quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Confio em Ti, Senhor!




A vivência do Ano da Fé faz-me sair muitas vezes de mim mesmo para me encontrar a sós com Deus em Jesus, que é toda a essência da Fé!
Quando afirmo: “Eu creio em Deus” - que significa isto para mim?
Antes de mais terei de me esforçar por ser convincente nas minhas afirmações, que devem ser assumidas e não pronunciadas sem pensar!
“Eu creio em Deus” significa um “Confio em Ti, confio-me a Ti, Senhor”! Não como a quem recorro somente nos momentos difíceis ou a quem dedico alguns momentos do dia ou da semana, mas em quem quero fundar a minha vida deixando e pedindo que a sua Palavra me oriente a cada dia, em todas as minhas escolhas… sem medo de perder algo de mim.
Quando me lembro das três perguntas a que os meus pais e padrinhos deram o sim do meu Batismo, “Crês?” em Deus, em Jesus Cristo, no Espírito Santo, a santa Igreja Católica e as outras verdades de Fé, recordo que a resposta foi sempre: “Creio”!
Na Vigília Pascal, na Celebração de Batismos… e nas Eucaristias dominicais e festivas em que a proclamação de Fé se faz de modo dialogado, a resposta é sempre: “Creio”!
E de cada vez que eu repito “Creio” devo ter a consciência de que a Fé é um dom de Deus que terei constantemente que aprofundar… não isoladamente… mas em plena e perfeita união com Deus e com os meus irmãos e irmãs, porque nunca crescerei a sós na Fé, mas sempre em comunidade, porque o Ser Humano é um ser social.  
O dom da Fé deve mudar a minha existência pessoal, converter-me a cada instante!... Cada vez que participo de um Batismo devo perguntar-me como aplico e com quem aplico na vida o grande dom da fé. 
Viver o “Eu creio em Deus” leva-me, de facto, a viver como estrangeiro nesta terra na busca da verdadeira pátria, a celeste.
Viver o “Eu creio em Deus” faz-me pessoa de valores, pede-me a adoção de critérios e o assumir de comportamentos que raramente coincidem com a moda e a opinião do momento por raramente pertencerem ao modo comum de pensar e agir.
Viver o “Eu creio em Deus” leva-me a pedir força para remar “contra a corrente” e a viver a própria Fé como o Espírito de Deus ma faz sentir.
Viver o “Eu creio em Deus” é ter Deus presente na vida e renunciar aos mais diversos ídolos que se me apresentam, inclusive eu mesmo.
Viver o “Eu creio em Deus” leva-me a tentar viver com total realidade as benesses dos progressos da ciência e da técnica, como pessoa liberta da ilusão da auto-suficiência e dos desequilíbrios egocentristas que estragam os bons relacionamentos interpessoais e os comportamentos sociais. 
Afirmar e viver o “Eu creio em Deus” leva-me a sair constantemente de mim mesmo à boa maneira de Abraão para tentar, a todo o custo, na realidade dos meus dias, viver a certeza  que me vem da Fé e da presença de Deus na história humana a oferecer vida e salvação e um futuro com Ele, para chegar a uma plenitude de vida que não acabará nunca. 
Afirmar e viver o “Eu creio em Deus” ajuda-me a ver e sentir que a mensagem evangélica continua a ecoar através das palavras e obras de tantos homens e mulheres de Fé, e que Abraão continua a ser pai de muitos filhos, os que aceitam pôr-se a caminho em obediência à sua vocação divina e confiando na presença da benevolente benção e acolhimento do Senhor para se fazerem benção para todos com quem se cruzem nos caminhos difíceis da vida.
Confio em Ti, Senhor! Aumenta a minha Fé!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O cantinho onde nasci!



Sim, Senhor! A casa humilde e singela de meus pais foi o sítio onde Te dignaste deixar-me aparecer nesta beleza de mundo para nele percorrer os caminhos da vida como um viajante apressado… e ao mesmo tempo sem pressa de chegar ao destino… porque ávido de deixar um leve e seguro rasto de Ti à minha passagem!...

Meus Pais, no santuário da consciência prezavam o casamento e a vida dos filhos, os rebentos que Deus lhes confiara para educar e fazer crescer com dignidade, tendo em atenção a resposta aos planos de Deus para todo o agregado familiar vivendo o mais cristãmente possível sem descurar o apoio a quem deles necessitava.

A pequena capelinha itinerante da Sagrada Família de Nazaré visitava mensalmente o coração da humilde casa, aos pés da qual toda a família se reunia a rezar. A Sagrada Família era realmente o exemplo de amor, serviço, entrega e alegria.

