sábado, 31 de outubro de 2015
MISSIONÁRIOS… E MISSÃO!
Para os católicos, o mês
de Outubro é dedicado às Missões!
Faz tempo que quando se
falava em Missões nos lembrava de imediato os missionários, esses homens e
mulheres que deixavam e ainda deixam tudo pela pregação do Evangelho de Jesus
Cristo nas terras distantes ou onde Ele ainda não era ou ainda não é conhecido!
Com o desenrolar dos tempos
em que a tecnologia nos aproximou mais uns dos outros mas nos tirou o tempo de
olharmos para nós mesmos e descobrirmos mais intensa e profundamente em nós o
rosto bondoso amoroso e misericordioso de Deus, aos poucos, fomos
interiorizando que, de certa forma, missionários teremos de ser todos nós, no
meio ambiente em que nos vamos movendo no decorrer dos dias!
O facto de sermos
baptizados torna-nos missionários junto dos irmãos e irmãs com quem nos
cruzamos na vida! Perante Deus, que ama a todos indefinidamente, essa é a única
diferença entre os cristãos e não cristãos! Deus precisa dos cristãos para Se
tornar conhecido de todos os outros homens e mulheres, pena que muitos cristãos
ainda não o tenham compreendido e se julguem muitas vezes melhores do que as
outras pessoas, pois face ao conhecimento que tiverem de Jesus Cristo é à encarnação
da Sua palavra na vida diária, os cristãos podem mesmo ser muito mais culpados
que quaisquer outros pelo mal-estar do mundo de hoje!
No tempo que passa, na actualidade,
a maior tarefa dos cristãos é evangelizar, sim, mas antes e acima de tudo os
cristãos apenas de Baptismo, festinhas e nada mais. Esses é que necessitam de
todo o nosso esforço de cristianização! Não basta dizer que se é, é necessário
ser na realidade!
Cristão… um outro Cristo!
Tem de procurar imitar Jesus Cristo! Aliás, quando amamos muito uma pessoa
temos tendência natural a imitar as suas atitudes, se amarmos realmente Jesus Cristo
não tenhamos dúvidas, pois tudo faremos para O imitar na nossa vida de todos os
dias!
È muito bom tentar
imitar Jesus Cristo! É uma enorme felicidade!
Que Deus nos ajude, de
facto, além de nos unirmos em oração pelos missionários que dedicam toda a sua
vida à missão de Evangelizar, a sermos verdadeiros missionários na nossa vida
diária, pois é essa a nossa missão de todos os dias!
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
APÓSTOLOS!... APÓSTOLOS!...
O Evangelho de hoje, Lc
06, 12-19, ou melhor, o comentário que lhe foi apresentado pelo Evangelho
Quotidiano tocou-me bastante.
Todos sabemos que Jesus
escolheu os Apóstolos para tornarem conhecida em todo o mundo a mensagem de
misericórdia, amor, perdão e esperança que nos veio trazer!
Os sucessores directos
dos Apóstolos são os Bispos rodeados de Padres e Diáconos para poderem dar toda
a orientação e atenção às diversas Igrejas Particulares espalhadas por todo o
mundo! E neste contexto… acabámos por nos sentir um pouquinho de fora desta
dinâmica de evangelização, o que é uma grande mentira!
Os Bispos, Padres e
Diáconos são evangelizadores como ministros ordenados que nos apresentam a
Igreja como sinal ou sacramento de salvação para todos os homens e mulheres,
indistintamente, mas como baptizados que somos, membros integrantes da mesma
Igreja, temos o dever de Evangelizar. Não como os Ministros Ordenados, mas
acima e antes de tudo com uma vida de acordo com a vontade de Jesus expressa na
Sua Doutrina! É este dever que nos faz diferentes dos demais homens e mulheres
que não vivem segundo Jesus Cristo nem conhecem a Sua Palavra ou a Sua Igreja!
Somos diferentes, sim,
mas não por sermos mais do que ninguém ou termos mais benesses do que alguém,
mas muito simplesmente porque temos o dever de evangelizar mostrando a quem nos
rodeia o quanto é bom e salutar seguir Jesus no Amor Caridade que Ele
amavelmente nos explicitou.
