sábado, 31 de outubro de 2020

AMAR… SEMPRE!...

 

Quem ama é solidário! E solidarizar-se

é estar presente nas alegrias e tristezas, dores e consolações, sentindo-as como nossas, numa comunhão fraterna, amando sempre.

Tem aqui umas palavras maravilhosas que gostaria de partilhar:

“Beato Charles de Foucauld (1858-1916) eremita e missionário no Saara

§ 190, salmo 95

Qualquer alma pode ser a primeira no Reino

Como sois bom, meu Deus, em chamar todas as nações à salvação. [...] E não apenas as nações em geral, pelos vossos apóstolos e os seus sucessores, mas cada homem em particular e em cada momento, pela ação incessante da vossa graça! E não apenas à salvação e ao Céu, mas ao primeiro lugar no Céu, uma vez que estais constantemente à porta de cada alma, a bater com a vossa graça, e que depende de cada alma, aceitando a graça de cada momento e sendo-lhe fiel, receber imediatamente outra maior, e, deste modo, ver a graça crescer, aumentar nela a cada momento, e assumir rapidamente enormes proporções, se for fiel à sua receção contínua.

Sejamos fiéis à graça, com constância, a partir de certo momento da nossa vida, e ela será em nós, dentro de pouco tempo, tal como o grão de mostarda, uma árvore onde as aves do céu poderão fazer os seus ninhos, uma árvore que, pela comunhão dos santos, a aplicação dos seus méritos, o poder das suas orações e do seu exemplo, dará uma grande glória a Deus, não apenas por si mesma, mas contribuindo para a santificação de muitos outros! Meu Deus, que destino dais a todos nós! Qualquer alma pode ser um sol, uma grande árvore, a primeira no Reino de Deus, qualquer alma pode receber torrentes de graça: Vós ofereceis tudo isso, sem cessar, a cada um de nós. Para tal, basta-nos ser constantemente fiéis à graça, a partir de qualquer instante da nossa vida. Que o momento presente seja para mim esse instante bem-aventurado”

Nesta noite que antecede o Dia de Todos os Santos, ler atentamente o que este homem escreve é algo de extraordinário! O Beato Charles de Foucaould já me ajudou muito, pois tentei conhecer algo da vida dele e encontrei muitas coisas na minha vida que poderia mudar, e mudei!

O Exemplo dos Santos arrasta-nos para o Senhor!

Que assim seja, hoje e sempre!

Boa noite!

Hermínia Nadais

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

TODOS OS DONS SÃO PARA AGRADECER AO SENHOR

 

Temos que ser gratos pelos dons que  recebemos e pelos dons que os outros recebem, pois nada melhor para crescer do que dar relevo às capacidades das pessoas que connosco convivem, pois olhar as capacidades dos outros ajuda-desenvolver as nossas.

“O positivo que vemos é real e colocá-lo em relevo o torna potente.

Podemos criar um mundo à nossa volta onde as coisas boas são vistas e proclamadas sobre os telhados.

"Que brilhe a vossa luz diante dos homens para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o Pai que está nos céus."

“O Amor do Senhor me faz sábio, inteligente, conselheiro, forte, piedoso, conhecedor e obediente à sua vontade.

Ele me concede todas as virtudes que me ajudam a alcançar a santidade. Por isso e por muito mais lhe serei grato dia e noite e por toda a vida.”

O perdão é Amor!

“O perdão sara feridas. Pode até deixar cicatrizes, mas estas não doem mais. As cicatrizes da alma não devem ser a lembrança de mágoas e ofensas recebidas, mas devem ser a lembrança do perdão doado ou recebido.

Aderir ao desafio de aceitar as desculpas do próximo significa que isso deve acontecer em nosso coração antes mesmo de se exprimir em gestos e palavras.

Quem alcança a graça de saber perdoar aprende o que significa que um ato de amor cobre uma multidão de pecados.”

Retirei estas frases mais escuras do Apolonio, gosto muito do que vai partilhando connosco.

Demos infinitas graças a Deus por tudo quanto nos vai dando todos os dias, oelos cuidados que tem connosco, pelo Amor que nos dedica, pela união que quer que tenhamos entre nós, pois quanto mais unidos formos mais cresceremos para nós, para Deus e para o mundo, para os irmãos.

Boa noite!

Hermínia Nadais  

2020/10/29

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

COMO SERÁ QUE JESUS NOS AMA?

 

Por mais voltas que dê à cabeça, não consigo imaginar o quanto Jesus ama, a cada um ou uma, em especial. Vamos ver o muito que se diz:

 

“Jesus ama tanto cada pessoa que se identifica com ela. De fato, quando explica o juízo final, Ele diz que tudo o que tivermos feito a qualquer pessoa, terá sido feito a Ele próprio.”

“Deus não cessa de nos enviar os seus dons e a única coisa que pretende é que estejamos no amor: "A quem me ama... eu me manifestarei"

Essa manifestação se realiza mediante esses infinitos dons. Ele os distribui a cada um para que, colocando-os em comum com todos, possamos experimentar a sua presença entre nós.”

“O perdão faz parte da vida de Deus em nós. Quem o exercita tem o coração tranquilo e em paz. Quem perdoa produz muitos frutos de bondade, mansidão e harmonia. Consegue dar tudo a Deus, pois já deu ao irmão o que mais lhe custou, o perdão.”

No final de contas, cada um de nós está ligado ao Senhor com as outras pessoas com quem convive. Todos, somos um com Jesus, e Jesus recebe como feito a si tudo quanto fizermos aos irmãos com quem convivemos!

