Muito me
deixas amigo Fevereiro! E muito me levas a procurar!
Deixas-me
numa época propícia que convida a uma mudança permanente. Mudança para melhor,
claro!
Há mudanças
perfeitamente visíveis: um corte de cabelo, uma reviravolta nos sapatos, na cor
das unhas e aspecto das roupas. Mas… há outras que só se vêm como convém numa
convivência sistemática e cuidada, o que nem sempre acontece.
Temos a
tentação das corridas e distracções, ou pior ainda, dos olhares maliciosos e
imprudentes que só descortinam comportamentos maléficos de onde provém críticas
destrutivas de vidas e corações.
Muito mau,
este modo de ver! Se temos a tendência de ver o mal… encontramos o mal em tudo;
se, pelo contrário, determinadamente, treinarmos procurar o bem em tudo quanto
olhamos, descobrimos mesmo o bem, é imperioso. Porque o bem e o mal andam lado
a lado, vemos um ou outro conforme o nosso jeito de ver e sentir, o nosso ser
destrutivos ou caridosos.
«»
Santa
Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da
Caridade
«Não há amor maior»
«Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso»
Sinto que a Paixão de
Cristo está incessantemente a acontecer de novo por toda a parte. Estamos
dispostos a participar nesta Paixão? Estamos dispostos a partilhar os
sofrimentos dos outros, não apenas onde a pobreza reina, mas em qualquer parte
do mundo? Parece-me que a grande miséria e o sofrimento são mais difíceis de
resolver no Ocidente. Quando encontro uma pessoa esfomeada na rua,
oferecendo-lhe uma tigela de arroz ou uma fatia de pão, posso apaziguar-lhe a
fome. Mas aquele que foi pisado, que não se sente desejado, amado, que vive com
medo, que se sente rejeitado pela sociedade, esse experimenta uma forma de
pobreza bem mais profunda e dolorosa. E é muito mais difícil encontrar remédio
para ela.
As pessoas têm fome de Deus. As pessoas estão ávidas de amor. Temos consciência
disso? Sabemos disso? Vemos isso? Temos olhos para ver? Muitas vezes, o nosso
olhar vagueia sem se fixar. Como se andássemos a pairar neste mundo. Temos de
abrir os olhos e ver.
«»
Abrir os
olhos… e ver!
Abrir os
olhos, trazer ao de cima o amor do coração, e ver com os seus olhos, ver com os
olhos do coração. Os olhos do coração são muito mais perfeitos para a verdadeira
visão, para a visão que nos convém, para vermos, antes e acima de tudo, o bem
que existe ou a dificuldade que a pessoa tem em praticar o bem!
Praticar o
bem exige esforço, treino, perseverança, um querer forte e coeso, uma constante
determinação.
Deus é AMOR!
Todas as pessoas têm sede de AMOR, sede de Deus. Ainda que o não admitam, ainda
que não o saibam.
Somos criaturas
de Deus, imagens de Deus, pelo que só Deus nos pode preencher de todo o
coração, o nosso ouvir, olhar, querer e sentir!
Quaresma…
ocasião propícia à busca de Deus em nós, de Deus em nós porque Deus nunca nos
desampara ainda que O magoemos e rejeitemos!
Urge ‘abrir
os olhos e ver’!
Ver estas
realidades, pois serão elas o verdadeiro suporte das nossas mudanças de
atitudes de vida!
Xau, xau,
Fevereiro! E tu, Março, sê bem-vindo!
HN
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