E tal como chamou os
Apóstolos pelo nome, é pelo nosso nome que Jesus nos chama a cada um em
particular, pois é assim que nos ama a cada um de nós, como único e
irrepetível. E é daí que advém a imensa grandeza de cada pessoa perante Deus!
Vejamos o que nos diz
São Cirilo de Alexandria, (380-444), num dos comentários sobre o Evangelho de
São João, mas que vem mesmo a propósito:
“Nosso Senhor Jesus
Cristo instituiu guias e mestres para o mundo inteiro, e «dispensadores dos
mistérios divinos» (1Cor 4,1). E ordenou-lhes que brilhassem e iluminassem como
archotes, não só os judeus […], mas os homens que habitam em toda a superfície
da terra. É, portanto, verdadeira esta palavra de São Paulo: «Ninguém atribui
esta honra a si mesmo; recebemo-la por vocação de Deus» (Heb 5,4). […]
Se Ele achava que devia enviar os seus discípulos como o Pai o tinha enviado a Ele (Jo 20,21), era necessário que estes, chamados a ser seus seguidores, descobrissem para que tarefa tinha o Pai enviado o Filho. Por isso nos explicou de diversas maneiras o carácter da sua própria missão. Disse um dia: «Não vim chamar os justos, mas os pecadores, para que eles se convertam» (Lc 5,32). E também: «Eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou» (Jo 6,38). E de outra vez: «Deus não enviou o seu Filho ao mundo para o julgar, mas para que o mundo seja salvo por Ele» (Jo 3,17).
Resumia em algumas palavras a função dos apóstolos, dizendo que os tinha enviado como o Pai O tinha enviado a Ele; saberiam assim que lhes competia chamar os pecadores à conversão, cuidar dos doentes, corporal e espiritualmente e, nas suas funções de dispensadores, não procurar de modo algum fazer a sua própria vontade, mas a vontade daquele que os tinha enviado, a fim de salvarem o mundo na medida em que ele aceitasse os ensinamentos do Senhor. ”
Se Ele achava que devia enviar os seus discípulos como o Pai o tinha enviado a Ele (Jo 20,21), era necessário que estes, chamados a ser seus seguidores, descobrissem para que tarefa tinha o Pai enviado o Filho. Por isso nos explicou de diversas maneiras o carácter da sua própria missão. Disse um dia: «Não vim chamar os justos, mas os pecadores, para que eles se convertam» (Lc 5,32). E também: «Eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou» (Jo 6,38). E de outra vez: «Deus não enviou o seu Filho ao mundo para o julgar, mas para que o mundo seja salvo por Ele» (Jo 3,17).
Resumia em algumas palavras a função dos apóstolos, dizendo que os tinha enviado como o Pai O tinha enviado a Ele; saberiam assim que lhes competia chamar os pecadores à conversão, cuidar dos doentes, corporal e espiritualmente e, nas suas funções de dispensadores, não procurar de modo algum fazer a sua própria vontade, mas a vontade daquele que os tinha enviado, a fim de salvarem o mundo na medida em que ele aceitasse os ensinamentos do Senhor. ”
Estas palavras, que
parecem somente direccionadas para os Ministros Ordenados, também têm a ver
connosco. Não na perspectiva de directos dispensadores de graças que é o que a
eles compete, mas como receptadores vivenciais das graças que, em nome de
Jesus/Deus eles nos vão repartido.
A nós cabe-nos viver o
Amor, ser exemplos de vida digna e dignificante de acordo com o Evangelho em
que acreditamos, de modo a sermos sinais vivos do amor misericórdia e perdão
para com todos mesmo para quem nos ofenda ou tiver ofendido!
É o que Deus quer e
precisa que façamos em todos os segundos das nossas vidas!
Que o Espírito Santo nos
ajude!
sábado, 24 de outubro de 2015
FAZER PENITÊNCIA!...
Mas… o que será isso de
fazer penitência?
Quando era pequena e
jovem, colocavam-me como exemplo os Pastorinhos de Fátima e outros que tais, o
que admirava muito e, claro, conforme podia tentava imitar! E foi a minha
atitude até há bem pouco tempo!
E não tenhamos dúvida
que o abster-se de inúmeras coisas são, de facto, sacrifícios! Mas serão esses
sacrifícios os que mais gradam a Deus?
Sinceramente, penso
mesmo que não!
