O Evangelho de hoje, Lc
06, 12-19, ou melhor, o comentário que lhe foi apresentado pelo Evangelho
Quotidiano tocou-me bastante.
Todos sabemos que Jesus
escolheu os Apóstolos para tornarem conhecida em todo o mundo a mensagem de
misericórdia, amor, perdão e esperança que nos veio trazer!
Os sucessores directos
dos Apóstolos são os Bispos rodeados de Padres e Diáconos para poderem dar toda
a orientação e atenção às diversas Igrejas Particulares espalhadas por todo o
mundo! E neste contexto… acabámos por nos sentir um pouquinho de fora desta
dinâmica de evangelização, o que é uma grande mentira!
Os Bispos, Padres e
Diáconos são evangelizadores como ministros ordenados que nos apresentam a
Igreja como sinal ou sacramento de salvação para todos os homens e mulheres,
indistintamente, mas como baptizados que somos, membros integrantes da mesma
Igreja, temos o dever de Evangelizar. Não como os Ministros Ordenados, mas
acima e antes de tudo com uma vida de acordo com a vontade de Jesus expressa na
Sua Doutrina! É este dever que nos faz diferentes dos demais homens e mulheres
que não vivem segundo Jesus Cristo nem conhecem a Sua Palavra ou a Sua Igreja!
Somos diferentes, sim,
mas não por sermos mais do que ninguém ou termos mais benesses do que alguém,
mas muito simplesmente porque temos o dever de evangelizar mostrando a quem nos
rodeia o quanto é bom e salutar seguir Jesus no Amor Caridade que Ele
amavelmente nos explicitou.
E tal como chamou os
Apóstolos pelo nome, é pelo nosso nome que Jesus nos chama a cada um em
particular, pois é assim que nos ama a cada um de nós, como único e
irrepetível. E é daí que advém a imensa grandeza de cada pessoa perante Deus!
Vejamos o que nos diz
São Cirilo de Alexandria, (380-444), num dos comentários sobre o Evangelho de
São João, mas que vem mesmo a propósito:
“Nosso Senhor Jesus
Cristo instituiu guias e mestres para o mundo inteiro, e «dispensadores dos
mistérios divinos» (1Cor 4,1). E ordenou-lhes que brilhassem e iluminassem como
archotes, não só os judeus […], mas os homens que habitam em toda a superfície
da terra. É, portanto, verdadeira esta palavra de São Paulo: «Ninguém atribui
esta honra a si mesmo; recebemo-la por vocação de Deus» (Heb 5,4). […]
Se Ele achava que devia enviar os seus discípulos como o Pai o tinha enviado a
Ele (Jo 20,21), era necessário que estes, chamados a ser seus seguidores,
descobrissem para que tarefa tinha o Pai enviado o Filho. Por isso nos explicou
de diversas maneiras o carácter da sua própria missão. Disse um dia: «Não vim chamar
os justos, mas os pecadores, para que eles se convertam» (Lc 5,32). E também:
«Eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me
enviou» (Jo 6,38). E de outra vez: «Deus não enviou o seu Filho ao mundo para o
julgar, mas para que o mundo seja salvo por Ele» (Jo 3,17).
Resumia em algumas palavras a função dos apóstolos, dizendo que os tinha
enviado como o Pai O tinha enviado a Ele; saberiam assim que lhes competia
chamar os pecadores à conversão, cuidar dos doentes, corporal e espiritualmente
e, nas suas funções de dispensadores, não procurar de modo algum fazer a sua
própria vontade, mas a vontade daquele que os tinha enviado, a fim de salvarem
o mundo na medida em que ele aceitasse os ensinamentos do Senhor. ”
Estas palavras, que
parecem somente direccionadas para os Ministros Ordenados, também têm a ver
connosco. Não na perspectiva de directos dispensadores de graças que é o que a
eles compete, mas como receptadores vivenciais das graças que, em nome de
Jesus/Deus eles nos vão repartido.
A nós cabe-nos viver o
Amor, ser exemplos de vida digna e dignificante de acordo com o Evangelho em
que acreditamos, de modo a sermos sinais vivos do amor misericórdia e perdão
para com todos mesmo para quem nos ofenda ou tiver ofendido!
É o que Deus quer e
precisa que façamos em todos os segundos das nossas vidas!
Que o Espírito Santo nos
ajude!
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