Que haja dois tipos de martírio, um oculto, o outro público, a própria Verdade o comprova quando pergunta aos filhos de Zebedeu: «Podeis beber o cálice que Eu hei-de beber?» E à sua asserção, «Podemos», o Senhor riposta: «Bebereis do meu cálice.» Ora, que pode significar para nós este cálice, senão os sofrimentos da sua Paixão, da qual diz noutro sítio: «Pai, se é possível, afasta de Mim este cálice» (Mt 26,39)? Os filhos de Zebedeu, Tiago e João, não morreram ambos mártires, mas foi a ambos que o Senhor disse que haviam de beber esse cálice. De facto, se bem que não viesse a morrer mártir, João acabou todavia por sê-lo, já que os sofrimentos que não sentiu no corpo os sentiu na alma. Devemos então concluir do seu exemplo que nós próprios podemos ser mártires sem passar pela espada, se conservarmos a paciência da alma.”
terça-feira, 26 de julho de 2016
OS DOIS LADOS DA VIDA!...
O
tempo passa a correr! Ainda há pouco eu pensava num outro lado de vida que
gostaria de mater bem escondido… e assim andou durante bastante tempo! Enquanto
que agora… os dois lados de vida se vão mantendo tão interligados que se
confundem e se reflectem um no outro!
É
que a vida não tem dois lados, a vida é toda ela única e irrepetível, interior
e exteriormente falando!
E
o mais curioso é que, à medida que os anos vão deixando no corpo as marcas
indeléveis da sua passagem, o espírito se sente cada vez mais jovem, porque
ávido de saber e de viver na eterna novidade para a qual foi criado.
Ao
olhar para trás… para não ter pena do tempo gasto tão ingenuamente… vou
concluindo a cada instante que foi um tempo de permanente aprendizagem para que
pudesse hoje ser o que sou.
Não
nascemos perfeitos, mas para, na nossa constante imperfeição nos irmos
aperfeiçoando a cada instante!
Melhor
ainda: não nascemos a amar, mas com capacidades a desenvolver de modo que o
Amor possa vir a ser tudo na nossa vida.
Agora…
e até porque vem a propósito, umas palavras de São Gregório Magno acerca do
Evangelho de ontem que se refere a São Tiago Apóstolo:
“Uma vez que hoje
celebramos a festa dum mártir, irmãos, devemos preocupar-nos com a forma de
paciência praticada por ele. Com efeito, se, com a ajuda do Senhor, nos
esforçarmos por manter essa virtude, obteremos sem dúvida a palma do martírio,
ainda que vivamos na paz da Igreja. Porque há dois tipos de martírio: o
primeiro consiste numa disposição do espírito; o segundo alia a essa disposição
os atos da existência. Por isso, podemos ser mártires mesmo sem morrermos
executados pelo gládio do carrasco. Morrer às mãos dos perseguidores é o
martírio em ato, na sua forma visível; suportar as injúrias amando quem nos
odeia é o martírio em espírito, na sua forma oculta.
Que haja dois tipos de martírio, um oculto, o outro público, a própria Verdade o comprova quando pergunta aos filhos de Zebedeu: «Podeis beber o cálice que Eu hei-de beber?» E à sua asserção, «Podemos», o Senhor riposta: «Bebereis do meu cálice.» Ora, que pode significar para nós este cálice, senão os sofrimentos da sua Paixão, da qual diz noutro sítio: «Pai, se é possível, afasta de Mim este cálice» (Mt 26,39)? Os filhos de Zebedeu, Tiago e João, não morreram ambos mártires, mas foi a ambos que o Senhor disse que haviam de beber esse cálice. De facto, se bem que não viesse a morrer mártir, João acabou todavia por sê-lo, já que os sofrimentos que não sentiu no corpo os sentiu na alma. Devemos então concluir do seu exemplo que nós próprios podemos ser mártires sem passar pela espada, se conservarmos a paciência da alma.”
Que haja dois tipos de martírio, um oculto, o outro público, a própria Verdade o comprova quando pergunta aos filhos de Zebedeu: «Podeis beber o cálice que Eu hei-de beber?» E à sua asserção, «Podemos», o Senhor riposta: «Bebereis do meu cálice.» Ora, que pode significar para nós este cálice, senão os sofrimentos da sua Paixão, da qual diz noutro sítio: «Pai, se é possível, afasta de Mim este cálice» (Mt 26,39)? Os filhos de Zebedeu, Tiago e João, não morreram ambos mártires, mas foi a ambos que o Senhor disse que haviam de beber esse cálice. De facto, se bem que não viesse a morrer mártir, João acabou todavia por sê-lo, já que os sofrimentos que não sentiu no corpo os sentiu na alma. Devemos então concluir do seu exemplo que nós próprios podemos ser mártires sem passar pela espada, se conservarmos a paciência da alma.”
Belíssima
esta meditação!
Não
sabemos como vai ser o resto da nossa vida, mas uma coisa queremos dela: que se
desenrole segundo os planos de Deus para nós!
Que
belo seria viver no nosso mundo se todos assim pensássemos!
Mas
cada um é como é, e é assim que tem de ser amado e respeitado, porque o ódio e
a vingança nunca poderão trazer a compreensão e paz, que terá que brotar sempre
do nosso interior, ‘um outro lado de vida!’
Que
Deus nos ajude!
HN
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