Esses sacrifícios todos
têm de estar imbuídos de muito, muito amor e muita vontade de ser melhor
pessoa, mais verdadeira, paciente, misericordiosa, amável, amiga de ajudar, de
ser prestável seja a quem for, de perdoar, de compreender, de ser presente, de
aceitar as pessoas como são não as forçando a serem diferentes mas deixando-as e
ajudando-as a mudar lentamente pelos seus próprios meios… e sempre que possível,
ainda que de forma camuflada, disponibilizando-lhes esses meios!
Tantas destas penitências
que estão sempre ao nosso alcance… das mais diversas formas e nas mais variadas
situações!
As outras penitências,
sem estas… terão muito pouco valor ou podem mesmo não ter valor nenhum!... Mas
quanto a isso… cada pessoa sabe de si e Deus sabe de todas as pessoas!
Abster-nos, sim, do que
não for razoável para ninguém, da maldade, do orgulho, da prepotência, da
avareza… de tantas coisas que não nos ajudam a sermos o que poderemos ser e o
que Deus quer que sejamos!
Se conseguirmos estar
bem atentos à Palavra de Deus, é isto que nos vai pedindo todos os dias, nós é
que muitas vezes não enxergamos.
Engraçadas algumas
frases de Santo Ambrósio que até vêm a propósito:
“O Verbo sacode o
preguiçoso e desperta o dorminhoco. Com efeito, Aquele que vem bater à porta
quer entrar. Depende apenas de nós que entre ou não, que Se demore ou não. Que
a tua porta esteja aberta Àquele que vem; abre a tua alma, alarga as
capacidades do teu espírito, a fim de descobrires a riqueza da simplicidade, o
tesouro da paz, a doçura da graça. Dilate-se o teu coração; corre ao encontro
do sol da luz eterna que «ilumina todo o homem» (Jo 1,9). É certo que esta luz
verdadeira brilha para todos; mas se alguém fecha as suas janelas, privar-se-á
da luz eterna.
Por conseguinte, até Cristo permanece de fora, se fechares a porta da tua alma. Certamente que poderia entrar, mas não quer introduzir-Se à força, não quer forçar quem O recusa. Nascido da Virgem, saído do seu seio, irradia para todo o universo, a fim de resplandecer para todos. Os que desejam receber a luz que brilha com um esplendor perpétuo acolhem-No; nenhuma noite virá impedi-Lo. Com efeito, o sol que vemos cada dia cede o lugar às trevas da noite; mas o Sol da justiça (Mal 3,20) não conhece ocaso, porque a Sabedoria não é vencida pelo mal.”
Por conseguinte, até Cristo permanece de fora, se fechares a porta da tua alma. Certamente que poderia entrar, mas não quer introduzir-Se à força, não quer forçar quem O recusa. Nascido da Virgem, saído do seu seio, irradia para todo o universo, a fim de resplandecer para todos. Os que desejam receber a luz que brilha com um esplendor perpétuo acolhem-No; nenhuma noite virá impedi-Lo. Com efeito, o sol que vemos cada dia cede o lugar às trevas da noite; mas o Sol da justiça (Mal 3,20) não conhece ocaso, porque a Sabedoria não é vencida pelo mal.”
Pois! Acho que estas
frases são elucidativas da penitência que devemos fazer, para não vivermos nas
trevas do erro!
Um bom final de semana!
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
É SURPREENDENTE!
São surpreendentes por
demais as palavras de Jesus que, se não forem bem interpretadas, parecem mesmo
dizer-nos o contrário do que realmente dizem.
O Evangelho de hoje é
curtinho, Lucas 12, 49-53!
Aqui vai:
“Naquele tempo, disse
Jesus aos seus discípulos: «Eu vim trazer o fogo à terra e que quero Eu senão
que ele se acenda?
Tenho de receber um batismo e estou ansioso até que ele se realize.
Pensais que Eu vim estabelecer a paz na terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão.
A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três.
Estarão divididos o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra».”
Tenho de receber um batismo e estou ansioso até que ele se realize.
Pensais que Eu vim estabelecer a paz na terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão.
A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três.
Estarão divididos o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra».”
