quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O NAMORO E NOIVADO




Por mais que se pense nestes assuntos… de tão importantes que são para a humanidade, serão sempre inesgotáveis. Temos o hábito de dizer que os tempos mudam, e isso é verdade… mas também é verdade que o essencial permanece. E quanto mais refletirmos sobre a preparação, realização e vivência do Matrimónio bem assim como da vida matrimonial, mais descobertas vamos fazendo… de modos de viver que até já poderão ser antigos… mas que se tornam novos para nós e nos proporcionarão novas formas de viver ajudando-nos a ser cada vez mais homens e mulheres… pessoas mais completas, realizadas e felizes!
O tempo de namoro é de auto conhecimento e de conhecimento mútuo no sentido de verificar se existem condições de entendimento para a formação da nova família. Deve ser um tempo de auto-estudo e auto-aprofundamento de tudo quanto cada um poderá fazer para bem dos dois e dos filhos que nascerem da união. Segue-se o noivado que é o tempo de preparação próxima para o Matrimónio! O tempo de escolher dias para o cerimonial, tipo de roupa a usar e de refeição a fazer, onde morar… inúmeras coisas a acertar. Em todo este desenrolar de situações cada vez o diálogo é mais intensificado e a confiança mútua posta à prova.
Os namorados, noivos e casados dialogam naturalmente, é inevitável. Namoro, noivado e casamento sem diálogo simplesmente não podem existir!
Há casais que durante o dia vão contando um ao outro todo o desenrolar dos acontecimentos, mas, penso que serão ainda poucos os casais que dialogam sobre o seu conhecimento interior, sentimentos, inseguranças, temperamentos… quaisquer dúvidas que poderão surgir. Mas é este diálogo sério e profundo que ajuda ao crescimento de cada um e a uma boa vivência em casal.
“Um casal que caminha para o casamento não pode viver de máscaras, onde um ainda tenta impressionar o outro como se fosse um flerte adolescente, mas deve mostrar sua real humanidade, cheia de falhas e medos. Pensar em manter uma aparência para garantir um relacionamento, assim como pensar em se casar com alguém próximo da perfeição é pura ilusão, ainda vivida por muitas pessoas.(Papa Francisco)
E terá que haver muito cuidado, pois o ter medo de perder o(a) noivo(a) ao conhecer melhor a sua estrutura interior não pode existir. O amor implica compromisso e uso da razão, e o conhecimento interior é imprescindível para a compreensão e o crescimento e santificação do outro, que deve começar no noivado para se concretizar com seriedade  na celebração do Matrimónio.
O diálogo ou comunicação entre o casal existe mesmo sem palavras, e quando tudo se vai esfumando no tempo, a novidade do princípio da vida em comum, as festas, as viagens, o dinheiro, o status social, o vigor físico… não têm garantia de continuidade. Ao assumirem o Matrimónio "é até que a morte os separe". Parece difícil e é, mas com o diálogo a gerar cada vez mais conhecimento mútuo e a gerar ajuda mútua acabará por ajudar a que nenhum problema possa justificar uma separação.
Os problemas são mais complicados quando são encontradas dificuldades e restrições ligadas à vida sexual… mas também isso se resolve com o diálogo, a interioridade, a verdade e compreensão mútua.
As correrias da vida são avessas ao diálogo… e  quando os filhos crescem e saem de casa para estudarem ou casarem e o casal fica sozinho, se não estão habituados a falar das suas estruturas interiores é uma confusão, pois libertos das correrias acabam por se entreolhar como pessoas desconhecidas, o que não poucas vezes acaba em divórcio.
Sem esquecer as outras amizades, pois o casal tem necessidade de amigos, casais ou pessoas singulares, deve criar-se a cada dia mais amizade entre o casal, através de um diálogo profundo e sincero.
Durante o noivado urge verificar a maturidade dos valores humanos próprios da relação de amizade e de diálogo que caracterizam o noivado, a base do amor que leva os cônjuges a doarem a vida, um pelo outro, “como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela.”
O diálogo, exercitado “com disposição para escutar e coragem para conversar como quem está interessado em buscar soluções, não em acusar,” “promove a amizade e alimenta o amor, resolve conflitos e evita que eles surjam”. Mas… ninguém é capaz de levar esta tarefa até ao fim sozinho, sem a misericórdia divina, ("só Deus sabe criar a harmonia a partir das diferenças. Se falta o amor de Deus, a família também perde a harmonia, prevalecem os individualismos, se apaga a alegria". (Papa Francisco, na homilia da missa de encerramento da Jornada das Famílias em 27/10/13)
Sagrada Família de Nazaré, ajuda os pais e avós a serem exemplo de relação conjugal e a promoverem nos nossos jovens uma preparação adequada para uma boa constituição de cada nova família.

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