É tão grande o Seu Amor por nós que, ainda que O magoemos muito ou pouco, está sempre disposto a perdoar, e quem perdoa, AMA! Então, dilatemos o coração para amar mais!

 “Dilatar o coração é amar dando de comer a quem tem fome, de beber a quem tem sede, vestindo quem está nu, visitando e socorrendo os enfermos e os encarcerados, acolhendo os peregrinos.

Dilatar o coração é ajudar instituições que acolhem mendigos e moradores de rua, anciãos, dependentes químicos, menores sem teto, e tantas outras.

Dilatar o coração, servindo bem as pessoas com a nossa profissão, escutando o desabafo de quem está sofrendo, acolhendo com alegria os nossos familiares ou qualquer pessoa que venha até nós.

Dilatar o coração na medida do coração de Jesus, reconhecendo a sua presença em cada próximo.”

E nós… será que conseguimos, sempre, reconhecer a presença de Deus em cada pessoa que se cruza connosco nos caminhos da vida, principalmente naquelas pessoas que são de mais difícil relacionamento?

Que Deus nos ajude a Amar cada vez mais e melhor, do jeito de Jesus!

Hermínia Nadais

domingo, 25 de outubro de 2020

O MAIS IMPORTANTE NA VIDA É O AMOR!

 

Sim. O mais importante na vida é o Amor, foi o que nos disse a Liturgia  deste Domingo e é o que estamos sempre a recordar. O ‘Ama e faz o que quiseres’ de Santo Agostinho é uma realidade.

Claro que não se trata de um Amor qualquer, mas a Deus e ao Próximo por Amor de Deus.

Vamos recordar São Maximiliano Kolbe (1894-1941) para ver o que nos diz sobre o verdadeiro amor:

“Abrasados pelo fogo do amor

Tudo aquilo que possamos fazer, mesmo que se trate de atos heroicos, que abalem por completo os alicerces do mal neste mundo, só terá valor na medida em que a nossa vontade estiver de acordo com a vontade da Imaculada e, através dela, com a vontade de Deus. [...] É o amor, em toda a sua profundidade (o amor e não o sentimento, mesmo que este seja bom), que deve transformar-nos, através da Imaculada, em Deus, que deve consumir-nos e, através de nós, incendiar o mundo e destruir e queimar todo o mal que nele se encontra. Foi sobre este fogo que o Salvador declarou: «Eu vim trazer o fogo à Terra e que quero senão que ele se ac”enda?»

Consumidos por este fogo do amor divino (e repito que não estou a falar de lágrimas doces nem de sentimentos, mas da vontade, mesmo com desagrado e antipatia), incendiaremos o mundo inteiro! O amor não descansa, mas propaga-se como o fogo que tudo queima. E todos nós, os seres humanos, devemos tender a ser abrasados por este fogo de amor, e que ele queime as almas que estão e estarão no mundo. É este o ideal para o qual devemos tender. Recordemos as palavras de Jesus: «Eu vim trazer o fogo à Terra». Pela nossa parte, devemos fazer tudo o que pudermos para que este amor se incendeie mais em cada dia.”

Há atitudes maravilhosas de pessoas que se preocupam uma com as outras e que tudo fazem para que todos se sintam realizados e felizes!´

É isto que Jesus nos pede, e se quisermos ser felizes, temos mesmo que o praticar, porque o que fizermos aos outros Jesus  aceita-O como feito a si.

O Amor não se compreende. Vive-se, e quanto mais se ama, mais amor temos para amar!

Que sejamos, ao bom jeito de Jesus, mansos e humildes de coração, para vivermos em deliciosa paz, ainda que os olhos vertam lágrimas.

Que Deus seja louvado. Boa semana!

Hermínia Nadais

sábado, 24 de outubro de 2020

ÀS VEZES… É MELHOR LER… E NÃO ESCREVER NADA!

 

Ora vejam se não tenho razão!...

«São Teodoro Estudita (759-826)

monge de Constantinopla

Catequese 16

Deus é o nosso único bem!

Talvez alguém diga: «Dentro de tantos anos, farei isto ou aquilo». Mas, ao dizeres isto sem sequer saberes como passarás o dia de hoje, não te parece ouvir dentro de ti aquela pergunta: «Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma. O que preparaste, para quem será?»? Imitemos, pois, a união indissolúvel dos apóstolos com o Mestre de todos e nosso Deus.

Apressai-vos, portanto, a procurar a salvação, porque estais sob o olhar do Senhor! Apreciemos sofrer algumas aflições, para podermos rejubilar eternamente! Ainda que ele seja penoso, aceitemos o sonho efémero da vida presente, para fruirmos do dia eterno no Reino dos Céus! Eis que Deus nos chama, eis que Ele nos estende a mão, eis que o Espírito Santo trabalha connosco, eis que o Senhor Jesus Cristo vos sustenta com a sua mão direita. Não tenhamos medo! O demónio foi dominado, obtivemos uma vitória sobre ele, Cristo ressuscitou, a morte perdeu o seu poder (cf Rom 6,9), as forças de Beliar foram arrasadas.

Sois filhos preciosos e delicados, retirais o vosso prémio da doçura da virtude, sois mais puros que o ouro (cf Lam 4,2; Ap 21,18.21), luzis com um brilho mais intenso que o dos diamantes, sois semelhantes a jovens noivas, desejosas de Deus, sois filhos do Céu, dignos de toda a admiração! O vosso único bem, a vossa pátria, a única vida conforme com a vossa herança é Deus, o Senhor de todos, o Autor da criação. Mais um pouco e teremos vencido, mais um pouco e encontraremos a morte. Sede todos salvos, tende coragem no Senhor!

