É difícil a pureza do coração perante tantas incertezas da
vida!
São tantas... tantas... são
tantas as incertezas da vida que, por mais que se fale delas... nunca as
esgotaremos!
O desenrolar dos dias assim nos
vai dizendo, em todos os seus segundos!
Somos pequenos, ansiamos
crescer... e quando crescemos valorizamos o nosso ser pequeninos!...
Mas o crescimento não é só o
que se vê com os olhos, há crescimentos muito mais importantes que só se
vislumbram com os olhos do coração!
De qualquer forma e em qualquer
circunstância, nada é capaz de nos afastar das incertezas!
Muito natural, pois o único
tempo que podemos dominar é o ‘agora’, uma vez que o passado não volta e o
futuro não nos pertence!
E há tantas coisas... inúmeras
coisas com que vivemos e acabamos por nunca compreender cabalmente.
A vida, toda ela, é um sonho!
Um sonho de Deus... ou melhor dito... uma realidade de Deus e um sonho do
Homem.
Digo uma realidade de Deus
porque Ele supera tudo quanto somos e queremos, porque nos conhece melhor do
que nós mesmos, e por isso, só Ele sabe do que, nas nossas fraquezas e
misérias, seremos capazes! Só Ele é o verdadeiro Senhor dos nossos sonhos... que
só com Ele se tornarão realidades!
A vida é assim como um mar...
ora revolto... ora calmo... mas muito difícil de lhe prever as suas mudanças
inesperadas!
Os estudos ajudam, são
conhecimento da Natureza das coisas, mas ainda assim há surpresas... muitas
surpresas... e algumas bem desagradáveis.
«»
São Gregório de Nissa (c. 335-395)
monge, bispo
A impressão que se
tem quando se olha a imensidão do mar é a mesma que o meu espírito sente
quando, do alto das palavras escarpadas do Senhor, como do cimo de uma falésia,
contemplo o seu abismo infinito. […] A minha alma sente vertigens diante destas
palavras do Senhor: «Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus»
(Mt 5,8). Deus oferece-Se ao olhar daqueles que têm o coração puro. Ora,
«ninguém jamais viu a Deus» (Jo 1,18), diz São João. E São Paulo confirma esta
ideia, ao falar daquele «a quem nenhum homem viu, nem pode ver» (1Tim 6,16).
Deus é o rochedo abrupto e afilado, que não oferece o menor amparo à
imaginação. Também Moisés Lhe chamava inacessível […], pondo na boca de Deus as
seguintes palavras: «O homem não pode contemplar-Me e continuar a viver» (Ex
33,20). Quer dizer que a vida eterna é a visão de Deus, e que estes pilares da
fé nos afirmam que tal é impossível? […]
Mas o Senhor estimula a nossa
esperança, e deu-nos uma prova na pessoa de Pedro, tornando firmes as águas sob
os pés deste discípulo que estava prestes a afogar-se (Mt 14,30). A mão do
Verbo estender-se-á igualmente para nós, que estamos submersos nestes abismos,
para nos devolver as forças. Ficaremos então mais seguros, porque seremos
firmemente dirigidos pela mão do Verbo.
«Bem-aventurados os puros de
coração, porque verão a Deus»: semelhante promessa ultrapassa as nossas maiores
alegrias; após tal felicidade, que mais podemos desejar? […] Aquele que vê a
Deus possui, por via dessa visão, todos os bens imagináveis: uma vida sem fim,
uma incorruptibilidade perpétua, uma alegria inesgotável, um poder invencível,
delícias eternas, a luz verdadeira, as doces palavras do Espírito, uma glória
incomparável, uma satisfação ininterrupta, enfim, todos os bens. Que tal
beatitude seja para nós uma fonte de esperança!
«»
Fonte de esperança... nas
incertezas da vida... como forma discreta de purificar o coração!
Purificar o coração nos
sofrimentos, físicos, morais, espirituais... qual deles o melhor ou pior!...
Que o Deus da vida nos ajude
em todas as nossas (in)certezas!
Boa noite... Bom Domingo... Boa
semana... com o coração puro!
HN
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