sábado, 23 de março de 2013

DEPOIS DA QUARESMA




Mesmo depois de acabado o tempo propício da Quaresma, o nosso processo de conversão terá de continuar e deverá partir sempre do nosso meio ambiente natural, família, trabalho e amigos.

Urge continuar a cuidar do nosso auto-conhecimento de modo a termos a consciência exata do que precisamos alterar nos nossos comportamentos e podermos mudar como convém o rumo das nossas atitudes, abandonando cada vez mais e melhor a busca do sucesso, prestígio e posição social para vivermos, nas pequenas ações de cada dia, a verdade da fé em Deus e a ternura do amor como o mais importante da nossa vida.

Antes de mais na família, enveredando, a cada situação concreta, por um ambiente de doação e amor recíprocos entre o pai e a mãe, comportamento indispensável para que os filhos possam nascer e crescer naturalmente no desenvolvimento de todas as suas potencialidades e se tornarem conscientes da sua dignidade humana que é o dom mais precioso de cada pessoa.

Se o comportamento familiar for favorável, é um grande exemplo e incentivo na aprendizagem de uma boa articulação das relações sociais e políticas, de modo a dar à sociedade as condições necessárias à prática da solidariedade fraterna, raiz de maior bem-estar e esperança dos destinos da humanidade. As boas experiências familiares são determinantes no desenvolvimento integral do Homem e da consequente qualificação da vida social.

Mas para que a família possa exercer convenientemente a sua missão, tem de voltar a ver os filhos como um dom de Deus, a aceitá-los com o maior respeito como um presente de Deus, a tratá-los com atenção, carinho e responsabilidade, como filhos de Deus que são, participando, assim, ativamente, no poder criador de Deus.

Temos de ter presentes as palavras de Maria, quando, aos doze anos, nas festas da Páscoa, Jesus ficou entre os doutores da lei: “Meu filho, que nos fizeste? Teu pai e eu procurávamos-Te cheios de aflição”!

Maria e José exerceram a autoridade de pais, e Jesus, como bom filho, voltou para casa com eles e obedecia-lhes em tudo.

Na família de Nazaré, numa relação de amor e serviço humilde, ninguém fugia à sua responsabilidade.

A exemplo desta Sagrada Família, os pais devem ser presentes, atentos e manter a verdadeira autoridade junto dos filhos com muita firmeza, compreensão, aceitação, responsabilidade e humildade, de modo a que estes, perante o amor e cuidados desvelados dos pais se sintam confiantes na vida e na obrigação alegre de lhes obedecer.

Na vivência de um ano em que nos é pedido o robustecer a Fé em Jesus Cristo - a verdadeira felicidade, a família é muito importante para que o enraizamento da Fé possa ter o sucesso desejado.

Na Nova Evangelização, ou seja, nas novas formas de levar as pessoas ao encontro, reconhecimento e vivência de Jesus Cristo, a família tem um papel muito especial, e muito embora os cristãos católicos estejam motivados a constituir famílias no Sacramento do Matrimónio Cristão e a viver em família de acordo com o Sacramento recebido, há que ter muito respeito por toda e qualquer família, independentemente da forma como tiver sido constituída, pois todos somos obra de Deus e não temos o direito de julgar ninguém, seja quem for e pelo que for.

Ajudar a encaminhar, sim! Julgar, não! O julgar é obra de Deus, o único que conhece todos os segredos de todas as vidas e de todos os corações!

Que na Semana Maior deste ano 2013 que se inicia, o crescimento da Fé nas boas relações em família esteja no centro das nossas orações.

Que o Senhor me(nos) ajude!

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