domingo, 30 de outubro de 2016

OS NOSSOS... MISTÉRIOS!

Não sei se o mundo se abre para os seres, se os seres se abrem para o mundo. As duas situações, em simultâneo, acontecem tão naturalmente que nem sequer delas nos apercebemos. Para conseguirmos uma ideia do que poderá ter sido o nosso aparecimento e integração no mundo, seria bom que nos pudéssemos imaginar um bebé acabado de ser concebido. Parece descabida esta afirmação, pois na realidade não há memória de alguém  se lembrar de alguma coisa que se tenha passado consigo durante a vida intra-uterina. Todavia, na actualidade temos a certeza que, estudos muito aturados e acompanhados de investigações seguras provam que as vivências no seio materno têm influência no comportamento dos recém-nascidos e, em boa parte, podem determinar a sua forma de ser na vida futura.
A psicologia põe em evidência certos factores determinantes que podem transmitir-se, geneticamente, de pais para filhos: é a côr dos olhos, da pele e do cabelo, o tom de voz, os sinais da pele... tipo de sangue.... é muito corrente falarmos em doenças transmissíveis, e quando os bebés apresentam certas maneiras de ser, as expressões, “tal pai tal filho”... “tal avô tal neto”...”tal mãe tal filha”... saem-nos sem mais nem porquê. E então, se se trata de calma ou nervosismo... as semelhanças têm tendência a verem-se mais acentuadas. É um facto incontestável que os descendentes tenham algo dos seus progenitores, incompreensível seria se assim não fosse. Mas, a esta parte, muita fita tem sido gravada e muita tinta, papel e tempo têm sido gastos no estudo do desenvolvimento dos seres humanos desde o nascimento, e há sempre coisas que se constatam e que nos surpreendem. As semelhanças físicas podem aparecer até depois de quatro ou cinco gerações, são imutáveis bem assim como alguns traços fundamentais do psiquismo. Agora, falando do comportamento mais superficial, com o desenvolvimento dos órgãos de comunicação social e consequente informação de massas, somos confrontados com as mais díspares situações que nos levam a pensar que não deverá ser tanto assim. É muito comum aparecerem-nos crianças adoptadas que se identificam por demais com os pais adoptivos. E isto porque, com as semelhanças entre gerações, muitas vezes, os traços fisiológicos passam mais despercebidos do que as atitudes comportamentais, e o psiquismo de base nem sempre é visível pela sociedade que nos envolve. Um outro pormenor que acentua a descrição que se segue é que, no caso de adopção, os pais adoptivos têm preferência por crianças quanto mais jovens melhor. Há mesmo os que tomam conta delas logo após o nascimento. Esta é a resposta a que o ser humano tem qualidades inatas e adquiridas. Poderão chamar-se inatas os traços fisiológicos, tipo de sangue e doenças transmissíveis, porque a parte psicológica e comportamental pode muito bem ser trabalhada no pós nascimento.
Mas… ficará para uma outra ocasião

HN

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

FARISEU E PUBLICANO

Nesta semana de Educação Cristã nada como ter na cabeça e vida o Evangelho do passado Domingo que nos apresenta o Fariseu e o Publicano ambos a  rezar.
Na vida diária e segundo a lei e costumes do tempo o Fariseu cumpria tudo à risca, e até fazia mais do que a lei mandava, a Lei de Moisés escrita e interpretada lá do jeito deles; o Publicano, pelo contrário, era um fora da lei com tudo o que isso implica.
Ora quando se juntaram no Templo, com tantas diferenças de comportamento, cada um se viu do seu jeito. Então o Fariseu olhou-se com toda a importância de acérrimo cumpridor da Lei, enquanto que o Publicano se olhou como um desvirtuado e perverso.
Cada um deles olhar-se como é, não tem nada de mal. Mas... na realidade... a pessoa humana é tão fraca que sozinha, sem uma ajuda especial de Deus não pode praticar o bem, e foi isso que faltou à oração do Fariseu, a humildade de reconhecer a ajuda de Deus para conseguir praticar o bemou o que pensava bem na sua vida, chegando, por isso, a desprezar tanto o Publicano.   
Então... na nossa vida... façamos tudo para conseguir levar a sério o que pensamos ser a vontade de Deus a nosso respeito como fazia o Fariseu... mas rezemos como o Publicano... reconhecendo o mal que praticado e a nossa pequenez perante o Senhor agradecendo toda a ajuda que Ele nos vai dando ao longo de todos os segundos.
Uma boa semana, com muita oração!

