sábado, 16 de maio de 2020

MULHER… É MÃE!


 






 Tenho pensado nesta verdade muitas vezes. Certo que, já consciente desta realidade, em jovem quis enveredar pela consagração religiosa. A direção espiritual achava-me errada. E de facto… quando passei umas horas perto do meu marido numa peregrinação paroquial a Fátima, não sei que me aconteceu! Não perdi o Amor a Jesus, mas comecei a pensar de um outro jeito, até que, depois de algumas passagens de entendimentos difíceis, acabámos por casar! Eu não tinha uma ideia muito correta acerca do casamento, pois ir para o casamento para ser feliz com o marido é errado, o certo é o ir para o casamento para fazer o cônjuge feliz, isso sim.
Com muitas dificuldades e inúmeras aprendizagens, consegui encontrar o caminho certo!  Mas… não quero agora falar nas dificuldades ultrapassadas.
Agora, idosa e só, mãe de filhos e avó de netos, gente maravilhosa que eu penso nem sequer merecer, gosto imenso de textos como este que se segue:
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Santo Agostinho (354-430)
bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sobre a santa virgindade, cap. 5
As que se consagram inteiramente ao Senhor não devem afligir-se pelo facto de, guardando a sua virgindade como Maria, não se poderem tornar mães segundo a carne. [...] Aquele que é fruto da Virgem santa é a glória e a honra de todas as outras santas virgens, pois, tal como Maria, elas são mães de Cristo se fizerem a vontade de seu Pai. A glória e a felicidade de Maria como Mãe de Cristo brilha sobretudo nas palavras do Senhor: «todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe». Deste modo, Ele indica a paternidade espiritual que O liga ao povo que resgatou. Os seus irmãos e as suas irmãs são os santos homens e as santas mulheres que são co-herdeiros com Ele da herança celeste (cf Rom 8,17).
Sua mãe é a totalidade da Igreja, pois é ela que, pela graça de Deus, dá à luz os membros de Cristo, isto é, aqueles que Lhe são fiéis. Sua mãe é ainda toda a alma santa que faz a vontade do Pai e cuja caridade fecunda se manifesta naqueles que dá à luz por Ele, «até que Cristo Se forme entre vós» (Gal 4,19). [...]
Entre todas as mulheres, Maria é a única que é ao mesmo tempo virgem e mãe, não apenas pelo espírito, mas também com o corpo. Ela é Mãe segundo o espírito [...] dos membros de Cristo, isto é, de nós próprios, porque cooperou com a sua caridade para dar à luz, na Igreja, os fiéis, que são os membros desse Chefe divino, nossa cabeça (cf Ef 4,15-16), de quem ela é verdadeiramente Mãe segundo a carne. Era preciso, com efeito, que o nosso Chefe nascesse segundo a carne duma virgem, para nos ensinar que os seus membros deveriam nascer, segundo o espírito, doutra virgem, que é a Igreja. Maria é, assim, a única que é mãe e virgem ao mesmo tempo, tanto no corpo como no espírito. Mas também a totalidade da Igreja, nos seus santos que haverão de possuir o Reino de Deus, é, segundo o espírito, mãe de Cristo e virgem de Cristo.
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Sou membro da Igreja, uma enorme família de famílias, em que, cada pessoa, tem o seu caminho a seguir segundo a vontade do Senhor!
Amo muito as famílias dos meus filhos e netos, amo-os loucamente a todos, mas o Amor não tem medidas, vai muito mais além. São amores diferentes, diferentes formas de ser e de estar, mas quando Jesus nos manda amar como Ele nos amou, Ele não se confinava à família de sangue, mas a toda a humanidade.
Qualquer pessoa, tenha o modo de vida que tiver, tem o dever de amar a toda a gente, amiga ou nem tanto assim!
E é desta forma, com o tempo sempre escasso e a ter de ser muito bem aproveitado para poder, realmente, fazer alguma coisa, que passo a minha vida como ‘mulher e mãe’! Porque, mulher... mulher é mãe, só se não o quiser ser!
Que a Mãe do Céu me, nos ajude!
Hermínia Nadais

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