sexta-feira, 6 de novembro de 2015

AS VERDADEIRAS BELEZAS DA VIDA…

Não me tenho cansado de pensar na imensa beleza das folhas de Outono!
Longe vai o tempo em que detestava as folhas das árvores e arbustos quando começavam a ficar acastanhadas!…
Do colorido das folhas de Outono, sempre gostei! Folhas de muitas cores… das mais variadas cores… dos mais variados tons!
E, aos poucos… como por encanto… comecei a olhar com mais atenção as folhas que vão envelhecendo nas árvores… e a ver nelas as marcas indeléveis do tempo, o que me leva a ter por elas um enorme carinho e ternura, pois me fazem lembrar as vidas dos homens e mulheres a quem o Outono da vida vai enrugando as faces e branqueando os cabelos, e ao mesmo tempo que as pernas e braços se vão tornando menos fortes, parece que o amor, a experiência e sabedoria de vida vão aumentando gradualmente de modo a torná-las lindas… cheias de viço e cor… mais belas do que nunca!
Talvez… o facto de reconhecerem mais exactamente as suas dificuldades e fragilidades aumente a simplicidade e desapego  de modo a poderem observar os acontecimentos com muito mais realidade do que nunca,  e o Evangelho e outras escrituras sejam melhor compreendidas, aceites e integradas na vida, as torne tão… tão… amáveis e compreensivas!...
Como compreenderia, quando mais jovem, estas palavras de São João Cassiano?
«Deixa a tua terra, a tua família e a casa de teu pai» (Gn 12,1).
«Deixa a tua terra» – isto é, as riquezas da terra! «Deixa a tua família», isto é, os hábitos e os vícios passados que, agregando-se a nós desde o dia em que nascemos, estão estreitamente unidos a nós por uma espécie de parentesco. «Deixa a casa de teu pai», quer dizer, todas as ligações a este mundo que se apresentam aos nossos olhos. […]
Contemplemos, como diz o Apóstolo Paulo, «não as coisas visíveis, mas as invisíveis, porque as visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são eternas» (2Cor 4,18) […]; «nós, porém, somos cidadãos do céu» (Fil 3,20). […] Sairemos, pois, da casa do nosso antigo pai, daquele que era nosso pai segundo o homem velho desde o dia em que nascemos, desde que «éramos por natureza filhos da ira, como os demais» (Ef 2,3), e transferiremos toda a nossa atenção, todo o nosso espírito, para as coisas celestes. […] Então, a nossa alma elevar-se-á até ao mundo invisível, pela meditação constante das coisas de Deus e pela contemplação espiritual.
Nada melhor do que o tempo para nos ensinar a olhar para dentro de nós, a aceitar-nos como somos, a viver, a amar, a compreender, a escutar, a falar com o silêncio… a ser!…
Nunca imaginei a vida assim! Sempre receei cabelos brancos e pele enrugada! Hoje, não! Sinto-me uma folha que aos poucos vai passando de verde a acastanhado… e não sei a que cores mais terei de chegar! Deus o sabe!
Hoje… não olho os idosos com pena, mas com orgulho do que foram e são, dignos de acolhimento, de muita atenção, de cuidados… e também de aprendermos deles tudo quanto a vida lhes foi ensinando ao longo dos dias e nos ajudará a crescer cada vez mais como pessoas cidadãs do mundo e como cristãos!
Mas… nunca conseguiria pensar assim sem o apoio de um grupo de amigos e amigas que frequentam formação constante e que quando nos encontramos, em nome do Senhor, Ele está, de facto, no meio de nós e nos ajuda a ver cada vez mais e melhor as verdadeiras belezas da vida!

De colores!

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