domingo, 4 de outubro de 2015

SAUDADE DE DEUS!



Muita vezes... ou numa igreja frente ao Sacrário, ou na chegada a uma Eucaristia, ou muito simplesmente em qualquer situação onde me encontre me vem interiormente: Senhor, tenho tantas saudades Tuas!... Mas... nunca tinha imaginado as palavras que o Papa Francisco nos diz muito claramente:
 “...que nunca, nunca, nunca se apague em nosso coração a saudade de Deus”, um coração que não tem saudade, não conhece a alegria. A alegria do Senhor é a nossa força, nele encontramos a nossa identidade.
O povo de Israel, após anos de deportação, retorna a Jerusalém. Também nos anos na Babilônia, o povo sempre se recordava da própria pátria. Após tantos anos – observou – chega finalmente o dia do retorno, da reconstrução de Jerusalém e, como narra a primeira leitura, Neemias pede ao escriba Esdras para ler diante do povo o Livro da Lei. O povo está feliz: “estava alegre, mas chorava, e ouvia a Palavra de Deus; tinha alegria, mas também o choro, tudo junto”.
Como se explica isto? Simplesmente, este povo não somente havia encontrado a sua cidade, a cidade onde havia nascido, a cidade de Deus, mas este povo, ao ouvir a Lei, encontrou a sua identidade, e por isto estava alegre e chorava.
Mas chorava de alegria, chorava porque havia encontrado a sua identidade, havia reencontrado a aquela identidade que com os anos de deportação havia se perdido um pouco. Um longo caminho este. Não vos entristecei – disse Neemias – porque a alegria do Senhor é a vossa força”. “É a alegria que dá o Senhor quando encontramos a nossa identidade. E a nossa identidade se perde no caminho, se perde em tantas deportações ou autodeportações nossas, quando fazemos um ninho aqui, um ninho lá, um ninho...e não na casa do Senhor. Encontrar a nossa identidade.
De que modo se pode encontrar a própria identidade? “Quando você perdeu o que era seu, a sua casa, o que era seu vem esta saudade, e essa saudade leva você de volta a sua casa”. E esse povo, com este desejo, sentiu que era feliz e chorava de felicidade por isso, porque a saudade da própria identidade o levou a encontrá-la. Uma graça de Deus”.
"Se estamos cheios de comida, não temos fome. Se estamos confortáveis, tranquilos onde estamos, nós não precisamos ir para outro lugar. E eu me pergunto, e seria bom que todos nós nos perguntássemos hoje: “Eu estou tranquilo, feliz, e não preciso de nada - espiritualmente falando - no meu coração? A minha saudade se apagou?”.
“Um coração que não tem saudade, não conhece a alegria. E a alegria, precisamente, é a nossa força: a alegria de Deus. Um coração que não sabe o que é a saudade, não pode fazer festa. E todo esse caminho que começou há anos termina em uma festa”.
O povo regozija-se com grande alegria, porque tinha "entendido as palavras que tinham sido proclamadas. Eles tinham encontrado aquilo que a saudade lhe fazia sentir e seguir em frente". Então, como é a nossa saudade de Deus? Estamos contentes, estamos felizes assim, ou todos os dias temos esse desejo de seguir em frente? Que o Senhor nos conceda esta graça: que nunca, nunca, nunca se apague em nosso coração a saudade de Deus”.
A falta de saudade de Deus é uma enorme doença espiritual! Mas o Papa Francisco fala ainda sobre a doença física com palavras que nos dizem claramente que Deus é remédio para tudo:
“A doença é algo desagradável; há médicos — são bons! — enfermeiros, enfermeiras, remédios, tudo, mas é sempre algo desagradável. E há a fé, a fé que nos encoraja, e aquele pensamento que todos vós tendes: Deus fez-se enfermo por nós, ou seja, enviou o seu Filho, que assumiu sobre si todas as nossas enfermidades, até à Cruz. E fixando o nosso olhar em Jesus, com a sua paciência, a nossa fé revigora-se.
E com a nossa doença, tendo Jesus ao nosso lado, caminhemos sempre de mãos dadas com Jesus. Ele sabe o que significa o sofrimento, Ele entende-nos, consola-nos e fortalece-nos.”
Então, em todo os nossos momentos, para sermos mais realizados e felizes, que no nosso coração reine, sem cessar, uma enorme saudade de Deus!
Uma boa semana!

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