Assim, tomando a palavra para Se dirigir ao coração de Jerusalém (Is 40,2), falando-lhe no deserto (Os 2,16), isto é, no alto do monte, Ele disse: «Felizes os puros de coração». A própria Bem-aventurança fala da felicidade; o voluntariamente Pobre, da Pobreza; o Rei, do reino; o Consolador (Jo 14,16), da consolação; o verdadeiro Pão (Jo 6,35), da saciedade; a própria Misericórdia, da misericórdia; a Pureza de coração, da purificação do coração; a verdadeira Paz e o Filho por natureza, da pacificação e da adoração filial. […]
«Felizes os puros de coração.» É com muita sabedoria […] que Ele propõe a todos, antes de mais, que todos procurem. […] Quem não gostaria de ser feliz? Porque se entregam os homens a lutas, a actividades perniciosas, a humilhações infligidas e sofridas? Não é para arrancar, de uma forma ou de outra, e como podem, aquilo que lhes parece, de algum modo, conduzir à felicidade? […] É por isso que aquele que ensina todos os homens […] começa por reconduzir ao bom caminho os que se desviam […]; aquele que é «o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14,6) começa assim: «Felizes os puros de coração.»
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