E agora vamos ver a
interpretação que lhe dá o monge Dionísio, o Cartucho, (1402/1471) que evoca,
para isso, a frase de São João 14, 27 - “
Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou”:
“«Pensais que vim trazer a paz ao mundo?» É como se Cristo
dissesse: «Não penseis que vim dar aos homens a paz segundo a carne e segundo
este mundo, uma paz sem regras, que lhes permitisse viver em harmonia no mal, e
lhes garantisse a prosperidade neste mundo. Não, digo-vos, não vim trazer uma
paz deste género, mas a divisão, uma boa e salutar separação entre os espíritos
e mesmo entre os corpos. Assim, porque amam a Deus e procuram a paz interior,
aqueles que acreditam em Mim estarão naturalmente em desacordo com os maus;
separar-se-ão daqueles que tentam desviá-los do progresso espiritual e da
pureza do amor divino, ou que se esforçam por lhes criar dificuldades.»
Assim, pois, a paz espiritual, a paz interior, a paz boa é a tranquilidade da alma em Deus, e a boa harmonia segundo a justiça. Foi esta paz que Cristo veio trazer. [...] A paz interior, que tem origem no amor, consiste numa alegria inalterável da alma que se encontra em Deus. Chamamos-lhe paz do coração. É ela o começo e um certo antegosto da paz dos santos que se encontram na pátria, da paz da eternidade.”
Assim, pois, a paz espiritual, a paz interior, a paz boa é a tranquilidade da alma em Deus, e a boa harmonia segundo a justiça. Foi esta paz que Cristo veio trazer. [...] A paz interior, que tem origem no amor, consiste numa alegria inalterável da alma que se encontra em Deus. Chamamos-lhe paz do coração. É ela o começo e um certo antegosto da paz dos santos que se encontram na pátria, da paz da eternidade.”
E esta, hein?!... A paz
que Jesus nos dá é interior, é a alegria de viver do amor e pelo amor numa dádiva
permanente a Deus pelo serviço aos irmãos, é a satisfação de saber que a glória
e a justiça de Deus é o Amor, o Perdão e a Misericórdia infinitos, é o tudo
fazer por tentar colocar em todos os momentos da vida uma pequena amostrazinha
dessa que chamamos justiça de Deus, perdão, amor, misericórdia para com todos!
E esta, hein?!... É
surpreendente, não é?
Que o Espírito Santo nos
ajude!
terça-feira, 20 de outubro de 2015
SERVIÇO… E PARTILHA!
Quando falamos em
serviço estamos a falar de partilha, se mais não for, do nosso tempo, do tempo
que dedicamos ao interesse comum! Afinal, não foi para isso que fomos criados?
Para servir?
Sim, fomos criados à imagem
e semelhança de Deus misericordioso compassivo e bom para servir os nossos
irmãos com todas essas características que Deus nos deu e que vamos descobrindo
e fortalecendo a cada dia, colocando-as em prática em todas as nossas atitudes!
Quando digo em todas as
nossas atitudes, estou a esquecer as nossas fraquezas que tantas vezes nos
levam a fazer o que não queremos… mas temos de considerar essas fraquezas como
acidentes de percurso e tentar a cada instante crescer no Amor que é doação,
misericórdia, compreensão, aceitação, serviço!
E neste rodar constante, não tenhamos a
preocupação de guardarmos algo só para nós, pois quanto mais partilharmos mais
teremos para partilhar e muito mais felizes seremos! Mesmo com o dinheiro e
bens! Quando partilhamos com amor e por amor, parece que nada e esgota!
Partilhar também é
servir! E que modo de servir!... Um modo de servir que já vem de muito longe,
de sempre! Vejamos o que, numa das suas homilias sobre a riqueza, nos diz São
Basílio que viveu entre os anos 330 e 379:
“ «Que hei-de fazer, uma
vez que não tenho onde guardar a minha colheita?»
«Que hei-de fazer?» Há
uma resposta imediata: «Satisfarei as almas dos esfomeados; abrirei os meus
celeiros e convidarei todos os que passam necessidades. [...] Farei ouvir uma
palavra generosa: vós, a quem falta o pão, vinde a mim; tomai a vossa parte, de
acordo com as vossas necessidades, dos dons concedidos por Deus que jorram como
que de uma fonte pública.» Mas tu, homem rico, insensato, estás bem longe
disso! Por que razão? Ciumento de veres os outros gozarem de riquezas,
entregas-te a cálculos miseráveis, não te preocupas em distribuir a cada um o
indispensável, mas em tudo amealhar, privando os outros dos benefícios de que
poderiam usufruir. [...]
