quarta-feira, 29 de julho de 2009

AMOR… tudo quanto Jesus fez, foi por AMOR!

Hoje é dia de Santa Marta, que era irmã de São Lázaro e de Santa Maria Madalena, os três irmãos a quem Jesus visitou na sua casa mais de uma vez.
Santa Marta esforçava-se por atender Jesus com o máximo zelo, por isso é honrada como padroeira das cozinheiras e das donas de casa.
Segundo antiga tradição, foi com seus irmãos para o sul da França, onde faleceu.
Quando eu era pequena e mais jovem ficava muito intrigada com esta passagem do Evangelho de hoje, S. João 11,19-27.

“…e muitos judeus tinham ido visitar Marta e Maria para lhes darem os pêsames pelo seu irmão. Logo que Marta ouviu dizer que Jesus estava a chegar, saiu a recebê-lo, enquanto Maria ficou sentada em casa. Marta disse, então, a Jesus: «Senhor, se Tu cá estivesses, o meu irmão não teria morrido. Mas, ainda agora, eu sei que tudo o que pedires a Deus, Ele to concederá.» Disse-lhe Jesus: «Teu irmão ressuscitará.» Marta respondeu-lhe: «Eu sei que ele há-de ressuscitar na ressurreição do último dia.» Disse-lhe Jesus: «Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em mim, mesmo que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim não morrerá para sempre. Crês nisto?» Ela respondeu-lhe: «Sim, ó Senhor; eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus que havia de vir ao mundo.»”


Lázaro tinha morrido, na ausência de Jesus que, não obstante ter sido chamado para curá-lo, não apareceu.
Neste momento Maria, como mais desligada do trabalho e dedicada às coisas íntimas, do coração, tinha ficado em casa, enquanto Marta correu ao encontro de Jesus para partilhar com Ele a sua dor e fazer-LHE um enormíssimo acto de fé. Jesus aproveita para falar de SI mesmo, a verdadeira vida, a vida da graça, a ressurreição verdadeira.
De seguida Jesus ressuscitou Lázaro que voltou novamente à vida terrena. QUEM diz que o morto sepultado há dias está vivo e de seguida levanta-o do sepulcro. Jesus não mente, diz que lázaro está vivo e apresenta-o vivo. Lázaro, de facto, estava longe dos olhares das pessoas que ainda estavam no mundo, mas vivia.
Jesus ensinava com palavras e acções. Ele justificava tudo o que fazia, das formas mais diversas, como bom pedagogo que era, o melhor de todos os pedagogos, que parte sempre das aprendizagens interiorizadas para assentar as novas aprendizagens que queria firmar.
Este acontecimento foi uma forma de justificar a Vida da Graça que DELE nos provém, que não se vê com os olhos, apenas se sente com o coração, mas existe na verdade e muda radicalmente todos os comportamentos, ou melhor dito, não muda, vai mudando… porque a vida em Deus é uma caminhada que só termina com a morte terrena.
Jesus fala da Ressurreição do homem, de uma vida diferente desta que temos agora e que nos espera para além da morte corporal, vida que mudará o rumo da vida terrena de quem nela acreditar…
Jesus fala de eternidade feliz com Deus ou infeliz sem Deus, melhor dito, feliz com Amor ou infeliz sem Amor, porque Deus é Amor.
Então, se queremos ter uma eternidade feliz… amemos… amemos… amemos… como Deus nos amou e ama, perdidamente.

terça-feira, 28 de julho de 2009

AMOR… és tu que obrigas?

Não sei se é o AMOR que nos obriga… ou se nos obrigamos a nós mesmo pelo AMOR!...
Para hoje temos o Evangelho segundo S. Mateus 13,36-43, e quedei-me nele:

“Afastando-se, então, das multidões, Jesus foi para casa. E os seus discípulos, aproximando-se dele, disseram-lhe: «Explica-nos a parábola do joio no campo.» Ele, respondendo, disse-lhes: «Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem; o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do Reino; o joio são os filhos do maligno; o inimigo que a semeou é o diabo; a ceifa é o fim do mundo e os ceifeiros são os anjos. Assim, pois, como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo: o Filho do Homem enviará os seus anjos, que hão-de tirar do seu Reino todos os escandalosos e todos quantos praticam a iniquidade, e lançá-los na fornalha ardente; ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o Sol, no Reino de seu Pai. Aquele que tem ouvidos, oiça!»”

