quarta-feira, 13 de maio de 2020

IGREJA DOMÉSTICA!


Quem dera que o Covid 19 nos tivesse ensinado a fazer da nossa casa uma pequena igreja. Com muitas saudades dos encontros com o Senhor e com os nossos irmãos e irmãs nas nossas igrejinhas de pedra, mas graças a Deus que nos tem entrado pela casa dentro e ensinado muitas coisas e dado muitas graças.

Esforcemo-nos, então, por aceitar o convite que o Senhor nos dirige nas nossas casas: reunamo-nos, em família, no Domingo, para celebrar de uma maneira mais solene aquela liturgia doméstica que geralmente, em virtude da presença de Jesus, é realizada através de gestos entre os esposos (“os gestos de amor vividos na história dum casal de esposos transformam-se numa «continuidade ininterrupta da linguagem litúrgica» e «a vida conjugal torna-se de algum modo liturgia».”- Amoris Laetitia 215).

Fazer isto é simples: podemos reunir-nos todos numa sala, recitar um salmo de louvor, pedir perdão uns aos outros com uma palavra ou gesto entre esposos e entre pais e filhos, lendo o Evangelho do Domingo, expressar um pensamento sobre aquilo que a Palavra provoca em cada um, formular uma oração pelas necessidades da família, daqueles que amamos, da Igreja e do mundo. E, por fim, confiar ao cuidado de Maria a nossa família e cada família que conhecemos.

Todas as famílias podem fazer isso, porque Jesus disse: «onde dois ou três estão reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles» Mt 18,20. E porque não tentar fazer comunidade, rezando no Domingo com outras famílias, por Skype ou através de outros sistemas de áudio ou videoconferência, aproveitando as vantagens da tecnologia moderna? À vez, podemos deixar ler os nossos filhos ou alternar as vozes dos casais e das famílias ligadas.

Lembremo-nos de que os esposos são o sinal do Mistério pascal que é celebrado em cada eucaristia («Os esposos são, portanto, para a Igreja a lembrança permanente daquilo que aconteceu na cruz», Amoris Laetitia, 72); eles são profecia, anúncio incarnado na quotidianidade feita de pequenos gestos, que exprimam o dom de si mesmos, como fez Jesus. Aproveitemos este tempo um pouco estranho para acolher e viver o Espírito nas nossas casas e redescobrir a riqueza e o dom das nossas Igrejas domésticas, juntamente com Jesus, que habita connosco.

Ainda hoje, matamos saudades da Capelinha das Aparições e daquele lugar bendito que tantas bênçãos e alegrias nos tem dado!

Deus nunca nos desampara!

Que sempre seja louvado!

Hermínia Nadais

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