quinta-feira, 15 de outubro de 2020

MILAGRES… TEMO-LOS TODOS OS DIAS!

 

Para início de conversa, a vida é um milagre. O maior dos milagres! Aparecemos neste mundo pequenininhos. E muito embora em grande parte amados e queridos, nunca ninguém imagina o imensíssimo valor de um nascituro. Falo por mim! Sempre fiz o melhor que pude pelos meus queridos filhos e netos, mas cada dia que passa mais os valorizo. São para mim uma loucura indescritível. Se eu começar para aqui a dizer o que penso… intitular-me-ão de louca! E sou mesmo! Louca de amor pelos meus filhos netos familiares e não só.

Enquanto trabalhava, para não faltar nada no trabalho nem em casa, fui levando a vida como pude e soube. Sempre fui pessoa de aproveitar aprendizagens e de as procurar, mas o tempo era escasso por demais.

Hoje, com muita mágoa para mim, mas quis Deus que eu ficasse sozinha! Claro que continuo a trabalhar na minha casa e às vezes com meus filhos e netos, mas todo o tempo que posso dedico-me a ler os mais diversos livros, a ouvir palestras, ler as mais diversas mensagens, escrever para os meus blogues e Facebook, receber escritos de amigos e partilhar, e tive que deixar as visitas que fazia e tanto me agradavam por causa do Covid, que foi e está a ser muito difícil mas a ensinar-me muito, falo por mim.

Sem sair de casa aprendi a procurar o que precisava, a ouvir tudo com mais atenção, a dar mais valor às cerimónias religiosas que os meios de Comunicação me trazem a casa, às homilias que procuro em diversas Eucaristias principalmente ao Domingo… e muito mais. Só isto, já é um autêntico milagre. Mas há mais… coisinhas pequenas que me acontecem no dia a dia que são milagres do meu Senhor, só podem ser. Então, olho para trás, e penso no maravilhoso tempo que perdi, quando pedia milagres que o meu querido Jesus não podia ou não queria dar.

Um dos maiores milagres que Jesus me fez foi eu ver o meu querido marido, que amava demais a vida, os passeios, os amigos… e com todos os cuidados mais que possíveis, doente e perdido para esta vida, nunca ter feito uma queixa, uma única queixa. De ter aceitado tudo com uma coragem que eu nunca imaginei, dizendo muito simplesmente, quando sentia mais dores: «Meu Deus, seja tudo em desconto dos meus pecados».

Se isto não é um enorme milagre, o que serão milagres?

Por hoje, fico-me por aqui, pois quero partilhar o texto que se segue que me chegou de Evangelizo:

“São Cláudio de la Colombière (1641-1682)

jesuíta

«Reflexões cristãs»

Razões para crer?

Os maus cristãos não têm fé, mas também não abjuram; desculpam-se, afirmando não ter razões para crer. Daí que o seguinte discurso seja comum na boca de muitos: «Se tivesse visto algum milagre, seria santo». «Esta geração é uma geração perversa: pede um sinal», e os maus desejam ver milagres.

O mais espantoso é que, tendo visto os milagres que ocorrem todos os dias diante dos seus olhos, estando, por assim dizer, rodeados de milagres, não deixem de continuar a procurá-los, como os escribas e os fariseus, que queriam vê-los no céu, depois de os terem visto na Terra. E nem os mortos ressuscitados em vida do Salvador, nem o eclipse do Sol aquando da sua morte os tornaram fiéis; pelo contrário, a sua inveja tornou-se mais forte por causa deles, o seu ódio mais venenoso; uma e outro ascenderam ao ponto da fúria, e a sua infidelidade não foi curada. E assim acontecerá a quantos, vivendo mal, estão à espera de milagres para crer: «Ainda que alguém ressuscitasse dos mortos, não se deixariam convencer» (Lc 16,31). [...]

Todas as dificuldades que detêm os incrédulos, todas as contradições com que eles deparam nos dogmas da fé, tudo o que lhes parece uma contrariedade, tudo o que lhes parece novo, surpreendente, contrário ao senso comum, contrário à razão, inconcebível, impossível, todos os seus argumentos, todas as suas pretensas demonstrações, tudo isso, muito longe de me abalar, reforça-me ainda mais, torna-me inabalável na minha religião. [...] As novas dúvidas são para mim novas razões para crer.”

‘As novas dúvidas são para mim novas razões para crer.’ Esta frase adoto-a tal qual se encontra!

Sinto que a minha fé em Deus aumenta a cada momento, ainda que tenha acontecimentos que me façam chorar, porque também me ensinam e fazem crescer.

Mas… querido(a)s amigas! Isto não é possível com uma Missa Dominical a correr para cumprir um preceito, com um terço a Nossa Senhora de vez em quando, com uma Confissão anual por desobriga quaresmal, com a pertença a um qualquer grupo laical e não procurar crescer e fazer crescer com a presença nos encontros, pertencer a um grupo coral da Igreja ou ser Leitor(a) e não o fazer por amor mas para parecer importante junto dos demais, pertencer aos grupos de catequese e não ser capaz de transmitir o Amor imenso de Jesus, não pelos cristãos, mas por todos os homens. Deus é Pai de todos, os cristãos são, ou deveriam ser, os responsáveis por transmitir o Seu Imenso Amor a todos os povos da terra.

Será isso o que nós fazemos?

Será que o mundo está mau… ou somos nós, cristãos católicos… que não conhecemos nem vivemos o nosso catolicismo como Jesus no-lo apresentou e estamos a estragar tudo?

O maior milagre que eu peço ao Senhor é que as pessoas, todas as pessoas, consigam descobrir o imenso Amor que Deus lhes tem para poderem voltar-se para Ele e ser felizes, interiormente felizes.

O nosso corpo, gente, ou o fazem em cinza ou o tempo o faz em pó, mas o nosso espírito que é o que nos assemelha a Deus, esse, não morrerá nunca, e Deus quer que ele vá para junto d’Ele, para o que chamamos de Céu.

Tenho muitas coisas lindas para contar… mas ficam para outra vez.

Hermínia Nadais

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