sábado, 10 de setembro de 2016
AMOR (I Jo 4, 07-13)
Andei
a dar uma olhadinha pelos meus escritos mais recuados e encontrei uma meditação
não assinada que se refere a esta passagem bíblica, I Jo 4, 07-13, que diz mais
ou menos assim:
“Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus.
Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus.
8Quem não
ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.
9Foi assim
que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao
mundo, para que pudéssemos viver por meio dele.
10Nisto
consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou
e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.
11Amados,
visto que Deus assim nos amou, nós também devemos amar uns aos outros.
12Ninguém
jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu
amor está aperfeiçoado em nós.
13Sabemos
que permanecemos n’Ele, e Ele em nós, porque ele nos deu do Seu Espírito.”
Agora, aqui vai a meditação que não sei se fui
eu ou outra pessoa que a escreveu, pois como disse, não está assinada. Mas dado
o grande valor que me parece ter, aqui vai. Se não for minha, o autor que me
perdoe, pois a mim o que me interessa é passar mensagem seja de quem for:
«O amor é universal,
porque a linguagem do amor, quando verdadeira, é sempre compreendida por toda a
gente.
Todos os escritos de
S. João falam maravilhosamente do imenso amor e ternura de Deus pelos homens, a
atestar esta verdade, ele usa muitas vezes a expressão “filhinhos” e
“queridos”, palavras de muito carinho e de muito amor.
Esta leitura apresenta-nos
Deus como AMOR, e afirma que quem ama nasce de Deus e quem não ama não conhece
a Deus. E incita-nos ao amor.
Há imensas formas de
definir “amor”, e quem ama tem, impreterivelmente, de estar com Deus senão
nunca conseguiria amar. Contudo, devido à constante banalidade a que está
sujeita a palavra amor, falar de amor pode não ser, necessariamente, falar de
Deus, e todos nós sabemos porquê. A exemplo, a palavra “fazer amor”, muito
usada na linguagem sexual, pode não ter mesmo nada a ver com Deus, muito pelo
contrário, pode até ultrajar o próprio Deus.
Agora, imagine-se uma
pessoa que gosta muito de rezar e ir à igreja porque diz amar muito a Deus, mas
na vida corrente despreza os que lhe estão próximos. Essa pessoa, ao dizer que
ama muito a Deus, é hipócrita, porque só podemos dizer com verdade que amamos a
Deus se conseguirmos transferir esse amor para os irmãos que connosco convivem.
Esta meditação, de
certo modo, levou-nos a uma prisão no primeiro e segundo versículos, onde se
lê: “… amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e aquele que ama
nasceu de Deus e conhece-O. Aquele que não ama não conhece a Deus porque Deus é
amor.”
Isto realmente é
verdade. Mas… então, verdadeiramente, quem nasce de Deus?
O baptizado, que lava
no baptismo as manchas dos seus pecados e recebe a graça e o amor de Deus?!...
Sim e não! O baptismo
é pertença dos cristãos, mas toda a humanidade é pertença de Deus. Uma das
razões de que toda a humanidade é pertença de Deus é que o amor é um imperativo
humano, é uma necessidade vital do homem/mulher, que aguenta mais a fome de pão
do que a fome de amor; uma outra prova de que o homem/mulher são pertença de
Deus é a existência da consciência humana, aquela voz interior que consegue
dizer ao homem/mulher se as suas acções estão certas ou erradas, o que acontece
com pessoas de todas as raças, classes sociais, credos ou cores.
Assim, quando essa
consciência não consegue dizer ao homem o que está certo ou errado na sua vida,
é um autêntico desastre, pois esse homem, egoisticamente, julga-se muito
importante e com todas as razões, facto que o leva a praticar toda a espécie de
crimes sem se aperceber do mal que está a fazer, e então, encontra-se quase
irremediavelmente perdido.
Ora, um autêntico
cristão, verdadeiro imitador de Cristo, tem de estar atento a todas estas
situações.
Assim sendo, quando
se diz a um cristão que ame a todos como irmãos, e que ame como Deus amou, que
não está nesta meditação mas sabemos que é isto
que Deus quer de nós, é para nos chamar ao amor na compreensão da
verdade de que todo o ser humano é de Deus, e se as suas obras não condizem com
este ser de Deus é porque algo está mal nele, e é ao cristão que compete ir ao
seu encontro para o ajudar a auto-corrigir-se. É esta a verdadeira
evangelização.
Uma outra questão a
ter em conta é o não fundamentalismo, ou seja: o apostolado do cristão, para
que possa ver Deus em todos os homens e aceitá-los tal qual eles se lhe
apresentam, está baseado no facto de que a consciência humana bem formada, é voz
de Deus e sinal de pertença e presença de Deus, quer a pessoa em causa saiba ou
não que está em Deus e com Deus. É por estes ditames da consciência humana que
se compreende a razão porque muitos baptizados que se dizem católicos estão
muito longe de Deus (pois pelas mais variadas razões têm a consciência já
deformada) e muitos que nunca ouviram falar de Deus, e sem conhecerem nada de
catolicismo e cristianismo estão realmente com Deus, (têm a consciência, voz de
Deus, bem formada).
Nesta meditação S.
João apresenta o amor como sinal de Deus e de pertença a Deus, do que se pode
concluir que quem ama está na universalidade de Deus, viva onde viver, professe
a religião que professar e seja quem for. É esta razão de “ser” e da “vida” que
torna a Igreja Católica Universal, ou seja, que compreende e aceita como
pertença de Deus todas as diversidades de opinião na unidade do Amor - Deus.»
Um
trabalho longo mas para mim importantíssimo… que talvez se devesse repartir um
pouco para ser melhor compreendido e assimilado.
O
Espírito Santo nos encaminhará para o que for melhor para todos nós!
HN
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