E vós, meus irmãos, estai atentos para não conhecerdes o mesmo destino que este homem! Se a Escritura nos oferece este exemplo, é para que evitemos comportar-nos do mesmo modo. Imitai a terra: como ela, dai frutos, e não vos mostreis piores que ela, que no entanto é desprovida de alma. A terra dá as suas colheitas não para o seu próprio gozo, mas para te servir. Assim, todo o fruto da benevolência que revelares, recebê-lo-ás de volta, dado que as graças que fazem nascer as boas obras revertem para os que as dispensam. Alimentaste o que tinha fome: o que deste permanece contigo, e vem mesmo um suplemento. Como o grão de trigo caído na terra aproveita ao que o semeou, o pão dado ao que tem fome far-te-á receber mais tarde benefícios superabundantes. Que a finalidade da tua lavoura seja para ti o início da sementeira no céu.”
E vós, meus irmãos, estai atentos para não conhecerdes o mesmo destino que este homem! Se a Escritura nos oferece este exemplo, é para que evitemos comportar-nos do mesmo modo. Imitai a terra: como ela, dai frutos, e não vos mostreis piores que ela, que no entanto é desprovida de alma. A terra dá as suas colheitas não para o seu próprio gozo, mas para te servir. Assim, todo o fruto da benevolência que revelares, recebê-lo-ás de volta, dado que as graças que fazem nascer as boas obras revertem para os que as dispensam. Alimentaste o que tinha fome: o que deste permanece contigo, e vem mesmo um suplemento. Como o grão de trigo caído na terra aproveita ao que o semeou, o pão dado ao que tem fome far-te-á receber mais tarde benefícios superabundantes. Que a finalidade da tua lavoura seja para ti o início da sementeira no céu.”
O céu de que tanto
falamos tem de começar neste mundo com a prática permanente do Amor, conforme
Deus quer e o mundo tanto necessita!
Então... de que estamos à
espera para amarmos como devemos, partilhando e servindo? É que o deixar para
um outro dia poderá ser tarde demais, pois o amanhã não nos pertence!
domingo, 18 de outubro de 2015
GRANDEZA CRISTÃ... É SERVIÇO!
As Leituras Bíblicas
deste Domingo dão-nos ensinamentos muito importantes que nos apresentam o
serviço como característica principal do cristão!
Sabemos por experiência
própria que temos a tentação de grandeza, de ser bem considerados e
reconhecidos publicamente, de ocupar cargos de destaque, de fazer sobressair as
nossas qualidades perante os demais...
Por muito humildes que
sejamos ou queiramos ser, sentimos a cada passo esta tentação provinda das mais
diversas formas e nas mais díspares ocasiões.
E por muitas conquistas
que já tenhamos conseguido, nunca poderemos descurar os nossos esforços porque
cair nesta tentação é muito, muito fácil! Tentação que vem de muito longe! Como
nos conta o Evangelho acerca dos próprios Apóstolos!
A esta parte, vamos ver algumas frases do Papa Francisco na Homilia de hoje:
“«Bebereis o cálice que Eu bebo
(…), mas o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não pertence a Mim
concedê-lo: é daqueles para quem está reservado» (10, 39-40). Com esta imagem
do cálice, Ele (Jesus) assegura aos dois discípulos a possibilidade de serem
associados plenamente ao seu destino de sofrimento, mas sem garantir os
desejados lugares de honra. A sua resposta é um convite a segui-Lo pelo caminho
do amor e do serviço, rejeitando a tentação mundana de querer sobressair e
mandar nos outros.
À
vista de tantos que lutam por obter o poder e o sucesso, por dar nas vistas,
frente a tantos que querem fazer valer os seus méritos, as suas realizações, os
discípulos são chamados a fazer o contrário. Por isso adverte-os: «Sabeis como
aqueles que são considerados governantes das nações fazem sentir a sua
autoridade sobre elas, e como os grandes exercem o seu poder. Não deve ser
assim entre vós. Quem quiser ser grande entre vós, faça-se vosso servo» (10,
42-43). Com estas palavras, Jesus indica o serviço como estilo da autoridade na
comunidade cristã. Quem serve os outros e não goza efectivamente de prestígio,
exerce a verdadeira autoridade na Igreja. Jesus convida-nos a mudar a nossa
mentalidade e a passar da ambição do poder à alegria de se ocultar e servir; a
desarraigar o instinto de domínio sobre os outros e exercer a virtude da
humildade.