E depois de ler… e reler… e ler outra vez… tenhamos coragem e confiemos no Senhor!

Bom fim de semana!

Hermínia Nadais

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

DEUS É-NOS SEMPRE PRESENTE

 


A maior parte das vezes nem sequer o pensamos mas Deus nunca nos deixa sós. E se estivermos um pouquinho atentos apercebemo-nos da Sua presença. E nem sempre está de acordo com o que fazemos, por isso, quando algo não correr conforme o que tínhamos pensado, teremos de aceitar, pedir desculpa e questionar o que deveríamos ter feito.

Claro que o Senhor não nos fala, mas interiormente dá-nos a ideia de como deveremos proceder.

A vida é uma caminhada, e é aos  pouquinhos que vamos descobrindo o qye Deus vai fazendi com cada um ou uma de nós.

«Beato Columba Marmion (1858-1923)

Abade «A oração monástica»

Felizes os servos fiéis!

Quando se mantém habitualmente, com fidelidade, o sentimento da presença de Deus, o ardor do amor torna-se constante; «todas as nossas atividades», incluindo as mais vulgares, não só passam a estar «imunes a toda a mancha» (Regra de São Bento, cap. iv), mas são elevadas a um nível sobrenatural; toda a nossa vida passa a irradiar uma claridade celeste, cheia da doçura que «desce do Pai das luzes» (Joc 1,17), e que é o segredo da nossa força e da nossa alegria.

O hábito da presença de Deus dispõe a alma para as visitas divinas. Acontece -- e, a certas almas, acontece com frequência -- experimentar-se, a despeito da boa vontade, uma real dificuldade em fazer oração à hora marcada; a fadiga, o sono, uma má disposição, as distrações, tudo isso contraria os melhores esforços, e chegam a secura e a aridez espirituais. Apesar disso, deve a alma permanecer fiel e fazer o que pode para se deixar ficar ao pé do Senhor, ainda que esteja desprovida de impulso e de fervor sensível: «Estou sempre contigo, tu tomaste a minha mão direita» (Sl 72,23); Deus mostrar-Se-á noutra altura. Digamos acerca destas visitas do Senhor aquilo que a Escritura proclama sobre o seu aparecimento no termo da nossa existência: «Não sabeis a que horas virá o Senhor» (Mt 24,42).

Se vivermos sempre, seja na cela, no claustro, no jardim ou no refeitório, recolhidos na presença divina, Nosso Senhor virá, a Trindade virá, com as mãos cheias de luz, com aquela claridade que nos invade até ao fundo de nós próprios e que tem por vezes uma repercussão considerável na nossa vida interior. Sejamos, pois, pelo nosso recolhimento, «como homens que esperam o seu senhor»; e o Senhor, encontrando-nos despertos, nos fará entrar com Ele na sala do banquete.»

Estes conselhos têm de ser aceites e colocados na vida, que nunca saberemos quando terá o seu fim!

Aproveitemos todos os segundos para amar a Deus e aps irmãos, que é o que nos é pedido. Boa noite!

Hermínia Nadais

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Actas do martírio de São Justino…

 


Depois de ler este texto…….

«Actas do martírio de São Justino e companheiros (163)

Antologia Litúrgica do Primeiro Milénio, trad. José de Leão Cordeiro, SNL, Fátima, 2004

«O Espírito Santo vos ensinará naquela hora o que haveis de dizer»

Aqueles homens santos foram presos e levados ao prefeito de Roma, chamado Rústico. Estando eles diante do tribunal, o prefeito Rústico perguntou a Justino [...]: «Que doutrina professas?» Justino respondeu-lhe: «Procurei conhecer todas as doutrinas, mas acabei por abraçar a doutrina verdadeira dos cristãos». [...] O prefeito Rústico inquiriu: «Que verdade é essa?» Justino explicou-lhe: «Adoramos o Deus dos cristãos, a quem consideramos o único Criador, desde o princípio, e autor de toda a Criação, das coisas visíveis e invisíveis, e o Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, de quem foi anunciado pelos profetas que viria ao género humano como mensageiro da Salvação e Mestre da boa doutrina. E eu, que sou apenas um homem, considero insignificante tudo o que digo para exprimir a sua divindade infinita, mas reconheço o valor das profecias [...] e sei que eram inspirados por Deus os profetas que vaticinaram a sua vinda ao meio dos homens». Rústico perguntou-lhe: «Onde vos reunis? [...] Diz-me [...] em que lugar juntas os teus discípulos». Justino respondeu-lhe: «Eu vivo em casa de um certo Martinho, nos banhos de Timiotino. [...] Aí comunicava as palavras da verdade a quem quisesse ouvir-me». Rústico perguntou-lhe: «Portanto, tu és cristão?» Justino confirmou: «Sim, sou cristão». O prefeito Rústico perguntou a Caritão: «Diz-me tu agora, Caritão, também és cristão?» Caritão respondeu-lhe: «Sou cristão por graça de Deus». [...] Rústico perguntou a Evelpisto: «E tu, de quem és, Evelpisto?» Evelpisto, escravo de César, respondeu-lhe: «Também sou cristão, libertado por Cristo, e por graça de Cristo participo da mesma esperança que estes». [...] O prefeito Rústico perguntou-lhes: «Foi Justino que vos fez cristãos?» Hierax respondeu-lhe: «Eu sou cristão há muito tempo e cristão continuarei a ser». E Peão, pondo-se de pé, declarou: «Também eu sou cristão». [...] Evelpisto explicou-se: «Eu gostava de ouvir os discursos de Justino, mas a ser cristão, aprendi-o de meus pais». [...] O prefeito Rústico disse a Liberiano: «E tu, que dizes? Também és cristão? Também tu não tens religião?» Liberiano respondeu-lhe: «Também eu sou cristão e, quanto à minha religião, só adoro o Deus verdadeiro». O prefeito disse a Justino: «Ouve, tu que és tido por sábio e julgas conhecer a verdadeira doutrina: se fores flagelado e decapitado, estás convencido de que subirás ao Céu?» Justino respondeu-lhe: «Se tiver de sofrer o que dizes, espero entrar nessa morada, pois sei que a todos os que viverem santamente está reservada a recompensa de Deus até ao fim dos séculos». O prefeito Rústico perguntou-lhe: «Então tu supões que hás de subir ao Céu para receber algum prémio em retribuição?» Justino replicou-lhe: «Não suponho, sei-o com toda a certeza».»

