domingo, 18 de outubro de 2015
GRANDEZA CRISTÃ... É SERVIÇO!
As Leituras Bíblicas
deste Domingo dão-nos ensinamentos muito importantes que nos apresentam o
serviço como característica principal do cristão!
Sabemos por experiência
própria que temos a tentação de grandeza, de ser bem considerados e
reconhecidos publicamente, de ocupar cargos de destaque, de fazer sobressair as
nossas qualidades perante os demais...
Por muito humildes que
sejamos ou queiramos ser, sentimos a cada passo esta tentação provinda das mais
diversas formas e nas mais díspares ocasiões.
E por muitas conquistas
que já tenhamos conseguido, nunca poderemos descurar os nossos esforços porque
cair nesta tentação é muito, muito fácil! Tentação que vem de muito longe! Como
nos conta o Evangelho acerca dos próprios Apóstolos!
A esta parte, vamos ver algumas frases do Papa Francisco na Homilia de hoje:
“«Bebereis o cálice que Eu bebo
(…), mas o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não pertence a Mim
concedê-lo: é daqueles para quem está reservado» (10, 39-40). Com esta imagem
do cálice, Ele (Jesus) assegura aos dois discípulos a possibilidade de serem
associados plenamente ao seu destino de sofrimento, mas sem garantir os
desejados lugares de honra. A sua resposta é um convite a segui-Lo pelo caminho
do amor e do serviço, rejeitando a tentação mundana de querer sobressair e
mandar nos outros.
À
vista de tantos que lutam por obter o poder e o sucesso, por dar nas vistas,
frente a tantos que querem fazer valer os seus méritos, as suas realizações, os
discípulos são chamados a fazer o contrário. Por isso adverte-os: «Sabeis como
aqueles que são considerados governantes das nações fazem sentir a sua
autoridade sobre elas, e como os grandes exercem o seu poder. Não deve ser
assim entre vós. Quem quiser ser grande entre vós, faça-se vosso servo» (10,
42-43). Com estas palavras, Jesus indica o serviço como estilo da autoridade na
comunidade cristã. Quem serve os outros e não goza efectivamente de prestígio,
exerce a verdadeira autoridade na Igreja. Jesus convida-nos a mudar a nossa
mentalidade e a passar da ambição do poder à alegria de se ocultar e servir; a
desarraigar o instinto de domínio sobre os outros e exercer a virtude da
humildade.
E,
depois de apresentar um modelo a não imitar, oferece-Se a Si mesmo como ideal
de referimento. No procedimento do Mestre, a comunidade encontrará o motivo da
nova perspectiva de vida: «Pois também o Filho do Homem não veio para ser
servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por todos» (10, 45). Na
tradição bíblica, o Filho do Homem é aquele que recebe de Deus «as soberanias,
a glória e a realeza» (Dn 7, 14). Jesus enche de novo sentido esta imagem,
especificando que Ele tem a soberania enquanto servo, a glória enquanto capaz
de abaixamento, a autoridade real enquanto disponível ao dom total da vida. Na
verdade, é com a sua paixão e morte que conquista o último lugar, alcança o
máximo de grandeza no serviço, e oferece-o à sua Igreja.
Há
incompatibilidade entre uma forma de conceber o poder segundo critérios mundanos
e o serviço humilde que deveria caracterizar a autoridade segundo o ensinamento
e o exemplo de Jesus; incompatibilidade entre ambições e carreirismo e o
seguimento de Cristo; incompatibilidade entre honras, sucesso, fama, triunfos
terrenos e a lógica de Cristo crucificado. Ao contrário, há compatibilidade
entre Jesus «que sabe o que é sofrer» e o nosso sofrimento. Assim no-lo recorda
a Carta aos Hebreus, que apresenta Cristo como o Sumo Sacerdote que compartilha
a nossa condição humana em tudo, excepto no pecado: «de facto, não temos um
Sumo Sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, pois Ele foi
provado em tudo como nós, excepto no pecado» (4, 15).
Jesus
exerce, essencialmente, um sacerdócio de misericórdia e compaixão. Experimentou
directamente as nossas dificuldades, conhece a partir de dentro a nossa
condição humana; o facto de não ter experimentado o pecado não O impede de
compreender os pecadores. A sua glória não é a da ambição ou da sede de
domínio, mas a glória de amar os homens, assumir e compartilhar a sua fraqueza
e oferecer-lhes a graça que cura, acompanhá-los com ternura infinita,
acompanhá-los no seu caminho atribulado.
Cada
um de nós, enquanto baptizado, participa a seu modo no sacerdócio de Cristo: os
fiéis leigos no sacerdócio comum, os sacerdotes no sacerdócio ministerial.
Assim, todos podemos receber a caridade que brota do seu Coração aberto, tanto
para nós mesmos como para os outros, tornando-nos «canais» do seu amor, da sua
compaixão, especialmente para aqueles que vivem no sofrimento, na angústia, no
desânimo e na solidão.
Aqueles
que hoje proclamámos Santos, serviram constantemente, com humildade e caridade
extraordinárias, os irmãos, imitando assim o Mestre divino. São Vicente Grossi
foi pároco zeloso, sempre atento às necessidades do seu povo, especialmente à
fragilidade dos jovens. Com ardor, repartiu o pão da Palavra para todos e
tornou-se bom samaritano para os mais necessitados.
Santa
Maria da Imaculada Conceição, bebendo nas fontes da oração e da contemplação,
serviu pessoalmente e com grande humildade os últimos, com uma atenção especial
aos filhos dos pobres e aos doentes.
Os
Santos esposos Luís Martin e Maria Zélia Guérin viveram o serviço cristão na
família, construindo dia após dia um ambiente cheio de fé e amor; e, neste
clima, germinaram as vocações das filhas, nomeadamente a de Santa Teresinha do
Menino Jesus.
O
testemunho luminoso destes novos Santos impele-nos a perseverar no caminho dum
serviço alegre aos irmãos, confiando na ajuda de Deus e na protecção materna de
Maria. Que eles, do Céu, velem sobre nós e nos apoiem com a sua poderosa
intercessão.”
O serviço que nos é
pedido todos os dias é o cumprimento das nossas obrigações de patrões ou
empregados, de pais e mães ou de filhos, de avós ou de netos, de vizinhos, de
amigos, no sentido de podermos ser sempre bem próximos de quem, de qualquer forma
ou por qualquer razão, tenha necessidade de nós!
Um simples sorriso pode
muito bem ser um grande serviço!
Que o Senhor nos ajude a
ser serviço, pois é o que nos dá mais alegria e felicidade!
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