E,
depois de apresentar um modelo a não imitar, oferece-Se a Si mesmo como ideal
de referimento. No procedimento do Mestre, a comunidade encontrará o motivo da
nova perspectiva de vida: «Pois também o Filho do Homem não veio para ser
servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por todos» (10, 45). Na
tradição bíblica, o Filho do Homem é aquele que recebe de Deus «as soberanias,
a glória e a realeza» (Dn 7, 14). Jesus enche de novo sentido esta imagem,
especificando que Ele tem a soberania enquanto servo, a glória enquanto capaz
de abaixamento, a autoridade real enquanto disponível ao dom total da vida. Na
verdade, é com a sua paixão e morte que conquista o último lugar, alcança o
máximo de grandeza no serviço, e oferece-o à sua Igreja.
Há
incompatibilidade entre uma forma de conceber o poder segundo critérios mundanos
e o serviço humilde que deveria caracterizar a autoridade segundo o ensinamento
e o exemplo de Jesus; incompatibilidade entre ambições e carreirismo e o
seguimento de Cristo; incompatibilidade entre honras, sucesso, fama, triunfos
terrenos e a lógica de Cristo crucificado. Ao contrário, há compatibilidade
entre Jesus «que sabe o que é sofrer» e o nosso sofrimento. Assim no-lo recorda
a Carta aos Hebreus, que apresenta Cristo como o Sumo Sacerdote que compartilha
a nossa condição humana em tudo, excepto no pecado: «de facto, não temos um
Sumo Sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, pois Ele foi
provado em tudo como nós, excepto no pecado» (4, 15).
Jesus
exerce, essencialmente, um sacerdócio de misericórdia e compaixão. Experimentou
directamente as nossas dificuldades, conhece a partir de dentro a nossa
condição humana; o facto de não ter experimentado o pecado não O impede de
compreender os pecadores. A sua glória não é a da ambição ou da sede de
domínio, mas a glória de amar os homens, assumir e compartilhar a sua fraqueza
e oferecer-lhes a graça que cura, acompanhá-los com ternura infinita,
acompanhá-los no seu caminho atribulado.
Cada
um de nós, enquanto baptizado, participa a seu modo no sacerdócio de Cristo: os
fiéis leigos no sacerdócio comum, os sacerdotes no sacerdócio ministerial.
Assim, todos podemos receber a caridade que brota do seu Coração aberto, tanto
para nós mesmos como para os outros, tornando-nos «canais» do seu amor, da sua
compaixão, especialmente para aqueles que vivem no sofrimento, na angústia, no
desânimo e na solidão.
Aqueles
que hoje proclamámos Santos, serviram constantemente, com humildade e caridade
extraordinárias, os irmãos, imitando assim o Mestre divino. São Vicente Grossi
foi pároco zeloso, sempre atento às necessidades do seu povo, especialmente à
fragilidade dos jovens. Com ardor, repartiu o pão da Palavra para todos e
tornou-se bom samaritano para os mais necessitados.
Santa
Maria da Imaculada Conceição, bebendo nas fontes da oração e da contemplação,
serviu pessoalmente e com grande humildade os últimos, com uma atenção especial
aos filhos dos pobres e aos doentes.
Os
Santos esposos Luís Martin e Maria Zélia Guérin viveram o serviço cristão na
família, construindo dia após dia um ambiente cheio de fé e amor; e, neste
clima, germinaram as vocações das filhas, nomeadamente a de Santa Teresinha do
Menino Jesus.
O
testemunho luminoso destes novos Santos impele-nos a perseverar no caminho dum
serviço alegre aos irmãos, confiando na ajuda de Deus e na protecção materna de
Maria. Que eles, do Céu, velem sobre nós e nos apoiem com a sua poderosa
intercessão.”
O serviço que nos é
pedido todos os dias é o cumprimento das nossas obrigações de patrões ou
empregados, de pais e mães ou de filhos, de avós ou de netos, de vizinhos, de
amigos, no sentido de podermos ser sempre bem próximos de quem, de qualquer forma
ou por qualquer razão, tenha necessidade de nós!