HN 

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

FUGA... BUSCA... PROCURA... ENCONTRO...


Fuga... busca... procura... encontro...
Estas palavras estão sempre bem presentes na nossa mente, até porque, por razões que todos conhecemos... e que a maior parte das vezes não são as melhores... a Comunicação Social não nos deixa esquecê-las.
Mas vamos esquecer roubos assassinos e outros coisas que tais... e mesmo as pessoas que nos rodeiam... para nos centramos em nós próprios, pois encerramos numa só pessoa que somos nós mesmos, todas estas expressões que nos parecem  tão deprimentes.
Se pensarmos um pouquinho... veremos que estas fugas fazem parte, na realidade, das nossas tendências naturais!
Vamos começar pela fuga, pelas nossas fugas! Pelo fugir das dificuldades, das pessoas que não gostamos tanto, de um animal que detestamos ou nos parece feroz, de um trabalho que não gostamos de fazer... de um telefonema que de antemão sabemos que nos faz ouvir... ouvir... sem saber o que dizer... e nós com tanto trabalho para fazer... E por aí adiante. Um montão de fugas... fugas de tudo o que está fora de nós e de qualquer modo nos embaraça a existência desejada.
Deste tipo de fugas... há, de facto, fugas que teremos de fazer, como o fugir de tudo o que é mau e faz mal... mas haverá outras fugas que teremos de abraçar, quando se trata de ajudar quem necessita de nós, do nosso tempo, das nossas palavras, do nosso trabalho, do nosso sorriso, do nosso carinho e ternura, da nossa presença, dos nossos gestos de compaixão misericórdia e amor... que de tão interligados até se confundem entre si!
Mas... agora... vem a pior das fugas... o fugir de nós mesmos!
O fugir de entrar no nosso íntimo, lá bem no fundo, naquele sítio real/imaginário a que chamamos coração, onde se encontram as raízes das nossas más tendências, aquelas que geram em nós acções menos dignificantes e que teremos de nos esforçar muito para as modificar, para torná-las menos fortes a fim de termos uma vida mais amável, compreensiva, caritativa, solidária, humana.
Mas também é lá, bem no fundinho de nós mesmos,  no tal sítio real/imaginário a que chamamos coração, que se encontram as nossas apetências, habilidades, qualidades, dons... para procurar, buscar, encontrar e desenvolver de modo a podermos ser mais o que devemos neste mundo lindo onde vivemos por obra e graça de Deus.
Então... hoje... vamos decidir não mais fugir de nós e dar mais atenção ao nosso “ser pessoa”, buscando e procurando intensamente tudo quanto de menos bom houver em nós para o tornar melhor... e tudo quanto de bom lá houver para o podermos desenvolver como a todos convém!
Se o fizermos, inúmeras coisas mudarão em nós mesmos e no nosso meio ambiente circundante!
O mundo ficará mais rico e com menos tragédias humanas que tanto nos preocupam!
Uma boa sexta – feira, repleta de bons encontros!

HN

terça-feira, 18 de outubro de 2016

BELEZAS DA NATUREZA!

