quarta-feira, 2 de abril de 2014
O PERDÃO RENOVA E REVIGORA O CORAÇÃO
“Caros
irmãos e irmãs,
No
período da Quaresma, a Igreja, em nome de Deus, renova o apelo à conversão. É
um chamado a mudar de vida. Converter-se não é questão de um momento ou de um
período do ano, é um empenho para toda a vida. Quem entre nós pode presumir não
ser um pecador? Ninguém. Escreve o Apóstolo João: “Se dizemos que não temos
pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós. Se confessamos
os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos
purificar de toda iniquidade”(1 Jo 1,8-9). É o que acontece também nesta
celebração e durante toda a jornada penitencial. A Palavra de Deus que ouvimos
nos introduz em dois elementos essenciais da vida cristã.
O
primeiro: Revestir-nos do homem novo. O homem novo, “criado segundo Deus” (Ef
4,24), nasce no batismo, momento em que se recebe a própria vida de Deus, que
nos torna Seus filhos e nos incorpora a Cristo e Sua Igreja. Essa vida nova
permite olhar a realidade com outros olhos, sem nos distrair com as coisas que
não são importantes e não duram. Por isso, somos chamados a abandonar os
comportamentos pecaminosos e fixar o olhar sobre o essencial. “O homem vale
mais por aquilo que é do que por aquilo que tem” (Gaudium et Spes, 35). Eis a diferença entre
a vida deformada pelo pecado e a vida iluminada pela graça. Do coração do
homem, renovado por Deus, provêm os bons comportamentos: falar sempre com
verdade e evitar sempre qualquer mentira; não roubar, mas compartilhar aquilo
que possui com os outros, principalmente com quem passa necessidade; não ceder
à ira, ao rancor e à vingança, mas ser manso, magnânimo e pronto ao perdão, não
ceder à maledicência que corrói a boa fama das pessoas, mas olhar sempre o lado
positivo de todos.
O
segundo elemento: Permanecer no amor. O amor de Jesus Cristo dura para sempre,
não terá jamais fim, porque é a própria vida de Deus. Esse amor vence o pecado
e nos dá forças para nos levantarmos e recomeçarmos, porque com o perdão o
coração se renova e se revigora. O nosso Pai nunca se cansa de amar, e Seus
olhos não se cansam de olhar para a estrada de casa para ver se o filho que se
foi e se perdeu está retornando. E esse Pai não se cansa nem mesmo de amar o
outro filho que, mesmo permanecendo sempre em casa com ele, todavia, não
é participante de Sua misericórdia, de Sua compaixão. Deus não é somente a
origem do amor, mas, em Jesus Cristo, Ele nos chama a imitar o Seu próprio modo
de amar: “Como eu vos amei, amai-vos também vós uns aos outros” (Jo 13,34). Na
medida em que os cristãos vivem este amor, tornam-se, no mundo, discípulos de
credibilidade de Cristo. O amor não pode suportar permanecer fechado em si
mesmo. Por sua própria natureza é aberto, difunde-se e é fecundo, gera sempre
novo amor.
Caros
irmãos e irmãs, após esta celebração, muitos de vós serão missionários para
propor aos outros a experiência da reconciliação com Deus. “24 horas para o
Senhor” é a iniciativa que tantas dioceses no mundo aderiram. Aos que vocês
encontrarem, comuniquem a alegria de receber o perdão do Pai e reencontrar a
amizade com Ele. Quem experimenta a Misericórdia Divina é impulsionado a se
tornar artífice da misericórdia entre os últimos e mais pobres. Nestes “pequenos
irmãos” Jesus nos espera (conf. Mt 25,40). Vamos ao encontro d’Ele e celebremos
a Páscoa na alegria de Deus!”
Senhor
Jesus! Precisamos de meditar muito nestas palavras! Ajuda-nos, Senhor!
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