Para início de conversa, a vida é um milagre. O maior dos milagres! Aparecemos neste mundo pequenininhos. E muito embora em grande parte amados e queridos, nunca ninguém imagina o imensíssimo valor de um nascituro. Falo por mim! Sempre fiz o melhor que pude pelos meus queridos filhos e netos, mas cada dia que passa mais os valorizo. São para mim uma loucura indescritível. Se eu começar para aqui a dizer o que penso… intitular-me-ão de louca! E sou mesmo! Louca de amor pelos meus filhos netos familiares e não só.
Enquanto trabalhava,
para não faltar nada no trabalho nem em casa, fui levando a vida como pude e soube.
Sempre fui pessoa de aproveitar aprendizagens e de as procurar, mas o tempo era
escasso por demais.
Hoje, com muita mágoa
para mim, mas quis Deus que eu ficasse sozinha! Claro que continuo a trabalhar
na minha casa e às vezes com meus filhos e netos, mas todo o tempo que posso
dedico-me a ler os mais diversos livros, a ouvir palestras, ler as mais
diversas mensagens, escrever para os meus blogues e Facebook, receber escritos
de amigos e partilhar, e tive que deixar as visitas que fazia e tanto me agradavam
por causa do Covid, que foi e está a ser muito difícil mas a ensinar-me muito,
falo por mim.
Sem sair de casa
aprendi a procurar o que precisava, a ouvir tudo com mais atenção, a dar mais
valor às cerimónias religiosas que os meios de Comunicação me trazem a casa, às
homilias que procuro em diversas Eucaristias principalmente ao Domingo… e muito
mais. Só isto, já é um autêntico milagre. Mas há mais… coisinhas pequenas que
me acontecem no dia a dia que são milagres do meu Senhor, só podem ser. Então,
olho para trás, e penso no maravilhoso tempo que perdi, quando pedia milagres
que o meu querido Jesus não podia ou não queria dar.
Um dos maiores
milagres que Jesus me fez foi eu ver o meu querido marido, que amava demais a
vida, os passeios, os amigos… e com todos os cuidados mais que possíveis,
doente e perdido para esta vida, nunca ter feito uma queixa, uma única queixa.
De ter aceitado tudo com uma coragem que eu nunca imaginei, dizendo muito
simplesmente, quando sentia mais dores: «Meu Deus, seja tudo em desconto dos
meus pecados».
Se isto não é um enorme
milagre, o que serão milagres?
Por hoje, fico-me por
aqui, pois quero partilhar o texto que se segue que me chegou de Evangelizo:
“São
Cláudio de la Colombière (1641-1682)
jesuíta
«Reflexões
cristãs»
Razões
para crer?
Os maus
cristãos não têm fé, mas também não abjuram; desculpam-se, afirmando não ter
razões para crer. Daí que o seguinte discurso seja comum na boca de muitos: «Se
tivesse visto algum milagre, seria santo». «Esta geração é uma geração perversa:
pede um sinal», e os maus desejam ver milagres.
O mais
espantoso é que, tendo visto os milagres que ocorrem todos os dias diante dos
seus olhos, estando, por assim dizer, rodeados de milagres, não deixem de
continuar a procurá-los, como os escribas e os fariseus, que queriam vê-los no
céu, depois de os terem visto na Terra. E nem os mortos ressuscitados em vida
do Salvador, nem o eclipse do Sol aquando da sua morte os tornaram fiéis; pelo
contrário, a sua inveja tornou-se mais forte por causa deles, o seu ódio mais
venenoso; uma e outro ascenderam ao ponto da fúria, e a sua infidelidade não
foi curada. E assim acontecerá a quantos, vivendo mal, estão à espera de
milagres para crer: «Ainda que alguém ressuscitasse dos mortos, não se
deixariam convencer» (Lc 16,31). [...]
Todas as dificuldades
que detêm os incrédulos, todas as contradições com que eles deparam nos dogmas
da fé, tudo o que lhes parece uma contrariedade, tudo o que lhes parece novo,
surpreendente, contrário ao senso comum, contrário à razão, inconcebível,
impossível, todos os seus argumentos, todas as suas pretensas demonstrações,
tudo isso, muito longe de me abalar, reforça-me ainda mais, torna-me inabalável
na minha religião. [...] As novas dúvidas são para mim novas razões para crer.”
‘As novas dúvidas são
para mim novas razões para crer.’ Esta frase adoto-a tal qual se encontra!
Sinto que a minha fé
em Deus aumenta a cada momento, ainda que tenha acontecimentos que me façam
chorar, porque também me ensinam e fazem crescer.
Mas… querido(a)s amigas!
Isto não é possível com uma Missa Dominical a correr para cumprir um preceito,
com um terço a Nossa Senhora de vez em quando, com uma Confissão anual por
desobriga quaresmal, com a pertença a um qualquer grupo laical e não procurar
crescer e fazer crescer com a presença nos encontros, pertencer a um grupo
coral da Igreja ou ser Leitor(a) e não o fazer por amor mas para parecer importante
junto dos demais, pertencer aos grupos de catequese e não ser capaz de
transmitir o Amor imenso de Jesus, não pelos cristãos, mas por todos os homens.
Deus é Pai de todos, os cristãos são, ou deveriam ser, os responsáveis por transmitir
o Seu Imenso Amor a todos os povos da terra.
Será isso o que nós
fazemos?
Será que o mundo está
mau… ou somos nós, cristãos católicos… que não conhecemos nem vivemos o nosso
catolicismo como Jesus no-lo apresentou e estamos a estragar tudo?
O maior milagre que eu
peço ao Senhor é que as pessoas, todas as pessoas, consigam descobrir o imenso
Amor que Deus lhes tem para poderem voltar-se para Ele e ser felizes,
interiormente felizes.
O nosso corpo, gente,
ou o fazem em cinza ou o tempo o faz em pó, mas o nosso espírito que é o que nos
assemelha a Deus, esse, não morrerá nunca, e Deus quer que ele vá para junto d’Ele,
para o que chamamos de Céu.
Tenho muitas coisas
lindas para contar… mas ficam para outra vez.
Hermínia Nadais
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