……só me apetece ter o conhecimento, a sabedoria e a coragem deles!

Boa noite!

HERMÍNIA NADAIS

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

RABUGICE OU ALTIVEZ… NÃO!

 

Decididamente, não!

Ser rabugento e altivo com as pessoas não leva a nada. Mostrar-se muito sabido e competente, também não leva a nada. Querer saber algo da vida do outro sem que ele comece a falar por ele mesmo, também não leva a nada.

Mostrar-se melhor do que qualquer pessoa, seja ela quem for, também não leva a nada. Todos nós temos defeitos para corrigir e qualidades para desenvolver.

Então… antes e acima de tudo, temos que aprender a lidar com as pessoas, amorosa e desinteressadamente, como elas são ou necessitam.

Qualquer pessoa se sente à vontade quando é bem acolhida, com um tratamento digno, atencioso e cordial.

Mas isso depende de quem acolhe que tem de, o mais naturalmente possível, demonstrar confiança para que quem estiver a falar se possa sentir à vontade e satisfeito porque lhe estão a prestar atenção, aceitando a sua maneira de ser e de ver as coisas.

Pode acontecer que a pessoa até esteja errada. E se reconhecermos que a pessoa está errada, então, teremos de ouvir ainda mais atenta e pacientemente. E enquanto ouvimos…  a elasticidade do nosso pensamento vai procurando a ajuda de Deus que proporcionará palavras oportunas e amistosas que a façam descobrir o seu próprio erro, de modo a conseguir auto corrigir-se dele.

Quem está a passar por provações precisa de muito amor e compreensão para ter coragem de enfrentar as situações sem cair no desespero. Mas só uma união muito íntima com Deus nos fará agir de modo a que tudo dê certo e a pessoa comece a ser, realmente, feliz.

Mostrar amor à pessoa que sofre traz consolo. E amar as pessoas nessas ocasiões difíceis leva-as a sentir o imenso amor de Deus por meio de quem as ajuda.

Muitas vezes o fato de sermos presentes nas ocasiões difíceis e aflitivas podem valer mais do que a resolução dos próprios problemas, porque depois, com mais calma, e com Deus que está sempre presente em tudo a trabalhar o seu interior, as pessoas sentem-se outras capazes de agir de forma adequada.

E o carinho e amor com que são tratadas leva-as a sentir a mão amorosa de Deus junto delas, e a começar a segui-LO de perto, quem sabe?

‘A nossa pequena parte é amar o irmão como a nós mesmos. O consolo, a paz, a luz, são dons de Deus.’

Se fizermos o que devemos, seremos os tais ‘servos inúteis’ que fizemos somente o que deveríamos fazer!

Já agora… proceder assim é ser missionário nos nossos ambientes! Que Deus nos ajude!

Boa noite!

Hermínia Nadais

NO SILÊNCIO DA NOITE!

 

Sim! É no silêncio da noite que o nosso coração tem possibilidades de se olhar com mais cuidado e descobrir imensas coisas que de uma outra forma nunca conseguiria. Quando era mais jovem, não imaginava a voz do silêncio! Hoje, faz parte de mim e tem-me conseguido muito do que hoje sou!

O silêncio do mundo pode ser mudo, normalmente é mudo, mas o silêncio do espírito a que normalmente chamamos alma, sem se lhe ouvir uma palavra, diz-nos imensas coisas! Acarinha-nos pelo que fizemos, acalma-nos pelo que ficou esquecido à espera, chama-nos à atenção para o que deveremos fazer, experienciar!

As paredes e os tetos parecem jardins ou florestas, a beleza das nuvens balança no quarto, as luzes mudam de cor e encantam os olhos.

É no silêncio que nos descobrimos melhor e que melhor saboreamos as belezas da vida e os encantos e Amor do bom Deus.

Mas, para que isso aconteça, temos que gastar o nosso tempo na busca de encorajar amigos necessitados, apoiar os que nos são mais próximos, familiares e amigos, sendo solidários com as suas dificuldades e anseios no sentido de que consigam ter coragem e esperança nas asperezas da vida. Muitas vezes não pensamos, mas um telefonema, uma visita, uma pequena ajuda nas tarefas diárias faz toda a diferença, e leva-nos a praticar o maravilhoso mandamento de Jesus: «Amai-vos uns aos outros como Eu vos Amei!»

Então… amemo-nos, pois o silêncio interior enche-nos de Amor!

Hermínia Nadais

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

NUM MÊS MISSIONÁRIO…

 

Sim! Num mês chamado Missionário para ser vivido dando mais atenção às atividades missionárias, devemos, aos pouquinhos, aproveitar tudo para aprender, de fato, como ser missionário na nossa vida habitual, não num dia ou mês dedicado às Missões, mas sempre.

