No silêncio do tempo encontro a
verdadeira vida, aquela que só se encontra mesmo no silêncio e nos faz
descobrir tantas realidades!
Se não me habituar a fazer
silêncio, nunca saberei do que, no silêncio, serei capaz.
Não me refiro ao silêncio exterior,
que favorece muito, mas ao silêncio do
pensamento, àqueles segundinhos em que sou capaz de não pensar em nada, e
deixar o coração à espera de algo que o fortaleça.
O coração, aquele bocadinho de nós
que vale mais que a vida, porque queiramos ou não, saibamos ou não, e façamos o
que fizermos, é onde se recolhe em nós o Senhor da Vida, para nos orientar nos
verdadeiros caminhos de Fraternidade e Paz!
São pequeninos momentos de céu aqui
na terra!
Sim! Como Deus está em toda a parte…
talvez o Céu também esteja na terra, e até junto de nós, sem disso nos
apercebermos!
Que o Espírito Santo nos ajude a descobrir
Deus em nós nesses momentos de silêncio que tanta felicidade nos fazem sentir!
Quem dera… que toda a gente pudesse
sentir esses momentos… pois o mundo se transformaria num lugar de harmonia, compreensão,
dádiva, entrega, prosperidade e paz.
Paz… não é ausência de problemas, é
confiança em Deus que nunca nos desampara e faz maravilhas.
Vejamos o texto seguinte:
«»
Santa Gertrudes de Helfta (1256-1301)
monja beneditina
Na solene festa da
Epifania, com base no modelo das oferendas dos reis, Gertrudes ofereceu a Deus,
à laia de mirra, o corpo de Cristo, com todos os seus sofrimentos e toda a sua
Paixão, por meio da qual queria apagar, para glória de Deus, os pecados de todos
os homens, desde Adão até ao último homem. No lugar do incenso, ofereceu a alma
de Cristo, cheia de devoção, com todos os atos da sua vida espiritual, para
compensar as negligências de todo o universo. Por fim, à laia de ouro, ofereceu
a divindade perfeitíssima de Cristo, com as delícias de que ela goza, para
compensar as deficiências de todas as criaturas. Apareceu-lhe então o Senhor
Jesus, apresentando esta oferenda como presente de grande valor à sempre
adorável Trindade. E enquanto Ele atravessava, por asim dizer, o Céu, a corte
celeste parecia fletir o joelho por respeito a esta oferenda. [...]
Gertrudes recordou então que
certas pessoas, num gesto de humildade, lhe tinham pedido que oferecesse a
Deus, no lugar delas e em memória destes presentes dos magos, as pequenas
orações que tinham dirigido ao Senhor antes desta mesma festa. Tendo cumprido
este pedido com toda a devoção possível, o Senhor Jesus voltou a aparecer-lhe,
transportando pelo Céu esta segunda oferenda, como que para apresentá-la a Deus
Pai. E todo o exército celeste acorreu à sua presença, celebrando os louvores
desta oferenda como se se tratasse de um presente magnífico.
Deste modo, ela compreendeu que
quando alguém oferece a Deus orações ou outros esforços, todo o senado do Céu
aplaude este dom como oferenda agradável a Deus. Mas quando alguém, não se
contentando em dar o que é seu, junta às suas próprias obras as obras - mais
perfeitas - do Filho de Deus, os santos têm por essa oferenda [...] uma tal
reverência que nada pode aspirar a tão alta dignidade a não ser a única e
adorável Trindade, que está acima de tudo.
«»
Tantas maravilhas!... Cada pessoa… seja
que pessoa for… é única e irrepetível… vale mais do que tudo que há no mundo,
porque é habitada por Deus!
E se há grandes santos que nada
fizeram de errado… há os que cometeram muitos erros… mas acabaram por conseguir
perceber o infinito Amor e cuidado de Deus em si, e converter-se, mudar as suas
atitudes, aos pouquinhos, transformando-se radicalmente!
E aqui se pode colocar aquela frase
de Jesus: “ Há mais alegria no Céu por um só pecador que se converte do que por
noventa e nove justos que não precisam de arrependimento!”
Não critiquemos atitudes de ninguém,
antes, façamos como Santa Gertrudes de Helfta, peçamos ao Senhor, cada qual
conforme puder e souber, que a própria pessoa e toda a gente se arrependa de
ter magoado Jesus!
Um Santo final do Tempo Natalício!
Hermínia Nadais
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