Eu não sei se tenho ouvidos para ouvir… estou à escuta… tento estar à escuta todos os momentos da minha vida.
Afinal, que interessa dizermo-nos cristãos… se não tentamos imitar Cristo???...
Todavia, imitar Cristo… é demais para qualquer ser humano… é demais e deveras difícil para qualquer cristão… que como ser humano que é mesmo sendo cristão continua frágil e inseguro.
Cristo, AQUELE que normalmente é representado com um rosto carinhoso e frágil, cheio de meiguice e ternura… acho que mostra apenas uma das faces do verdadeiro rosto de Cristo!... ELE bem que pode ter sido, fisicamente, assim… na parte visível DELE, mas no mais importante do SER, o invisível aos olhos humanos… era de uma fortaleza a toda a prova… ELE estava constantemente atento ao PAI e a todos nós… e não hesitou um momento sequer em fazer a vontade do PAI e em conceder-nos o dom da Sua Graça, a Salvação!
Mais do que nunca, numa sociedade cada vez mais globalizada, o mundo precisa dos cristãos. Não de cristãos de nome, mas de cristãos de espírito e acção, de cristãos que sejam realmente verdadeiros imitadores de Cristo, pequenos reflexos da Luz de Cristo para que Cristo seja visto por aqueles que o não conhecem ainda. Visto, não apenas por palavras, mas acima de tudo por atitudes verdadeiramente cristãs, atitudes de solidariedade, compreensão, paciência, amor, doação, entrega, solicitude, abnegação…
Que tipo de pessoa sou eu???... trigo… ou joio…
Que eu saiba extrair cada vez mais de mim o joio da minha vida, para poder ser cada vez mais trigo na vinha do Senhor!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

AMOR… a quanto obrigas!

AMOR… a quanto obrigas?........ Obrigas a muito!
Obrigas:
-A esquecermo-nos do que somos para sermos o que devemos;
-A esquecermo-nos de nós para nos encontrarmos connosco;
-A esquecermo-nos de nós para nos entregarmos aos outros;
-A esquecermo-nos das nossas mágoas para perdoar a quem nos ofende, abraçar quem nos magoa, ajudar quem nos tortura;
-A esquecer cansaços para aguentar canseiras;
-A esquecer aflições para encontrar caminhos que levem à resolução de situações;
-A ver no outro um irmão… um irmão para ajudar… para compreender e aceitar… para engrandecer… para elogiar… para levantar da tristeza e solidão… para encaminhar por todas as formas possíveis e imaginárias ao encontro da sua verdadeira felicidade!......
E… talvez… muitas mais coisas sejam imperativo do AMOR!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

AMOR

AMOR… a quanto obrigas!
Esta expressão popular encerra todo o outro lado de uma vida, toda a verdadeira verdade de uma vida!
Deus é amor! Criaturas de Deus, nascemos para amar, vivemos para amar… a nossa vida tem de ser uma escola de amor! Amor que pressupõe, COMPREENSÃO, ACEITAÇÃO, DESPRENDIMENTO, CONFIANÇA, VERDADE, DIGNIDADE, RESPEITO, DELICADEZA, APERFEIÇOAMENTO, ENTREGA, DOAÇÃO, PERSISTÊNCIA, PARTILHA, COMUNIDADE… sei lá quantas coisas mais.
Estamos numa época em que a palavra amor está muito banalizada… e não só a palavra… mas também os gestos de amor estão banalizados.
Amar começa sempre por uma situação de empatia, de gostar de... e gostar de alguém não é olhar alguém com os olhos, sorrir com a face e falar com a boca, é ir guardando esse alguém no mais profundo do coração e estar-lhe presente na vida… mas amar alguém de verdade é tudo isto e muito mais.
Eu não sei o que é o AMOR! Eu busco o AMOR! Estudo o AMOR! Vou aprendendo no dia a dia a viver em AMOR!
Até quando?... Até ao fim!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

AMOR, ENTREGA, DESPRENDIMENTO, DOAÇÃO

Hoje quedei-me no Evangelho do dia, Mateus 10,34-42.11,1.

“Não penseis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas a espada. Porque vim separar o filho do seu pai, a filha da sua mãe e a nora da sua sogra; de tal modo que os inimigos do homem serão os seus familiares. Quem amar o pai ou a mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem amar o filho ou filha mais do que a mim, não é digno de mim. Quem não tomar a sua cruz para me seguir, não é digno de mim. Aquele que conservar a vida para si, há-de perdê-la; aquele que perder a sua vida por causa de mim, há-de salvá-la.» «Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta por ele ser profeta, receberá recompensa de profeta; e quem recebe um justo, por ele ser justo, receberá recompensa de justo. E quem der de beber a um destes pequeninos, ainda que seja somente um copo de água fresca, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa.» Quando Jesus acabou de dar estas instruções aos doze discípulos, partiu dali, a fim de ir ensinar e pregar nas suas cidades.”



