Quando olhamos à nossa volta, reparamos que há uma meia dúzia de ricos, alguns remediados, e uma quantidade imensa que tem de ter o máximo cuidado para que os seus tostões cheguem ao fim do mês com as despesas pagas. Esta é a forma de ver a riqueza neste nosso mundo, melhor dito, no mundo que nos foi dado viver.
Mas
a verdadeira riqueza nunca poderá ser vista deste modo. Temos de aprender a ver
a riqueza da forma que Jesus a viveu e a deseja para todos nós, que é bem
diferente. Se não, vejamos:
“”Filoxeno
de Mabug (?-c. 523) bispo da Síria
Homilia
sobre a simplicidade
«Vinde
a Mim, todos os que andais cansados»
«Vinde
a Mim [...] e Eu vos aliviarei». [...] Experimentastes o caminho do mundo,
experimentai agora o meu e, se não vos agradar, abandonai-o. Carregastes os
fardos do mundo e vistes como são pesados; deixai-vos persuadir, tomai sobre
vós o meu jugo, e aprendereis pela experiência que é suave e leve. Não farei de
vós desses ricos que precisam de muitas coisas, mas verdadeiros ricos, que não
precisam de nada; porque o rico não é aquele que possui muitas coisas, mas
aquele a quem nada falta. Sereis ricos comigo, se renunciardes a tudo. [...]
Mas, se procurardes saciar os vossos desejos, eles encher-vos-ão de fome. A
fome vem de se comer: quanto mais se enriquece, mais pobre se é; quanto mais
dinheiro se acumula, mais se quer acumular; quanto mais se adquire, mais se
quer adquirir. [...]
Vinde,
pois, a Mim, vós todos que estais fatigados da riqueza, e repousai na pobreza;
vinde, donos de bens e de propriedades, e tirai prazer da renúncia. Vinde,
amigos do mundo que só tem um tempo, e saboreai o mundo eterno. Experimentastes
o vosso mundo: vinde experimentar o meu. Provastes a vossa riqueza: vinde
provar a minha pobreza. A vossa riqueza é uma riqueza; a minha pobreza é a
riqueza. O facto de a riqueza ser considerada uma riqueza não tem grande valor;
o que é admirável e sublime é que a pobreza seja a riqueza e a humildade a grandeza.
“”
Lido
atentamente, devagarinho, meditando calmamente em cada frase e tirando as
necessárias conclusões… veremos que, de facto, o mundo vê tudo ao contrário. Um
rico segundo o mundo, pode ser rico segundo Deus, mas pode não ser, depende do que
faz com a riqueza que tem. Se consegue auxiliar caridosamente quem necessita de
algo que de si dependa, é, de facto, rico, de haveres e de coração fraterno. Mas
se não liga nada para ninguém e tudo faz para aumentar dinheiro e haveres, é
mais pobre do que os pobres, pois os pobres, habituados com pouco, se sentem
bem com o pouco que a vida lhes dá, enquanto eles se sentem tristes por não
puderem aumentar os seus já inúmeros bens.
O
mais rico não é o que mais tem, mas o que menos necessita, pois acaba por não
incomodar ninguém e ainda ajudar com o pouco que Deus aumenta.
Ser
humilde, contentar-se com pouco, preocupar-se com quem tem menos do que nós,
confiados na infinita misericórdia do Senhor é a maior de todas as riquezas! Deus/Jesus,
é a nossa verdadeira riqueza!
Que
sempre nos proteja e ajude a viver como Ele ensinou e deseja.
Hermínia
Nadais
Sem comentários:
Enviar um comentário