Depois de uma profunda vivência quaresmal, a Semana Santa, com
todos os enigmas que encerra!
Que Jesus, o Filho de Deus feito homem, foi horrivelmente
crucificado, ninguém duvida!
Porquê… é o mistério! Um enormíssimo mistério!
Tantas coisas se dizem acerca desta morte misteriosa!!!...
Sim! Porque o facto de ter morrido ali, na frente de toda a gente,
de forma tão desumana, como Filho de Deus… é um mistério!
Foi um mistério o Seu nascimento… foi um mistério a Sua morte… é
um mistério a Sua Ressurreição… e tudo continuará mistério até que nos juntemos
com Ele um dia, em que, talvez, o mistério nos seja desvendado.
Morreu por nós, para que pudéssemos ser perdoados de nossos
pecados, para que pudéssemos ter uma vida nova, cheia de Amor!
Jesus, Filho de Deus feito Homem, morreu por Amor à Humanidade!
E morreu, assim, por vontade do Pai?!
Claro que o não estar muito impregnado no Amor Misericordioso do
Pai leva-nos a aceitar tudo quanto nos vão dizendo… mas quando Esse Amor nos
vai abrasando os segundos… e nos vemos a amar a todos como irmãos assim a modos
que um porco como Jesus Cristo ensinou e exemplificou… o caso muda de figura!
Até porque cada vez mais tomamos consciência de que o Pai só ama,
é mesmo AMOR… e sendo AMOR… vai castigar o quê… se nós… com todas as nossa
falhas e desacertos… já não conseguimos odiar ninguém nem fazer mal a ninguém
ainda que esse alguém nos magoe e ofenda???
Face a maus comportamentos, dizemos muitas vezes: Deus um dia fará
justiça!…
Mas que justiça… se a justiça de Deus é Amor, Perdão e
Misericórdia!...
Medo de ofender a Deus, sim, mas não por medo, porque Deus não faz
mal a ninguém, não pode fazer mal a ninguém, senão deixaria de ser Deus/Amor
como é!
Este texto que se segue, de uma audiência de Bento XVI do dia
18/10/2006, deixa-nos a pensar:
«»
«Um de vós há-de
entregar-Me».
Porque é que Judas traíu
Jesus? A questão é objeto de várias hipóteses. Alguns recorrem ao fator da sua
avidez de dinheiro; outros dão uma explicação de ordem messiânica: Judas teria
ficado desiludido ao ver que Jesus não inseria no seu programa a libertação
político-militar do seu próprio país. Na realidade, os textos evangélicos
insistem sobre outro aspeto: João diz expressamente que «tendo já o diabo
metido no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que O entregasse» (Jo
13,2); analogamente escreve Lucas: «entrou Satanás em Judas, chamado
Iscariotes, que era do número dos Doze» (Lc 22,3).
Desta forma, vai-se além das motivações históricas e explica-se a vicissitude
com base na responsabilidade pessoal de Judas, o qual cedeu miseravelmente a
uma tentação do maligno. A traição de Judas permanece, contudo, um mistério.
Jesus tratou-o como um amigo (cf Mt 26,50), mas, nos seus convites a segui-lo
pelo caminho das bem-aventuranças, Ele não forçava as vontades nem as
preservava das tentações de Satanás, respeitando a liberdade humana.
[...]
Recordemo-nos de que também Pedro se queria opor a Ele e ao que O esperava em
Jerusalém, tendo aliás recebido uma forte reprovação: «Tu não aprecias as
coisas de Deus, mas só as dos homens» (Mc 8,32-33)! Depois da sua queda, Pedro
arrependeu-se e encontrou perdão e graça. Também Judas se arrependeu, mas o seu
arrependimento degenerou em desespero e assim tornou-se autodestruição.
[...]
Tenhamos presentes duas coisas. A primeira: Jesus respeita a nossa liberdade. A
segunda: Jesus espera a nossa disponibilidade para o arrependimento e para a
conversão; é rico de misericórdia e de perdão. Afinal, quando pensamos no papel
negativo desempenhado por Judas, devemos inseri-lo na condução superior dos
acontecimentos por parte de Deus. A sua traição levou à morte de Jesus, que
transformou este tremendo suplício em espaço de amor salvífico e em entrega de
Si ao Pai (cf Gal 2,20; Ef 5,2.25).
O Verbo «trair» deriva de uma palavra grega que significa «entregar». Por
vezes, o seu sujeito é Deus em pessoa: foi Ele que, por amor, «entregou» Jesus
por todos nós (cf Rom 8,32). No seu misterioso projeto salvífico, Deus assume o
gesto imperdoável de Judas como ocasião de doação total do Filho para a
redenção do mundo.
«»
‘Deus assume o gesto imperdoável de Judas como ocasião de doação
total de Seu Filho para a redenção do mundo.’
Jesus… morreu para defender a Sua Verdade… que é um imenso AMOR
por todos nós!
Se Jesus tratou tão bem Judas… como não nos tratará bem a nós?
Sabemos que estamos sujeitos a tentações, a quedas, que somos
fracos por natureza, mas que com a ajuda de Deus seremos fortes!
Agora, o mais curioso, é que passamos a vida a pedir a ajuda de
Deus, sem sequer pensarmos que Ele está sempre pronto a ajudar-nos, que tudo
faz para nos ajudar, nós é que O pensamos distante, não O sentimos por perto,
não O sabemos tão perto, não O sabemos connosco e dentro de nós, não
conseguimos dar-Lhe o querer e o coração nem aceitar a Sua ajuda, não
conseguimos viver com Ele, nem por Ele!
Até porque amar a Deus pode ser fácil, ninguém vê a Deus… ninguém
vê o amor que Lhe consagramos… mas o amar a Deus implica amar o próximo como a
nós mesmos… e aí é que está a dificuldade!
O que fez Jesus com Judas Iscariotes? Não lhe fez nenhum mal!
Falou-lhe bem! Tratou-o bem durante a Última Ceia!
Que exemplo tão grande Jesus nos deu!
Será que somos capazes de O imitar???
Pois! Essa nossa imitação… é uma maravilhosa ressurreição, uma passagem
de uma vida de morte ou pecado a uma vida de graça ou Amor!
O Amor treina-se, é um treino que não pode nunca ter fim, que vai
para além da morte!
Que Deus nos ajude! Senhor Jesus, tem piedade de nós! Divino Espírito
Santo, orienta-nos na caminhada da vida!
Continuação de Santo Tríduo Pascal para toda a gente!
HN
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