Hoje de manhã, de caminho para a Eucaristia, olhei um pouco mais profundamente para as árvores que ladeiam a estrada, e pensei para comigo: como é possível esta passagem esplendorosa das folhas verdes a um amarelado avermelhado acastanhado que não sei definir?
A Natureza faz milagres, porque Deus está na Natureza!
E nós também somos Natureza, obras de Deus! Porque será que não conseguimos ver os milagres que Deus vai fazendo em nós? Se o conseguíssemos, como o mundo ficaria diferente!...
Temos a tendência a imitar o que vemos ou ouvimos! E não temos aliciantes a imitar!
Agora mesmo, enquanto vou escrevendo, a TV vai falando do tal Pedro Dias… uma das situações que faz parte do dia a dia da nossa Comunicação Social que se esfalfa por encontrar horrores para comentar, o que gera cada vez mais horrores!
Até quando teremos que escutar assassínios e roubos todos os dias enquanto há tantas boas acções que passam despercebidas a toda a gente que as devia comentar!
Recordo o tempo em que Portugal era um País calmo e sossegado, sem assaltos nem sobressaltos! E temo que estes temerosos incidentes continuem, pois são o que nos é posto na frente dos olhos para imitar!
Senhor! Se a Natureza consegue mudar tão bem a cor das folhas, faz com que a mente dos homens que dominam a sociedade descubra um jeito de mostrar aos outros homens e mulheres o verdadeiro caminho a seguir, o da aceitação, compreensão, fraternidade, solidariedade, amor e paz que é a única forma de conseguirmos ser felizes como a todos convém!

HN

domingo, 16 de outubro de 2016

REZAR… É ESTAR COM DEUS

Rezar é estar com Deus para viver ao Seu jeito como nos exemplificou Jesus Cristo!
Há vários dias que não me canso de pensar no Evangelho da Eucaristia de hoje, “O juiz iníquo e a viúva persistente!”
Vejamos o que, a respeito, nos diz o Papa Francisco:
«»
 “A parábola da viúva e do juiz iníquo nos ensina a necessidade de rezar sempre, sem cessar. O juiz da parábola, que não temia Deus e era uma pessoa sem escrúpulos, dada a insistência da pobre viúva, que não tinha mais ninguém no mundo, acaba tendo que fazer justiça. Com essa imagem, Jesus ensina que, se até um juiz inescrupuloso se dobrou à insistência da viúva, muito mais fará Deus que não deixará de escutar prontamente as nossas orações. Contudo, o fato de que sempre nos escute na oração, não significa que Deus faça tudo no tempo e no modo que nós gostaríamos. A oração não é uma varinha mágica; ela é uma ajuda para conservar a fé em Deus, confiando n’Ele mesmo quando não compreendemos a sua vontade. De fato, a oração transforma o nosso desejo e o modela segundo a vontade de Deus, seja ela qual for, pois, rezando, aspiramos em primeiro lugar à união com Deus, que é o Amor misericordioso”.
«»
Ainda sobre a mesma parábola, diz-nos a Santa Madre Teresa de Calcutá:
«»
“Gostar de rezar. Sente-se muitas vezes, ao longo do dia, a necessidade de rezar. A oração dilata o coração a ponto de ele se tornar capaz de receber o dom de Deus, que é Ele próprio. Pede, procura, e o teu coração alargar-se-á a ponto de O receber, de O guardar como seu bem.
Desejamos tanto rezar bem, e depois não conseguimos; então perdemos a coragem e desistimos. Se queres rezar melhor, tens de rezar mais. Deus aceita o fracasso, mas não quer que percas a coragem. Ele quer que sejamos cada vez mais crianças, cada vez mais humildes, cada vez mais cheios de gratidão na oração. Quer que nos recordemos de que pertencemos ao corpo místico de Cristo, que é oração perpétua.
Devemos ajudar-nos uns aos outros com as nossas orações. Libertemos o espírito. Não rezemos longamente: que as nossas orações não sejam intermináveis, mas breves e cheias de amor. Rezemos por aqueles que não rezam. Recordemos que aquele que quer ser capaz de amar tem de ser capaz de rezar.”
«»
Dois testemunhos que nos podem ajudar a aprender a rezar mais e melhor como a todos convém!
Deus ama-nos e cuida-nos sempre, ainda que não rezemos, mas para O sentir connosco temos que querer estar com Ele, desejar senti-Lo e que os outros O sintam também. Desejo que pode ser expresso por pensamentos ou palavras e que, impreterivelmente, redundará em acções concretas de solidariedade e fraternidade, de encontro de união, de aceitação e compreensão, de paz e amor!
Que o Espírito Santo nos ajude!

HN

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

QUEM SOMOS NÓS!