E então, nada como prestar atenção ao que nos vai chegando de quem sabe um pouquinho mais do que nós:

“São Cláudio de la Colombière (1641-1682)

Jesuíta - «Reflexões cristãs»

Cumprir os próprios deveres

A ordem do mundo depende da fidelidade de cada um aos deveres do seu estado. Todas as desordens nascem da negligência no cumprimento destes deveres. Que belo seria o mundo se cada um cumprisse os seus deveres de estado. São estes deveres o que as pessoas mais negligenciam, incluindo as pessoas mais piedosas, e diria até que, por vezes, estas até mais que as outras. E, contudo, não se acusam disso. [...]

Um homem que não cumpre os deveres do seu estado, faça o que fizer de bom, é uma voz discordante na harmonia do mundo. [...] Quando se escolhe um estado, pensa-se apenas nas vantagens humanas que ele traz, e não se pensa nos deveres. Quem, porém, deixa de cumprir estes deveres, prejudica o próximo. E, como Deus leva estes interesses bastante mais a peito que os seus próprios interesses, segue-se que é mais perigoso faltar-lhes. [...]

É fácil cometer omissões neste ponto; mas, como as pessoas têm dificuldade em se aperceber disso, também é raro procederem à respetiva reparação. Trata-se de pecados que se cometem sem nada fazer; de pecados que não consistem em praticar ações más, e que, muitas vezes, se seguem a ações boas. Quando omitis os vossos deveres, prejudicais os outros e prejudicais-vos a vós: prejudicais os outros porque não tendes o cuidado de os fazer cumprir o seu dever; e a vós, porque não cumpris o vosso.”

Deveres de estado! Cada qual tem o seu estado neste mundo. Criança, jovem, adolescente, enquanto se preparam para vir a exercer uma profissão que lhes dê sustento a esta vida, devem preparar-se também para o estado ou tipo de vida que lhes será mais agradável a si mesmo e mais útil à sociedade. Isto não se consegue sozinho, urge ajuda dos pais, professores, diretores espirituais.

Sim, porque o mais importante de cada vida é mesmo o espírito, que não se vê a olho nu, mas nos continua depois da morte física. Então, solteiros ou celibatários, casados, consagrados (padres e freiras ou frades… e outros e outras) viúvos e viúvas, devem ter muito cuidado com a forma como vivem a sua forma de estar neste mundo. Isto é ser sempre missionário ou missionária, porque é chamar os outros para Jesus através do exemplo, atitudes, gestos, e também palavras, quando necessário!

Um bom dia missionário para todos nós, pensando neste textozinho que nos chegou e ajudará a fazer um bom exame de consciência!

Hermínia Nadais

sábado, 17 de outubro de 2020

DIA MUNDIAL DAS MISSÕES

 

Sempre tive muito consideração por estes dias, mas nunca me disseram tanto como este me está a dizer.

Talvez… este confinamento, este estar muito tempo fechada na vida caseira, talvez o dar muito mais importância aos meios de Comunicação Social que, cada qual como pode, sabe ou entende, nos vão trazendo a casa muita aprendizagem que necessitamos para querer muito mais agradar ao Senhor! E uma das maiores aprendizagens, melhor, um dos maiores deleites foi conseguir interiorizar que, como Igreja Católica que somos, ramos de que Jesus é o suporte, o tronco que nos prende à Terra (Sua graça) todos somos discípulos missionários! Aliás, como Igreja Cristã que somos, batizados e muitos crismados, seguidores de Cristo, temos obrigação de tudo fazer para que seja mais conhecido e amado em todo o mundo. Precisamos de cultivar muito bem a nossa parte espiritual, aquela que não morre, e levar este corpinho inteligente e maravilhoso que Deus nos deu a, sem deixar para trás as tarefas necessárias ao bem estar da humanidade em geral, dedicar-se a viver o verdadeiro amor e doação a Deus e aos irmãos que é o que nos é pedido. Um missionário tem o dever de dar exemplo de vida, pois as suas obras valem milhares de vezes mais do que as palavras ou escrita que fizerem.

Vou integrar aqui um pouquinho de um texto que me chegou de Evangelizo, retirado da Encíclica Salvos pela Esperança do Papa Emérito Bento XVI:

 

“«Digo-vos a vós, meus amigos: não temais os que matam o corpo»

A verdadeira e grande esperança do homem, que resiste apesar de todas as desilusões, só pode ser Deus – o Deus que nos amou, e ama ainda agora «até ao fim», «até à plena consumação» (cf Jo 13,1 e 19,30). Quem é atingido pelo amor, começa a intuir em que consistiria propriamente a «vida». Começa a intuir o significado da palavra de esperança que encontramos no rito do batismo: da fé espero a «vida eterna» – a vida verdadeira que, inteiramente e sem ameaças, em toda a sua plenitude, é simplesmente vida. Jesus, que disse de Si mesmo ter vindo ao mundo para que tenhamos a vida e a tenhamos em plenitude, em abundância (cf Jo 10,10), também nos explicou o que significa «vida»: «A vida eterna consiste nisto: que Te conheçam a Ti, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste» (Jo 17,3). A vida, no verdadeiro sentido, não a possui cada um em si próprio sozinho, nem mesmo por si só: aquela é uma relação. E a vida na sua totalidade é relação com Aquele que é a fonte da vida. Se estivermos em relação com Aquele que não morre, que é a própria Vida e o próprio Amor, então estamos na vida. Então «vivemos».”

