quarta-feira, 3 de abril de 2019

AS TENTAÇÕES!...


É impressionante como, prestando atenção às Leituras Bíblicas e ao que delas se vai dizendo através dos tempos, não obstante os inúmeros anos passados, vamos dando conta da interligação existente entre elas e de como se encaixam perfeitamente. O primeiro domingo da Quaresma falou-nos das tentações de Jesus no Deserto. Vamos prestar atenção a este texto retirado de ‘Evangelizo’:
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São Gregório Magno (c. 540-604)papa, doutor da Igreja
Catequeses sobre o Evangelho, nº 16
O demónio atacou o primeiro homem, nosso pai, com uma tripla tentação: tentou-o pela gula, pela vaidade e pela avidez; esta tentativa de sedução resultou, pois o homem, ao dar o seu consentimento, ficou submetido ao demónio. Tentou-o pela gula, mostrando-lhe na árvore o fruto proibido e convidando-o a comê-lo; tentou-o pela vaidade, dizendo-lhe: «Sereis como deuses»; tentou-o enfim pela avidez, ao dizer-lhe: «Conhecereis o bem e o mal» (Gn 3,5). Porque ser ávido não é apenas desejar o dinheiro, mas também qualquer situação vantajosa; é desejar qualquer situação elevada para além do razoável. [...]
O demónio foi vencido por Cristo, que O tentou de um modo semelhante àquele pelo qual tinha vencido o primeiro homem. Como da primeira vez, tentou-O pela gula: «Ordena a estas pedras que se transformem em pães»; pela vaidade: «Se és o Filho de Deus, lança-Te daqui abaixo»; e pelo desejo intenso de uma situação confortável, mostrando-Lhe todos os reinos do mundo e dizendo-Lhe: «Dar-Te-ei tudo isto se, prostrado a meus pés, me adorares». [...]
Notemos o seguinte no episódio das tentações do Senhor: tentado pelo demónio, Ele ripostou com textos da Sagrada Escritura. Poderia ter lançado o seu tentador no abismo; mas não recorreu ao seu infinito poder, limitando-Se a pôr em primeiro lugar os preceitos da Sagrada Escritura. Deste modo, mostrou-nos como podemos suportar as provas, para que, quando os maus nos fazem sofrer, recorramos à boa doutrina e não à vingança. Comparai a paciência de Deus com a nossa impaciência: nós, quando recebemos injúrias ou sofremos uma ofensa, na nossa fúria, vingamo-nos ou ameaçamos fazê-lo; o Senhor, pelo contrário, suporta os ataques do demónio e responde-lhe com palavras de paz.
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Então! Que tal a descrição? Que tal o comportamento humano com toda a sua fraqueza? Como ripostou Jesus com todo o Seu conhecimento e com toda a Sua Força? Até com o diabo usou de paciência e bondade, chamando-o à atenção sem o magoar!
Como estamos... como estou... com o comportamento distante d’Esse Jesus que digo que Amo! Tanto que tenho de aprender, de treinar, de praticar, de fazer, para tratar com delicadeza e de forma adequada à mudança de atitudes das pessoas com quem convivo... com quem convivemos!
Já tantas Quaresmas passaram por mim, e em nenhuma consegui fazer de mim o que devia ter feito. A teimosia humana, a fraqueza humana, o desleixo humano, o deixa correr... é mesmo muito grande! Que o Espírito Santo nos fortaleça e o Senhor nos ajude com a Sua graça e Misericórdia, para aprendermos a vencer s tentações sem ameaças ou vinganças mas com dedicação, entrega, carinho, amor!
Boa noite!
HN

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