Um simples sorriso pode
muito bem ser um grande serviço!
Que o Senhor nos ajude a
ser serviço, pois é o que nos dá mais alegria e felicidade!
sábado, 17 de outubro de 2015
FUGIR DO MAL!
Falamos
muito em fugir do mal! Sem, muitas vezes, sabermos ao certo qual é o mal de onde
deveremos fugir! Há muitas coisas que nos parecem muito más, e acabam mesmo por
nos serem muito gratificantes, ou mesmo boas!
Talvez,
quem sabe, ainda não tenhamos interiorizado muito bem que o caminho se faz
caminhando, e que qualquer que seja a caminhada, impreterivelmente, tem
acidentes de percurso! Queiramos ou não! Tenhamos consciência disso ou não!
E
não poucas vezes é nas coisas mal feitas que descobrimos como proceder noutras
ocasiões análogas para não voltarmos a praticar o mal.
Então...
em vez de pensarmos no mal que fizemos a que chamamos pecado, não seria muito
mais profícuo pensarmos sempre no bem que poderíamos ter feito e por qualquer
razão ainda não conseguimos? Pelo menos, seria uma forma positiva de encarar as
nossas fraquezas, para o que não fomos criados, mas que nos acontecem como meros
acidentes de percurso.
E é nesses acidentes de percurso que vamos
aperfeiçoando a nossa maneira de andar para podermos levar a cabo a nossa
missão e chegar ao fim da nossa caminhada com as nossas tarefas específicas cumpridas!
Cada
ser humano é único e irrepetível, pelo que não podemos olhar o crescimento e as
atitudes das outras pessoas para nos confrontarmos com elas, pois a única pessoa
com quem temos de nos confrontar é connosco mesmos, para desenvolvermos ao
máximo todas as nossas capacidades e dons que nos foram dados para pormos a
render a nosso favor e a favor de quem nos rodeia!
Não
nascemos para nós mesmos, mas para, com muita humildade e perseverança,
estarmos ao serviço dos outros, amando-os incondicionalmente como Deus sempre
nos amou e nos ama!
Como
nos será possível fugirmos do mal... se estivermos sempre a pensar no mal?!...
Se
queremos, de facto, muito a sério, fugir do mal, nada como pensar no bem antes
e acima de tudo!
Se
o sonho comanda a vida, sonhemos com praticar o bem e o nosso sonho, em mais ou
menos tempo, se tornará realidade!
Claro
que temos de assumir os nossos fracassos... não para nos fixarmos neles, mas sempre
na busca dos sucessos para o que, à imagem e semelhança de Deus, fomos criados.
Há
muitos exemplos a seguir! É para desenvolvermos as nossas qualidades na prática
do bem que os Santos nos são apresentados para nos servirem de modelo.
Mas
teremos de convir que o nosso maior e melhor modelo é Jesus Cristo.
Vejamos
o que nos diz Didaké, dos anos 60 a 120, logo nos princípios da cristandade:
“«Aprendei de Mim, porque
sou manso e humilde de coração» (Mt 11, 29)
Meu filho, foge de todo
o mal ou daquilo que se assemelha ao mal. Não sejas irascível: a cólera leva ao
crime. Não sejas ciumento, conflituoso nem violento: essas paixões originam
mortes. Meu filho, não sejas sensual: a sensualidade é o caminho para o
adultério. Não uses de linguagem licenciosa, nem tenhas um olhar atrevido:
também isso engendra adultério. [...] Resguarda-te dos encantamentos, da
astrologia, das purificações mágicas; recusa-te a vê-las e a ouvi-las: isso
seria [...] perderes-te na idolatria. Meu filho, não sejas mentiroso, porque a
mentira conduz ao roubo. Não te deixes seduzir pelo dinheiro nem pela vaidade,
que também incitam a roubar. Meu filho, não murmures contra os outros:
tornar-te-ás blasfemo. Não sejas insolente nem malévolo, pois isso também
conduz à blasfémia.
