domingo, 27 de junho de 2021

A MENINA DORME!

 


A Liturgia Bíblica de hoje é deveras importante!

Antes de mais , a fé incomparável que provocou a cura da mulher que tocou as vestes de Jesus, sem sequer lhe ter dirigido uma única palavra. E as palavras que Jesus lhe dirigiu enfatizando a sua grande fé.

Depois, a ressurreição da filha  de Jairo e Hemorroísa!

Jesus não hesitou em  ir a sua casa ver a sua filha, mas claro, não foi com tanta pressa como a necessária e desejada pelo pai e a menina acabou por morrer!

Então Jesus, ao ver o sofrimento daquelas pessoas, disse que a menina não morrera, mas estava a dormir. E sozinho com os pais e os Apóstolos que levava consigo, pegou a menina, chamou-a pelo nome, mandou-a levantar-se e ela ficou de pé.

Como estava fraquinha da doença que a atingira, Jesus mandou que lhe dessem de comer!

Senhor… tantos ensinamentos juntos!

“”São Pedro Crisólogo (c. 406-450) bispo de Ravena, doutor da Igreja, Sermão 34; CCL 24, 193ss.

«A menina não morreu; está a dormir»

Toda a leitura do evangelho nos é muito proveitosa, quer para a vida presente como para a futura. Mas mais ainda o evangelho deste dia, pois contém a totalidade da nossa esperança e anula todo e qualquer motivo de desespero [...]. Um certo chefe da sinagoga que conduzia Cristo até junto da filha permitiu que uma Hemorroísa encontrasse Jesus [...]. Cristo conhecia o futuro e não ignorava que aquela mulher viria ao seu encontro. Graças a ela, o chefe dos judeus compreenderá que Deus não tem necessidade de Se deslocar, que não é necessário mostrar-Lhe o caminho nem solicitar a sua presença física. Pelo contrário, é preciso acreditar que Deus está presente em toda a parte, que Ele está aqui com todo o seu ser e para sempre. É preciso acreditar que Ele tudo pode realizar com uma simples ordem, que envia a sua força sem a transportar, que anula a morte com uma palavra, sem mexer um dedo, que dá a vida se assim o decidir, sem recorrer à medicina [...].

Ao chegar à casa e ao ver as pessoas chorar a menina como se tivesse morrido, Cristo quer trazer à fé aqueles corações incrédulos. Sabendo que eles pensavam ser muito mais fácil fazer sair uma pessoa do sono do que fazê-la ressuscitar de entre os mortos, Cristo declara que a menina estava adormecida e não morta.

A verdade é que, para Deus, a morte é um sono. Porque Deus faz um morto regressar à vida em menos tempo que o que levamos a acordar do sono alguém que dorme. [...]. Escutai o que diz o apóstolo Paulo: «Num instante, num abrir e fechar de olhos, ao som da trombeta final -- pois a trombeta soará --, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados» (1Cor 15,52) [...]. Aliás, como podia Ele condensar em palavras a rapidez de um acontecimento em que a força divina excede a própria rapidez? Como podia o tempo intervir no dom de uma realidade eterna, não submetida ao tempo?””

Não sei se esta explicação será assim tão fácil de compreender, mas, a morte, que vemos como o fim, não passa de um sono, ou seja, é o princípio de uma nova vida junto de Deus e dos Seus Anjos e Santos, na qual o corpo não é necessário. O nosso corpo é próprio desta vida terrena que todos temos.

O nosso corpo visível não é, de todo, o mais importante, mas o que temos e sentimos que ninguém pode ver a não ser pelo desenrolar da própria vida, da profissão que exerce, das obras que faz, das ajudas que dá, de como vive o amor para que foi criada como imagem de Deus e feita irmã de Jesus, pela vida, palavra atitudes, morte e ressurreição de Jesus, pela receção dos Sacramentos que nos deixou, pelos Dons do Espírito Santo que nos modificam de todo a vida!

Uma vida sem o Amor de Deus, eu não consigo imaginar, mas deve ser muito difícil de viver!

A consciência de que Deus está connosco e em nós e não nos deixa em nenhuma situação dá-nos uma situação de Paz inimaginável a quem nunca a sentiu

Senhor Jesus, que o Teu Amor nos fascine, o Teu Santo Espírito nos ilumine e encha da força necessária para seguirmos o melhor que pudermos os Teus inefáveis caminhos, estreitos, mas saborosos.

Hermínia Nadais

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