quinta-feira, 7 de março de 2013
AVES DE RAPINA
Era
uma vez uma semente pequenina, retirada do seu habitat natural por uma ave
selvagem que a deixou cair numa pequena amostra
de terra retida entre as fendas de dois enormes rochedos!
A
semente, lentamente, começou a germinar, mas a falta de terra, húmus e humidade
e tudo quanto a terra contém… matou aquela árvore que germinava, mesmo antes de
ter nascido!
Aquela
árvore… nunca ninguém pode ver!…
Ninguém
pode ver o seu crescimento, o seu tronco, as suas folhagens… nem os seus
frutos!...
Que
pena! E a beleza e fertilidade do mundo ficaram mais pobres sem aquela árvore que
deveria, pela lógica da vida, ter nascido num local mais acolhedor!
Aves
de rapina… somos… um pouco… cada um de nós, ávidos de experiências e novas
descobertas venham de onde vierem!
O
nosso corpo, embrulho que envolve todo o “nosso ser”, com a sua inteligência,
memória, vontade e sensibilidade… tem desejos muito contrários aos desejos do
coração ou alma, do interior de nós mesmos que é o que nos deve comandar!
E
então… esse nosso corpo… ave de rapina incontrolável na busca do ambicionado
prazer, pega na semente da vida e coloca-a… ou recebe-a de um outro corpo
também incontrolado – os dois enormes penedos que albergam apenas a terra
necessária à germinação da planta que… sem o suporte familiar já formado e vinculado acaba, na enorme maioria das
vezes, nas garras incontroláveis do aborto que, legal ou clandestino, é sempre
a morte de alguém indefeso que não pediu para ser gerado, mas depois da geração
tem o direito à vida, a “ser árvore”, única e irrepetível como qualquer um de
nós é.
Perante
tudo isto é caso para pensar:
Que
apoio estamos a dar às famílias em dificuldades?
Que
exemplo estamos a dar aos jovens?
Que
espécie de leis votamos… ou deixamos que sejam votadas no nosso País… um dos
recantos do maravilhoso e irrepetível jardim do mundo?
Como
vai a educação sexual das nossas escolas, para que os rapazes se conheçam
melhor para virem a ser melhores homens… conheçam melhor as raparigas para as
compreenderem e respeitarem melhor… e as
raparigas se conheçam melhor a si mesmas para poderem vir a ser melhores
mulheres e conheçam melhor os rapazes para os compreenderem e respeitarem
melhor?
Que
tipo de orientação recebem os nossos jovens, rapazes e raparigas, sozinhos nos caminhos
da vida, tendo cada um e uma, no seu interior, um incomensurável tumulto de
sensações que, sem uma ajuda enorme provinda do exemplo das pessoas com quem
convivem, das normas sociais, do apoio familiar e ambiental, do acolhimento e
amor com que são aconchegados para conseguirem moldar bem o seu caráter, nunca
poderão saber escolher o melhor para si e para quem com eles conviver?
Fala-se
muito em liberdade! A liberdade desculpa tudo! Mas… a palavra liberdade está
desvirtuada!
A
liberdade de cada um acaba no momento exato em que a liberdade do outro começa…
ainda que esse outro ainda não se saiba que existe… ou esteja na mais inicial
das gestações!
Nunca
podemos confundir liberdade com libertinagem!
Ser
livre… é cada pessoa saber viver com regras convenientes ao bem-estar social.
Eu…
pessoa… nunca por nunca poderei considerar-me livre… se o que eu considero
liberdade retira a liberdade dos outros… ainda que esses outros ainda não
tenham nascido… ou me chateiem a cada instante!
Por
onde andará… a minha liberdade?!
Não
serei eu… também… uma ave de rapina?!...
Neste
Ano da Fé e em Tempo Quaresmal, tenho muito… muito em que pensar!!!...
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