sexta-feira, 28 de agosto de 2015

ETERNA NOVIDADE!



Sim! O Evangelho, se conseguirmos prestar um pouco de atenção a tudo o que nos chega e se lhe refere é, de facto, uma eterna novidade! Ontem foi o dia de Santa Mónica; hoje do filho, Santo Agostinho! Na Eucaristia de ontem foi-nos sugerido estarmos atentos e despertos na espera de Jesus/Deus. Gostei demais do que, a respeito, nos diz São Macário:
“Para rezar, não são precisos gestos, nem gritos, nem silêncio, nem genuflexões. A nossa oração, ao mesmo tempo sábia e fervorosa, deve ser uma espera de Deus, até que Ele venha visitar a nossa alma por todas as suas vias de acesso, por todos os seus caminhos, por todos os seus sentidos. Demos tréguas aos nossos silêncios, aos nossos gemidos, aos nossos soluços: não procuremos na oração senão o abraço apertado de Deus.
Não é verdade que, no trabalho, empregamos todo o nosso corpo num mesmo esforço? Não colaboram nisso todos os nossos membros? Pois que também a nossa alma se consagre toda à oração e ao amor do Senhor; que não se deixe distrair nem bloquear com pensamentos; que toda ela seja espera de Cristo. Então Cristo ilumina-la-á, ensinar-lhe-á a verdadeira oração, conceder-lhe-á a súplica pura e espiritual de acordo com a vontade de Deus, a adoração «em espírito e verdade» (Jo 4,24).
Aquele que exerce um comércio não procura simplesmente ter lucro. Esforça-se também, por todos os meios, por aumentá-lo e acrescentá-lo: empreende novas viagens e renuncia às que lhe parecem não trazer proveito; só parte com a esperança de um negócio. Como ele, saibamos também conduzir a nossa alma pelos caminhos mais diversos e mais oportunos e adquiriremos, oh ganho supremo e verdadeiro, esse Deus que nos ensina a rezar na verdade.
O Senhor repousa numa alma fervorosa, faz dela o seu trono de glória, ali Se senta e ali permanece."
Hoje... aparece-nos a parábola das dez virgens acerca do que São Gregório Magno diz:
“«As insensatas, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo, enquanto as prudentes, com as lâmpadas, levaram azeite nas almotolias.» O azeite designa aqui o esplendor da glória; as almotolias são os nossos corações, onde guardamos todos os nossos pensamentos. As virgens prudentes levam azeite nas almotolias, porque guardam na sua consciência todo o esplendor da sua glória, como diz São Paulo: «O que faz a nossa glória é o testemunho da nossa consciência» (2Cor 1,12). As virgens loucas, pelo contrário, não levam azeite consigo porque não guardam a sua glória no segredo do coração, isto é, fazem-na depender dos louvores dos outros.
«No meio da noite ouviu-se um brado: "Aí vem o esposo; ide ao seu encontro".» Todas as virgens se levantaram. Mas as candeias das virgens loucas apagaram-se, porque as suas obras, que de fora pareciam resplandecentes aos olhos dos homens, por dentro não eram mais do que trevas; e não receberam de Deus nenhuma recompensa, considerando que já tinham recebido dos homens os louvores que as satisfaziam."
Achei curioso ambas as meditações nos falarem de glória de Deus! Então, lembrou-me duma explicação que ouvi faz tempo, me sensibilizou imenso e passo a partilhar.
Na nossa época, falar de glória é de algo muito grandioso e importante, pelo que, quando ouvimos falar na glória de Deus imaginamos logo a Sua suma importância ou a importância de quem é glorificado em Deus, os santos, cujas imagens estão lá no alto, nos altares. Mas no tempo e meio ambiente de Jesus o termo glória não significava nada disto. Uma pessoa gloriosa era verdadeira, honrada, com firmeza de carácter, certeza de sentimentos, que sabia ver e interiorizar a razão e assumir-se perante ela, que não mudava de opiniões, que não magoava ninguém, que era presente a quem necessitasse... ora... esta é a glória de Deus e o que Deus quer de nós!
Que Ele seja louvado!

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