Ora por estarmos unidos a Jesus vivendo do Seu jeito, segundo os Seus exemplos de vida e ensinamentos, integrados numa vida de dignidade sacramental… mesmo pecadores e insignificantes, é assim que Jesus, Deus, nos quer missionários nos nossos meios ambientes… e a rezar muito por aqueles que fazem de toda a sua vida uma constante missão: Santo Padre, Bispos, Diáconos, Missionários, Sacerdotes em geral e mais por aqueles que nas nossas Paróquias nos assistem com tudo quanto necessitamos para vivermos ao jeito de Jesus, como autênticos cristãos!

E temos que ter presente que somos diferentes uns dos outros, e é assim que temos de nos amar e respeitar.

Deus deu a cada pessoa o livre arbítrio, ou seja, o direito de fazer escolhas. E nem todas as escolhas que fazemos estão certas, e muitas vezes os conceitos de errado ou certo variam conforme as culturas, mas é assim que temos de nos respeitar, e ajudar as pessoas a crescer.

Quando virmos uma pessoa errada, não vamos ralhar, vamos acolher, mimar, respeitar a sua ideia, e o Amor que lhe é dedicado levará a pessoa a tentar mudar a sua atitude.

Ninguém gosta de ser criticado, mas amado e compreendido. E temos a certeza de que muitos erros que as pessoas cometem, nem sequer têm ideia de que os estão a cometer, já aconteceu isso tantas vezes comigo… com os outros deve ser a mesma coisa… mais ou menos!

Desejo para toda a gente montes de carinho e ternura, compreensão e aceitação, muito, muito discernimento para o que deve ou não deve fazer!

Muita força, gente querida, isto é tudo quanto deseja também para mim!

Boa noite e bom Dia Mundial das Missões!

Hermínia Nadais

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

AS NÚPCIAS DO CORDEIRO!

 

O Cordeiro… é Jesus! O Cordeiro Imaculado que tudo fez por nós, até aceitar todas as maldades que Lhe fizeram e dar a última gota de sangue, pregado numa Cruz, da forma mais horrível que se possa imaginar.

As Núpcias do Cordeiro aconteceram na Incarnação de Jesus, na Sua União com a Sua Igreja, mas podem ser experimentadas muitas vezes neste mundo quando tivermos um encontro muito profundo com Ele, com Jesus, numa Confissão, numa Direção Espiritual, numa qualquer Celebração ou Adoração Eucarística, numa Eucaristia, num Encontro Bíblico, em tantos encontros que se fazem no desejo de unir o mais intimamente possível as pessoas a Jesus, mas o maior encontro direto com Ele será quando formos chamados deste mundo, quando o nosso corpo morrer, deixar de existir. Aí, sim, celebrar-se-ão as verdadeiras Núpcias que não acabarão mais!

Daí… na caminhada da vida… temos de ter o maior cuidado em escutar a voz de Deus e seguir as Suas intuições, para não chegarmos à Sala do Festim com a veste manchada, porque isso Ele não aceita.

Poderá haver quem, por isso, O chame de mau… mas não! Deus é Amor e Bondade Infinita! Ele, que é Omnipresente, nunca nos deixa sós; é Omnipotente, fará tudo quanto for melhor para nós, assim nos entreguemos inteiros a Ele; é Omnisciente, conhece-nos melhor do que nós mesmos, façamos o que fizermos, nunca será possível mentir-Lhe, porque nada Lhe passa despercebido! E isto, com católicos ou não católicos, cristãos ou não cristãos, Deus, a Trindade Santíssima, ama da mesma forma toda a humanidade. Os católicos e outros cristãos têm a obrigação de ser apóstolos, isto é, de O darem a conhecer, acima de tudo pelos comportamentos da vida.

Decidi partilhar o texto que segue bem elucidativo para dar complemento a algo que eu não consiga discernir:

«São Gregório Magno (c. 540-604)

papa, doutor da Igreja

Homilias sobre o Evangelho, n.º 38

«Felizes os convidados para as núpcias do Cordeiro» (Ap 19,9)

 

Compreendestes quem é o Rei, Pai de um Filho que também é Rei? É Aquele acerca de quem o salmista pedia: «Ó Deus, dai o vosso juízo ao Rei e a vossa justiça ao Filho do Rei» (71,1). [...] Ele «preparou um banquete nupcial para o seu filho»; ou seja, o Pai celebra as núpcias do Rei seu Filho, a união da Igreja com Ele, no mistério da encarnação. E o seio da Virgem Maria foi o quarto nupcial deste Esposo. Por isso, há outro salmo que diz: «Do sol fez a sua tenda, Ele mesmo é como um esposo que sai do seu pavilhão de núpcias» (18,5-6). [...]

Ele mandou os servos convidar os amigos para esta boda. Enviou-os uma vez, e depois outra vez, ou seja, primeiro os profetas, depois os apóstolos, a anunciar a encarnação do Senhor. [...] Pelos profetas, anunciou como futura a encarnação do seu Filho único, pelos apóstolos pregou-a, depois de realizada.

«Mas eles, sem fazerem caso, foram um para o seu campo e outro para o seu negócio»: ir para o campo consiste em prestar atenção exclusivamente às tarefas deste mundo; ir para o negócio consiste em procurar avidamente o próprio lucro nos negócios deste mundo. Um e outro esquecem o mistério da encarnação, não conformando a sua vida com ele. [...] Mais grave ainda é o caso daqueles que, não se contentando em desprezar os favores daquele que os chama, ainda O perseguem. [...] Mas o Senhor não ficará com lugares vazios no festim das núpcias do Rei seu Filho. Manda procurar outros convivas, porque a Palavra de Deus, permanecendo embora ainda ignorada por muitos, encontrará um dia onde repousar. [...]

E vós, irmãos, que pela graça de Deus já entrastes na sala do festim, isto é, na Santa Igreja, examinai-vos atentamente, não vá acontecer que, ao entrar, o Rei encontre algum reparo a fazer na veste da vossa alma.»

