domingo, 11 de outubro de 2020

NÃO CONSIGO RESISTIR

 

Falar no Bom Samaritano não cansa, até porque todos nós somos chamados a sermos bons samaritanos!

Nem sempre o somos. Umas vezes porque não sabemos, outras porque andamos muitos distraídos. De qualquer forma, é hora de começarmos a ser o que devemos, até porque Deus, que nunca nos falta, o espera que sejamos, realmente, misericordiosos com toda a gente.

«Frase de Dom Orione:

“A caridade tem fome de ação:

é uma atividade que tem sabor divino”

Há alguma coisa de chocante na parábola do bom Samaritano (Lc. 10, 25-37). Como admitir que um sacerdote – acostumado ao culto e ao louvor de Deus – não tenha parado diante daquele homem ferido? E que a mesma atitude tenha sido assumida por um levita, ou seja, por jovem que se preparava para ser sacerdote? Seria de se esperar que, quem normalmente fala com Deus, tivesse mais condições de reconhecê-lo caído, à beira do caminho. Mas não foi o que aconteceu.

A parábola nos alerta para o risco de praticarmos uma religião de aparência, sem verdadeira conexão com a vida real. Agindo assim, podemos cair em uma prática religiosa esquizofrênica, sem relação entre a fé que se proclama na Igreja e a fé que somos convidados a praticar em nosso dia a dia.

O samaritano teve compaixão do homem caído e cuidou dele (Lc. 10, 33). A compaixão é o fundamento da verdadeira religião, que move o nosso coração e o faz transbordar em mil gestos de amor.

E se você encontrasse uma pessoa ferida na rua, como reagiria:

como o sacerdote ou como o samaritano?»

Sinceramente, não tenho dúvidas de que lhe faria de imediato tudo quanto pudesse.

Mas… segundo a lei lá do templo, o sacerdote e o levita não se podiam manchar tocando assim numa pessoa, pois ficavam proibidos de puderem exercer os seus cargos no templo.

Não escrevi isto aqui para os defender, mas para chamar à atenção dos erros da lei, das leis, erros que temos de reconhecer e ultrapassar. Tocar num ser humano ferido não pode manchar ninguém, muito pelo contrário, é a prática da caridade fraterna, da solidariedade, do Amor que Jesus nos pregou.

Já agora, no passado dia três de Outubro, junto ao Túmulo de São Francisco de Assis, o Papa Francisco apresentou a sua ultima Encíclica, ‘Fratelli Tutti’ ‘Todos Irmãos’.

A minha primeira preocupação foi procurá-la na net onde logo me apareceu, direitinha, escrita em português.

Já li mais de metade, a correr, claro, para tirar uma ideia. É uma Encíclica Social, maravilhosa. Se toda a gente de todos os continentes países e estratos sociais a lessem e pusessem em prática… como tudo ficaria diferente. Quero ir, assim, até ao fim, para depois meditar a sério em tantas verdades que só mesmo o Santo Padre com a Luz do Espírito Santo poderia lembrar.

Que Deus seja louvado!

Hermínia Nadais

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