INIMIGOS… MAS… QUEM SÃO OS NOSSOS INIMIGOS?!...
A Parábola do Evangelho de hoje, São Lucas 12,13-21, questiona-nos profundamente a pensarmos no que somos, no que
fazemos da nossa vida, e para o que fomos criados!
“O que preparaste para quem será?”- pergunta-nos Jesus!
O que temos junto, adquirido, neste mundo lindo onde Deus nos
colocou… para quem será?
Para ti, para mim, para nós mesmos, não é de certeza, pois
quando partirmos para a eternidade, para o que fomos criados, nada levaremos
connosco a não ser a dedicação, a compreensão, a aceitação, o amor que tivermos
dado a nossos irmãos, imagens de Deus junto de nós.
A solidão isola, destrói a pessoa humana! Não queiramos ser
únicos, melhores e maiores que os outros, seja no que for, mas sermos uma
pessoa entre todas as outras pessoas, todas criadas pelo mesmo Deus, filhas do
mesmo Pai que quer para todos uma eternidade muito feliz junto d’Ele.
Não é mau ser materialmente rico, mas temos que descobrir como
ajudar os irmãos mais necessitados com as riquezas materiais que temos.
Tudo nos foi dado por Deus. A própria Fé, é Deus que no-la
concede.
Tudo quanto temos e somos, foi, e é-nos dado por Deus em todos
os segundos da nossa vida.
Amemos, ajudemos, unamo-nos a toda a gente, de quem gostamos…
mais… ou menos… melhores ou piores pessoas, que gostem de nós ou nos façam
sofrer com a sua forma de ser e estar, pois, quando se fala na derrota dos
nossos inimigos, os nossos “inimigos” não são seres humanos, mas as nossas más
inclinações, os nossos defeitos, as nossas más atitudes a que chamamos “pecados”.
Tudo isso, tudo isto é que teremos de considerar inimigos a
derrotar em todos os décimos de segundo da nossa vida, para sermos, realmente,
o mais e melhor que pudermos e soubermos, o que Deus quer de cada um ou uma de nós.
Claro que tudo isto é difícil, leva muito tempo a conseguir um
pouquinho só, exige muitos cuidados e atenções em todos os momentos e a todas
as nossas atitudes.
Com tantos anos que já passei, integrada na Igreja porque
batizada, o mais possível ligada à Igreja e a trabalhar com e por Ela, só há
pouco tempo consegui interiorizar estas verdades tão grandes e dignificantes…
que nos tornam sempre pessoas tão pequeninas, porque conscientes da nossa
pequenez e distantes de as cumprir como devemos.
E cada dia que passa, sinto que algo de novo estou a
descobrir.
Este, de facto, é o verdadeiro crescimento na vida que devemos
partilhar com muita humildade e amor para podermos fazer, bem unidos entre nós
e ao Senhor, uma verdadeira Caminhada Sinodal que tanto nos está a ser pedida e
tão necessária se apresenta para o bem espiritual e físico de todos nós!
Que Deus nos ajude e sempre seja louvado!
Hermínia Nadais