Fico completamente inerte, parada, sem saber o que pensar perante tudo isto… em que creio… mas só um dia hei-de perceber plenamente!

Neste fim de semana, não esqueçamos os Missionários, e que também temos de ser missionários nos nossos meios ambientes.

Rezemos... oremos... oremos...

Que Deus nos ajude e Santa Teresinha nos proteja!

Hermínia Nadais

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

MILAGRES… TEMO-LOS TODOS OS DIAS!

 

Para início de conversa, a vida é um milagre. O maior dos milagres! Aparecemos neste mundo pequenininhos. E muito embora em grande parte amados e queridos, nunca ninguém imagina o imensíssimo valor de um nascituro. Falo por mim! Sempre fiz o melhor que pude pelos meus queridos filhos e netos, mas cada dia que passa mais os valorizo. São para mim uma loucura indescritível. Se eu começar para aqui a dizer o que penso… intitular-me-ão de louca! E sou mesmo! Louca de amor pelos meus filhos netos familiares e não só.

Enquanto trabalhava, para não faltar nada no trabalho nem em casa, fui levando a vida como pude e soube. Sempre fui pessoa de aproveitar aprendizagens e de as procurar, mas o tempo era escasso por demais.

Hoje, com muita mágoa para mim, mas quis Deus que eu ficasse sozinha! Claro que continuo a trabalhar na minha casa e às vezes com meus filhos e netos, mas todo o tempo que posso dedico-me a ler os mais diversos livros, a ouvir palestras, ler as mais diversas mensagens, escrever para os meus blogues e Facebook, receber escritos de amigos e partilhar, e tive que deixar as visitas que fazia e tanto me agradavam por causa do Covid, que foi e está a ser muito difícil mas a ensinar-me muito, falo por mim.

Sem sair de casa aprendi a procurar o que precisava, a ouvir tudo com mais atenção, a dar mais valor às cerimónias religiosas que os meios de Comunicação me trazem a casa, às homilias que procuro em diversas Eucaristias principalmente ao Domingo… e muito mais. Só isto, já é um autêntico milagre. Mas há mais… coisinhas pequenas que me acontecem no dia a dia que são milagres do meu Senhor, só podem ser. Então, olho para trás, e penso no maravilhoso tempo que perdi, quando pedia milagres que o meu querido Jesus não podia ou não queria dar.

Um dos maiores milagres que Jesus me fez foi eu ver o meu querido marido, que amava demais a vida, os passeios, os amigos… e com todos os cuidados mais que possíveis, doente e perdido para esta vida, nunca ter feito uma queixa, uma única queixa. De ter aceitado tudo com uma coragem que eu nunca imaginei, dizendo muito simplesmente, quando sentia mais dores: «Meu Deus, seja tudo em desconto dos meus pecados».

Se isto não é um enorme milagre, o que serão milagres?

Por hoje, fico-me por aqui, pois quero partilhar o texto que se segue que me chegou de Evangelizo:

“São Cláudio de la Colombière (1641-1682)

jesuíta

«Reflexões cristãs»

Razões para crer?

Os maus cristãos não têm fé, mas também não abjuram; desculpam-se, afirmando não ter razões para crer. Daí que o seguinte discurso seja comum na boca de muitos: «Se tivesse visto algum milagre, seria santo». «Esta geração é uma geração perversa: pede um sinal», e os maus desejam ver milagres.

O mais espantoso é que, tendo visto os milagres que ocorrem todos os dias diante dos seus olhos, estando, por assim dizer, rodeados de milagres, não deixem de continuar a procurá-los, como os escribas e os fariseus, que queriam vê-los no céu, depois de os terem visto na Terra. E nem os mortos ressuscitados em vida do Salvador, nem o eclipse do Sol aquando da sua morte os tornaram fiéis; pelo contrário, a sua inveja tornou-se mais forte por causa deles, o seu ódio mais venenoso; uma e outro ascenderam ao ponto da fúria, e a sua infidelidade não foi curada. E assim acontecerá a quantos, vivendo mal, estão à espera de milagres para crer: «Ainda que alguém ressuscitasse dos mortos, não se deixariam convencer» (Lc 16,31). [...]

Todas as dificuldades que detêm os incrédulos, todas as contradições com que eles deparam nos dogmas da fé, tudo o que lhes parece uma contrariedade, tudo o que lhes parece novo, surpreendente, contrário ao senso comum, contrário à razão, inconcebível, impossível, todos os seus argumentos, todas as suas pretensas demonstrações, tudo isso, muito longe de me abalar, reforça-me ainda mais, torna-me inabalável na minha religião. [...] As novas dúvidas são para mim novas razões para crer.”

‘As novas dúvidas são para mim novas razões para crer.’ Esta frase adoto-a tal qual se encontra!

Sinto que a minha fé em Deus aumenta a cada momento, ainda que tenha acontecimentos que me façam chorar, porque também me ensinam e fazem crescer.

Mas… querido(a)s amigas! Isto não é possível com uma Missa Dominical a correr para cumprir um preceito, com um terço a Nossa Senhora de vez em quando, com uma Confissão anual por desobriga quaresmal, com a pertença a um qualquer grupo laical e não procurar crescer e fazer crescer com a presença nos encontros, pertencer a um grupo coral da Igreja ou ser Leitor(a) e não o fazer por amor mas para parecer importante junto dos demais, pertencer aos grupos de catequese e não ser capaz de transmitir o Amor imenso de Jesus, não pelos cristãos, mas por todos os homens. Deus é Pai de todos, os cristãos são, ou deveriam ser, os responsáveis por transmitir o Seu Imenso Amor a todos os povos da terra.

