terça-feira, 1 de julho de 2014

«E SOBREVEIO UMA GRANDE CALMA»



 
O Evangelho de hoje, Mateus 8,23-27, festa do Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, fala-nos de Jesus a dormir numa barca enquanto, desencadeada uma enorme tempestade, os Seus Discípulos o acordam, assustados.  Acalmada a tempestade às palavras de Jesus, os presentes dizem admirados: «Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?»

Acerca desta passagem bíblica o Evangelho Quotidiano apresenta estratos do sermão 63 de Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja, que por tão importante para mim, decidi partilhar:

“O sono de Cristo é sinal de mistério. Os ocupantes da barca representam as almas que atravessam a vida deste mundo agarradas ao madeiro da cruz. Por outro lado, a barca é símbolo da Igreja. Sim, verdadeiramente […] o coração de cada fiel é uma barca que navega no mar e que não se afundará se o espírito mantiver bons pensamentos.
Insultaram-te: é o vento que te fustiga. Encolerizaste-te: é a onda que se levanta. Surgiu a tentação: é o vento que sopra. A tua alma está perturbada: são as vagas que se elevam. […] Acorda Cristo, deixa que Ele te fale. «Quem é Este, a quem até o vento e o mar obedecem?» Quem é Ele? «Dele é o mar, pois foi Ele quem o formou»: «por Ele é que tudo começou a existir» (Sl 95,5; Jo 1,3). Imita, pois, os ventos e o mar: obedece ao Criador. O mar mostra-se dócil à voz de Cristo e tu continuas surdo? O mar obedece, o vento acalma-se e tu continuas a soprar? Que queremos dizer com isso? Falar, agitar-se, meditar na vingança: não será tudo isto continuar a soprar e não querer ceder diante da palavra de Cristo? Quando o teu coração está perturbado, não te deixes submergir pelas vagas.
No entanto, se o vento nos virar — porque somos apenas humanos — e acicatar as emoções más do nosso coração, não desesperemos. Acordemos Cristo, para que possamos prosseguir a nossa viagem por mares mais calmos.”

Mesmo consciente da presença de Jesus no mar encapelado ou calmo da vida, quantas vezes me vejo afundada sem jeitos de ver acalmadas tantas dificuldades e tropelias… e me falta a força e o ânimo para pedir a Jesus que me acalme as tempestades e retribua a bonança e serenidade na aceitação amorosa de quanto acontecer?!...

Que o Divino Espírito Santo nos assista em todos os momentos, pois sem a Sua força e discernimento, nada conseguiremos de bom nem a vida poderá ser calma e tranquila!

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