Somos interior… e exterior! Somos o que se vê… mas antes e acima de tudo o que se não vê e só mesmo Deus conhece em profundidade porque muitas vezes não temos capacidade de nos reconhecermos a nós mesmos. Pelo menos comigo isto acontece muitas vezes.
No referente ao comportamento dos fariseus gostei imenso desta meditação que me chegou de Balduino de Ford, que nos faz ir mais fundo no reconhecimento das nossas fraquezas e debilidades:
«»
«Limpais o exterior. [...] Quem fez o interior não fez também o exterior?»
O Senhor conhece os pensamentos e as intenções do nosso coração. Ninguém duvida de que Ele os conhece de facto a todos, mas nós só conhecemos os que Ele nos torna manifestos pela graça do discernimento. Porque o espírito do homem nem sempre sabe o que há nele; e mesmo quando se trata dos seus próprios pensamentos, sejam eles queridos ou não, tem deles uma ideia que nem sempre corresponde à realidade. Nem os que se apresentam com evidência aos olhos do espírito discerne com precisão, tão obscurecido está o seu olhar.
Com efeito, acontece frequentemente, por uma razão humana ou procedente do tentador, deixarmo-nos levar pelo pensamento para aquilo que é só aparência de piedade e que, aos olhos de Deus, não merece de maneira nenhuma a recompensa prometida à virtude. É que há coisas que podem apresentar o aspeto de verdadeiras virtudes, como também de vícios, e enganar os olhos do coração. Pelas suas seduções, podem perturbar a visão da nossa inteligência ao ponto de muitas vezes lhe fazer tomar por um bem realidades que realmente são más, e inversamente, levá-la a ver um mal onde, na verdade, não existe. É um aspeto da nossa miséria e da nossa ignorância que muito precisamos de deplorar e grandemente de temer. [...]
Quem pode verificar se os espíritos procedem de Deus a não ser que tenha recebido de Deus o discernimento dos espíritos? [...] Este discernimento é a fonte de todas as virtudes.
«»
É por estas e outras que, depois de muito estudar meditar e vivenciar me sinto uma enormíssima ignorante ávida de descobertas que creio só as conseguirei mesmo na continuação desta vida a que chamamos eternidade.
Um bom 13 de Outubro com todas as recordações e vivências que nos traz à flor da vida!

HN

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

CRISTÃOS… TERÃO DE SER PESSOAS ALEGRES!

Não sei de quando são estas palavras do Papa Francisco, mas que me tocaram bem fundo o coração é uma grande verdade!
E tenho a certeza de que, se passarem mais uns dias, e as voltar a ler, me irão tocar de novo… bem cá no fundo! Por isso… há que partilhar:
““Podemos caminhar rumo àquela esperança que os primeiros cristãos representavam como uma âncora no céu. Aquela esperança que nos dá alegria.”
“O cristão é um homem e uma mulher da alegria, um homem e uma mulher com a alegria no coração. Não existe cristão sem alegria! Mas, Padre, eu já vi tanta coisa! Não são cristãos! Dizem que são, mas não são! Falta-lhes alguma coisa. A carteira de identidade do cristão é a alegria, a alegria do Evangelho, a alegria de ter sido escolhido por Jesus, salvo por Ele, regenerado por Jesus. A alegria daquela esperança que Jesus espera de nós, a alegria que, nas cruzes e nos sofrimentos desta vida, se expressa de outra maneira que é a paz, na certeza de que Jesus nos acompanha. Está connosco”.
“O cristão faz esta alegria crescer com a confiança em Deus. Deus se lembra sempre de sua aliança. O cristão sabe que Deus se lembra dele, que Deus o ama, que Deus o acompanha, que Deus o espera. Esta é a alegria”.
O encontro de Jesus com o jovem rico, um homem que “não foi capaz de abrir o coração à alegria e escolheu a tristeza”, “porque possuía muitos bens”:
“Era apegado aos bens! Jesus nos disse que não se pode servir a dois senhores: ou serve a Deus ou serve as riquezas. As riquezas não são ruins em si mesmas: mas servir a riqueza, esse é o mal. O pobre homem foi embora triste… “Ele franziu a testa e retirou-se triste”. Quando em nossas paróquias, nas nossas comunidades, em nossas instituições, encontramos pessoas que se dizem cristãs e querem ser cristãs, mas são tristes, algo está errado. E nós devemos ajudá-las a encontrar Jesus, a tirar essa tristeza, para que possa se alegrar com o Evangelho, possa ter essa alegria que é própria do Evangelho”.”
Quantas vezes ficamos apegados ao que não devemos e nos dá tristeza?
Muitas… talvez! Que o Espírito Santo nos ajude  a ser alegres, a escolher sempre o melhor caminho a seguir, o da alegria no Senhor!
Boa semana!
HN


sábado, 8 de outubro de 2016

GESTOS DE MISERICÓRDIA!