Usa de mansidão: «Felizes os mansos, porque possuirão a terra» (Mt 5,5). Sê paciente, misericordioso, sem malícia, cheio de paz e bondade. Respeita sempre as palavras que ouviste do Senhor (Is 66,2). Não te engrandeças a ti próprio, não abandones o teu coração ao orgulho. Não te alies aos soberbos, mas frequenta os justos e os humildes. Recebe os acontecimentos da vida como dons, sabendo que é Deus quem dispõe sobre todas as coisas.”
Usa de mansidão: «Felizes os mansos, porque possuirão a terra» (Mt 5,5). Sê paciente, misericordioso, sem malícia, cheio de paz e bondade. Respeita sempre as palavras que ouviste do Senhor (Is 66,2). Não te engrandeças a ti próprio, não abandones o teu coração ao orgulho. Não te alies aos soberbos, mas frequenta os justos e os humildes. Recebe os acontecimentos da vida como dons, sabendo que é Deus quem dispõe sobre todas as coisas.”
Sábios, muito sábios
estes conselhos! E muito actuais!
O “não te engrandeças a ti próprio” tocou-me sobremaneira, pois está muito claro
que, como criaturas de Deus únicas e irrepetíveis, não nos devemos engrandecer
ou envaidecer do que fazemos, porque por mais que nos pareça, somos uma pessoa
no meio das outras pessoas que desconhecemos totalmente porque nunca poderemos
saber de forma alguma o que vai no coração do outro ou da outra com quem vamos convivendo
no nosso dia-a-dia!
Cada um será sempre fruto
de si mesmo e das suas características particulares, da educação pessoal e
social que tiver recebido, dos dons de Deus e do que com Deus vai fazendo em
cada segundo!
Para fugir do mal...
pensemos no bem, desejemos o bem, façamos o bem, pois será esse o nosso melhor
caminho.
Um bom fim-de-semana, desejando,
praticando, observando e falando no bem para poder mais facilmente fugir do mal!
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
DEUS AMOR... ATÉ QUE PONTO?!...
Até
os pontos todos! Deus é Amor, e mais nada! Amor! Somente Amor! Amor,
Misericórdia, Perdão!
E
assim sendo, não se compreende que ainda se fale tanto em castigos de Deus!
Deus
não castiga, não pode castigar, não pode fazer nada de mal pois de contrário deixaria
de ser Deus!
Então...
porque será que, face às asneiras que fazemos e ao que acaba por nos acontecer
depois, nos parece mesmo que Deus castiga?
Só
pode ser obra da inquietude da nossa consciência!
Nascemos
obra de Deus, à Sua imagem e semelhança! E se Deus só pode fazer o bem... e nós somos
semelhança de Deus... deduz-se que também foi para fazer o bem que fomos
criados, pois de contrário não poderíamos ser semelhantes a Deus!
Então,
porque o Deus que sempre nos habita e com Quem vivemos ininterruptamente, saibamos
ou não, vai nos chamando à atenção para o mal feito lá no mais íntimo do nosso
ser, e o mal-estar que sentimos por termos procedido mal acaba por ser, sim, o castigo
que damos a nós mesmos e não o castigo que Deus nos dá!
Deus
não castiga ninguém, mas sim as nossas inquietações, essas castigam-nos de
verdade!
Psicologicamente
falando, nós somos o fruto dos nossos desejos, das nossas ambições... mas
criados pelo Amor e para Amar sem peso nem medida... quando essas ambições não
vão de encontro ao Amor que devemos dar a tudo e a toda a gente estamos a viver
contra nós mesmos.
Não
sei descrever melhor este sentimento que me enche tão profundamente o coração. Mas
tenho a certeza que Deus é Amor e Perdão, Misericórdia e Bondade, e Ternura, muita
Ternura! Aliás... foi quando me foi dada pela primeira vez esta certeza e eu a
senti no mais fundo do coração que a minha vida tomou outra direcção, mudou de
rumo, e comecei a ser verdadeiramente feliz ainda que no meio de muitos
problemas e aflições!
Foi
nessa altura que consegui ouvir e compreender o “vem e segue-Me”, que não tem nada a ver com ir para onde for,
mas para seguir na vida os passos de Jesus escutando e meditando a Sua palavra
e imitando o melhor possível os Seus maravilhosos gestos e atitudes, amando,
amando, amando!
Que
Deus/Amor esteja sempre connosco e nos ajude a ser e viver como devemos!
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