Rezávamos juntos, trabalhávamos juntos, assim como juntos abraçávamos a vontade de Deus palmilhando o melhor que sabíamos e podíamos pelos caminhos da santidade.

Meus Pais eram “dois corações livres das amarras do egoísmo” que tentavam a compreensão mútua e o apreço e apoio do bem um do outro, em prol do bem-estar dos filhos e da comunidade.

Quando penso nos princípios da minha vida e me passam pelos olhos as cenas dos meus Pais… tenho muito orgulho deles e agradeço ao Senhor pelos Pais maravilhosos que tive, posso dizer mesmo que foram verdadeiros exemplos, modelos a seguir!

Obrigada Senhor, pela maravilhosa Família que me destes e pelo maravilhoso cantinho onde nasci!

Neste mundo conturbado, no meio de muitas maldades, ainda há, silenciosamente escondidas por entre os delírios barulhentos das multidões, pessoas de Fé forte e coesa que são verdadeiros modelos que das mais variadas formas se podem seguir!

Senhor! Que os chefes das Famílias, suportes da Sociedade, consigam aprender na escola de Nazaré a ser homens e mulheres de Fé e de verdade, santos e caridosos, células vivas da sociedade desmantelada, mas mais do que nunca sedenta da luz e da verdade.

Senhor Jesus, pela Tua Sagrada Família que Te protegeu neste mundo que é Teu, ajuda as nossas Famílias na sua caminhada de Fé e nas suas preocupações e canseiras, para que possam ter sempre o necessário para viver e encontrar os verdadeiros caminhos da justiça social, harmonia e paz!

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Pela Fé… sou peregrino estrangeiro!




Pela Fé e pela vida! Neste mundo sou peregrino estrangeiro!
A Fé é uma profunda alegria, um fundamento da esperança e uma certeza acerca do que não se vê e transforma por completo a vida.
A Fé é um ato pessoal, é a livre resposta do homem à iniciativa de Deus que se revelou antes e em Jesus, e se vai revelando todos os dias através da Igreja que Jesus fundou e de que somos parte integrante; é um dom de Deus que se revela e um empenho do Homem que aceita a revelação; é graça divina e responsabilidade humana que gera no Homem a vontade forte de querer experienciar o diálogo com Deus que lhe fala como a um amigo para que, na Fé e com a Fé, permaneça em comunhão com Ele.
 "Eu creio em Deus" é a afirmação que abre ao Homem a porta da amizade com Deus através de Jesus e o seu mistério de salvação, que implica adesão, acolhimento e obediência alegre à Sua Palavra narrada nas Sagradas Escrituras para nos conservar minimamente na correspondência à amizade de Deus.
Toda a Bíblia, numa história em que Deus se faz próximo aos homens realizando o seu projeto de redenção, é uma narração da revelação de Deus à humanidade. 
Hoje para falar de Deus é preciso crescer na fé, na familiaridade com Jesus e o Seu Evangelho, lendo, meditando e rezando as Escrituras, com uma enorme paixão pelo projeto de Salvação de Deus vivido ao jeito de Jesus, para falar de Jesus com a vida pedindo ao Senhor a capacidade de o fazer com simplicidade e confiança, ardor e esperança.
Deus pediu a Abraão para abandonar a sua terra e partir para o desconhecido! Abraão partiu! E formando com a esposa um casal de idade muito avançada, viveram nessa Terra Prometida como estrangeiros vindo a ser “pais” de um grande povo! Pela sua imensa Fé se chama a Abraão o Pai dos Crentes!
Pois… neste mundo, somos todos estrangeiros e peregrinos, porque a nossa pátria definitiva é junto de Deus!
E eu? Vivo mesmo como quem peregrina por terra estrangeira?
Como estou a responder ao convite do Senhor?
Como digo sim a Deus? Confiante, mesmo sem saber para onde me levará?
Será, que a minha obediência à vontade do Senhor, a minha vivência da Fé, tem sido sincera e radical?
Acredito firmemente, a exemplo de Abraão, nas promessas de Deus aos Homens?
Estou a firmar a minha vida em Deus? É Ele o meu refúgio, a minha proteção, a minha alegria, o meu tudo, em todos os momentos dos meus dias e das minhas noites?
Deus manda-me amar os irmãos como a mim mesmo! Preocupam-me todas as pessoas? E as que comigo partilham mais de perto os espaços e a vida? Que faço por elas? Dou sempre o meu melhor?
Entrego-me às tarefas que me vão sendo pedidas com dedicação e empenhamento?
Tanto em que pensar!... Senhor, ajuda-me a dar o meu melhor nesta tarefa para que o Teu nome seja cada vez mais conhecido, amado e servido neste mundo lindo em que nos colocaste!...