Esta passagem do Evangelho é muito significativa na vida de qualquer pessoa e quando me aparece como meditação penso logo em tantas afirmações paradoxais que se resumem apenas a uma: “não vim trazer a paz mas a espada”... esta “espada” que sou eu contra mim... o resto é pura conversa.
Eu, dentro do meu Bilhete de Identidade que é o meu corpo que me guarda e apresenta, sou corpo e espírito, e como tal, dentro de mim, aguento uma luta diária permanente e persistente. Corpo e espírito têm quereres diferentes. Seja qual for o local exacto da minha caminhada de ascensão para Deus sempre terei de usar “o fio da espada” para cortar de mim o que me afaste de mim, de Deus e dos irmãos.
É o amor que comanda a acção da minha espada... e o meu corpo lado a lado com o meu ego solicita a presença carinhosa e os elogios e toques constantes e aconchegantes dos meus familiares e amigos para poder manter-se em equilíbrio... contudo, isto são pertences que, embora levem ao céu, são especificamente terrenos... pelo que quando me prendo demasiado nessas minhas solicitações corporais e limitação ao mais efémero, o efémero toma conta de mim. Então, não descurando essa parte de mim, urge espiritualizá-la, ou seja, aproveitá-la, usufruir dela, não somente para proveito próprio, mas para um amor e doação alargados a Deus e a todas as suas criaturas.
E não posso ter ilusões... diz-me a experiência que quanto maior for o abandono de mim à causa dos outros, de todos, dos mais distantes, dos desprotegidos ou necessitados... quando parece até que a família e amigos ficam para trás por esses meus comportamentos que podem parecer até esquisitos... é que amo verdadeiramente a família e amigos, sem egoísmo, sem amor exagerado à minha pessoa, aos meus quereres, às minhas pretensões... é que amo verdadeiramente com um AMOR VERDADEIRO e universal... que quanto mais desprendido for, mais se assemelhará ao Amor de Deus por mim e por todos os seres humanos.




sábado, 11 de julho de 2009

MOMENTOS DA VIDA

A vida tem momentos inesquecíveis, pelo lado bom e pelo lado mau. Temos tendência a não esquecer os momentos maus, mas esquecemos muitas vezes de recordar os bons momentos, e são esses que nos dão ânimo para sorrir à vida.
Às vezes dou comigo a pensar no que mais me tem feito crescer como pessoa humana que sou em todo o meu conjunto de ser corpo e espírito com inúmeros conhecimentos, muita força de vontade e muitos desânimos à mistura. Então, normalmente, surge uma pequena revisão do passado para preparar o futuro, e depende do meu estado anímico aparecerem-me as minhas lembranças boas... ou as menos boas...
Com as boas lembranças, pareço sentir de novo as mesmas sensações de felicidade e são os mimos e venturas da vida que me encorajam a crescer; mas, das lembranças menos boas, o sofrimento passa despercebido pela recordação do triunfo das batalhas vencidas, e, assim, consigo ver mais fundo a minha capacidade de lutar para vencer as tempestades para depois repousar no tempo de bonança.
As recordações de momentos bons, deleitam-me na evocação do sonho; nas memórias das lutas dos maus momentos ultrapassados, o meu ego, vitorioso, sente-se vaguear por entre lufadas de esperança e augúrios de paz.
Resta-me quedar-me nas realidades da vida... agradecer tudo quanto de bom e menos bom me tem dado... e continuar a crescer com tudo quanto de bom ou menos me for trazendo... neste caminho incerto para a morada certa – o amor em plenitude – Deus.

terça-feira, 7 de julho de 2009

O mudo falou

Hoje o Evangelho do dia é S. Mateus 9,32-38, que diz assim:

“Mal eles se tinham retirado, apresentaram-lhe um mudo, possesso do demónio. Depois que o demónio foi expulso, o mudo falou; e a multidão, admirada, dizia: «Nunca se viu tal coisa em Israel.» Os fariseus, porém, diziam: «É pelo chefe dos demónios que Ele expulsa os demónios.» Jesus percorria as cidades e as aldeias, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando todas as enfermidades e doenças. Contemplando a multidão, encheu-se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor. Disse, então, aos seus discípulos: «A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe.»”

