Esforcemo-nos,
então, por aceitar o convite que o Senhor nos dirige nas nossas casas: reunamo-nos,
em família, no Domingo, para celebrar de uma maneira mais solene aquela liturgia doméstica que
geralmente, em virtude da presença de Jesus, é realizada através de gestos
entre os esposos (“os gestos de amor vividos na história dum casal de esposos
transformam-se numa «continuidade ininterrupta da linguagem litúrgica» e «a
vida conjugal torna-se de algum modo liturgia».”- Amoris Laetitia 215).
Fazer
isto é simples: podemos reunir-nos todos numa sala, recitar um salmo de louvor,
pedir perdão uns aos outros com uma palavra ou gesto entre esposos e entre pais
e filhos, lendo o Evangelho do Domingo, expressar um pensamento sobre aquilo
que a Palavra provoca em cada um, formular uma oração pelas necessidades da
família, daqueles que amamos, da Igreja e do mundo. E, por fim, confiar ao
cuidado de Maria a nossa família e cada família que conhecemos.
Todas
as famílias podem fazer isso, porque Jesus disse: «onde dois ou três estão
reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles» Mt 18,20. E porque não tentar
fazer comunidade, rezando no Domingo com outras famílias, por Skype ou através
de outros sistemas de áudio ou videoconferência, aproveitando as vantagens da
tecnologia moderna? À vez, podemos deixar ler os nossos filhos ou alternar as
vozes dos casais e das famílias ligadas.
Lembremo-nos
de que os esposos são o sinal do Mistério pascal que é celebrado em cada
eucaristia («Os esposos são, portanto, para a Igreja a lembrança permanente
daquilo que aconteceu na cruz», Amoris
Laetitia, 72); eles são profecia, anúncio incarnado na
quotidianidade feita de pequenos gestos, que exprimam o dom de si mesmos, como
fez Jesus. Aproveitemos este tempo um pouco estranho para acolher e viver o
Espírito nas nossas casas e redescobrir a riqueza e o dom das nossas Igrejas
domésticas, juntamente com Jesus, que habita connosco.
Ainda hoje, matamos saudades da
Capelinha das Aparições e daquele lugar bendito que tantas bênçãos e alegrias
nos tem dado!
Deus nunca nos desampara!
Que sempre seja louvado!
Hermínia Nadais
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