terça-feira, 19 de julho de 2016
AMAR… MAS… COMO?...
Não sei! Eu não sei como
amar! Até porque quanto mais penso no Amor e quanto mais me sinto penetrada por
Ele menos compreendo o Seu alcance na minha vida!
Falar de Amor é falar de
Deus, pois só Deus é Amor, todo Amor, que nos mandou Jesus, a Sua Palavra
Encarnada para nos ensinar, realmente, como devemos amar ao jeito do verdadeiro
Amor/Deus.
Fala-se muito em ‘buscar
a perfeição de Deus’, ou seja, procurar por todas as formas possíveis ser amor
como nos diz o Papa quando nos chama a ser ‘Misericordiosos como o Pai.’
Não há amor sem
misericórdia! Não há! Não pode haver!
É impossível haver amor
sem misericórdia!
Num qualquer dia, na
Casa de Santa Marta, o Papa Francisco diz:
“Jesus
exorta os discípulos a buscarem a perfeição de Deus, que leva o seu sol aos
bons e aos maus.
“Vocês
entenderam o que foi dito, mas eu lhes digo”. A Palavra de Deus e dois modos
inconciliáveis de interpretá-la: uma lista árida de deveres e proibições ou o
convite a amar o Pai e os irmãos com todo o coração, chegando ao ponto de rezar
pelo próprio adversário.
É a
dialética do confronto entre os doutores da lei e Jesus; entre a Lei proposta
de modo esquemático ao povo hebraico e a seus líderes e a plenitude daquela
mesma Lei que Cristo afirma trazer.
Quando
Jesus inicia a sua pregação, hostilizado por seus adversários, ‘a explicação da
lei naquele tempo estava em crise’:
“Era
uma explicação teórica demais, casuística. Digamos que era uma lei na qual não
existia o coração próprio dela, que é o amor de Deus, que Deus nos deu. Por
isso, o Senhor repete o que estava no Antigo Testamento: qual é o maior
Mandamento? Amar a Deus, com todo o coração, com todas as forças, com toda a
alma; e ao próximo como a ti mesmo. E na explicação dos Doutores da Lei isto
não constava muito. No centro estavam os casos: isto se pode fazer? Até que
ponto se pode fazer aquilo? E se não se pode?… A casuística própria da Lei. E
Jesus toma isto e retoma o verdadeiro sentido da Lei para leva-lo à sua
plenitude”.
Jesus
oferece “muitos exemplos” para mostrar os Mandamentos sob uma nova luz. “Não
matarás”, também pode significar não insultar um irmão e assim por diante, até
a enfatizar como o amor é “mais generoso das palavras da lei”, do manto
acrescentado como um presente para aquele que pediu o vestido e os dois
quilômetros feitos com aquele que pediu para ser acompanhado somente por um:
“É um
trabalho que não é apenas um trabalho para o cumprimento da Lei, mas é um
trabalho de cura do coração. Nesta explicação que Jesus faz sobre os
Mandamentos – no Evangelho de Mateus, em particular – há um caminho de
cura: um coração ferido pelo pecado original – todos nós temos o coração ferido
pelo pecado, todos – devem seguir este caminho de cura e curar para
assemelhar-se ao Pai, que é perfeito: “Sede perfeitos como vosso Pai celeste é
perfeito”. Um caminho de cura para ser filhos como o Pai”.
E a
perfeição que Jesus indica é aquela contida na passagem de hoje do Evangelho de
Mateus. “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.
Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem”.
“É o último passo” desta estrada, o mais difícil. Quando era jovem, pensando em
um dos grandes ditadores da época, era costume rezar para que Deus lhe
reservasse em breve o inferno. Em vez disso, conclui, Deus pede um exame de consciência:
“Que o
Senhor nos dê a graça, apenas esta: rezar por nossos inimigos; rezar por
aqueles que nos desejam o mal, que não nos querem bem; rezar por aqueles que
nos ferem, que nos perseguem. E cada um de nós sabe o nome e o sobrenome: rezar
por isso, por isso… Garanto a vocês que esta oração vai fazer duas coisas: ele
vai melhorar, porque a oração é poderosa, e nós seremos mais filhos do Pai”.
Será… que com todas
estas explicações… ficaremos a perceber melhor o amor?
Talvez não! Porque o
amor não é para perceber, é para praticar, olhando as pessoas que nos rodeiam
com os olhos de Deus/Jesus que não procura ver o mal para castigar… mas ver o
bem para elogiar e fazer crescer o amor no coração de cada um ou uma.
E nós? Como olhamos os
nossos irmãos e irmãs? Com amor… com indiferença… ou com ódio?
O mundo ficará mais
humano e cristão se conseguirmos modificar um pouco a nossa maneira de ver… se
começarmos a olhar… bem ao jeito de Jesus… com um pouco mais de amor!
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