E me diz a mim que Jesus pregava com Palavras e obras, que é o que eu devo fazer.
Contudo, dada a minha pouca preparação, acho que devo evitar as palavras e apostar nas obras silenciosas e feitas com muito amor.
Esta passagem do Evangelho, como muitas outras, fala-me da expulsão de demónios. Andei muito tempo a mastigar estas passagens que falam de demónios, de expulsar demónios...
No tempo de Jesus a doença era considerada castigo de Deus e obra do diabo... e as pessoas doentes eram consideradas possessas do demónio... o demónio era a doença... retirada a doença saía o demónio
Porém, da forma como Jesus curava que começava normalmente por dizer “os teus pecados te são perdoados” Ele mostrava claramente que o única prisão do homem é o pecado que existe dentro do próprio homem devido à sua humanidade e que era, e é, urgente combater no dia a dia, ou seja, é urgente operar uma conversão dia a dia, momento a momento, numa união plena com Deus e com os irmãos, pois é isso que o fundamental cristão nos pede.
Agora sabemos muito bem que a doença é normal nos seres humanos, assim como é normal haver doenças esquisitas e difíceis de diagnosticar. As doenças com as quais os médicos não se entendem normalmente são obra de tratamento psicológico ou psiquiátrico, ou seja, são situações recalcadas na vida das pessoas que, quando muito reprimidas acabam por passar de doença psicologia a doença física.
Não obstante falar-se muito em idas ao psiquiatra e ao psicólogo, essas doenças tentem a aumentar, por várias razões.
A vida é realmente uma corrida louca que provoca stress: a falta de emprego; o querer ser reconhecido como pessoa que muitas vezes passa pelo oposto, o não reconhecimento e mesmo o desprezo; a falta de amigos leais...
Muito mais do que médicos ou amigos são os conselhos acertados dos sacerdotes que, como elos de união entre o homem e Deus e Deus e o homem, assistidos pelo Espírito Santo, têm sempre a palavra certa porque não falam deles próprios mas de Deus que actua neles, sejam eles como eles forem...
Ainda há quem pense que há qualquer coisa de espiritual por detrás de muitas das doenças difíceis de diagnosticar... e quando isso acontece... os médicos... que sabem muito bem de onde essas doenças provém, acabam por mandar os doentes para sítios errados, ou seja, pessoas tidas como “as bruxas ou bruxos, espíritas... sei lá o quê”...
Essas pessoas, quanto a mim, só têm uma coisa de bom, ou melhor, duas, sabem ouvir, têm paciência para ouvir e para aconselhar... mas falta-lhes a força de Deus própria para encaminhar as pessoas no caminho certo.
Para hoje, acho que é urgente pedir aos sacerdotes mais empenho junto das pessoas mas... e acima de tudo... que as pessoas comecem a procurar nos sacerdotes a resolução de muitos dos seus problemas que só serão resolvidos com muita força de vontade e muita ajuda de Deus que tudo pode.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Mateus 9,18-26 – Duas curas

Faz tempo, quando meditava estas passagens, ficava presa nos dois milagres, sem perceber os seus porquês. Horrorizava-me a morte e a dor e alegrava-me com a simples cura. Muitas vezes me questionei porque Jesus não ficou eternamente de corpo visível entre nós para poder curar tantos doentes e estropiados.
Aos poucos, fui compreendendo que não podia ser assim. Se o corpo físico de Jesus era semelhante ao nosso, impreterivelmente, envelheceria e morreria. Ele morreu, mas está vivo entre nós. Ele continua a fazer milagres todos os dias e a todas as horas, a nossa cegueira espiritual é que não deixa enxergar essas curas.
Agora, todas as vezes que medito nesta parte do Evangelho, penso de imediato na ousadia das pessoas que procuravam Jesus. Elas não ficavam acomodadas à espera que Ele aparecesse, saíam à Sua procura, falavam com Ele, suplicavam, deixavam para trás a vergonha e o respeito humano e até mesmo o cumprimento da Lei.
Esta mulher que sofria de fluxo de sangue teve uma coragem extraordinária. Naquele tempo, as mulheres não tinham valor nenhum, e quando andassem com o período nem sequer podiam chegar-se a ninguém porque estavam impuras e quem as tocasse ficava impuro como elas.
Há doze anos que esta mulher não tinha um carinho, não tinha nada.
Para mim o mais importante neste milagre de Jesus foi a coragem da mulher em ter-se metido no meio da multidão para Lhe tocar nas vestes. Ela sabia que era proibido na Lei chegar-se a alguém, mas ela confiava em Jesus e avançou até Ele e foi esse seu gesto que lhe alcançou a cura.
O pai da menina, mesmo sabendo que a filha morrera, confiou na vida e a menina viveu.
Ousadia, fé, confiança, perseverança... vida... um outro lado de vida que os nossos olhos humanos não conseguem ver mas que existe realmente e nos comanda toda a existência, e por mais que nos esforcemos, se esse outro lado da vida não estiver em boa forma nunca seremos nada no todo que somos, porque o mais importante será sempre invisível aos olhares dos nossos olhos.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