Este ano… de Misericórdia… tem-me dado muitas voltas à cabeça… e feito ler e meditar muito em muitos escritos que de todas as formas me vão chegando!
Acerca da tão conhecida ‘multiplicação dos pães’ vejamos o que nos diz o Papa Francisco:
«Também isto é “fazer” com Jesus, é “dar de comer” juntamente com Ele. Evidentemente, este milagre não pretende apenas saciar a fome de um dia, mas é sinal daquilo que Cristo pretende realizar pela salvação de toda a humanidade, dando a sua carne e o seu sangue (cf. Jo 6, 48-58).
E, no entanto, é preciso viver sempre estes dois pequenos gestos: oferecer os poucos pães e peixes que temos; receber o pão partido das mãos de Jesus e distribuí-lo a todos.
“Partir”: esta é a outra palavra que explica o significado da frase “fazei isto em memória de Mim”.
O próprio Jesus Se repartiu, e reparte, por nós. E pede que façamos dom de nós mesmos, que nos repartamos pelos outros. Foi precisamente este “partir o pão” que se tornou ícone, sinal de reconhecimento de Cristo e dos cristãos.
Lembremo-nos de Emaús: reconheceram-No “ao partir o pão” (Lc 24, 35). Recordemos a primeira comunidade de Jerusalém: “Eram assíduos (…) à fração do pão” (At 2, 42).
É a Eucaristia que se torna, desde o início, o centro e a forma da vida da Igreja. Mas pensemos também em todos os santos e santas – famosos ou anônimos – que se “repartiram” a si mesmos, a própria vida, para “dar de comer” aos irmãos.
Quantas mães, quantos pais, juntamente com o pão quotidiano cortado sobre a mesa de casa, repartiram o seu coração para fazer crescer os filhos, e fazê-los crescer bem!
Quantos cristãos, como cidadãos responsáveis, repartiram a própria vida para defender a dignidade de todos, especialmente dos mais pobres, marginalizados e discriminados!
Onde eles encontram a força para fazer tudo isto? Precisamente na Eucaristia: na força do amor do Senhor ressuscitado, que também hoje parte o pão para nós e repete: “Fazei isto em memória de Mim”. »
Num final de um sábado... e depois de uma Missa ou Eucaristia vespertina que me pôs diante dos olhos a cura dos dez leprosos pela infinita Misericórdia de Jesus/Deus... dos dez leprosos... cada qual imagem de mim mesma e de cada um ou uma de nós... gostei muito de rever estas meditações que partilho com o maior carinho e desejo de um bom domingo cheio de Graça e muitos gestos de Misericórdia!
HN

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

A MISERICÓRDIA… DO 'SAMARITANO'!

