Sim! Acabei por compreender que sou distraída por demais, ou melhor
dizendo, somos distraídos por demais. Temos interesses que não conseguimos
deixar para trás, queremos tudo na hora sonhada, e isso não acontece
normalmente.
Em tempos idos eu passava a maior parte do meu tempo a queixar-me de
acontecimentos menos bons e de que tudo me corria mal.
Claro, agora vejo que, quando somos muito egoístas e não sabemos olhar os
outros, vemo-los apenas com os olhos da cara que se enganam milhões de vezes.
O nosso interior tem de ser trabalhado, temos que nos convencer que juntos
formamos a família humana, e numa família temos obrigação de conhecer muito bem
os seus membros para os olharmos com os olhos do coração que compreendem o que
vêm e muitas vezes o que só o coração percebe e desculpam e amam sem nada esperar
em troca e isso faz com que lhes sejamos presentes na ocasião oportuna.
Tenos que nos convencer de que só crescemos e somos felizes, juntos, unidos
a Deus e uns aos outros.
Aos pouquinhos vamo-nos conhecendo cada vez melhor, a nos mesmos e a quem
connosco convive, o entendimento e aceitação mútua vão-se desenvolvendo, e aos
poucos deixamos de ver defeitos nos outros, porque nós também os temos, e a
vida começa a tornar-se mais agradável com mais fraternidade e paz.
E começamos a ver a mão de Deus nas coisas que vão acontecendo, a nós e aos
outros.
Há pequenas coisas que nos acontecem que só pode ser a mão de Deus a
compor-nos as situações mais pesadas.
Que sempre seja louvado!
Agora, na terceira ou quarta idade, consigo observar, sentir estas coisas,
e sinto-me muito bem assim, como criança que a cada segundo aprende uma coisa
nova.
Impressionante, podem crer!
«»
Passamos distraídos por coisas nas quais
o amor de Deus se manifesta e não o percebemos. Na verdade, desejamos sentir
seu amor somente quando necessitamos.
Quanto mais agradeço pelas manifestações
do amor de Deus nas pequenas coisas, mais me torno sensível ao seu amor.
Quanto mais agradeço por tudo o que
tenho, mais me sobra para colocar em comum com os irmãos.
Quando consigo agradecer também por tudo
o que perdi ou por tudo o que não tenho, encontro mais liberdade no
desprendimento das coisas.
Quanto mais agradeço pelas pequenas
coisas, mais seu amor se manifesta nas grandes.
Espero que, reconhecendo o amor de Deus nas pequenas
coisas, eu o possa amar cada vez mais.
Abraços
Apolonio
«»
Faço minhas as palavras do Apolonio!
E com elas termino esta pequena partilha, pedindo ao Senhor que toda a
gente consiga compreender a presença de Deus em si e o quanto nos quer bem e
nos ama!
Que sempre seja louvado!
Bom final de noite!
Hermínia Nadais
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