sexta-feira, 1 de julho de 2016
HABITUAR-NOS A ISTO... NÃO!
Decididamente… não! Não nos podemos habituar a ouvir falar e
a ver imagens dos mais terríveis acontecimentos sem nos sentirmos de coração
despedaçado!
Mas que temos de ter muito cuidado connosco mesmos… é um
facto mais que comprovado!
Se não… prestemos atenção a estas frases sábias do Papa
Francisco:
“O
excesso de informação de que dispomos gera gradualmente a habituação à miséria;
ou seja, pouco a pouco tornamo-nos imunes às tragédias dos outros,
considerando-as como qualquer coisa de «natural»; em nós gera-se – desculpa o
neologismo – a «naturalização» da miséria. São tantas as imagens que nos
invadem onde vemos o sofrimento, mas não o tocamos; ouvimos o pranto, mas não o
consolamos; vemos a sede, mas não a saciamos. Assim, muitas vidas entram a
fazer parte duma notícia que, em pouco tempo, acabará substituída por outra. E,
enquanto mudam as notícias, o sofrimento, a fome e a sede não mudam,
permanecem. Esta tendência – ou tentação – exige de nós um passo mais e, por
sua vez, revela o papel fundamental que instituições como a vossa têm no
cenário global. Hoje não podemos dar-nos por satisfeitos apenas com o facto de
conhecer a situação de muitos dos nossos irmãos. As estatísticas não nos
saciam. Não é suficiente elaborar longas reflexões ou submergir-nos em
discussões infindáveis sobre as mesmas, repetindo continuamente argumentos já
conhecidos por todos. É necessário «desnaturalizar» a miséria, deixando de
considerá-la como um dado entre muitos outros da realidade. Por quê? Porque a
miséria tem um rosto. Tem o rosto duma criança, tem o rosto duma família, tem o
rosto de jovens e idosos. Tem o rosto da falta de oportunidades e de emprego de
muitas pessoas, tem o rosto das migrações forçadas, das casas abandonadas ou
destruídas. Não podemos «naturalizar» a fome de tantas pessoas; não nos é
lícito afirmar que a sua situação é fruto dum destino cego contra o qual nada
podemos fazer. Quando a miséria deixa de ter um rosto, podemos cair na tentação
de começar a falar e discutir sobre «a fome», «a alimentação», «a violência»,
deixando de lado o sujeito concreto, real, que continua ainda hoje a bater às
nossas portas. Quando faltam os rostos e as histórias, as vidas começam a
transformar-se em números e assim, pouco a pouco, corremos o risco de
burocratizar o sofrimento alheio. As burocracias ocupam-se de procedimentos; a
compaixão – não a pena, mas a compaixão, o padecer com –, pelo contrário,
põe-nos em campo em prol das pessoas. E, nisto, acho que temos muito trabalho a
fazer.”
Não
me recordo a que instituição o Papa Francisco se referia, até porque isso não
tem importância para mim!
Muito
embora esteja ligada a algumas instituições… essas… muito simplesmente me
poderão servir de elo de ligação a quem necessita seja do que for. Pois se assim
não for, se não nos debruçarmos sobre as pessoas concretas, de nada valerá estar
ligado a associações!
Mais
do que nunca o tempo urge. Temos que aproveitar todos os nossos segundos para
fazer um pouco mais felizes os que connosco convivem!
Temos
que ouvir bem as palavras do Mestre Jesus: “Ide!”
Habituar-nos
a ser indiferentes à miséria alheia, não!
Mais
do que nunca, temos de partir para as
periferias!
Que
Jesus nos acompanhe e o Seu Espírito Santo nos fortaleça!
Bom
fim-de-semana!
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