De facto, o ‘Bom Samaritano’ é Jesus! É a imagem de Jesus connosco, com cada um de nós!
Acerca da passagem evangélica do Bom Samaritano, vejamos o que nos diz Santo Ambrósio, Bispo de Milão:
«Um samaritano descia por aquele caminho. «Quem desceu do Céu, senão Aquele que subiu ao Céu, o Filho do Homem, que está no Céu?» (cf Jo 3,13). Vendo moribundo aquele homem que ninguém conseguira curar [...], aproximou-Se dele. Quer dizer, aceitando sofrer connosco, assumiu-Se como nosso próximo e, apiedando-Se de nós, fez-Se nosso vizinho.
«Ligou-lhe as feridas deitando azeite e vinho». Este médico tem muitos remédios com os quais costuma curar. As suas palavras são um remédio: tal palavra liga as feridas; outra verte o bálsamo; outra, o vinho adstringente. [...] «Depois, transportou-o na sua própria montada». Ouve de que modo Ele te coloca nela: «Eram os nossos sofrimentos que ele levava e as nossas dores que o vergavam» (Is 53, 4). O pastor também pôs aos ombros a ovelha ferida (Lc 15,5). [...]
«Levou-o para uma estalagem e cuidou dele». [...] Mas o samaritano não podia permanecer muito tempo na nossa terra; tinha de voltar ao local de onde havia descido. Portanto, «no dia seguinte» - que dia seguinte é este, senão o dia da Ressurreição do Senhor, aquele acerca do qual Ele disse: «Eis o dia que fez o Senhor» ( Sl 117, 24)? - «tirou duas moedas, deu-as ao estalajadeiro e disse: "Trata bem dele"».  O que são estas duas moedas? Talvez os dois Testamentos, que contêm a efígie do Pai eterno, e graças aos quais as nossas feridas são curadas. [...] Feliz desse estalajadeiro que pode curar as feridas de outrem! Feliz daquele a quem Jesus diz: «O que gastares a mais eu to pagarei quando voltar», [...] prometendo a recompensa. Quando voltarás, Senhor, senão no dia do Juízo? Se bem que estejas sempre em toda a parte, permanecendo entre nós sem que Te reconheçamos, um dia virá em que toda a humanidade Te verá. E então devolverás o que deves. Como o devolverás, Senhor Jesus? Prometeste aos bons uma larga recompensa no Céu, mas darás mais ainda quando disseres: «Muito bem, servo bom e fiel, foste fiel em pequenas coisas,  muito te confiarei; entra na alegria do teu senhor» (Mt 25,21).
»
Neste Ano Santo da Misericórdia… nunca será demais pensar na imensa Misericórdia de Deus para connosco… e na misericórdia que devemos ter para com os nossos irmãos e que tantas vezes ainda nos falta!
Senhor! Misericórdia!

HN

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

JUSTIÇA E MISERICÓRDIA!


