Falar no Bom Samaritano não cansa, até porque todos nós somos chamados a sermos bons samaritanos!
Nem sempre o somos. Umas
vezes porque não sabemos, outras porque andamos muitos distraídos. De qualquer
forma, é hora de começarmos a ser o que devemos, até porque Deus, que nunca nos
falta, o espera que sejamos, realmente, misericordiosos com toda a gente.
«Frase de
Dom Orione:
“A
caridade tem fome de ação:
é uma
atividade que tem sabor divino”
Há alguma
coisa de chocante na parábola do bom Samaritano (Lc. 10, 25-37). Como admitir
que um sacerdote – acostumado ao culto e ao louvor de Deus – não tenha parado
diante daquele homem ferido? E que a mesma atitude tenha sido assumida por um
levita, ou seja, por jovem que se preparava para ser sacerdote? Seria de se
esperar que, quem normalmente fala com Deus, tivesse mais condições de
reconhecê-lo caído, à beira do caminho. Mas não foi o que aconteceu.
A parábola
nos alerta para o risco de praticarmos uma religião de aparência, sem
verdadeira conexão com a vida real. Agindo assim, podemos cair em uma prática
religiosa esquizofrênica, sem relação entre a fé que se proclama na Igreja e a
fé que somos convidados a praticar em nosso dia a dia.
O
samaritano teve compaixão do homem caído e cuidou dele (Lc. 10, 33). A
compaixão é o fundamento da verdadeira religião, que move o nosso coração e o
faz transbordar em mil gestos de amor.
E se você
encontrasse uma pessoa ferida na rua, como reagiria:
como o
sacerdote ou como o samaritano?»
Sinceramente, não
tenho dúvidas de que lhe faria de imediato tudo quanto pudesse.
Mas… segundo a lei lá
do templo, o sacerdote e o levita não se podiam manchar tocando assim numa
pessoa, pois ficavam proibidos de puderem exercer os seus cargos no templo.
Não escrevi isto aqui
para os defender, mas para chamar à atenção dos erros da lei, das leis, erros
que temos de reconhecer e ultrapassar. Tocar num ser humano ferido não pode
manchar ninguém, muito pelo contrário, é a prática da caridade fraterna, da
solidariedade, do Amor que Jesus nos pregou.
Já agora, no passado
dia três de Outubro, junto ao Túmulo de São Francisco de Assis, o Papa
Francisco apresentou a sua ultima Encíclica, ‘Fratelli Tutti’ ‘Todos Irmãos’.
A minha primeira
preocupação foi procurá-la na net onde logo me apareceu, direitinha, escrita em
português.
Já li mais de metade, a
correr, claro, para tirar uma ideia. É uma Encíclica Social, maravilhosa. Se toda
a gente de todos os continentes países e estratos sociais a lessem e pusessem
em prática… como tudo ficaria diferente. Quero ir, assim, até ao fim, para
depois meditar a sério em tantas verdades que só mesmo o Santo Padre com a Luz do
Espírito Santo poderia lembrar.
Que Deus seja louvado!
Hermínia Nadais
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