domingo, 11 de outubro de 2015

FAMÍLIA... QUE DEUS TE PROTEJA!

Quando pedimos a Deus que proteja a família, também deveremos pedir à família que faça tudo para se proteger a si mesma... o que vai dar ao mesmo, pois ninguém será capaz de se auto-proteger sem uma ajuda especial de Deus!
O Sínodo sobre a família é um evento que nos deve levar a uma oração muito persistente e profunda, pois há demasiadas expectativas acerca dos seus resultados que espero não venham a desapontar ninguém, até porque a Igreja está ali reunida sob a orientação do Espírito Santo a quem pedimos insistentemente a ajuda e protecção, e como só Ele conhece o que mais falta à felicidade e harmonia familiar e pessoal, só Ele poderá sugerir aos Padres Sinodais o que será melhor fazer a bem da família, das pessoas e da sociedade em geral.
Quem está com problemas espera soluções! Mas... as soluções provindas podem não ser bem as esperadas. De qualquer forma temos de nos manter atentos e abertos a todas as possíveis novidades, certos de que o que Jesus disse nunca poderá mudar, mas ser mais razoavelmente aplicado às dificuldades que vão surgindo através dos tempos.
Por mais que me esforce, a minha caminhada na vida faz-me pensar que o maior problema das famílias está na preparação dos jovens para a vida a dois, que é uma vida muito linda, mas não há dúvidas de que é muitíssimo exigente!
Se já temos imensa dificuldade em gerir-nos a nós próprios em todas as nossas actividades cheias de desejos e ambições muitas vezes frustradas, é de prever que conjugar toda a nossa vida com a vida de outro ou outra aumentará enormemente as nossas dificuldades em nos mantermos minimamente acertados em todas as situações!
Terá que haver muita compreensão e cedência de ambas as partes, muita dedicação e entrega, muita aceitação e desejo fenomenal de fazer o outro ou outra feliz no perdão e amor que se torna presente a cada instante numa permanente doação e entrega mútua de ambos os corações unidos pela Graça de Deus com Jesus a uni-los um ao outro.
Costumo dizer que se o Matrimónio não for celebrado a três, ou seja, o homem e a mulher com Jesus, o Verdadeiro Amor, no elo da sua união, não terá possibilidade de sobreviver, porque somente o amor humano é muito pouco para se poder manter uma relação estável.
Se a união de duas pessoas, homem e mulher, não for bem alicerçada no verdadeiro amor que a exemplo do Amor de Jesus tudo dá sem esperar nada em troca, nunca poderá haver verdadeira felicidade, porque esta, não vem propriamente do que o cônjuge faz por nós, mas muito mais do que nós vamos fazendo por ele. É no tentar, a todo o custo, fazer o outro feliz, que vamos encontrando a nossa felicidade... sempre momentânea, porque a felicidade plena nunca poderá ser deste mundo.
Na constituição de uma família não pode haver egoísmos nem resentimentos, mas o altruísmo em relação um ao outro e de ambos pelos filhos tem de ser uma constante.
Quando se diz que está tudo muito mal com as famílias... não sei se será tanto assim! Não sei se está tudo assim tão mau... ou se anda tudo à espera de encontrar alguma solução capaz para os próprios problemas e para os problemas alheios.
Nas minhas relações com as pessoas, salvo raras excepções, tenho sentido que há cada vez mais preocupação pelo bem-estar do outro. Ora esta maneira de ser e estar tem de provir do ambiente familiar e de se repercutir também na família.
E que ninguém pense que constituir família é tarefa fácil, porque tam muito que se lhe diga!
Recordo algumas palavras do Papa Francisco no passado domingo:
A liturgia deste domingo propõe o texto fundamental de Gênesis sobre a complementaridade e reciprocidade entre homem e mulher (cf. Gen 2,18-24). Por isso – diz a Bíblia - o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher e os dois se tornarão uma só carne, isto é, uma só vida, uma só existência (cf. v 24). Desta unidade, os cônjuges transmitem a vida a novos seres humanos e se tornam pais. Participam do poder criador do próprio Deus. Mas atenção! Deus é amor, e se participa da sua obra quando se ama com Ele e como Ele. Porquanto – diz São Paulo - o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (cf.  Rom 5, 5). E este é também o amor dado aos cônjuges no sacramento do matrimônio. É o amor que alimenta a relação, através das alegrias e das dores, momentos serenos e difíceis. É o amor que desperta o desejo de criar filhos, esperar por eles, acolhe-los, criá-los, educá-los. É o mesmo amor que, no Evangelho de hoje, Jesus manifesta às crianças: “Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas” (Mc 10:14).
Hoje pedimos ao Senhor que todos os pais e educadores do mundo, bem como toda a sociedade, sejam instrumentos do acolhimento e do amor com que Jesus abraça os pequeninos. Ele olha seus corações com a ternura e a solicitude de um pai e ao mesmo tempo de uma mãe. Penso nas muitas crianças famintas, abandonadas, exploradas, obrigadas à guerra, rejeitadas. É doloroso ver as imagens de crianças infelizes, com o olhar perdido, que fogem da pobreza e dos conflitos, batem às nossas portas e aos nossos corações implorando ajuda. O Senhor nos ajude a não sermos uma sociedade-fortaleza, mas uma sociedade-família, capaz de acolher, com regras adequadas, mas acolher. Acolher sempre, com amor.”
E pela família... mais palavras para quê?!...
Um santo e feliz domingo!

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