domingo, 8 de março de 2020

TRANSFIGURAÇÃO!...


Transfigurar, aparece logo no segundo Domingo da Quaresma, tempo de conversão de mudança! Porque transfigurar, sem deixar de se ser quem é, é mudar, converter, tornar-se diferente na maneira de ser, sentir, agir.
Agora, Jesus Cristo, subiu ao alto do monte, e lá, bem perto do que normalmente chamamos céu, com pessoas já de uma outra vida, daquela vida para que todos fomos criados, surpreendeu o Pedro, Tiago e João, assim como se estivesse de fato nessa vida de eternidade, de vestes brancas e brilhantes e rosto de luz, a falar sobre as Escrituras Sagradas, sobre o que as Escrituras diziam sobre Ele próprio, sobre a Sua morte e Ressurreição que se avizinhava!
Uma forma de elucidar os Apóstolos sobre uma realidade difícil de compreender e muito mais difícil de aceitar! Perder o AMIGO JESUS, tão jovem ainda, assim, um Homem tão bom a ser tratado como o maior dos vagabundos, tinha de ser dificílimo para os Apóstolos, únicas testemunhas do evento tão profundo que até o PAI ouviram falar: ‘Este é o Meu Filho muito amado, escutai-O!’
Ali… não havia dúvidas! Jesus era realmente o Filho e Palavra de Deus vindo à terra para nos ensinar e exemplificar o caminho do Céu! Céu… que não se sabe onde é, é onde Deus está! Maravilhoso não é?
Todos os homens são criaturas muito queridas por Deus… que se tornam Filhos de Deus e Irmãos de Jesus pelo Batismo, as vestes brancas da Transfiguração, pois somos, ali, na Pia Batismal, transfigurados ao jeito de Jesus, com as vestes brancas ou seja, a alma limpa de maldade, que não deveria mais praticar para não ficar suja. Se uma alma de vestes brancas suja essas suas vestes, só tem uma forma de as branquear, procurar a penitência ou Confissão!
Tantas coisas a dizer, mas fico-me por aqui.
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São Leão Magno (?-c. 461) papa, doutor da Igreja
Sermão 51
Os apóstolos, que precisavam de ser confirmados na sua fé, receberam no prodígio da Transfiguração um ensinamento adequado para os levar ao conhecimento de todas as coisas. Com efeito, Moisés e Elias, quer dizer, a Lei e os profetas apareceram a falar com o Senhor. […] Como diz São João: «A Lei foi comunicada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo» (1,17).
O apóstolo Pedro estava, por assim dizer, arrebatado em êxtase com o desejo dos bens eternos; cheio de alegria com tal visão, desejava habitar com Jesus naquele lugar, onde a sua glória, assim manifestada, o cumulava de júbilo. Por isso, diz: «Senhor, como é bom estarmos aqui! Se quiseres, farei aqui três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias». Mas o Senhor não respondeu a esta proposta, querendo naturalmente mostrar que aquele desejo não seria mau, mas estava deslocado. Porque o mundo só podia ser salvo pela morte de Cristo, o exemplo do Senhor exortava a fé dos crentes a compreender que, sem que nos seja permitido duvidar da felicidade prometida, temos de pedir, no meio das tentações desta vida, mais a paciência do que a glória, porque a felicidade do Reino não pode preceder o tempo do sofrimento.
Enquanto Ele ainda falava, uma nuvem luminosa envolveu-os e do meio da nuvem uma voz proclamou: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência. Escutai-O». [...] «Este é o meu Filho, por quem tudo foi feito, e sem quem nada foi feito» (cf Jo 1,3). Tudo o que Eu faço, Ele o faz também; tudo o que Eu realizo, Ele o realiza comigo, inseparavelmente, sem diferença alguma (cf Jo 5,17-19). […] Este é o meu Filho, que não se apropriou ciosamente da igualdade que tinha comigo, não reivindicou o seu direito, mas, sem deixar a minha glória divina, Se humilhou até à condição de servo (cf Fil 2,6s), para cumprir o nosso desígnio comum da restauração do género humano. Escutai, pois, sem hesitações Aquele que tem toda a minha complacência, Aquele cuja doutrina Me revela, cuja humanidade Me glorifica, porque Ele é a Verdade e a Vida (cf Jo 14,6), Ele é o meu poder e a minha sabedoria (cf 1Cor 1,24). Escutai-O, a Ele que resgata o mundo com o seu sangue […], a Ele que abre o caminho do Céu pelo suplício da sua cruz.
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Este texto é maravilhosamente elucidativo! Prestemos-lhe toda a atenção! Procuremos unir-nos ao Senhor como convém para conseguirmos chegar com Ele ao monte da nossa transfiguração, da nossa mudança para mais amigos de Deus e dos irmãos!
Um bom final de Domingo e uma boa semana, trabalhando incessantemente na nossa transfiguração ou conversão, tal como a Igreja nos propõe, Jesus deseja, e o mundo, a Humanidade, necessita!
Hermínia Nadais

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