terça-feira, 26 de julho de 2016

OS DOIS LADOS DA VIDA!...

O tempo passa a correr! Ainda há pouco eu pensava num outro lado de vida que gostaria de mater bem escondido… e assim andou durante bastante tempo! Enquanto que agora… os dois lados de vida se vão mantendo tão interligados que se confundem e se reflectem um no outro!
É que a vida não tem dois lados, a vida é toda ela única e irrepetível, interior e exteriormente falando!
E o mais curioso é que, à medida que os anos vão deixando no corpo as marcas indeléveis da sua passagem, o espírito se sente cada vez mais jovem, porque ávido de saber e de viver na eterna novidade para a qual foi criado.
Ao olhar para trás… para não ter pena do tempo gasto tão ingenuamente… vou concluindo a cada instante que foi um tempo de permanente aprendizagem para que pudesse hoje ser o que sou.
Não nascemos perfeitos, mas para, na nossa constante imperfeição nos irmos aperfeiçoando a cada instante!
Melhor ainda: não nascemos a amar, mas com capacidades a desenvolver de modo que o Amor possa vir a ser tudo na nossa vida.
Agora… e até porque vem a propósito, umas palavras de São Gregório Magno acerca do Evangelho de ontem que se refere a São Tiago Apóstolo:
“Uma vez que hoje celebramos a festa dum mártir, irmãos, devemos preocupar-nos com a forma de paciência praticada por ele. Com efeito, se, com a ajuda do Senhor, nos esforçarmos por manter essa virtude, obteremos sem dúvida a palma do martírio, ainda que vivamos na paz da Igreja. Porque há dois tipos de martírio: o primeiro consiste numa disposição do espírito; o segundo alia a essa disposição os atos da existência. Por isso, podemos ser mártires mesmo sem morrermos executados pelo gládio do carrasco. Morrer às mãos dos perseguidores é o martírio em ato, na sua forma visível; suportar as injúrias amando quem nos odeia é o martírio em espírito, na sua forma oculta.
Que haja dois tipos de martírio, um oculto, o outro público, a própria Verdade o comprova quando pergunta aos filhos de Zebedeu: «Podeis beber o cálice que Eu hei-de beber?» E à sua asserção, «Podemos», o Senhor riposta: «Bebereis do meu cálice.» Ora, que pode significar para nós este cálice, senão os sofrimentos da sua Paixão, da qual diz noutro sítio: «Pai, se é possível, afasta de Mim este cálice» (Mt 26,39)? Os filhos de Zebedeu, Tiago e João, não morreram ambos mártires, mas foi a ambos que o Senhor disse que haviam de beber esse cálice. De facto, se bem que não viesse a morrer mártir, João acabou todavia por sê-lo, já que os sofrimentos que não sentiu no corpo os sentiu na alma. Devemos então concluir do seu exemplo que nós próprios podemos ser mártires sem passar pela espada, se conservarmos a paciência da alma.”

Belíssima esta meditação!
Não sabemos como vai ser o resto da nossa vida, mas uma coisa queremos dela: que se desenrole segundo os planos de Deus para nós!
Que belo seria viver no nosso mundo se todos assim pensássemos!
Mas cada um é como é, e é assim que tem de ser amado e respeitado, porque o ódio e a vingança nunca poderão trazer a compreensão e paz, que terá que brotar sempre do nosso interior, ‘um outro lado de vida!’

Que Deus nos ajude!
HN

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