“FELIZES OS QUE CRÊEM SEM TEREM VISTO”

Hoje, dia do Apóstolo Tomé, o Evangelho do dia, S. João 20,24-29, é sobejamente conhecido.
Jesus tinha aparecido aos Apóstolos na ausência de Tomé que não acreditou no que os amigos lhe disseram sobre Jesus.
Para acreditar na ressurreição de Jesus ele queria ver as Suas feridas.
Jesus matou-lhe a curiosidade, e aproveitou para falar em todos aqueles e aquelas que iam acreditar sem ver – sem ver as chagas de Jesus.
Esta meditação diz-me muito. O mundo em que vivemos é muito complexo com as mais variadas formas de viver.
Dá-me impressão que Deus é muito importante para todas as pessoas: para uns porque O amam ou querem amor, para outros porque O odeiam... e se o odeiam é porque lhes faz sombra, é importante para eles. Há muitos indiferentes... mas se lhes aparece algum problema procuram-NO de qualquer jeito, à vezes das formas mais aberrantes, mas procuram-no.
Deus é assim como um Sol que existe para todos e cada um tira dele o que pode, precisa ou quer. Isto leva a que exista como que um Deus para cada pessoa, pois cada pessoa vê Deus à sua maneira, mas vê a Deus, e fala de Deus conforme O vê.
Recordando o Apóstolo Tomé, ele não foi em conversas. Quis factos concretos. Quis ver Jesus, as feridas de Jesus.
No meio do ruído e da correria louca deste mundo, temos de falar de Jesus, temos de evangelizar o mundo, mas a nova evangelização de que tanto se vem a falar não tem a ver com conversas, com o diz que diz, tem a ver com factos concretos, tem a ver com a vida dos cristãos, dos que pertencem mais directamente à família de Jesus Cristo, dos que dizem seguir Jesus Cristo mais de perto, dos que ainda vão às igrejas e pertencem a movimentos da Igreja, que não têm que falar de Jesus com palavras, têm, sim, de escutar a Palavra de Jesus, vivê-la profundamente, incarná-la na sua própria vida, e falar de Jesus com os factos concretos da sua vida.
Quando falarmos de Jesus com a vida, seremos realmente bons evangelizadores.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Libertação

Hoje a leitura e meditação do Evangelho do dia, S. Mateus 9,1-8, tocou-me por demais.
Um paralítico foi levado a Jesus, a Jesus que consegue ver o paralítico total, a Jesus que vê o outro lado da vida, que vê o homem que está na Sua frente com toda a sua história. Consegue ver o homem que está à Sua frente melhor que o próprio homem vê a si mesmo.
Jesus sabe que a doença corporal do homem não é a pior doença do homem. A pior doença do homem é a sua prisão às situações erradas cometidas.
Não posso esquecer que naquele tempo viam a doença como um castigo de Deus! Na frente de Jesus, desejando e suplicando veementemente a cura, aquele homem tinha presentes todos os seus pecados, aquilo que os homens normais não conseguiam ver mas que Jesus via. Os pecados daquele homem causavam-lhe pavor, medo de Deus, e o medo não deixa que façamos nada de bom.
Jesus quer dizer àquela gente e a nós todos:
-que Deus conhece as fraquezas humanas, (Jesus conhecia os pecados daquele homem);
-que Deus é misericordioso, (perdoa os pecados, as maldades dos homens, sente alegria em perdoar, deseja perdoar, quer a sinceridade do homem, e mesmo que o homem não fale, lê seus pensamentos, conhece os seus pensamentos, o outro lado da vida, até aos ínfimos pormenores, não é possível escondermo-nos de Deus);
-que o homem tem de estar interiormente liberto, tem de cuidar do outro lado da vida, da sua vida espiritual, sentimental, daquilo que ninguém mais vê além dele, pois quanto mais o homem cuidar da sua parte que ninguém mais vê, que é a mais importante, menos paralítico estará para poder crescer como pessoa total e ter uma vida mais digna.