PENSAR!

Pensar! Isso mesmo! Pensar!...

Eis um comportamento urgente e necessário que tantas vezes desprezamos, sem nos apercebermos do mal que estamos a fazer!

Porque pensar… custa… custa muito… acima de tudo porque, ao tomarmos consciência do que vemos e somos, irremediavelmente temos de tentar operar em nós e no nosso meio ambiente circundante uma consequente mudança de atitudes que, ao desinstalar-nos dos nossos hábitos tantas vezes mesquinhos e egoístas, muito embora posteriormente nos encha de felicidade, a princípio, nos faz sofrer!

Pensar leva-nos a apreciar o que vemos e sabemos que não podemos ajuizar… mas somos peritos em ajuizar e mesmo em culpar, o que é tremendamente errado. E apercebendo-nos dos erros alheios não poderemos alhear-nos deles sem fazer alguma coisa a favor da correção – pois saber que o outro está errado e não fazer nada para o levar a corrigir-se é ser mais culpado do que esse outro ou outra no seu próprio erro.

Mas, pensar… acima de tudo… custa porque nos leva a olhar-nos de fora para dentro, ou seja, a brincarmos ao faz de conta, a fingirmos que não somos nós para tentarmos ver-nos como somos, sem aumentar as qualidades nem diminuir os defeitos, para deste modo nos podermos autocorrigir como convém, pois fomos criados para procurarmos, a todo o custo, fazer o que devemos e não o que nos apetece, a exemplo do que Jesus nos ensinou!

Hoje, é sexta-feira! Mais uma sexta-feira deste período Quaresmal!

De facto as sextas-feiras são muito especiais em qualquer época do ano, mas nesta época tão importante e propícia para a caminhada de conversão ou mudança de atitudes dos cristãos, tornam-se muito mais importantes ainda!

Para toda a gente, é a chegada ao tão desejado descanso semanal, o fim-de-semana! Mas… a chegada do fim-de-semana para os cristãos é muito mais que tudo isso… é a chegada do momento de recordar o seu próprio nascimento e a sua própria redenção!

Hoje… fico-me mesmo na sexta-feira! A recordar aquela sexta-feira em que Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida, pela coerência das suas atitudes com a verdade da Sua vida, foi terrivelmente condenado pelos homens… porque esses mesmos homens, poderosos do mundo, mas egoístas, egocentristas e mesquinhos no seu ajuizar e proceder… não conseguiram pensar nas consequências dos seus próprios atos nem nas razões justas que Jesus defendia!

Hoje… quero pensar nos últimos passos da vida terrena de Jesus, da entrada em Jerusalém à flagelação, coroação de espinhos, condenação, agonia no Jardim das Oliveiras, encontro com Judas, o pegar na Cruz, a humildade de aceitar a ajuda de Simão de Cirene para a poder transportar, as quedas, o encontro com Maria Sua Mãe, com Verónica a quem deixou imprimida a marca indelével do Seu rosto, com as mulheres de Jerusalém que acabam por ser a imagem de todos nós, a retirada dos Seus vestidos e os martelos a prega-LO na Cruz, a entrega que fez da Sua Mãe aos homens e dos homens a Sua Mãe, do Seu lado trespassado por aquela lança… pelos Seus últimos desejos e pelas Sua últimas palavras!

Hoje… quero ficar a pensar que, sem o saber nem querer, eu, com os meus desvios ao caminho que Deus sonhou para mim, também estive lá, com a brutalidade daqueles homens que o atormentaram.

Que Ele me(nos) perdoe!