quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

XAU, XAU… FEVEREIRO!


Muito me deixas amigo Fevereiro! E muito me levas a procurar!
Deixas-me numa época propícia que convida a uma mudança permanente. Mudança para melhor, claro!
Há mudanças perfeitamente visíveis: um corte de cabelo, uma reviravolta nos sapatos, na cor das unhas e aspecto das roupas. Mas… há outras que só se vêm como convém numa convivência sistemática e cuidada, o que nem sempre acontece.
Temos a tentação das corridas e distracções, ou pior ainda, dos olhares maliciosos e imprudentes que só descortinam comportamentos maléficos de onde provém críticas destrutivas de vidas e corações.
Muito mau, este modo de ver! Se temos a tendência de ver o mal… encontramos o mal em tudo; se, pelo contrário, determinadamente, treinarmos procurar o bem em tudo quanto olhamos, descobrimos mesmo o bem, é imperioso. Porque o bem e o mal andam lado a lado, vemos um ou outro conforme o nosso jeito de ver e sentir, o nosso ser destrutivos ou caridosos.
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Santa Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade 
«Não há amor maior» 
«Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso»
Sinto que a Paixão de Cristo está incessantemente a acontecer de novo por toda a parte. Estamos dispostos a participar nesta Paixão? Estamos dispostos a partilhar os sofrimentos dos outros, não apenas onde a pobreza reina, mas em qualquer parte do mundo? Parece-me que a grande miséria e o sofrimento são mais difíceis de resolver no Ocidente. Quando encontro uma pessoa esfomeada na rua, oferecendo-lhe uma tigela de arroz ou uma fatia de pão, posso apaziguar-lhe a fome. Mas aquele que foi pisado, que não se sente desejado, amado, que vive com medo, que se sente rejeitado pela sociedade, esse experimenta uma forma de pobreza bem mais profunda e dolorosa. E é muito mais difícil encontrar remédio para ela.
As pessoas têm fome de Deus. As pessoas estão ávidas de amor. Temos consciência disso? Sabemos disso? Vemos isso? Temos olhos para ver? Muitas vezes, o nosso olhar vagueia sem se fixar. Como se andássemos a pairar neste mundo. Temos de abrir os olhos e ver.
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Abrir os olhos… e ver!
Abrir os olhos, trazer ao de cima o amor do coração, e ver com os seus olhos, ver com os olhos do coração. Os olhos do coração são muito mais perfeitos para a verdadeira visão, para a visão que nos convém, para vermos, antes e acima de tudo, o bem que existe ou a dificuldade que a pessoa tem em praticar o bem!
Praticar o bem exige esforço, treino, perseverança, um querer forte e coeso, uma constante determinação.
Deus é AMOR! Todas as pessoas têm sede de AMOR, sede de Deus. Ainda que o não admitam, ainda que não o saibam.
Somos criaturas de Deus, imagens de Deus, pelo que só Deus nos pode preencher de todo o coração, o nosso ouvir, olhar, querer e sentir!
Quaresma… ocasião propícia à busca de Deus em nós, de Deus em nós porque Deus nunca nos desampara ainda que O magoemos e rejeitemos!
Urge ‘abrir os olhos e ver’!
Ver estas realidades, pois serão elas o verdadeiro suporte das nossas mudanças de atitudes de vida!
Xau, xau, Fevereiro! E tu, Março, sê bem-vindo!
HN

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