quinta-feira, 27 de março de 2014

O AMOR CRISTÃO



A linguagem do amor anda muito banalizada, por isso nunca será demais pensar um pouco no verdadeiro amor. Até porque, quando se medita no amor verdadeiro, estamos a meditar em Deus porque Deus é amor! E quando os homens são capazes de amar como convém, sem sombra de dúvida que estão movidos pelo Espírito do Amor de Deus a que chamamos Espírito Santo!

Na língua grega há três termos para designar o amor: éros, philia e ágape.

Éros é o amor concupiscente ou meramente sentimental e carnal a que vulgarmente chamamos o erotismo, ou seja, a mercantilização do corpo ou prostituição, que muitas vezes não pensamos, mas é uma das grandes fontes do tráfico humano.

Philia é  o amor de amizade e benevolência, mas que ainda não atinge o cume do amor cristão, pois é fácil amar quem nos ama, mas difícil amar quem não nos é querido ou até magoa, que foi a grande novidade que Nosso Senhor Jesus Cristo veio ensinar e praticar.

Ágape é o cume do amor, o verdadeiro amor cristão, fraterno, serviçal, desinteressado, que se dirige diretamente àquele que amamos seja amigo ou inimigo e de uma forma gratuita, sem esperar nada em troca. Este amor é a imagem mais perfeita do Deus Amor, que nos amou primeiro e acima de tudo, e tanto que chegou ao ponto de enviar o seu próprio Filho para morrer por nós e nos alcançar a verdadeira felicidade(1Jo 4,10).

Mas… “Quem procura salvaguardar a vida, perdê-la-á, e quem a perder, conservá-la-á” (Lc 17,33), pois tal como o grão de trigo cai na terra e morre, só morrendo para o mal e para o egoísmo o cristão dá muito fruto de boas obras de caridade.

Contudo, o éros e o ágape acabam por ser uma única realidade do amor, muito embora com distintas dimensões, uma vez que poderá em diferentes ocasiões  evidenciar-se uma ou outra dimensão do amor, mas surgirá sempre uma enorme caricatura ou forma redutiva do amor quando as duas dimensões se separam completamente uma da outra.

O amor verdadeiro, ágape, vive-se em Deus e com Deus quando, a partir de um encontro íntimo com o Senhor, eu amo a pessoa de quem gosto ou a aquela que não me agrada ou nem sequer conheço, porque aprendo a ver a pessoa,  segundo o olhar misericordioso, ternurento e compassivo de Jesus Cristo e não somente com os meus olhos e sentimentos humanos, como uma pessoa estranha.

Se eu vejo o outro ou a outra sempre como um estranho ou uma estranha… sou apenas uma pessoa “piedosa” que, sem me importar com o meu irmão ou irmã, sou uma espécie de fariseu legalista que “cumpre os deveres religiosos” mas não consegue amar.

Que nesta Quaresma e sempre o Espírito Santo nos dê a sabedoria e fortaleza necessárias à prática do verdadeiro amor de Jesus Cristo, para que no mundo haja mais fraternidade e paz.

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