domingo, 15 de março de 2020

DÁ-ME DE BEBER!


Claro que não era água que Jesus pedia à Samaritana, mas mudança de atitudes, uma vida diferente mais cheia de Graça de Deus, de verdadeiro Amor!
Sempre gostei muito desta passagem bíblica, e cada vez gosto mais!
Para mim, a Samaritana é a figura da Igreja, é a minha figura, é a figura de cada um ou uma de nós que muitas vezes andamos dispersos sem assentar muito bem os pés no chão para nos dedicarmos mais profundamente Àquele que é o Tronco da Videira e nos assemelharmos a Ele nas atitudes da vida!
A água de que Jesus falava à Samaritana era da vida da Graça, da Vida em Deus e com Deus, a água que mata a nossa sede de felicidade que se completará na eternidade quando formos retirados deste mundo, onde sempre andaremos sedentos de Deus, pois por muito próximos que estejamos d’Ele as nossas fragilidades, basta-nos um pouquinho de indecisão na fé que nos retiram logo a segurança!
Deus nunca nos desampara! Jesus é o Amigo inseparável que sempre caminhará connosco, ou de mãos dadas e abraçadas, ou tentando encaminhar-nos para o lado certo se andarmos errados e não quisermos saber d’Ele como convém!
O texto que acompanhava as Leituras Bíblicas de hoje fala do poço de Jacob,
Mas mais de Jacob do que da Samaritana! É elucidativo! Fala do casamento de Jacob com Raquel figurando a união de Cristo com a Igreja, fala da água de uma forma muito profunda, dá que pensar, ler, reler e voltar a ler… e mesmo assim ainda não o compreender profundamente. Falo por mim!
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São Tiago de Sarug (c. 449-521)
monge e bispo sírio
Homilia sobre Nosso Senhor e Jacob, sobre a Igreja e Raquel
A vista da beleza de Raquel fortaleceu Jacob, que assim conseguiu levantar a enorme pedra de cima do poço e dar de beber ao seu rebanho (Gn 29,10). [...] Raquel, com quem se casou, era um símbolo da Igreja. Por isso, ao beijá-la, teve de chorar e de sofrer (v. 11), prefigurando deste modo, pelo seu casamento, os sofrimentos do Filho. [...] Quão mais belas são as núpcias do Esposo real do que as dos seus embaixadores! Jacob chorou por Raquel, ao desposá-la; Nosso Senhor cobriu a Igreja com o seu sangue, ao salvá-la. As lágrimas são o símbolo do sangue, porque não é sem dor que elas jorram dos olhos. O choro do justo Jacob é o símbolo do grande sofrimento do Filho, pelo qual a Igreja das nações foi salva.
Vem, contempla o nosso Mestre: Ele veio ao mundo, aniquilou-Se para fazer o seu caminho na humildade (Fil 2,7). [...] Vendo as nações como rebanhos sedentos e a fonte da vida fechada pelo pecado, como que por uma pedra, [...] derrubou o pecado, que era pesado como uma rocha. Ele abriu o batistério à Esposa [...] e foi aí buscar água para dar de beber às nações da Terra, como aos seus rebanhos. Com a sua omnipotência, levantou o pesado fardo dos pecados e pôs a descoberto a fonte de água doce. [...]
Sim, pela Igreja, Nosso Senhor deu-Se a grandes trabalhos. Por amor, o Filho de Deus vendeu os seus sofrimentos para poder desposar, à custa das suas chagas, a Igreja abandonada. Por ela, que adorava os ídolos, sofreu na cruz. Por ela quis entregar-Se, para que ela fosse completamente imaculada (Ef 5,25-27). Conduziu às pastagens todo o rebanho dos homens, com o grande cajado da cruz, e não rejeitou o sofrimento; aceitou conduzir raças, nações, tribos, multidões e povos, para poder reaver a Igreja, sua única Esposa (Cant 6,9).
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Quanto mais vezes olho o texto e cada vez mais atentamente, melhor o compreendo e reconheço o imenso amor de Jesus por toda a Humanidade, e o quanto sou fraquinha e pequenina neste imenso mundo que tanto necessita das bênçãos de Deus!
Que o CoronaVirús desapareça depressa, e que toda a baralhada em que está a meter o mundo sirva para haver mais compreensão, humildade, aceitação e ajuda mútua, mais fraternidade e paz!
Senhor, Tu que aproveitas o mal para o transformar em bem, olha para o sofrimento do mundo que tão amorosamente criaste, e dá-lhe mais Fé, Esperança, Paz e Amor!
Hermínia Nadais

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