O Ano Santo da Misericórdia está deveras avançado, e não deveria acabar sem que tivéssemos experienciado a verdadeira misericórdia de Deus para connosco e de nós para com os nossos irmãos e irmãs!
Vejamos o que disse o Para Francisco numa das suas catequeses de Quarta-feira:
«Qual a relação entre a justiça e a misericórdia!
Apenas aparentemente estas duas realidades se “contradizem”, tanto que “a Sagrada Escritura nos apresenta Deus como misericórdia infinita, mas também como justiça perfeita”. Em outras palavras, “é justamente a misericórdia de Deus que leva a cumprimento a verdadeira justiça”.
A realidade terrena, em qualquer lugar, se caracteriza por uma “justiça retributiva”, que protege quem se considere “vítima de uma injustiça” e se dirige ao tribunal para que seja feita justiça.
De acordo com este critério, o infrator recebe uma pena “segundo o princípio de que a cada um deve ser dado aquilo que lhe é devido. Como diz o livro dos Provérbios: “Quem pratica a justiça é destinado à vida, mas quem persegue o mal é destinado à morte” (11, 19). O Evangelho também menciona a história da viúva que ia repetidamente ao juiz e lhe pedia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário (cf. Lc 18,1-8).
“Este caminho ainda não leva à verdadeira justiça, porque, na realidade, não vence o mal, mas simplesmente contém seu avanço. É, em vez disso, respondendo a ele com o bem que o mal pode ser realmente vencido”.
A Bíblia indica o “caminho mestre”, no qual a vítima evita recorrer ao tribunal e se dirige diretamente ao culpado “para convidá-lo à conversão, ajudando-o a entender que ele está fazendo mal, apelando a sua consciência”. Assim, reconhecido o próprio erro... ele pode se abrir ao perdão, que lhe é oferecido”.
É a mesma dinâmica que caracteriza as relações familiares, “onde o ofendido ama o culpado e deseja salvar a relação que o liga ao outro”.
O caminho do perdão “ é um caminho difícil”, porque quem sofreu o erro precisa estar “pronto a perdoar e desejar a salvação e o bem de quem o ofendeu”, porque, se o culpado “reconhece o mal feito e deixa de fazê-lo, eis que não há mais o mal e aquele que era injusto se torna justo, porque perdoado e ajudado a reencontrar o caminho do bem”.
Deus age assim “nos confrontos de nós pecadores”. Ele “continuamente oferece o seu perdão e nos ajuda a acolhê-lo e a tomar consciência do nosso mal para poder nos libertar. De fato, Deus “não quer a nossa condenação, mas a nossa salvação”.
Alguém poderia levantar a seguinte objeção: “mas, padre, a condenação de Pilatos foi merecida?”. A verdade é que “Deus queria salvar Pilatos e também Judas”. “Ele, o Senhor da misericórdia, quer salvar todos! O problema é deixar que Ele entre nos corações”.
No Antigo Testamento, no entanto, ouvimos o apelo à conversão que Deus diz através de Ezequiel: “Terei eu prazer com a morte do malvado? (…) mas antes com a sua conversão, de modo que tenha vida” (Ezequiel 18-23).
Deus quer que seus filhos “vivam no bem e na justiça, e portanto, vivam em plenitude e sejam felizes”. O coração de Pai “vai além do nosso pequeno conceito de justiça para nos abrir aos horizontes ilimitados da sua misericórdia. Um coração de Pai que não nos trata segundo os nossos pecados e não nos retribui segundo as nossas culpas, como diz o Salmo (103, 9-10)”.
O perdão, portanto, é um ato eminentemente ‘paterno’, tanto a nível humano quanto divino. “Por isso ser confessor é uma responsabilidade tão grande, porque aquele filho, aquela filha que vem a você procura somente encontrar um pai”.
“Você está ali, (no confessionário) no lugar do Pai que faz justiça com a sua misericórdia”.
“Saúdo cordialmente todos os peregrinos de língua portuguesa. Queridos amigos, devemos deixar para trás o nosso pobre conceito de justiça e abrir o nosso coração à infinita misericórdia de Deus, que nunca se cansa de nos perdoar, para que possamos buscar a reconciliação com todos, começando pelos nossos familiares. Que Deus vos abençoe”.»
Nunca será demais pensarmos a sério na justiça de Deus… tão diferente da justiça dos homens!...
Far-nos-á muito bem! Até porque, se estivermos atentos, experimentaremos a justiça e misericórdia de Deus todos os dias, se mais não for, ao iniciar a noite quando nos debruçarmos sobre o que foi, de facto, o nosso dia e ainda que com muitos fracassos a doçura de Deus nunca nos terá desamparado e chamado a sermos um pouco melhores todos os dias!
Que o Espírito Santo nos ajude!

HN

domingo, 2 de outubro de 2016

OUTUBRO, MÊS DO ROSÁRIO!

De tão simples e tão rico, nunca será demais falar no Rosário, pois com os diferentes mistérios gozosos, dolorosos, gloriosos e luminosos são uma maravilhosa forma de nos entregarmos à protecção da Virgem Maria e de entrar em comunhão com os mistérios da vida e obra de Jesus, mistérios sempre vivos e vivificantes!
No dizer de Martha Robi, ‘toda a vida é uma Missa’, pelo que poderíamos dizer de forma análoga que cada vida é um Rosário, porque o Rosário também é um símbolo da vida cristã.
Diz uma meditação de ‘Um Minuto com Maria’:

“Como o Rosário contém mistérios, os gozosos, (luminosos), dolorosos, gloriosos, pode-se dizer que, em relação à obra do Espírito Santo em nossas vidas, há “efusões” alegres, luminosas, dolorosas e gloriosas. A ordem mencionada é importante, mesmo que as coisas se desenvolvam de maneira mais cíclica do que linear.
Há efusões do Espírito que iluminam e revelam; efusões do Espírito que saqueiam e empobrecem; efusões do Espírito que confirmam e fortalecem. As três são necessárias: as primeiras para dar origem à fé, as segundas para ensinar a esperança, e as terceiras para difundir a coragem de amar.”

Gostei muito desta leitura! Gostei mesmo!
Aproveitemos tudo quanto a vida nos dá!
Aproveitemos o Rosário da nossa vida!
Será uma boa tarefa para este mês de Outubro, rezando pelas missões!
Boa semana!
HN