sábado, 3 de agosto de 2019

MARAVILHA DAS MARAVILHAS




A loucura de ler, reler e voltar a ler, dá muito jeito a quem quer mudar a sua maneira de estar e de ser. Somos diferentes por natureza, mas há muitas formas de melhorarmos as nossas atitudes de todos os dias. Tocou-me por demais este texto de Santo Agostinho que recebi através de ‘Evangelizo’.
Tocou-me pelo ontem que já passou... e também pelo agora!
Eu já fui assim... “uma pessoa muito boa porque ia à Igreja, recebia os sacramentos... e criticava quem lá não ia!”
Agora... vou à igreja mais vezes do que ia naquele tempo, mais convicta do que então... e não sou ‘santinha’ nem  critico quem lá não vai! Muito pelo contrário, ao avaliar o que faço penso sempre que poderia fazer melhor, porque a Palavra e Vida que Deus me vai transmitindo e vou assimilando aos pouquinhos é uma enorme graça.
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Santo Agostinho (354-430)
bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
«A fé e as obras», caps. 3-5
Nosso Senhor foi um modelo incomparável de paciência: aguentou um «demónio» entre os seus discípulos até à sua Paixão (Jo 6,70), e dizia: «Deixai um e outro crescer juntos, até à ceifa, para que não suceda que, ao apanhardes o joio, arranqueis o trigo ao mesmo tempo» (cf Mt 13,29). Tendo a rede como símbolo da Igreja, predisse que esta traria para a praia, quer dizer, até ao fim do mundo, toda a espécie de peixes, bons e maus. E deu a conhecer de muitas outras maneiras, tanto abertamente como através de parábolas, que haveria sempre essa mistura de bons e maus. E, no entanto, afirmou que é necessário vigiar pela disciplina na Igreja quando disse: «Se o teu irmão pecar, vai ter com ele e repreende-o a sós. Se te der ouvidos, terás ganhado o teu irmão» (Mt 18,15) […]
Hoje, porém, vemos pessoas que só tomam em consideração os preceitos mais rigorosos, que mandam reprimir os que causam perturbação, que ordenam que «não se deem aos cães as coisas santas», que se «tratem como aos publicanos» aqueles que desprezam a Igreja, que se repudiem do seu corpo os membros escandalosos (Mt 7,6; 18,17; 5,30). O seu zelo intempestivo causa muita tribulação à Igreja, porque desejariam arrancar o joio antes do tempo; e a sua cegueira faz deles inimigos da unidade de Jesus Cristo. […]
Tomemos cuidado para não deixarmos entrar no nosso coração estes pensamentos presunçosos, para não procurarmos destacar-nos dos pecadores com receio de que o contacto com eles nos manche, para não tentarmos formar como que um rebanho de discípulos puros e santos. Sob o pretexto de não frequentarmos os maus, conseguiríamos apenas romper a unidade. Pelo contrário, recordemo-nos das parábolas da Escritura, dessas palavras inspiradas, desses exemplos tocantes, onde se nos demonstra que os maus estarão sempre misturados com os bons na Igreja, até ao fim do mundo e até ao dia do juízo, sem que a sua participação nos sacramentos seja prejudicial aos bons, desde que estes não participem dos pecados daqueles.
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Este texto é uma maravilha das maravilhas!
Se cada pessoa é responsável por si mesma... não pode ter a ver com o comportamento dos outros para os criticar ou fugir deles por se julgar melhor pessoa, mas pode, se mais não for, rezar por eles.
Somos seres sociais por excelência, e como tal, nunca seremos capazes de crescer sozinhos, mas uns com os outros, caminhando de mãos dadas partilhando saberes e vida!
A nós, humanos, que caminhamos todos rumo à eternidade, não nos compete julgar, nem colocar-nos onde não devemos, num ‘pedestal’ só porque cumprimos preceitos... porque quem nos conhece melhor do que nós mesmos é Deus, Ele, sim, conhece o interior de todos, os esforços feitos, as dádivas recebidas e o que vamos fazendo com elas... enfim!
Não sei mais que diga... além de pedir, encarecidamente, que nos olhemos a nós mesmos e aos outros também se for para ajudar, mas para criticar, nunca! Não é exemplo que Jesus Cristo nos tenha dado.
Bom fim de semana!
Hermínia Nadais

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