sábado, 16 de março de 2019

FAZER ALGO PELA FAMÍLIA!



Diz-se inúmeras vezes que a família está em crise, e se a família é constituída por pessoas, são as pessoas que estão em crise, nas famílias!
Desde sempre existiram problemas familiares, e a educação recebida tem muito a ver com esses problemas!
Se andarmos uns séculos para trás e observarmos as relações familiares... a forma como o trabalho estava distribuído na família, o papel do homem e da mulher nas relações familiares, a relação do novo casal com seus pais e outros familiares, o alojamento do casal recém formado, o cuidado com os filhos do mesmo... e sei lá quantas coisas mais... encontraremos muitas das raízes dos gravíssimos problemas que vão afetando no dia a dia as nossas famílias de hoje.
Ao falar-se na valorização da mulher, urgente e necessária, temos que o dizer, passou-se um pouco do ‘oito ao oitenta’!
Enquanto no passado as mulheres, devido ao trabalho mais liberto do cumprimento de horários e serviços rígidos tinham a seu cargo a organização e limpeza da casa, louças, roupas, e antes e acima de tudo a educação e cuidado dos filhos... por razões de economia familiar e melhor integração social as mulheres começaram a sair para o trabalho que antes era apanágio dos homens... que na sua grande maioria continuaram desinteressados dos afazeres domésticos, educação dos filhos e cuidado dos pais e outros idosos da família, o que originou uma enorme sobrecarga para a mulher!
Os infantários e creches, são maravilhosos para a socialização, mas continuam a exigir muita atividade dos pais no sentido de passarem aos filhos os seus próprios valores para que a sociedade possa, realmente, viver em paz e fraternidade. Mas o cansaço de um dia cheio de atividade profissional muitas vezes estraga tudo, não deixa disposição para quem dela necessita.
Há escritos a que devemos dar toda a atenção... e adaptá-los cada um a si mesmo!  
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 São João Crisóstomo (c. 345-407)
presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilia 20 sobre a Carta aos Efésios, 4, 8, 9: PG 62, 140ss.
O que deves dizer à tua mulher? Diz-lhe com muita ternura: «Escolhi-te, amo-te e prefiro-te à minha própria vida. A existência presente nada é; por essa razão, as minhas orações, as minhas recomendações e todas as minhas ações destinam-se a fazer com que nos seja dado passar esta vida de tal maneira, que voltemos a reunir-nos na vida futura sem qualquer receio de sermos separados. O tempo que vivemos é breve e frágil. Se nos for dado agradar a Deus durante esta vida, estaremos para sempre com Cristo e um com o outro, numa felicidade sem limites. O teu amor arrebata-me mais que tudo, e não conhecerei infelicidade tão insuportável como a de estar separado de ti. Mesmo que tivesse de perder tudo, de ser pobre que nem um mendigo, de passar pelos maiores perigos e de sofrer fosse o que fosse, tudo isso me seria suportável desde que o teu afeto por mim não diminuísse. Só com base neste amor desejo ter filhos.»
E convém que adeques o teu comportamento a essas palavras. [...] Mostra à tua mulher que aprecias viver com ela e que, por causa dela, preferes estar em casa que na rua. Prefere-a a todos os teus amigos, e mesmo aos filhos que ela te deu; que estes sejam amados por ti por causa dela. [...]
Fazei as vossas orações em comum. Ide à igreja e, ao regressar a casa, contai um ao outro o que foi dito e o que foi lido. [...] Aprendei a temer a Deus, e tudo o resto decorrerá daqui, e a vossa casa encher-se-á de inúmeros bens. Aspiremos aos bens incorruptíveis, que os outros não nos faltarão. Procurai primeiro o Reino de Deus, e o resto ser-vos-á dado por acréscimo, como nos diz o evangelho (Mt 6,33).
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Há escritos, como este, a que devemos dar toda a atenção... e adaptá-los cada um a si mesmo, o homem, mas também a mulher!
Fala-se por demais em violência doméstica... e quando isso acontece há sempre a tentação de nos voltarmos para os homens, de vermos sempre os homens como os principais violadores, o que nem sempre é verdade!
Não posso dizer que conheço muitas famílias com problemas, mas conheço algumas, e bem sofridas! E se tento, pelo que de tudo posso perceber, ir ao fundo da questão... algumas mulheres, que se julgam umas coitadinhas, não estão impunes.
A imagem que temos do Sacramento do Matrimónio é a entrega de Cristo pela Sua Igreja, situação que tanto o homem como a mulher devem ter em conta.
No Matrimónio, homem e mulher devem entregar-se assim um ao outro, como Cristo se entregou pela Sua Igreja e por todos nós, seres humanos!
Não passemos a vida a culpar uns aos outros, porque isso não nos leva a nada. Antes... olhemo-nos profunda e atentamente no sentido de podermos verificar se estamos a viver como convém
a ambos, marido e esposa, aos filhos que sofrem imenso com os desentendimentos dos pais, e aos restantes familiares e sociedade em geral que, se tiver um pouco de bom senso, só se sentirá realizada e feliz se todos os seus membros o forem de verdade!
Sem sombra de dúvidas, devemos rezar, e muito, pela união, paz e fraternidade no seio de todas as famílias!
Bom fim de semana, em família!
HN

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