Será isso o que nós fazemos?

Será que o mundo está mau… ou somos nós, cristãos católicos… que não conhecemos nem vivemos o nosso catolicismo como Jesus no-lo apresentou e estamos a estragar tudo?

O maior milagre que eu peço ao Senhor é que as pessoas, todas as pessoas, consigam descobrir o imenso Amor que Deus lhes tem para poderem voltar-se para Ele e ser felizes, interiormente felizes.

O nosso corpo, gente, ou o fazem em cinza ou o tempo o faz em pó, mas o nosso espírito que é o que nos assemelha a Deus, esse, não morrerá nunca, e Deus quer que ele vá para junto d’Ele, para o que chamamos de Céu.

Tenho muitas coisas lindas para contar… mas ficam para outra vez.

Hermínia Nadais

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

BELÍSSIMAS E CHEIAS DE SENTIDO

 

Guardei estas frases, e agora não recordo de quem são:

«A solidariedade é a resposta ao grito do excluído, ao apelo do fraco e do sofredor.

É o alívio ao semblante agonizante de Jesus na cruz que se identifica com todas as dores da humanidade.»

Guardei-as… porque me tocaram demais!

Que a solidariedade é resposta amorosa ao grito dos irmãos que sofrem, sempre o percebi! Ser solidária, sempre me esforcei por isso. Que o que se faz aos irmãos necessitados de algo é como fazê-lo ao próprio Jesus… não consigo esquecer, mas ler uma frase a dizer que a solidariedade ‘é o alívio ao semblante agonizante de Jesus na cruz que se identifica com todas as dores da humanidade’ entrou até lá ao fundinho mais profundo do meu paupérrimo coração! Fez-me perceber que as minhas próprias angústias e dores também estavam presentes naqueles horrorosos sofrimentos de Jesus. Que pelos meus pecados Ele sofreu, sempre o percebi. Mas que também lá estavam as minhas dores, amarguras, sofrimentos, nunca o tinha pensado.

Quando dizemos que a vida é uma caminhada, é verdade! Mas uma caminhada algumas vezes feita em sítios planos, outras tentando subir colinas ou montanhas muito difíceis de ultrapassar, e é por essas dificuldades todas que Jesus sofreu, e é nelas que nos é mais presente.

Sinceramente… por muito que Lhe diga ‘Obrigada Jesus’… cada vez sinto mais que não há palavras com que se Lhe possa agradecer. Que os gestos de doação e amor aumentem em toda a gente, é do que mais peço!

Escuta, Senhor!

Hermínia Nadais

terça-feira, 13 de outubro de 2020

QUANTO MAIS VEZES LERMOS…

  Falando na Palavra de Deus quanto mais vezes lermos mais coisas descobrirmos; quanto mais explicações encontrarmos mais aprendemos; e de cvad vez mais nos admiramos de tudo o que a Palavra nos diz. Tenho aqui um texto maravilhoso de S. Gregório Magno sobre o Evangelho de Domingo, que já me deu muitas voltas à cabeça e continuará a dar! Eu queria partilhar só algumas frases, mas estrago o texto. Vou partilhá-lo todo e pronto:

“«Felizes os convidados para as núpcias do Cordeiro» (Ap 19,9)

Compreendestes quem é o Rei, Pai de um Filho que também é Rei? É Aquele acerca de quem o salmista pedia: «Ó Deus, dai o vosso juízo ao Rei e a vossa justiça ao Filho do Rei» (71,1). [...] Ele «preparou um banquete nupcial para o seu filho»; ou seja, o Pai celebra as núpcias do Rei seu Filho, a união da Igreja com Ele, no mistério da encarnação. E o seio da Virgem Maria foi o quarto nupcial deste Esposo. Por isso, há outro salmo que diz: «Do sol fez a sua tenda, Ele mesmo é como um esposo que sai do seu pavilhão de núpcias» (18,5-6). [...]

Ele mandou os servos convidar os amigos para esta boda. Enviou-os uma vez, e depois outra vez, ou seja, primeiro os profetas, depois os apóstolos, a anunciar a encarnação do Senhor. [...] Pelos profetas, anunciou como futura a encarnação do seu Filho único, pelos apóstolos pregou-a, depois de realizada.

«Mas eles, sem fazerem caso, foram um para o seu campo e outro para o seu negócio»: ir para o campo consiste em prestar atenção exclusivamente às tarefas deste mundo; ir para o negócio consiste em procurar avidamente o próprio lucro nos negócios deste mundo. Um e outro esquecem o mistério da encarnação, não conformando a sua vida com ele. [...] Mais grave ainda é o caso daqueles que, não se contentando em desprezar os favores daquele que os chama, ainda O perseguem. [...] Mas o Senhor não ficará com lugares vazios no festim das núpcias do Rei seu Filho. Manda procurar outros convivas, porque a Palavra de Deus, permanecendo embora ainda ignorada por muitos, encontrará um dia onde repousar. [...]

E vós, irmãos, que pela graça de Deus já entrastes na sala do festim, isto é, na Santa Igreja, examinai-vos atentamente, não vá acontecer que, ao entrar, o Rei encontre algum reparo a fazer na veste da vossa alma.”

A veste nupcial, a alma na graça de Deus que é como devemos viver sempre evitando pecados graves e menos graves, embora nunca deixemos de ser pecadores podemos evitar pecar.

Ói Gente querida! Esta explicação encheu-me o coração da vida de tal forma que me não canso de a ler.

Oxalá gosteis também!

Hermínia Nadais