domingo, 10 de julho de 2016

A VERDADEIRA CARIDADE...

“A caridade misericordiosa é o distintivo de Deus” – diz António Riviero.
O Evangelho de Lucas 10, 25-37  tem todas as características desta caridade misericordiosa pregada e vivida por Jesus, para que O imitemos.
Temos a tendência a criticar  a indiferença do sacerdote e do levita que passaram ao lado do homem roubado e espancado, quase morto, sem lhe darem nenhuma atenção.
Estes… eram homens que prestavam culto a Deus que, pelo facto, segundo as leis judaicas, não deviam chegar-se a ninguém com estas características para não ficarem impuros e poderem continuar a exercer as suas actividades no templo.
Caro que se tratava de uma pureza ritual que nada tem a ver com a verdadeira pureza de intenções, sentimentos e atitudes, daí a gravidade dos seus comportamentos egoístas e orações e atos litúrgicos e piedosos mas vazios provindos do coração fechado às misérias alheias.
Nem o sacerdote nem o levita conseguiram ver a imagem de Deus naquele homem quase desfalecido.
De nada servem piedade ou sabedoria, trabalhos nas igrejas ou organizações ou movimentos eclesiais, votos, jejuns e abstinências, sem uma verdadeira caridade.
Não podemos julgar as pessoas pelo que nos parecem fazer, mas pela forma como se entregam ao que fazem.
Note-se que o samaritano era um habitante da Samaria onde as pessoas eram consideradas fora da lei, mas foi esse mesmo que praticou a caridade que Jesus pregou e ainda hoje continua a pregar-nos.
O samaritano não olhou a quem estava a proteger, à raça a que o homem pertencia e odiava os samaritanos, mas ao homem que necessitava de protecção.
Mais palavras de António Riviero acerca do samaritano:
“Viu esse homem. Sentiu compaixão dele. E tirou do seu coração gestos da caridade misericordiosa: aproxima-se, desce do jumento, derrama vinho e azeite sobre as suas feridas, venda-as, monta-o sobre a cavalgadura, leva-o a uma hospedagem, paga por ele. Caridade que não desemboque em detalhes concretos não é caridade misericordiosa: será, quem sabe, filantropia.
Santo Agostinho nos faz refletir sobre esta parábola. Quem está jogado e espancado na beira do caminho é toda a humanidade. Os três grandes inimigos do homem- mundo, demônio e as nossas paixões- são os que nos deixam meio mortos. Cristo é o Bom Samaritano que desce do céu e se aproximou de nós, colocando em nós o bálsamo dos seus sacramentos, levando-nos à hospedagem da Igreja e pagando com o seu sangue o preço que exigiam tantos cuidados. Em qual personagem nos refletimos: sacerdote, levita ou samaritano?”
Esta explicação e pergunta, em pleno Ano da Misericórdia, vêm direitinhas a cada um de nós!
Tantas coisas já aprendemos… e tantas que ainda nos falta interiorizar!...

Que Deus nos ajude a sermos ‘Misericordiosos como o Pai!

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