1). Segundo, humildade, para reconhecermo-nos famintos e necessitados desse Pão de vida eterna. Quem estiver farto e cheio dos manjares terrenos, dificilmente terá fome deste manjar celestial. Terceiro, com a alma limpa de pecado grave. A alma em graça é o traje de festa que pedia Jesus (cf. Mt 22,11). São João Crisóstomo diz: “Se te aproximares bem purificado, recebes grande beneficio; se te aproximares manchado de culpa, fazes-te merecedor da pena e do castigo eterno. Porque com as tuas culpas o crucificas de novo” (Homilia evangelho de São João 45). Junto a estas disposições interiores estão as disposições externas: jejum, isto é, não comer nada uma hora antes de comungar; o modo digno de vestir e as posturas respeitosas. O cura de Ars dizia: “Devemos nos apresentar com vestidos decentes: não pretendendo ser trajes nem enfeites ricos, mas não devem ser descuidados e gastados... tendes que vir bem penteados, com o rosto e as mãos limpas” (Sermão sobre a comunhão).
Para refletir: Aproximo-me à santa missa e à santa comunhão com a alma em graça? Tenho fome de Cristo Eucaristia ou posso passar meses e meses sem comungar? No caso de que eu não possa comungar sacramentalmente, já aprendi a fazer uma comunhão espiritual?
Para rezar: Obrigado, Senhor, porque na Última Ceia partistes o vosso pão e vinho em infinitos pedaços, para saciar a nossa fome e a nossa sede... Obrigado, Senhor, porque no pão e no vinho nos entregais a vossa vida e nos encheis da vossa presença. Obrigado, Senhor, porque nos amastes até o final, até o extremo que se pode amar: morrer por outro, dar a vida por outro. Obrigado, Senhor, porque quisestes celebrar a vossa entrega, ao redor de uma mesa com os vossos amigos, para que eles fossem uma comunidade de amor. Obrigado, Senhor, porque na Eucaristia nos fazeis UM convosco, na medida em que estamos dispostos a entregar a nossa... Obrigado, Senhor, porque todo o dia pode ser uma preparação para celebrar e compartilhar a Eucaristia... Obrigado, Senhor, porque todos os dias eu posso voltar a começar..., e continuar o meu caminho de fraternidade com os meus irmãos, e o meu caminho de transformação em Vós.”
Para mim e para todos... uma óptima meditação é o meu maior desejo!
Nunca será demais falar, meditar, viver a Eucaristia, pois Ela é o maior elo de união a Deus e aos irmãos e a fonte de todas as graças na nossa vida e na vida do mundo!
Nunca poderemos esquecer que a união faz a força, a força de que o mundo necessita!
Amemos muito o Senhor Jesus na Sagrada Eucaristia!
Que sempre seja louvado!

terça-feira, 25 de agosto de 2015

VIVER AS FÉRIAS...



Sempre dei muito valor à alternância entre trabalho e descanso, mas nunca me tinha debruçado a sério sobre o gozo de férias!
Hoje, penso seriamente que viver as férias terá de ser uma festa! Fazer festa, encontrar-se mais consigo mesmo, com os familiares, com amigos, com a Natureza, com Deus.
Viver as férias é dar mais tempo ao carinho, à dedicação à partilha, à escuta, à atenção, ao acolhimento, à contemplação...   
Não numas férias individuais, mas feitas em família, se possível numa pequena saída do espaço habitual para fugir ao ritmo diário de vida, aos rituais quotidianos!
Falo por experiência própria a alheia!
Peço atenção a algumas palavras do Papa Francisco de que gostei muito e se podem muito bem adaptar ao tempo de férias.
"A festa é uma invenção de Deus. No Génesis fala que Deus repousou no sétimo dia. Assim, aprendemos que é preciso dedicar um tempo para contemplar e regozijar-se com o trabalho bem feito.
A festa “não é sinónimo de preguiça, mas tempo de dirigir um olhar amoroso e agradecido a tantas realidades que nos circundam: os filhos, os netos, a nossa casa, os amigos, a nossa comunidade”.
Por outro lado, “a festa também possui uma dimensão sagrada”. “É um Mandamento que tem por fim lembrar o homem que ele foi criado à imagem de Deus e que ele é senhor do trabalho, não seu escravo”. “A obsessão pelo lucro que torna tantas pessoas escravas do trabalho é algo contrário à dignidade humana, bem como a ganância que leva a querer transformar o descanso num negócio, para ganhar dinheiro”. “Acima de tudo, a festa é o tempo do encontro com Deus.
“Na Eucaristia dominical, Jesus nos dá a sua presença, o seu amor, o seu sacrifício, transfigurando todas as realidades, a começar pela própria vida familiar”.
Quantas famílias se recompõem quando conseguem tempo para pensar e conviver, pois auto analisando os próprios comportamentos e prestando mais atenção aos comportamentos dos demais acabam por descobrir e interiorizar melhor as próprias culpas e as qualidades das pessoas que os rodeiam... e acabam por ir mudando as pequenas atitudes que tanto perturbam as relações familiares!
Que Deus abençoe as nossas famílias!