terça-feira, 7 de janeiro de 2014
FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA!
Dada
a sua suma importância, não resisto a partilhar, na íntegra, as maravilhosas
palavras do Papa Francisco antes de rezar o Angelus com os fiéis e peregrinos
reunidos na Praça de São Pedro, no domingo, dia 29 de Dezembro, retirado
de Zenit:
“Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Neste primeiro domingo depois do Natal, a
Liturgia nos convida a celebrar a festa da Sagrada Família de Nazaré. De fato,
todo presépio mostra Jesus junto com Nossa Senhora e São José, na gruta de
Belém. Deus quis nascer em uma família humana, quis ter uma mãe e um pai, como
nós.
E hoje o Evangelho nos apresenta a Sagrada
Família no caminho doloroso do exílio, em busca de refúgio no Egito. José,
Maria e Jesus experimentam a condição dramática dos refugiados, marcada por
medo, incertezas, necessidades (Mt 2, 13-15. 19-23). Infelizmente, nos nossos
dias, milhões de famílias podem reconhecer-se nesta triste realidade. Quase
todos os dias a televisão e os jornais dão notícias de refugiados que fogem da
fome, da guerra, de outros perigos graves, em busca de segurança e de uma vida
digna para si e para as próprias famílias.
Em terras distantes, mesmo quando encontram
trabalho, nem sempre os refugiados e os imigrantes encontram acolhimento
verdadeiro, respeito, apreço pelos valores de que são portadores. As suas
legítimas expectativas se confrontam com situações complexas e dificuldades que
parecem às vezes insuperáveis. Por isso, enquanto fixamos o olhar na Sagrada
Família de Nazaré no momento em que foi forçada a fazer-se refugiada, pensemos
no drama de quantos migrantes e refugiados que são vítimas de rejeição e da
escravidão, que são vítimas do tráfico de pessoas e do trabalho escravo. Mas
pensemos também nos outros “exilados”: eu os chamarei de “exilados escondidos”,
aqueles exilados que podem existir dentro das próprias famílias: os idosos, por
exemplo, que às vezes são tratados como presenças incômodas. Muitas vezes penso
que um sinal para saber como vai uma família é ver como são tratados nessa as
crianças e os idosos.
Jesus quis pertencer a uma família que
experimentou estas dificuldades para que ninguém se sinta excluído da
proximidade amorosa de Deus. A fuga ao Egito por causa das ameaças de Herodes
nos mostra que Deus está lá onde o homem está em perigo, lá onde o homem sofre,
lá onde é fugitivo, onde experimenta a rejeição e o abandono; mas Deus está
também lá onde o homem sonha, espera voltar à pátria na liberdade, projeta e
escolhe pela vida e dignidade sua e dos seus familiares.
Este nosso olhar hoje para a Sagrada
Família se deixa atrair também pela simplicidade da vida que essa conduz em
Nazaré. É um exemplo que faz tanto bem às nossas famílias, ajuda-as a se
tornarem sempre mais comunidades de amor e de reconciliação, na qual se
experimenta a ternura, a ajuda mútua, o perdão recíproco. Recordemos as três
palavras-chave para viver em paz e alegria em família: com licença, obrigado,
desculpa. Quando em uma família não se é invasor e se pede “com licença”,
quando em uma família não se é egoísta e se aprende a dizer “obrigado” e quando
em uma família um percebe que fez algo ruim e sabe pedir “desculpa”, naquela
família há paz e alegria. Recordemos estas três palavras. Mas podemos
repeti-las todos juntos: com licença, obrigado, desculpa. (Todos: com licença,
obrigado, desculpa!). Gostaria também de encorajar as famílias a tomar
consciência da importância que têm na Igreja e na sociedade. O anúncio do
Evangelho, de fato, passa antes de tudo pelas famílias, para depois alcançar os
diversos âmbitos da vida cotidiana.
Invoquemos com fervor Maria Santíssima, a
Mãe de Jesus e nossa Mãe, e São José, seu esposo. Peçamos a eles para iluminar,
confortar, guiar cada família do mundo, para que possa cumprir com dignidade e
serenidade a missão que Deus lhes confiou.”
E
depois do Angelus, a maravilhosa oração:
“ORAÇÃO À SAGRADA FAMÍLIA
Jesus, Maria e José,
em Vós, contemplamos
o esplendor do verdadeiro amor,
a Vós, com confiança, nos dirigimos.
Sagrada Família de Nazaré,
tornai também as nossas famílias
lugares de comunhão e cenáculos de oração,
escolas autênticas do Evangelho
e pequenas Igrejas domésticas.
Sagrada Família de Nazaré,
que nunca mais se faça, nas famílias,
experiência
de violência, egoísmo e divisão:
quem ficou ferido ou escandalizado
depressa conheça consolação e cura.
Sagrada Família de Nazaré,
que o próximo Sínodo dos Bispos
possa despertar, em todos, a consciência
do carácter sagrado e inviolável da
família,
a sua beleza no projecto de Deus.
Jesus, Maria e José,
escutai, atendei a nossa súplica.”
Que a oração e empenho do Santo Padre, dos que com ele trabalham, e de
todos quantos rezam e se interessam pelo bem-estar das famílias, seja caminho
para que a Família encontre os seus verdadeiros valores segundo os desígnios de
Deus!
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